Autor: Circe Cunha
DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Vinte e sete anos depois daquela manhã fria de 9 de novembro de 1989, em que o muro de Berlim foi demolido a unha pelos alemães dos dois lados da fronteira, os ventos que marcaram simbolicamente o fim do comunismo na Europa parecem ter chegado ao Planalto Central do Brasil e, em forma de redemoinho, começaram a varrer para longe as folhas secas do que restou desses 13 e longos anos de petismo.
Por mais de uma década, os brasileiros tiveram a oportunidade de experimentar os frutos insípidos dessa doutrina. Pelas gigantescas e espontâneas manifestações populares que incendiaram as avenidas de todo o país, o povo deu mostras claras de que não gostou do que provou, principalmente, pelo modelo de comunismo made in Brazil, confeccionado sob medida para tornar próspera a numerosa nomenclatura do partido.
Na Alemanha, o muro resistiu por 28 anos — quase uma geração. No Brasil do nós contra eles, o muro durou exatos 13 anos, que coincidentemente é o mesmo número da legenda que tentou cobrir de vermelho um pais tropical multicor e sestroso. Não tinha como dar certo.
O desmonte desse tipo peculiar de fazer política e de governança começou a ser feito e a ruir ainda em 2005, com os episódios ainda pouco esclarecidos do mensalão. De lá para cá, buscou-se inventar um país novo ,usando receitas velhas como manual de procedimento. A falta de seriedade, somada ao sentido de onipotência cavalar, próprios daqueles que acreditam ser condutores do processo histórico, minou por dentro as expectativas de um governo que se pretendia longevo.
Enquanto a revolução não se instalava de vez de norte a sul do país, os novos combatentes cuidaram de transformar a própria vida, agregando a ela, na forma de consultorias, palestras e doações generosas de empresas, o vil metal capitalista. Erra quem acredita que o desmanche dos ideais trazidos pelo PT foi obra de uma direita raivosa e ciumenta, como querem fazer acreditar.
Quem, de fato, desbaratou o aparelho foi a polícia a mando do Ministério Público e de um bando de jovens procuradores, sem vínculo algum com ideologias de qualquer gênero. Quem descerrou a cortina desse espetáculo farsesco, mostrando os bastidores de um mundo em estado de caos, apenas encoberto pela propaganda tonitruante oficial, foram os homens da lei. Claro que, nesse caso, a polícia contou também com a ajuda despretensiosa de alguns ratos que habitavam esse teatro e que cuidaram, à sua maneira, de roer os pilares que sustentavam o majestoso edifício da república bolivarianista do Brasil.
A frase que não foi pronunciada
“Usei armas pela democracia e acabei matando a República.”
O leitor é livre para colocar a frase na boca de quem quiser.
Agenda
Hoje, no Museu da República, Auditório II, haverá o lançamento do livro Diversos dias – uma vivência teatral colaborativa da poética plenitude do ser, de Mônica Gaspar. Ela narra o processo de construção, em processo colaborativo, da peça Diversos Dias, cujo elenco foi formado por pessoas da comunidade de Brasília, com ou sem diagnóstico de deficiência, que se propuseram a compor a oficina de teatro do I Festival de Cultura Inclusiva do DF, em 2013. Às 19h. Versões em audiobook.
Educação é tudo
Onde está o caminhão da EBF que presta serviços ao GDF? Há árvores em desespero. Plantas que alcançaram dezenas de anos parecem ser cortadas sem motivos, sem técnica, sem fundamentação. Não temos, neste país, o respeito à natureza. Consequência da falta de educação. Árvores centenárias, pela Europa, crescem perto de prédios, em estacionamentos ou à beira de lagos. Ninguém se aproxima para destruí-las. Se o fizessem, seriam detidos pela lei.
Simples assim
Tratores e serras elétricas precisam ser acompanhadas por satélites. Controle perfeitamente viável. Só assim há como manter o futuro do meio ambiente saudável.
Tecnologia
Agradecimentos aos leitores que têm elogiado os blogs dos jornalistas do Correio Braziliense. Vitor Baravelli Perez e equipe pegaram no pesado para deixar uma página leve, amistosa e com acesso livre.
História de Brasília
Não se nega ao goiano o privilégio de ser prefeito de Brasília, mas não se pode admitir a expressão “será dada ao PSD de Goiás”, porque isto implica em barganha, é ilegal, é imoral. (Publicado em 13/9/1961)
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Nem ao menos na hora mais grave para todos e particularmente para ela se ouviu, no discurso derradeiro de Dilma Rousseff perante os senadores, qualquer lampejo de sinceridade, capaz de iluminar a própria defesa com os traços incontestes da verdade. Com isso, o pronunciamento, em forma de defesa, ficou mais uma vez, na água rasa da propaganda dos pretensos feitos espetaculares do governo.
A verdade não está no texto preparado a muitas mãos, ela está presente e pode ser encontrada nos fatos detectados pelos cinco sentidos de cada um dos 12 milhões de desempregados e dos muitos outros milhões de jovens que ainda não entraram nas estatísticas e seguem sem perspectivas de trabalho.
Os fatos estão nas gôndolas dos supermercados, onde os preços dos alimentos disparam a cada dia. O julgamento de Dilma pelo Senado é muito mais do que um veredito sobre seu governo. Alcança de forma muito mais ampla todo um jeito peculiar de fazer política e que acabou por levar a prisão e a pesadas penas figuras de destaque de seu partido.
