Bolsonaristas insistem em defender ideias sem o respaldo da ciência

Publicado em coluna Brasília-DF, coronavírus, Covid-19

Coluna Brasília/DF – Por Carlos Alexandre Souza

Desinformação continua a ameaçar o combate contra a pandemia

Eles voltaram. Em mais uma controvérsia sobre a pandemia — a vacinação infantil contra a covid-19 —, bolsonaristas de carteirinha insistem em defender ideias que não encontram respaldo na ciência. Se antes preconizavam cloroquina para combater os sintomas da doença, neste momento colocam em dúvida a eficácia da imunização em crianças. Afirmam, por exemplo, que as vacinas são de caráter “experimental”, portanto, não seriam recomendadas para o público infantil. Trata-se de um argumento absurdo, porque desautoriza o entendimento de instituições reconhecidas pela seriedade, como a agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) e sua correspondente Anvisa.

Integram essa frente negacionista deputados federais bolsonaristas e entidades que fizeram parte do “gabinete paralelo” que atuava nas sombras pelo Palácio do Planalto. O mais grave nesse movimento negacionista é que ele encontra respaldo no ministério da Saúde. A resistência à vacinação infantil é mais evidente quando se ouve o ministro Marcelo Queiroga, mas outros personagens atuam nos bastidores, como a capitã cloroquina Mayra Pinheiro, indiciada pela CPI da Covid pelos crimes de epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade.

Em uma etapa crucial no combate à pandemia, no momento em que os brasileiros voltam a se aglomerar e as crianças estão a poucas semanas da volta às aulas, a desinformação volta a minar o combate à covid. Em um país com mais de 600 mil mortes da doença — entre as quais 300 crianças — é preciso, mais uma vez, que a ciência prevaleça sobre o obscurantismo.

Opinião não é ciência

As perguntas que constam na consulta pública do Ministério da Saúde têm caráter claramente plebiscitário, com pouco ou nenhum rigor científico. Há, por exemplo, perguntas como “Você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde?”. Ora, as indagações referentes à vacinação infantil precisam ser respondidas por um corpo técnico. Trata-se de uma discussão entre especialistas, e não um debate sobre o melhor time de futebol ou a banda favorita.

O sol e a peneira

Sabe-se que a maioria esmagadora da classe médica, bem como as autoridades sanitárias, recomenda a vacinação infantil contra a covid. Trata-se de uma estratégia diversionista, a fim de confundir a população com questionamentos irrelevantes. Trata-se, em bom português, de uma tentativa de tapar o sol com a peneira.

Receita do atraso

A consulta pública do Ministério da Saúde pergunta, ainda, se a vacinação de crianças deve ser analisada “caso a caso”, “sendo importante a prescrição da vacina pelos pediatras ou médicos que acompanham as crianças”. A julgar as intenções da pasta comandada por Marcelo Queiroga, presume-se que os pais deveriam buscar prescrição médica para outras vacinas – contra tétano, poliomielite, sarampo, rubéola e outras enfermidades.

Queda de braço

Não é a primeira vez — nem será a última — que cientistas e burocratas promovem uma queda de braço em relação a políticas públicas de vacinação. É conhecido o atrito entre Albert Sabin e o Ministério da Saúde na ditadura militar. Ao final de muitas controvérsias, em 1980 instituiu-se o Dia Nacional da Vacinação.

História

O resultado foi imediato. Naquele ano, o Brasil registrou 1.290 casos de polio. Em 1981, o total de registros caiu para 122 ocorrências.

Reforço estendido

O Ministério da Justiça autorizou a prorrogação do emprego da Força Nacional de Segurança em apoio à Polícia Federal na Terra Indígena Nonoai, no Rio Grande do Sul. Os militares vão colaborar por mais 60 dias, de 25 de dezembro de 2021 a 22 de fevereiro de 2022. Em outro ato, também publicado nesta sexta-feira, a Justiça autoriza o emprego da Força Nacional de Segurança em apoio à PF na Terra Indígena Cana-Brava/Guajajara, no Maranhão. O apoio será dado por 30 dias, podendo ser prorrogado se houver solicitação.

Cooperação

A ação da Força Nacional reforça a política do Ministério da Justiça de reforçar a cooperação entre governo federal, estados e municípios no combate à criminalidade.

Giro pelo mundo

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fará um giro internacional em janeiro para tratar de energia, sustentabilidade e energia. Em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o ministro participa da 12ª Assembleia Ministerial da Agência Internacional de Energia Renováveis e de reuniões com autoridades governamentais dos setores de energia e infraestrutura. Em seguida, Albuquerque vai a Nova Délhi, na Índia, para fomentar parcerias em mobilidade sustentável.

