Semifinal entre Barcelona e Bayern terá duelo entre iluminados: Andrés Iniesta e Mario Götze decidiram as últimas duas Copas do Mundo

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Iniesta, herói da Espanha na Copa 2010, e Götze, da Alemanha em 2014

No sábado rolou a luta do século no boxe. Arrisco dizer que, nesta quarta-feira, assistiremos ao primeiro round do Jogo do Século no ringue do Estádio Camp Nou, entre Barcelona e Bayern de Munique, pelas semifinais da Liga dos Campeões da Europa.   Não faltam candidatos a Manny Pacquiao e Floyd Mayweather do combate de 15h45 na Catalunha. Eu poderia falar do duelo entre Ter Stegen e Neuer, dois goleiros alemães titulares no confronto. Tem o duelo o possível encontro entre os irmãos Thiago Alcântara e Rafinha ou o mais óbvio de todos, o confronto entre Lionel Messi e Pep Guardiola. Há outros ingredientes, como Pep Guardiola e Luis Enrique. Os dois treinadores jogaram juntos no Barcelona. Seria bacana também falar de Messi, Luis Suárez e Neymar, o trio MSN, contra os tetracampeões mundiais Lahm, Schweinsteiger, Neuer, Boateng, Thomas Müller…   Para mim, os iluminados da semifinal — fique de olho neles — podem ser os dois jogadores que tiraram o zero do placar na prorrogação na decisão das últimas duas edições da Copa do Mundo. O Barcelona conta com o maestro Andrés Iniesta. Aquele que desequilibrou a final de 2010 na África do Sul na batalha contra a Holanda. Quando a decisão caminhava para os pênaltis no Estádio Soccer City, Iniesta chutou para o fundo das redes o complexo de vira-lata de um país que, até então, se orgulhava de ter uma das melhores ligas nacionais do mundo sem jamais ter sido campeã  mundial. Iniesta é o responsável pela mudança de status da Espanha. O trio MSN do Barcelona joga por música, mas atrás deles está o maestro Iniesta.   Ao contrário de Iniesta, Mario Götze não sabe se será titular no jogo de hoje. A mente privilegiada de Pep Guardiola é uma caixinha de surpresas. Mas, quem disse que o herói do tetracampeonato da Alemanha na Copa de 2014 está de mimimi por causa disso? Há 10 meses, no Maracanã, ele saiu do banco de reservas na prorrogação para dar um basta no teimoso 0 x 0 na final contra a Argentina. Antes de pisar no gramado da arena batizada com o  nome um xará dele — Mário Filho —Götze ouviu do treinador Joachim Löw. “Vai lá e mostra que você é melhor do que o Messi”. Ao menos naquela noite ele foi mesmo.   O gol do título da Alemanha foi uma pintura aguardada há 24 anos pela Alemanha unificada. Os germânicos sempre ouviram Franz Beckenbauer dizer que, unidas, as bandas oriental e ocidental seriam imbatíveis no futebol. A profecia demorou, mas se cumpriu naquele histórico 13 de julho de 2014.   Iniesta e Götze dificilmente serão os protagonistas do mata-m ata entre Barcelona e Bayern de Munique. Mas ambos provaram que são pé-quente. Basta uma bola cair limpinha na caneta de um deles para um combate equilibrado como o desta quarta-feira ser decidido por pontos. Não acredito em um nocaute logo no primeiro round, como foi em 2013, quando o time bávaro impôs 4 x 0 na Allianz Arena e 3 x 0 no Camp Nou. Muito menos creio na possibilidade de dois insistentes 0 x 0. Temos um jogo. E dois heróis de Copa do Mundo prontos para decidir.