Por uma gestação sem riscos

Publicado em saúde pet

Animais também precisam de acompanhamento durante a gestação. O que parece ser luxo é, na verdade, uma necessidade para garantir a saúde da mãe e dos filhotes antes, durante e após o parto, período que dura de 58 a 63 dias

Mel, divando na gestação. Crédito: arquivo pessoal
Mel, “divando” aos 45 dias de gestação: acompanhamento garantiu saúde da pug e dos filhote.  Crédito: arquivo pessoal

 

A gestação da pug Mel, 2 anos e meio, não foi planejada. Mas um descuido da família, que pensou que o cio já tinha acabado, resultou na gestação de cinco bebês. Até as duas últimas semanas, tudo correu bem. Mas, como ela já tinha sobrepeso, o quadro evoluiu para obesidade gestacional no fim da gravidez. Mel estava pesando 14kg. “Junto a isso, vem uma série de problemas, como a falta de ar”, conta a tutora da pug, Milena Gomes Borges. “Uma semana antes, a Mel já não aguentava mais. Passei noites e noites acordada abanando ela, pelo fato de ela ter fobia de ar condicionado e de não gostar de ventilador”, relata.

Os filhotes nasceram dois dias antes do previsto e chegaram de cesária, no dia do aniversário da pug. Todos lindos e saudáveis. “A minha dificuldade maior foi que a Mel não aceitou seus filhotes. Cuidei deles por 40 dias. Nos 15 primeiros, fiz cabana, comprei luz amarela (por esquentar mais), tentando simular o papel dela de Mãe. Ouvi da veterinária: ‘Você pode por 10 cobertores em cima deles, mas nada vai esquentar, tem ser a mãe deles pra aquecer o nariz.’ A primeira semana foi um medo danado de eles não resistirem. Mas deu tudo certo e hoje estão lindos”, comemora Milena.

Assim como humanas, as cadelinhas prenhe também precisam de cuidados na gestação. O acompanhamento da gravidez, do parto e do pós-parto vão garantir a saúde da mamãe e dos filhotes, mesmo quando há imprevistos, como foi no caso de Mel, que fez todo o pré-natal, com três ultrassonografias, além de hemograma completo antes e depois do parto.

“O exame mais precoce para detecção de prenhes é a ultrassonografia abdominal, que pode ser realizada a partir do 21º dia de gestação. Para avaliação da viabilidade fetal, recomenda-se repetição do exame em torno do 45º dia”, explica a a médica veterinária do Hospital Veterinário da Anhanguera de São Paulo, Ana Paula Lopes de Moraes Oliveira. “O exame ultrassonográfico, em qualquer fase gestacional, é útil para determinação da idade gestacional aproximada e, portanto, estimativa da data provável do parto. Essa determinação é feita por meio de medidas fetais e aparecimento de alguns órgãos, como os rins e alças intestinais”, ensina.

Planejamento da gestação
Segundo a médica veterinária da Anhanguera, a partir do terceiro cio a cadela, já estará apta a ficar prenha. “Não se recomenda cruzar cadelas com idade avançada, a partir de 6 anos ou que tenham qualquer alteração em glândula mamária”, recomenda.

Sintomas
Durante a gestação, as cadelas apresentam sintomas como aumento de volume abdominal, aumento das mamas e cansaço.

Cuidados
De acordo com Ana Paula, a cadela deve seguir com a rotina mais próxima do normal possível, para que não haja interferência no momento do parto e ela se sinta segura e confortável. “A alimentação deve ser substituída por uma ração para filhotes ou super premium, a vermifugação da cadela e dos filhotes tem indicação de ser feita, sob orientação do medico veterinário. Deve se evitar que ela suba em lugares altos, como em cima da cama ou de sofás. Além disso, não é necessário suplementação de cálcio”, orienta.

Exames adicionais
Para contagem do número de fetos, recomenda-se o exame radiográfico abdominal, que pode ser realizado a partir do 45º dia. “Mas a recomendação é que seja feito mais perto da data do parto (em torno do 55º dia) para melhor avaliação do tamanho fetal”, diz.