A cooptação de apoio por meio de pagamentos mensais ou o fortalecimento dos cofres de seu partido e de seus apoiadores é apenas a ponta visível de uma enorme montanha de outros escândalos. Ao desaguar no Senado os momentos finais do julgamento da presidente, o que esta alta Corte está fazendo na realidade é dando prosseguimento à vontade soberana da maioria dos representantes da população com assento na Câmara dos Deputados.
Por sua vez, fica entendido também que o principal motivo que desaguou no processo de impeachment não foi, como querem fazer crer, levado por vingança pessoal do ex-presidente da Câmara. O catalisador para afastar Dilma foi dado primeiro pelos gigantescos e espontâneos manifestos de rua, contra o qual não há o que se duvidar. Mas, na origem de todo o processo, que poderá levar sua defenestração definitiva, estão características de sua personalidade irrascível, incompatíveis para o exercício do cargo numa República em que os Poderes têm o dever precípuo de se entender e de bem se relacionar.
Pelo que se tem visto até aqui, a escolha antinatural de Dilma para suceder Lula, com base apenas nos índices de popularidade de seu antecessor, se mostrou um desastre de grandes proporções e que nunca mais deve ser repetido. Nem mesmo nesta hora grave seu partido teve o juízo de se recolher constrangido diante da sucessão de erros. Preferiu transformar o momento triste em material para um documentário feito sob medida e que trará a visão obtusa dessa legenda sobre esse episódio. Por que choras, Dilma? Para aparecer bem na fita, diz seu íntimo.
A frase que foi pronunciada
“ – Como é que o Jornal do Senado publicou uma foto da presidente Dilma no plenário antes que ela chegasse ao Senado?
– Seu bobo! Ela usou a mesma roupa no dia 2 de fevereiro, dia em que a foto foi tirada. Por isso parece que a foto é de hoje!”
Conversa amena ontem entre funcionários da Casa na chegada da dona Dilma
Opinião
Nosso leitor conta que em 2011 viajou para o Canadá e foi tratado no aeroporto de Toronto como suspeito de ser bandido da máfia italiana ou terrorista palestino. Logo depois, foi liberado. A filha, canadense, filha de canadense, depois de passar 20 dias no Brasil, foi detida no aeroporto de Nova York e perdeu o avião para Montreal. “Em verdade, as autoridades desses países ‘civilizados’ são muito arrogantes e trabalham sob estresse” comenta o depois de ler a coluna intitulada “Hora de descer do pódio”.
Transporte
Outra carta de leitor devidamente identificado que prefere que o nome não apareça na coluna dá a sugestão ao governo Rollemberg de estimular duas empresas diferentes para as linhas do transporte público de Brasília. Acredita ele que só assim a qualidade poderia melhorar.
Leitura
Hoje, às 19h, no Carpe Diem, na CLS 104, lançamento do livro de Rubi Germano Rodrigues – A Teoria dos Princípios….de Platão.
Autonomia
Nada escapa aos Antagonistas. O site mostrou que José Eduardo Cardoso ajudava dona Dilma nas questões colocadas onde ela deveria responder por opinião própria. Hoje, o portal publicou que depois da acusação acabou a cola
História de Brasília
O fato de ser do PSD ou de ser de Goiás não implica na importância do partido ou do Estado. São valiosos, mas dentro dos seus quadros, dentro de suas funções. Uma coisa é PSD, outra coisa é Goiás, e outra coisa muito diferente é Brasília.(Publicado em 13/09/1961)
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Desde que foi iniciado o processo de impeachment da presidente Dilma, o país inteiro entrou numa espécie de compasso de espera. Para uma nação envolta na maior recessão de toda a sua história, aguardar de forma passiva o desfecho do julgamento da presidente só tem feito piorar a situação econômica de todos, adiando decisões importantes e quem sabe, perdendo o time e a oportunidade de serem adotadas corretivas adequadas.
Enquanto o relógio permanece girando, os índices econômicos negativos, alojados hoje no que os economistas já identificam como depressão, o chicote do desemprego, segue batendo forte no lombo dos brasileiros. Somente em julho cerca de 9,5 mil vagas simplesmente evaporaram. No ano todo, segundo o Cadastro geral de Empregados e Desempregados (Caged), já são mais de 623 mil empregos que desapareceram. A reversão total desse quadro geral de desempregados, que já ultrapassam os 11 milhões de brasileiros, consumirá alguns anos de intenso esforço. Mesmo nos redutos tradicionais e berço do petismo, o desemprego nas indústrias automobilísticas é altíssimo.
Enquanto a economia patinar numa taxa de crescimento perto de 1%, os especialistas asseguram que será impossível a geração de postos de trabalho. Em dois anos, o Produto Interno Bruto recuou mais de 7%, sendo praticamente impossível retomar o caminho de volta antes de pelo menos cinco anos. Para o Partido dos Trabalhadores ser apeado do poder pelo o que é chamado de conjunto da obra, em que se destaca justamente a destruição de milhões de postos de empregos, soa quase como veredito derradeiro para a legenda e pode enterrar por muito tempo também as pretensões políticas do grupo.
Nesse sentido, as presenças tanto da presidente afastada Dilma Rousseff, quanto do ex-presidente Lula no plenário do Senado, amanhã, poderá conferir às etapas finais do julgamento de impeachment um teor histórico dos mais preciosos. Transmitido ao vivo para todo o país e para o mundo, nesse julgamento, quem efetivamente estará sentado no banco dos réus será precisamente aquele que pediu abertamente aos eleitores de todo o país que votassem em sua candidata como se fosse nele próprio. Nas voltas que o mundo deu, o prestidigitador se vê agora com as cordas de sua própria marionete presas em volta de seu pescoço.