Eduardo Leite pediu para Doria adiar a vacina em dia de mais de mil mortos por covid

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Como diz o ditado, “o diabo mora nos detalhes”. E, às vésperas da prévia do PSDB que escolherá o candidato do partido à Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, será confrontado com um dado no mínimo constrangedor para sua a campanha e seus apoiadores. O fato de ter telefonado ao governador de São Paulo, João Doria, em 15 de janeiro deste ano, para pedir que o paulista adiasse o início da vacinação contra covid. E o fez a pedido do general Eduardo Ramos, então ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro. Naquelas 24 horas, o país registrou 1.059 mortes e o país olhava __ e ainda olha __ para a perspectiva da vacinação como o prenúncio de dias melhores.

O telefonema foi admitido por Eduardo Leite em entrevista ao jornalista Igor Gielow, da Folha de S.Paulo. A resposta de Dória à época, publicada há pouco por Lauro Jardim, de O Globo, foi direta: “Lamento, Eduardo, que você tenha se prestado a atender um pedido dessa natureza do general Ramos. Diga a ele que vamos iniciar a vacinação, tão logo a Anvisa autorize a utilização da Coronavac. E que eu estou ao lado da vida e dos brasileiros”.

O que não se tinha ideia era do número de mortes por covid, àquela altura o equivalente à lotação de sete Boeings 737-700.  Não dava para esperar nem um minuto para começar a vacinação, ainda mais a pedido do próprio governo que deveria correr para vacinar as pessoas. O governo federal, porém, queria ter a primazia de ofertar a primeira vacina aos brasileiros. Hoje se sabe que, graças às vacinas, metade dos hospitais estaduais de São Paulo não tem mais pacientes da covid. No Distrito Federal, as internações pela doença não chegam a 25%. O ultimo levantamento aponta que na terça-feira foram registradas 140 mortes em todo o país.

Pazuello é o alvo da próxima semana

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Ao reservar um dia para ouvir apenas o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a cúpula da CPI da Covid deixa transparecer que é ali onde o G-7 colocará a fim de saber todos os bastidores sobre o uso da hidroxicloroquina, a não-assinatura do contrato com a Pfizer e as alegações dele sobre a tragédia da falta de oxigênio em Manaus. E é bom o ex-ministro Pazuello se preparar, porque, conforme avaliação dos senadores, ele poderá ser convocado novamente, caso os documentos que vão chegar de Manaus indiquem que o governo estadual e/ou municipal pediram ajuda e ficaram a ver navios.

Em tempo: Pazuello até aqui não pretende fazer qualquer declaração que prejudique o presidente Jair Bolsonaro ou qualquer outra autoridade palaciana. Aliás, a presença do general semana passada num evento em Manaus, foi vista como um sinal de que está tudo bem entre eles. Mas, sabe como é: Vale para os depoimentos em CPIs a mesma máxima que vale para esse tipo de comissão, ou seja, todo mundo sabe como começa, mas ninguém sabe como termina.

Imagens para a campanha
A equipe do presidente Jair Bolsonaro vai guardar todas as imagens da chegada de vacinas, para contrapor àquelas em que o capitão dizia que a vacina chinesa não seria comprada.

Guerra de narrativas
O governo acredita que essas imagens e o incansável exército de Bolsonaro nas redes sociais serão mais que suficientes para fazer valer a versão de que o governo sempre apostou nos imunizantes. Inclusive para o discurso governista na CPI.

Cimento a preço de banana?
Estudo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) aponta que, apesar do aumento dos preços das commodities, em especial, o petróleo, ter afetado o setor cimenteiro, o valor do produto por aqui ainda é um dos mais baixos do mundo, atrás dos Estados Unidos, Canadá, espanha e de vizinhos, como Argentina, Uruguai e Bolívia.

Nem tanto
O levantamento exclui os custos de transporte, que, no Brasil, são muito elevados, o que significa que a infraestrutura logística do país continua a pressionar preços, não só do cimento, mas de vários produtos. Presidente do Snic, Paulo Camillo Penna lembra que os custos dos insumos vêm sendo pressionados também pelo impacto do câmbio nos combustíveis, pelo aumento dos custos logísticos, de peças de reposição, refratários, papel e papelão.

CURTIDAS

Izalci no ataque/ Dos 50 requerimentos que apresentou à CPI da Covid, o líder do PSDB,Izalci Lucas (DF), saiu com o que mais desejava. Os pedidos de informações sobre a Operação Falso Negativo, que investigou aplicação e compra dos testes de detecção de covid no Distrito Federal. Há quem diga que é material que vai servir a futuros embates políticos.