O exame ultrassonográfico próximo a data do parto, pode verificar a presença de órgãos que são formados em fase final de gestação, como os rins e o movimento de alças intestinais. “Além disso, o número de batimentos cardíacos do feto é um importante dado para reconhecer um possível sofrimento fetal e então indicar que os filhotes devem nascer dentro das próximas horas”, comenta.

Parto
“A cadela, em torno de 24 horas do momento do parto, irá expelir uma secreção esverdeada pela vulva e também terá redução de sua temperatura corpórea em até um grau. Irá procurar um local que ela julgue seguro para iniciar o trabalho de parto, o hábito de fazer ninho”, explica.

Para a médica veterinária, qualquer intervenção que deva ser realizada durante o parto, só pode ser feita por um médico veterinário. “Não é preciso tracionar o filhote e nem mexer na cadela enquanto ela está em trabalho de parto. Na maioria das vezes, a cadela não precisa de auxílio e é capaz de realizar tudo sozinha, porém em caso de necessidade de intervenção, recomenda-se solicitar acompanhamento de médico veterinário, ou então levá-la ao hospital veterinário”, orienta.

Pós-parto
Após o parto, a especialista recomenda ficar atento se todos os filhotes estão conseguindo mamar e se a cadela está se alimentando. “Evita-se mexer nos filhotes, e não se deve dar banho na cadela após o parto, evitando, assim, que os filhotes percam o reconhecimento materno”, finaliza.

 

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Bronca do leitor

Os animais de estimação fazem parte da família, e os empresários de todos os ramos, inclusive da gastronomia, não ignoram mais essa realidade. Em Brasília, pouco a pouco vão surgindo estabelecimentos pet friendly, destacados todas as semanas pelo blog. Para fazer a avaliação, o nosso blogueiro Bento vai aos locais e observamos como ele é tratado, e se há elementos como potes de água e petiscos para agradá-los.

Um dos estabelecimentos que adotou a postura pet friendly é o tradicional Belini Pães e Gastronomia, na 113 Sul. Contudo, um grupo de leitoras foi lá no domingo e se decepcionou. A nutricionista Liliana Martins Affonso de Mello foi ao restaurante com as amigas, todas elas com os cães. Ficaram na área reservada para os animais. “Acho que, por esse motivo (estar com cachorros), não nos atendiam, nem iam até a mesa perguntar o que queríamos! Um absurdo! Será que por que estávamos com nossos cães!? Considerei discriminação e descaso total. Tive que ir chamar as garçonetes por três vezes seguidas lá dentro do ambiente, pois estávamos na área externa”, relatou. “Além de ter que ir chamar, parecia que tínhamos que implorar para sermos atendidas, faltamos ajoelhar, parecia até um favor, e por esse motivo não queremos nunca mais ir nesse local!”, continuou.

O blog entrou em contato com a Belini, que enviou a seguinte resposta, assinada por Luiz Guilherme Carvalho, diretor-executivo do estabelecimento:

” Agradecemos à cliente Liliana Affonso e ao blog Mais Bichos pela oportunidade de manifestarmos nossas desculpas pelo dia infortúnio que tivemos no atendimento da nossa área externa. A Belini sempre buscou pioneirismo em suas ações de maneira genuína e temos um carinho pelos pets. Como membros da família precisam e devem estar inseridos dentro da sociedade, assim como qualquer cliente. Nosso espaço pet fica no jardim com uma área livre, o que permite deixá-los soltos ou presos em um aparato de aço inox, com uma vasilha de água à disposição. Ainda pretendemos desenvolver algumas opções a mais e estamos abertos às sugestões da comunidade pet friendly. Reforçamos a simpatia da cliente Liliana, que tão bem atendeu a ligação do responsável pela empresa, Luiz Guilherme Carvalho, e pela compreensão da situação. A casa já está organizando junto com a cliente, suas amigas e seus “filhos de 4 patas” uma nova visita para refazerem a experiência.”