A frase que foi pronunciada
“Quem quer pegar uma galinha não fala Xô!”
Senador Telmário Mota, explicando o PT
Dados
Entre 2012 e 2015, jovens de 13 a 15 anos passaram a buscar profissionais de saúde 14% com maior frequência. Em parceria com o IBGE, os ministérios da Saúde e da Educação atestaram um indicador impressionante. Entre os estudantes do 9º ano do ensino fundamental, 55,3% buscaram um profissional da saúde no ano passado.
Indefinição
Por falar em números, a Câmara de Comércio Americano (Amcham) divulgou uma enquete, em que ouviu 155 diretores financeiros sobre o atual momento econômico brasileiro, ajuste fiscal e perspectivas. Para 48% dos diretores e dos gestores financeiros, a votação do impeachment está atrasando investimentos e decisões estratégicas empresariais.
Importante
Enquanto dona Dilma visita o Senado amanhã, vão participar da audiência pública sobre o novo regime fiscal e o teto de gastos global da União, na Câmara dos Deputados: Arionaldo Bonfim Rosendo, subsecretário de Planejamento e Orçamento do Ministério da Saúde, representando o ministro Ricardo Barros; Mauro Guimarães Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde; Alessio Costa Lima, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação; e Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal. Anexo II plenário 13.
Noite agradável
Bela a coleção de artes do advogado Pedro Gordilho. Ele recebeu amigos para a assinatura do catálogo das peças expostas em sua residência. A equipe da coluna Visto, lido e ouvido agradece as belas palavras na dedicatória.
Portal
A OAB aproveita o mês do advogado para preparar um site mais amigável, interativo, educativo e transparente. O mote permanece: “Advogado valorizado e cidadão respeitado.”
História de Brasília
A informação extraoficial que se tem é a de que a Prefeitura será “dada ao PSD de Goiás”. Prefeitura não se dá, Brasília não se concede. Escolha-se um técnico da equipe que a construiu, e seja este, o prefeito.(Publicado em 13/9/1961)
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Não é de hoje que brasileiros de todas as idades e gêneros em viagem para o exterior enfrentam os rigores kafquianos das autoridades de imigração, principalmente quando o destino é para os Estados Unidos, o Canadá e a Europa. Vistos pela ótica burocrática dos departamentos que cuidam da entrada de estrangeiros, todos os cidadãos da América Latina, assim como aqueles vindos das nações do chamado Terceiro Mundo, são imediatamente identificados como imigrantes potenciais que estariam dispostos a tudo para entrar e permanecer indefinidamente em seus territórios.
Separar, nessas grandes levas de pessoas, aquelas que realmente anseiam permanecer naqueles países, mesmo sob a condição de imigrantes ilegais, daquelas que apenas querem viajar e conhecer novas terras e novas culturas, não é tarefa das mais simples. Por via das dúvidas, as autoridades americanas e europeias, diante dos constantes atentados terroristas e da grande movimentação atual de refugiados, passaram a tratar como suspeitos todo e qualquer viajante, principalmente os oriundos do Hemisfério Sul.
Diante dos novos desafios de segurança mundial que se impõe, o simples ato de viajar a turismo para fora do país passou a requerer muita disposição e coragem para enfrentar a peneira fina feita pela imigração externa. Ainda assim, e talvez por esses motivos, têm havido repetidos e lamentáveis excessos. Em um mundo em permanente estado de alerta, os viajantes com bons propósitos e com a documentação em ordem acabam sendo duramente penalizados e, não raro, ficam traumatizados com a experiência vivida lá fora. Esse é justamente o caso atual da estudante brasileira de 16 anos, barrada pela imigração no aeroporto de Detroit, nos Estados Unidos, e que há 15 dias se encontra presa e incomunicável num presídio para imigrantes na cidade de Chicago.
As autoridades americanas não dão mais detalhes por motivo de segurança. O Itamaraty, sempre a reboque das notícias e distantes das agruras sofridas pelos brasileiros no estrangeiro, se limitou a reconhecer que desconhece os motivos da detenção da jovem pelos americanos. Os pais da brasileira vivem momentos de aflição e asseguram que jamais vão pôr os pés novamente naquele país. A aflição deles é também de muitos brasileiros maltratados como seres inferiores nos guichês de imigração desses aeroportos. O que mais surpreende é que esse tratamento primitivo parte justamente dos países desenvolvidos que se vangloriam e apregoam as delícias de seu alto estágio civilizatório. Para um país, como os EUA, que já alcançou a lua, falta ainda muito chão a percorrer até reconhecer a arrogância e enxergar as consequências que ela traz para o mundo.
A frase que não foi pronunciada
“Até Ravel era usado em tortura. O que é constantemente repetido enlouquece qualquer um!”
Alguém irritado saindo do plenário do Senado
Querido por todos
Comentário geral sobre o senador Paulo Paim. A melhor defesa até agora a favor da dona Dilma Rousseff. No entanto, o PT nunca confiou um cargo importante para ele, que na sua grandeza parece não se importar com isso.
Problema
Continua o problema entre a Volkswagen e o Grupo Prevent. A produção no Brasil está parada por falta de peças.
Ação
Se a situação estava grave, agora vai piorar. Convênio entre GDF e UnB rompido causa greve dos estudantes de medicina. Eles querem continuar os atendimentos nos hospitais da região leste: Paranoá, São Sebastião e Itapuã.
Distrital
Câmara Legislativa recebe representações contra distritais citados na CPI da saúde. Agora cabe ao Ministério Público e Polícia Civil a firmeza que a população anseia. Enquanto os eleitores não aprendem a votar o papel do Ministério Público e Polícia Civil dobra de responsabilidade.