Renan na defesa/ O relator da CPI, senador Renan Calheiros, inicialmente, foi contra esses pedidos e também a convocação de governadores e a criação de sub relatorias. Olhando para Izalci, Renan respondeu: “Quem tem algum problema com o seu governador, não é aqui que vai resolver”.

Alento/ A chegada das vacinas da Pfizer no dia em que o Brasil ultrapassou a terrível marca de 400 mil mortes foi um atenuante para o desgaste governamental. Não por acaso, foi uma comitiva para receber os imunizantes, inclusive o ministro das Comunicações, Fábio Faria, citado como um provável candidato a vice na chapa presidencial: “Em breve o país será um dos sete países produtores de vacinas contra covid”, disse ele, o primeiro dos ministros a se pronunciar durante a chegada das vacinas.

Ex-ministro nos bastidores/ A CPI não viverá só de ex-ministros da Saúde convocados a prestar depoimento. Nos bastidores, assessorando o PT, está o ex-ministro Arthur Chioro, que atuou ali no governo da presidente Dilma Rousseff, antes de a então presidente se ver obrigada a entregar o cargo para o MDB.

Deputado Schiavinato morre de covid-19 no Sírio-Libanês

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Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O deputado federal José Carlos Schiavinato (PP-PR) não resistiu às complicações decorrentes da covid-19. Ele estava internado desde 3 de março no hospital Sírio-Libanês, em Brasília, mesmo hospital onde sua esposa, Marlene de Fátima, faleceu em 12 de março, depois de lutar três anos contra um câncer. O perfil do deputado no Facebook trouxe há pouco a informação. “Esperávamos um milagre. ele não veio. Ou aconteceu de uma forma que agora não sabemos compreender. José Carlos Schiavinato acabou de falecer na noite desta terça-feira”, dizia o post.

Schiavinato, 66 anos, engenheiro civil, foi prefeito de Toledo (PR) por dois mandatos e deputado estadual por quatro anos e, em 2018, foi eleito deputado federal, com mais de 75 mil votos. Schiavinato é o terceiro deputado a falecer por complicações decorrentes da covid, outros dois foram Gil Viana (PSL-RJ) e Caio Nárcio (PSDB-MG).

A reunião do “vai ou racha” forma comitê com um ano de atraso

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

A reunião dos poderes constituídos tenta dar um “freio de arrumação” na gestão a pandemia no Brasil, sob a liderança do presidente da República, Jair Bolsonaro, que se juntou ao discurso “vida em primeiro lugar”. Os pronunciamentos, porém, mostram que ainda teremos dificuldades em chegar a uma uniformização do atendimento e dos protocolos. O presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, falou em “tratamento precoce”, algo controverso na medicina, enquanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, lembrou que preciso entender que em caso de “situações críticas, também se faz necessário o isolamento social”, sendo o único a abordar esse tema em seu discurso.

Ficou claro também que, quem tentará fazer a ponte entre a medicina e a política, de forma a tentar buscar um consenso maior no país será o Congresso Nacional. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, será o canal direto com os governadores, enquanto o da Câmara, Arthur Lira, fará uma reunião com os líderes para tratar dos projetos que podem ser aprovados para agilizar a entrega de equipamentos aos hospitais, para que se dê um basta nas mortes nas filas dois hospitais e por vias na UTIs.

Esse comitê, com governadores, Pacheco, Lira, sob a coordenação de Bolsonaro, começa já e terá reuniões periódicas. Se isso resultará em uma politica uniforme de tratamento da pandemia ainda não se sabe. Assim como as vacinas, esse comitê chega atrasado, num cenário de três ml mortes diárias. O maior consenso da reunião é a necessidade de agilizar a vacinação. Já é um avanço.

Major Olímpio trabalhava numa PEC para isenção de impostos sobre vacinas

Publicado em Covid-19, Política

Em fevereiro, antes de ser internado com Covid-19, o senador Major Olímpio (PSL-SP) havia pedido ao ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel que preparasse uma proposta de emenda constitucional para isenção de todos os tributos e contribuições incidentes sobre a produção. transporte, importação e aplicação de vacinas para uso humano. O texto ficou pronto rapidamente e Major Olímpio já estava coletando as assinaturas para que a PEC passasse a tramitar em regime de urgência. Havia conseguido 17 assinaturas, quando foi internado. Vitor, o assessor que cuidava do recolhimento das assinaturas para a tramitação da PEC, também ficou internado e teve alta nesta semana. