Geap precisa de R$ 130 milhões até junho para não quebrar

Publicado em Economia

ANTONIO TEMÓTEO

 

A Geap Saúde está muito perto da falência, deixa claro o novo diretor executivo da empresa, Roberto Sérgio Fontenele Candido, em cerimônia de posse de gerentes da filial do Distrito Federal realizada nesta semana. Ele diz, em áudio ao qual o Blog teve acesso, que, caso não contabilize uma receita de R$ 130 milhões até o fim de junho, a empresa poderá ser liquidada pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

 

“Estou preocupado em realizar alguma coisa para tentar salvar a Geap. Qual é a situação? Estamos com direção fiscal e, se no dia 30 de junho, daqui a dois meses, não colocarmos R$ 130 milhões no caixa da Geap, ela entrará em direção técnica e, imediatamente, entrará em liquidação judicial pela ANS”, afirma. Ele garante que ninguém quer isso, nem o governo. Mas a situação é dramática. “Tem muita gente apostando que vamos encontrar uma solução. Eu já disse para alguns interlocutores: não faço milagres, não fabrico dinheiro”, frisa.

 

Fontenele, que assumiu a diretoria executiva em 29 de março,  não economiza nas palavras para descrever a situação atual da Geap Saúde. “É uma empresa que está pegando fogo. Não vamos mentir. Sou um cara transparente, vocês me conhecem. Nunca vi uma empresa com tantos problemas, mas não é culpa de vocês. É culpa de gestões anteriores”, enfatiza. Ele vai além: “Tenho 15 anos de mercado e nunca vi nada parecido com o que estou vendo na diretoria executiva. É uma pena”.

 

O executivo ressalta ainda que, se não houver uma solução rápida nos próximos 60 dias, todos da Geap Saúde perderão os empregos. “Não sobrará nenhum (emprego) porque não fizeram o que deveria ter sido feito. A Geap só gasta, gasta, gasta. Contrata, contrata, contrata”, diz. Ele acrescenta que a empresa está perdendo uma média de 5 mil clientes por mês. “Eu já conheci a Geap com 900 mil pessoas. Hoje, tem 450 mil associados que estão absolutamente à deriva. Dá vontade de parar e de chorar”, frisa.

 

Fontenele foi gerente do plano de saúde da Caixa Econômica Federal por 15 anos. Ele afirma que, para administrar planos de saúde é preciso seriedade, honestidade e respeito às pessoas que pagam as mensalidades para serem atendidas. “E tudo isso é o que não encontrei na diretoria executiva da Geap”, garante. O Blog procurou a Geap, mas ninguém foi encontrado para comentar as declarações de Fontenele.

 

Brasília, 12h15min