História de Brasília
Está de pé, o caso da Prefeitura de Brasília. O regime parlamentarista está sendo desvirtuado, porque estão fazendo leilão de cargos. O que ocorre com Brasília é simplesmente lamentável. (Publicado em 13/9/1961)
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Não se iludam. A indústria da invasão de terras públicas que tantos transtornos vem trazendo para o ordenamento urbano do DF é filha primogênita da emancipação política introduzida na capital. Os outros descendentes diretos desse arranjo maledetto são os escândalos de corrupção contínuos, a divisão da cidade em currais eleitorais, a sangria do dinheiro público para sustentar um esqueleto burocrático artificial e inoperante, além dos conflitos violentos e generalizados opondo pessoas de diferentes legendas, inclusive com a ocorrência de crimes e ameaças contra a vida.
Para uma cidade, planejada com esmero visionário, a introdução das mesmas mazelas administrativas que sempre assolaram o restante do país significou um recuo no tempo, não pelo processo político representativo em si, necessário, mas, sobretudo, pela qualidade pessoal dos agentes envolvidos.
Democracia com qualidade só é possível com representantes de qualidade. Usada como moeda de troca, no toma lá dá cá da aritmética malandra, as terras e os espaços públicos da capital foram sendo loteados entre as legendas, enquanto se buscava, por meio da feitura de leis marotas, aplainar os caminhos para a regularização veloz desses espaços.
A partir de 1990, num espaço de poucos anos, a cidade começou a experimentar um inchaço populacional, com gente de todos os cantos se transferindo para capital, por conta das notícias de que por aqui bastava assegurar o voto em determinado candidato para garantir um lote nos inúmeros condomínios que se formaram da noite para o dia. Como consequência, os brasilienses passaram a conviver com o aumento assustador da violência urbana, colapso no fornecimento de água e luz, hospitais agonizando e escolas públicas superlotadas. Paralisações e greves políticas frequentes, além da costumeira malversação dos recursos públicos e da corrupção disseminada na máquina administrativa.
Enquanto uma reforma política séria e profunda não for posta em prática, continuaremos tendo que optar entre a paz dos cemitérios, própria das ditaduras, e o alvoroço vivo da representatividade, embora feito por gente que não enxerga além do próprio umbigo.
A frase que foi pronunciada
“Se para tirar a carteira de motorista fiquei tão nervosa, imagine o que sente a Dilma Rousseff hoje, quando vão lhe tirar o governo!”
Ju Borges, de Brasília
Voto de volta
Impressionado com a arrogância do PT, o senador José Medeiros discursou sobre a falta de humildade do partido. Até agora ninguém do partido foi capaz de fazer o mea-culpa batendo a mão no peito para pedir perdão aos eleitores que acreditaram nas propostas de mudança para um país melhor, disse o senador. Como bem falou Alexandre Garcia, só o recall dos votos resolveria essa questão.
Mais escândalo
Na bola da vez está o BNDES. Os R$ 400 milhões que foram para o grupo São Fernando, do empresário José Carlos Bumlai, são apenas parte do que vem pela frente, num comboio de investigações. Além das irregularidades, o tráfico de influência nos empréstimos pesa contra o banco nacional.
Na capital
Deputado federal Alex Manente é um ferrenho defensor da acessibilidade por todo o país, principalmente para incrementar o turismo aos que usam cadeira de rodas ou tenham mobilidade reduzida. Só um passeio no comércio das entrequadras e W3 mostrará como estamos longe desse sonho.
Que moral
Quem for pego roubando será punido severamente. Essa é a regra número um do Comando Vermelho. Cartazes explicativos foram espalhados por uma favela do Rio. “Se matar inocente vai pagar com a própria vida.” Pelo comentário dos moradores, a ação deu bons resultados.
Nova hora
Flexibilizada por medida provisória, a Hora do Brasil pode ser transmitida entre as 19h e as 22h. A questão ainda não é definitiva.
História de Brasília
E o relator da matéria foi, precisamente, o sr. Cândido Mota Filho, a quem cabia manter uma medida moralizadora do governo que não foi tanto, não dando aos Jóqueis Clubes a força que eles demonstraram ter. Infelizmente tal não aconteceu. (Publicado em 13/9/1961)
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Circe Cunha com MAMFIL
Ou a população de Brasília se une para promover uma reforma verdadeira e profunda no funcionamento da Câmara Legislativa e em todo o quadro político-eleitoral da capital, ou continuará a assistir, de camarote, à sucessão contínua de escândalos de corrupção, com sérios prejuízos não só para a cidade como um todo, mas também para cada um dos moradores, principalmente para os pagadores de impostos que são obrigados para bancar essa farra sem fim.
Fosse feita uma pesquisa de opinião pública com os brasilienses mais esclarecidos e que se interessam pela vida da cidade, possivelmente essa Câmara Legislativa seria banida para sempre do horizonte candango — o que essa coluna sempre defendeu. O afastamento inédito de toda a cúpula do Legislativo local joga os brasilienses de volta aos lastimáveis episódios deflagrados com a Operação Caixa de Pandora de 2009, em que o então governador, José Roberto Arruda, foi parar atrás das grades.
Temos, assim, por nossa falta de comprometimento, três recordes nacionais vergonhosos: o primeiro senador cassado, o primeiro governador preso e a primeira Mesa Diretora de um Legislativo afastada por decisão da Justiça. Tudo isso num curto espaço de tempo. Vigilância eterna é o preço que o eleitorado da capital tem que pagar para desfrutar dos benefícios da democracia. A história da implantação de uma câmara de representantes e de eleições gerais em plena capital federal mostra o poder de pressão dos lobbies sobre a feitura das leis, inclusive até sobre a Constituição.
Contrariando pareceres de doutos juristas, a emancipação política da capital foi feita para atender nichos específicos de pessoas que anteviram nesse processo chances de ganhos econômicos extraordinários. Por diversas vezes, neste mesmo espaço, a população foi alertada para os riscos de se repetirem na capital os mesmos vícios políticos encontrados em outras partes do Brasil. O que os brasilienses começam a perceber agora é que o divórcio entre a classe política e a população é um fenômeno nacional, e Brasília não foge à regra.
Não cabe ao jornalismo fazer as vezes de juiz, condenando ou absolvendo quem quer que seja. Mas estamos cientes de que cabe única e exclusivamente ao povo decidir sobre o que quer que o presente faça pelo futuro e que modelo de democracia deseja para si e para os seus. Pelo que se tem visto até aqui, a sabedoria popular ainda não encontrou solução para o impasse flagrante.
Como é possível que representantes eleitos pela sociedade continuem a trabalhar contra essa mesma sociedade, contrariando seus anseios, escarnecendo não só da Justiça, mas dos próprios eleitores? Quo usque tandem abutere, Camara patientia nostra?
A frase que não foi pronunciada
“Eu estou cheio de ver morcego pousando de segurança de banco de sangue!”
Certo eleitor candango
São Paulo
Magnus é o nome do cachorro que surpreendeu a criançada da AACD. Cientificamente provada, a presença do cão traz alegria suficiente para anestesiar a dor da hospitalização. Felipe Consentini é o veterinário de Magnus. A docilidade e a sociabilidade do animal foram fundamentais na seleção.
Esclarecimento
Sobre a eleição da UnB, a professora dra. Márcia Abrahão esclarece à coluna que a candidatura ao lado do professor Enrique Huelva é exclusivamente acadêmica, “expressa em nosso programa e em nossas exitosas carreiras, que o convido a conhecer. Como gestores de uma das principais universidades do país, caso sejamos eleitos para dirigir a UnB pelos próximos 4 anos, não vamos nos omitir em contribuir com questões importantes para a academia e para o país”.
Lição de vida
Corre pela internet bela imagem com o seguinte dizer: Saem os campeões das Olimpíadas, entram os heróis das Paralimpíadas. Na SporTV, vale acompanhar a série Eu me movo, um documentário que começa às 18h30 sobre a trajetória de vida e a rotina de treinamento de 10 atletas paralímpicos, reconhecidos internacionalmente. Verônica Hipólito, Dirceu Pinto, Fernando Fernandes e tantos outros.
Entrada franca
Por falar em cães, no Minas Hall, de amanhã até domingo, acontecerá o Dog Weekend. Trata-se de uma superfeira com todas as novidades do setor de produtos e serviços para cães, exposição de raças e habilidades.
Preservação
Bate forte o coração ao ver caminhões cercando a mina d’agua, onde será ampliado o acesso norte, entre a Ponte do Bragueto e a L4. Se for preservada, poderia ter uma placa com o nome do ministro Armando Leite Rollemberg.
História de Brasília
Toda ausência é atrevida. Foi só o sr. Jânio Quadros sair do governo, e o Supremo julgou logo o mandado de segurança fazendo voltar as corridas de cavalo nos dias de trabalho normal. (Publicado em 13/9/1961)
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Vertente criminosa da política
Ninguém poderia imaginar que o século 21, recém-inaugurado, traria consigo tanta turbulência, contrariando aqueles que acreditam que a evolução da espécie humana é uma questão de tempo. Ao que se assiste agora, por todo o mundo, é ao recrudescimento da violência e da barbárie em seus aspectos mais primitivos.
Enquanto os países desenvolvidos se veem envoltos com a questão dramática do terrorismo e com a chegada inesperada de grandes levas de imigrantes famintos; no Brasil, ainda nos vemos presos a problemas do século passado, causados não só pelo subdesenvolvimento persistente, mas, sobretudo, pela sobrevida de um estilo político herdado dos tempos dos currais eleitorais e dos coronéis.
Com a proximidade das eleições municipais, metrópoles distantes e distintas, como Rio de Janeiro e Fortaleza, são obrigadas a recorrer à proteção da Força Nacional de Segurança para que os pleitos ocorram de forma pacífica. Atualmente, sem a presença efetiva dessa Força Armada, simplesmente não há garantias de que as eleições sejam tranquilas. Em Fortaleza, a questão da segurança vem pautando praticamente todos os discursos de campanha de todos os partidos indistintamente.
Em Natal, a questão da violência urbana também está presente nos palanques. Não bastasse a ocorrência dessas sérias questões, crescem as suspeitas de que o crime organizado, por ordem de suas lideranças, muitas de dentro de presídios de segurança máxima, tem se articulado para lançar e bancar candidatos comprometidos com o mundo do crime.
Para os brasileiros, estão postos agora todos os ingredientes para um retorno aos tempos do gangsterismo que assolou a cidade americana de Chicago nos anos 1920. A corrupção sistêmica na política, a volta dos cassinos, o financiamento de candidaturas pelo crime organizado, são alguns dos elementos presentes que ameaçam não apenas nossa democracia, mas tornam ainda mais cinzento o futuro de milhões de brasileiros. É esse ovo da serpente que é posto agora diante de nós e que, por nossa omissão, pode vir à luz.
A frase que foi pronunciada
“O dinheiro não modifica o homem, apenas o desmascara.”
Henry Ford
Alvo
Destaque para os brasileiros nas Olimpíadas foi o almirante Paulo Zuccaro, diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa. Sem campanhas ou estardalhaços sobre o desenvolvimento de atletas militares, a população brasileira desconhecia o feito das Forças Armadas em relação ao esporte. O almirante Zuccaro disse, em entrevista, que países desenvolvidos têm esporte desenvolvido.
Simples assim
Pensem no que aconteceria se as multas do Detran fossem transformadas em horas de pena alternativa. Os motoristas seriam obrigados a prestar serviços em escolas públicas ou hospitais. Não haveria mais a sanha arrecadatória, e o resultado da aplicação das multas seria visível e serviria ao bem comum.
Ouro da casa
Que satisfação ver que Diego Badra enfim entrega-se à culinária. Chef de mão cheia, educado e sensível, ele reflete as qualidades que tem nos pratos que faz. Amanhã, na Oficina Gourmet do Taguatinga Shopping, Diego desvendará os segredos do alfajor, pavlova e torta de limão. Contem no relógio o curto tempo que esse rapaz levará para ser referência na cidade.
Renascer
www.amputadosvencedores.com.br é o site de Flávio Lúcio Peralta. Depois de ser eletrocutado por uma descarga de 13.800 volts, ele precisou se adaptar à vida sem as mãos. Agradecemos a oportunidade de ler um depoimento tão marcante. Funcionários que trabalham em constante perigo ganhariam muito com esse depoimento.
Erramos
Estância Quintas da Alvorada, que enfrenta a Agefiz, nada tem a ver com Quintas da Alvorada, condomínio próximo.
História de Brasília
A posse do ministro da Viação foi a esperança de modificações nos Correios e Telégrafos. Agora, com engenheiro jovem, inteligente, o ministério poderá produzir muito mais. Um voto de esperança e confiança para o cel. Virgílio Távora. Vença a burocracia, coronel, senão ela lhe sufocará. (Publicado em 13/9/1961)
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Fim do cerrado. Rios, milho, soja e feijão por areia
Com a transferência da capital para o interior do Brasil, a Região Centro-Oeste, secularmente esquecida, passou a experimentar um protagonismo até então inusitado. A proximidade com Brasília favoreceu e estimulou o desenvolvimento da região. Novas rodovias foram abertas, estradas de ferro foram inauguradas, fábricas instalaram-se no interior. Com o desenvolvimento gerado pelas novas condições geopolíticas do país, veio o progresso e, atrás dele, também o avanço inevitável da poeira.
Ao pretender se transformar no celeiro do Brasil e do mundo, o Centro-Oeste em pouco tempo mudou. O cerrado, anteriormente abundante em toda região, foi sendo substituído pela agricultura semeada em grandes latifúndios mecanizados. Com o advento das espécies transgênicas, as monoculturas do milho e da soja foram expandidas até os limites das cidades. As novas e extensas culturas tomaram conta da vegetação nativa do cerrado, posta abaixo indiscriminadamente, mesmo às margens dos rios.
O cerrado é um bioma que ocupa um quarto do território brasileiro. Embora não possua rios caudalosos, é nessa região que estão concentradas as nascentes de oito das maiores bacias hidrográficas do Brasil. No cerrado, estão os principais aquíferos do país: Bambuí, Urucuia e Uarani. Biólogos e outros pesquisadores são unânimes em reconhecer que a retirada da vegetação natural aliada a um desmatamento criminoso e sem precedentes, estão comprometendo irremediavelmente a manutenção dos níveis de água de grande parte do país.
Se a preservação da natureza é difícil e custosa, além de enfrentar o poderoso lobby dos grandes produtores, imaginem como será, então, para todos, um processo de desertificação perene de grande parte do Brasil. Em algumas regiões, já é possível verificar o desaparecimento de várias nascentes. Sem dúvidas, os prejuízos advindos de uma atividade e de um manejo da terra sem as cautelas necessárias serão infinitamente maiores do que os ganhos que uma minoria de latifundiários terão a curto prazo.
Os alertas sobre a importância de preservar a vegetação nativa do cerrado vêm ocorrendo há algum tempo sem a merecida atenção por parte das autoridades. Segundo alguns cientistas, o processo é irreversível. Para as gerações futuras, se nada for feito, os rios, o milho, a soja e o feijão serão caso encerrado.
A frase que foi pronunciada
“A beleza é uma carta de recomendação a curto prazo.”
Ninon de Lenclos, filósofa e cortesã francesa e considerada símbolo da força e da independência feminina.
Itinerante
Ativo em Brasília na solução de lides, o TJDFT está sempre presente. Nesta semana cinco regiões administrativas vão receber o Juizado Itinerante, uma forma muito bem-vinda pelos cidadãos devido à facilidade do acesso à Justiça.
Conciliação
Por falar em lide, o juiz Flávio Rostirola suspendeu a derrubada das casas no condomínio Quintas da Alvorada, mas a questão não está decidida. Ele enaltece a conciliação no caso e o amplo direito de defesa dos moradores.
Alternativa
Jaques Grinberg, coach de vendas, palestrante, consultor e sócio em quatro empresas, atesta que onde há crise econômica, tem crédito cada vez mais exigente. Existe também busca dos consumidores por bens que sejam adquiridos sem o pagamento de juros. Esse é o ambiente favorável para a aquisição de bens por consórcio.
