PF começa a ouvir 45 suspeitos de fraudes nos concursos da Abin e da Anac

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  Cristiane Bonfanti – Do CorreioWeb   A Polícia Federal começou a ouvir nesta terça-feira (6/7) as 45 pessoas suspeitas de envolvimento em supostas fraudes nos concursos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), aberto em 2008, e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 2009. De acordo com a PF, a corporação pode levar dias para ouvir todos os depoimentos, que estão sendo prestados na Superintendência da PF em São Paulo e na Delegacia de Polícia Federal de Santos (SP).   A investigação é um desdobramento da Operação Tormenta, deflagrada no mês passado pela PF para desmontar uma quadrilha que fraudava concursos públicos há 16 anos (veja abaixo). Do total de 45 suspeitos que começaram a depor nesta terça-feira, 36 fizeram provas para a Anac, sendo que 11 tomaram posse – oito como analistas e três como técnicos. Os outros nove participaram do certame da Abin, dos quais um tomou posse do cargo de oficial de inteligência.  Todos esses candidatos deverão ser indiciados por estelionato e receptação.   Cespe/UnB se defende O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) é responsável pelos dois processos seletivos investigados na nova fase da Operação Tormenta. Por meio de nota, o Cespe/UnB informou que, assim como outras empresas organizadoras, “foi vítima da quadrilha”. “A Polícia Federal enfatizou que não há qualquer indício de participação de servidores das organizadoras”, afirmou Ricardo Carmona, diretor-geral do Cespe/UnB, por meio de nota.   O Cespe/UnB ressaltou ainda que investe continuamente em procedimentos de segurança. “Em todos os processos seletivos realizados pelo Centro, são adotadas medidas de segurança rigorosas desde a etapa de elaboração das provas até a entrega dos resultados”. Entre as tecnologias estão a impressão e empacotamento de provas em gráfica própria e sigilosa e o desenvolvimento de um software de embaralhamento de itens, que permite a confecção de diferentes tipos de provas.   Operação Tormenta No dia 16 de junho, a PF desencadeou a Operação Tormenta, que resultou na eliminação de seis aprovados no concurso para agente da própria corporação e na prisão de 12 integrantes de uma quadrilha. O grupo criminoso fraudava concursos públicos em todo o Brasil.   Além de acessar questões do concurso da PF, o grupo conseguiu as provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e do concurso da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994). A PF identificou pelo menos 53 candidatos que tiveram acesso à prova de Agente Federal e 26 à da OAB.   Mesmo após a descoberta do vazamento da prova da OAB, o grupo criminoso tentou, sem sucesso, fraudar os concursos da Caixa Econômica Federal, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Santa Casa de Santos e da Defensoria Pública da União (DPU).   Veja mais:   Polícia Federal caça 165 da máfia dos concursos   Operação Tormenta reabre discussão sobre concurso da Receita