Lusitanos Cristiano Ronaldo pode chegar a 700 gols nesta sexta. Jesus tem o melhor ataque do Brasileirão Cristiano Ronaldo pode chegar a 700 gols nesta sexta. Jesus tem o melhor ataque do Brasileirão

Do Flamengo de Jorge Jesus aos 699 gols de CR7: a obsessão de dois portugueses pela bola na rede

Publicado em Esporte

Uma das características encantadoras do Flamengo de Jorge Jesus é o vício pelo gol. O time rubro-negro vencia o Atlético-MG por 3 x 1 na noite desta quinta-feira, no Maracanã, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, e queria mais. Jogadores insaciáveis. Reflexo do treinador português de 65 anos.  A equipe carioca ostenta o melhor ataque da Série A com 51 gols.

É assim até quando o jogo termina em um frustrante 0 x 0. O Flamengo insistiu em balançar a rede até o último segundo no empate com o São Paulo. Totalmente na contramão da maioria dos times de terras tupiniquins, que até insistem, porém, em determinado momento do jogo, diminuem a intensidade, puxam o freio de mão e se conformam com a esterilidade do placar.

O lusitano Jorge Jesus ancorou a caravela dele no porto do Rio de Janeiro para fazer o país do futebol redescobrir a obsessão pela rede. Aquela do Brasil tricampeão mundial na Copa do Mundo de 1970. Aquela da Seleção de 1982. A mesma de uma máquina de fazer gols que atende pelo nome de Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro.

O compatriota de Jorge Jesus é, talvez, o melhor exemplo da obsessão pelo gol. O jogador eleito cinco vezes melhor do mundo tem apelido de CR7, mas tem tudo para virar CR700 nesta sexta-feira. Aos 34 anos, o gajo pode atingir a incrível marca de 700 gols na carreira. Basta balançar a rede uma vez no duelo com Luxemburgo pelas Eliminatórias da Eurocopa 2020.

O Flamengo de Jorge Jesus tem o melhor ataque do Brasileirão: 51

Cristiano Ronaldo pode alcançar nesta sexta-feira contra Luxemburgo a marca de 700 gols na carreira: tem 699

Cristiano Ronaldo tem 606 gols em 812 jogos por clubes — Sporting, Manchester United, Real Madrid e Juventus. Marcou outros 93 em 160 exibições com a camisa de Portugal. Dos 699 gols, 110 foram em cobranças de pênalti. O craque balançou a rede de 152 clubes e seleções diferentes ao longo da carreira sob a batuta de 13 treinadores distintos. Impressionante.

Houve um tempo em que essa obsessão pelo gol era coisa nossa. Marca do velho futebol brasileiro. Tínhamos treinadores viciados em gol. Um deles era Vanderlei Luxemburgo dos inesquecíveis Palmeiras de 1996 e do Cruzeiro de 2003, campeão com mais de 100 gols na primeira edição da era dos pontos corridos. Também contávamos com nossos “cristianos ronaldos”. Deixamos de fabricar atacantes obcecados pelo fundo do barbante como Reinaldo, Careca, Bebeto, Romário, Ronaldo. O país não tem um jogador artilheiro nas principais ligas do Velho Mundo faz tempo!

Jorge Jesus tenta despertar o “Cristiano Ronaldo” que há dentro de Gabriel Barbosa. O camisa 9 do Flamengo opera no modo Gabigol nesta temporada. É o artilheiro disparado do Brasileirão. O goleador do ano em terra brasilis. Está de volta à Seleção. O treinador português disse depois da vitória que não adianta deixar legado sem títulos. Aqui no Brasil, sim.

Independentemente do desfecho da temporada, o país do futebol deve gratidão aos Jorges — Jesus e Sampaoli — pela redescoberta da obsessão por colocar a bola no retângulo. E ao genial Cristiano Ronaldo pelo saudável vício de cumprir a essência do futebol: balançar a rede.

 

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