Deficit das contas públicas em 2018 será de R$ 129 bi

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O rombo fiscal nas contas públicas em 2018 será de até R$ 129 bilhões definiu o governo. Será um aumento de R$ 50 bilhões sobre os R$ 79 bilhões previstos anteriormente. Para 2019, em vez de ter as contas zeradas, o buraco será de R$ 65 bilhões. Somente em 2020, as contas deverão entrar no azul, com superavit de R$ 10 bilhões.

 

Esses números mostram que o governo não está conseguindo fazer o tão esperado ajuste fiscal. A situação das contas públicas é dramática, pois a recuperação da economia está mais lenta que o esperado, o que afeta demais a arrecadação.

 

Segundo o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, as novas metas fiscais são críveis e decorrem das dificuldades enfrentadas pela economia para sair da recessão. “Há um atraso na recuperação das receitas. As empresas estão acumulando créditos fiscais em decorrência dos prejuízos contabilizados nos últimos anos, por causa da recessão”, diz Dyogo.

 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, garante que a recuperação da economia está em andamento. Ele ressalta que, em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 0,5%, ainda travado pelos estragos provocados na economia pela gestão de Dilma Rousseff.

 

Para 2018, a aposta de de avanço de 2,5% do PIB, índice que deve se repetir em 2019. Já em 2020, a economia tende a crescer 2,6%. Não é muito, mas na avaliação do ministro da Fazenda, será um incremento constante. Nesse ritmo, porém, a redução do desemprego será mais lenta. Hoje, são 13,5 milhões de desocupados, um recorde.

 

Quanto à inflação, Meirelles assinala que as projeções, conservadoras, apontam para alta de 4,3% neste ano, e para 4,5%, o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2018, 2019 e 2020.

 

O governo acredita que, ao dar transparência às questões fiscais, os investidores reforçam a confiança na condução da política econômica. Para este ano, a meta fiscal está mantida em R$ 139 bilhões de deficit. Mas não será fácil para o governo entregá-la.

 

Brasília, 14h30min