Plástica prática
A Escola Parque é uma instituição educacional que desde as raízes da cidade era o ambiente para o desenvolvimento de artes, música e teatro, três ferramentas valiosas para a paz social, para o desenvolvimento cognitivo e afetivo. A artista plástica Regina Pessoa, em um resgate histórico, estará presente na Escola Parque para um bate-papo com a criançada. A aula prática de artes plásticas termina no Museu da República, na exposição que ficará aberta ao público até o dia 28.
História de Brasília
Em Brasília, tem sido a cabeça do Iate Clube, e o próprio clube é um atestado de boa administração. (Publicado em 13/9/1961)
DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha com MAMFIL
Quando a língua se move mais rápido do que o cérebro, o que se tem é o atropelo da razão. É o que parece ter ocorrido com o ministro do Supremo Gilmar Mendes ao declarar, no plenário daquela Corte, que a Lei da Ficha Limpa foi feita por bêbados. Ao emitir tamanho disparate, do alto de sua torre de marfim, Mendes não só demonstrou seu desdém acerca do pioneirismo e alcance dessa lei, considerada por muitos juristas de renome como um marco revolucionário para a moralização do processo político brasileiro, como deixou escapar um certo desprezo por iniciativas oriundas e de cunho popular.
Da mesma forma, como o juiz interpretou a lei de iniciativa popular, a população interpreta o ministro como que, de forma alguma, esteja a favor de políticos malandros. Mas qual é o problema da lei? As fases recursais? O princípio da inocência? Mas a mesma Carta Magna, que prevê as obrigações do Estado para com o povo, não contempla efetivamente essa obrigação cumprida. Então, para fazer tudo certo, quem já foi julgado e condenado não pode representar eleitores e quem assumir cargo público terá que cumprir a Constituição.
A presunção de inocência pode favorecer larápios que não passaram por todo o processo de recursos exageradamente dados pela Justiça brasileira. Uma sentença condenatória dada por juiz de 1º ou 2º grau pode ser perfeitamente transformada em instâncias maiores da Justiça. E a Constituição cumprida dará aos cidadãos e contribuintes o que lhes é de direito.
Resta saber a quem serve uma Constituição que tem várias interpretações. Aliás, o último entendimento agora, dado pelo douto magistrado, encontrou nas, filigranas da lei, uma brecha larga por onde se evadirão milhares de prefeitos e outros administradores públicos ladinos com contas e contabilidades a acertar com a Justiça.
Por um lado, a decisão estabelecerá uma ampla anistia aos políticos apanhados com a mão na botija. Por outro, o novo entendimento entregou para as câmaras municipais o poder de dar o veredito final. Dessa forma, aqueles prefeitos que malversaram os recursos da população e que tiverem maioria política nas assembleias, estarão automaticamente inocentados de qualquer irregularidade e seguirão elegíveis ad eternum.
A interpretação poderá ainda fazer com que um prefeito recém-empossados consigam, através das Câmaras, que seus antecessores e inimigos políticos venham a ter suas contas rejeitadas. Em suma, foi firmado o verdadeiro samba do ariano doido em que os mais espertos seguirão inatingíveis pela lei. Mesmo naqueles casos em que as assembleias não venham a se reunir para deliberar sobre as contas, os maus prefeitos podem seguir livres para voltar a delinquir. Somente neste ano de eleições, 4.849 políticos que tentarão concorrer poderão ter seus registros de candidatura impugnados de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
Ao empurrar os tribunais de contas para escanteio, restringindo sua atuação a um mero assessoramento, a nova interpretação escancarou as portas dos cofres municipais à sanha dos espertalhões de sempre, beneficiando minoria desonesta e deixando à própria sorte o eleitor.
Tudo o que a população quer é conhecer os antecedentes de quem vai representá-la. Alguém que tivesse responsabilidade e medo da Justiça ao administrar o suado salário da classe média. Alguém que esteja em dia com a Justiça Eleitoral, que esteja há mais de um ano no mesmo partido, que não se esconda, como um ladrão covarde, atrás do abominável foro privilegiado para se livrar de crimes. Alguém que não seja apenas um alfabetizado funcional, que tenha educação, inclusive, para valorizá-la efetivamente em nome da República. Alguém que seja severamente punido ao se despedir do governo, se ao final do mandato não apresentar os resultados reais lidos no discurso de posse.
A frase que foi pronunciada
“Nós mesmos somos o nosso pior inimigo. Nada pode destruir a humanidade, mas a própria humanidade.”
Pierre Teilhard de Chardin
Mei
Amil para tratamento dentário tem cobrado religiosamente todas as parcelas relativas ao Plano Dental, mas localizar um dentista credenciado é uma tarefa hercúlea. A reclamação é de um leitor jovem que paga as mensalidades com o dinheirinho suado de um trabalho como microempreendedor individual.
Release
O painel do sonegômetro que denuncia os valores astronômicos da sonegação fiscal no Brasil está exposto em Porto Alegre (RS), no Largo Glênio Peres, próximo ao Mercado Público. A iniciativa é do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). O painel revela que o deficit de R$ 170 bilhões, previsto pelo governo interino de Michel Temer para 2016 seria equacionado com folga se os bilhões de impostos sonegados no país desde o início do ano fossem recuperados.
Educação
Liberados pelo Ministério da Educação mais de R$ 277 milhões às instituições federais de ensino. Do total de recursos, as universidades federais receberam R$ 185 milhões, valor que inclui repasses para hospitais universitários. Já a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica recebeu R$ 90 milhões. Outros R$ 2 milhões foram encaminhados ao Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), ao Instituto Benjamin Constant (IBC) e à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Atualmente, tão importante quanto o aviso de liberação de rubricas, é a divulgação do Portal da Transparência;
História de Brasília
Assumiu a subchefia da Casa Civil o sr. Silvio Pedroza. Quase menino, foi governador do Rio Grande do Norte, fazendo um dos mais revolucionários governos daquela época. Alterou, para melhor, o sistema de ensino, distribuiu escolas por todos os municípios, modificou os métodos administrativos, e jogou seu Estado muitos anos na frente. (Publicado em 13/9/1961)l
DESDE 1960
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Grampos revelam a face oculta de autoridades brasileiras. Fossem gravadas e disponibilizadas para o público em geral as chamadas conversas ao pé do ouvido dos políticos desse país, a maioria de nossos representantes estaria no rumo certo para a cassação do mandato e para a condenação pela Justiça. O que as variadas gravações secretas dos políticos têm, reiteradamente, demonstrado ao longo do tempo é que, de fato, não conhecemos nem um pouco os nossos representantes nem suas ideias.
No caso das recentes gravações de conversas divulgadas entre a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão e a vice, Liliane Roriz, o que chama a atenção, logo de saída, é que os brasilienses de bem, que sempre se posicionaram contrários a emancipação política da capital, têm razões de sobra para essa luta.
O aparato burocrático de representação política, facilitado pela Constituição de 1988, e arrancado a fórceps da lei para a capital do país, vem, ao longo dos anos e a cada novo escândalo demonstrando não só a inutilidade e a ineficácia desse modelo, como os sérios prejuízos para o para o contribuinte, obrigado a bancar esse circo inútil e de péssima qualidade produtiva.
A cada novo episódio mal explicado, fica a certeza de que o atual modelo é danoso para a cidade e para a maioria da população. Visto por sua face crua, revelada pelos seguidos casos de grampos, fica constatado que grande parte dos deputados distritais não representa ninguém, além de si e de seus interesses inconfessáveis. A sanha pela obtenção de vantagens de toda ordem, mesmo flagrantemente ilícitas, aparece nas mais diversas legendas, variando apenas no quantitativo de acordo com o poder momentâneo de cada uma.
Também as constantes desavenças entre o Legislativo e o Executivo local, tão prejudiciais à população, obedecem e são movidas por motivos pouco republicanos, orientadas pelas disputas de poder pessoal. Nos diálogos, sempre captados à sorrelfa, ficam demonstrados, além do baixo nível e da mediocridade moral dos eleitos, que a formação de currais eleitorais aos moldes do século passado ainda são uma realidade presente e nefasta entre nós.
A frase que não foi pronunciada
“Ué, caixa 2 ainda existe? Pensei que a
versão 2016 tivesse sofrido um upgrade para Caixa 5”
Ministro recém-chegado no Brasil,
depois de 15 anos fora, horrorizado com as notícias.
Reclamação
» É certo que a Polícia Federal tem sido exemplar nas operações contra a corrupção, mas uma pena que para tirar passaporte não seja mais possível fazê-lo no Na Hora da Rodoviária do Plano Piloto, agora só Riacho Mall, no Riacho Fundo. E-mails protestando sobre a mudança podem ser feitas ao sr. Ney Ferreira de Souza, Ouvidor da PF. (ouvidoria@dpf.gov.br )
Falta sensibilidade
» Por falar em reclamar, o governo federal tem seu espaço no Reclame Aqui, o melhor portal para esse fim. Em 12 meses, foram 139 postagens. Pena que nenhum dos problemas foi resolvido.
Proibido cortar
» Luiz Carlos Pato é um dos lavadores de carro que trabalha perto do Senado. Ele plantou várias árvores do estacionamento do Prodasen. Cada uma que cortam lhe dói o coração. No toco da última vítima da serra elétrica está escrito: “Sinto muito”. Alguém registrou o sentimento de tristeza com a violência, no resto de seiva que chorava uma morte sem sentido.
Inteligência para o futuro
» Bancada pela Noruega, a Libéria recebeu investimentos para o combate à epidemia de ebola. Em contrapartida, seria proibido fazer qualquer desmatamento. Depois da proposta à nação africana, agora é lei na Noruega. Para cortar uma árvore, é preciso pedir autorização para o governo.
Parceria
» Aragarças, Baliza, Bom Jardim de Goiás e Piranhas são regiões de Goiás que terão as escolas e entidades beneficiadas por agricultores familiars que vão fornecer hortifrúti. Trata-se de uma parceria entre a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da Superintendência Regional de Goiás, com o contrato com a Cooperativa Mista de Agricultores e Agricultoras Familiares de Cooperjardim.
Educação
» A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, iniciativa da Fundação Itaú Social e do Ministério da Educação, em parceria com o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), é uma proposta que procura aperfeiçoar e atualizar sempre as técnicas de ensinar, em que o professor permanence em constante aprendizagem. Um bom planejamento em busca de resultados é estratégia que permite ao professor ensinar melhor, e ao aluno, aprender mais. A 5ª edição está em pleno processo de produçao literária.
Higiene
» Falta em nossas lanchonetes, confeitarias e padarias a tal pia para lavar panos de chão no térreo, para que estes não sejam lavados na mesma cuba das louças. Aliás, usar a vassoura faz economizar água, e evita a manipulação excessiva de funcionários com os panos de chão.
História de Brasília
A reclamação vem do pessoal da Imprensa Nacional. Até hoje não instalaram bebedouros no local de trabalho, e a cantina cobra preços absurdos, mesmo como está: instalada precariamente, sem higiene, sem conforto, e sem pagar luz, aluguel ou impostos. (Publicado em 13/9/1961)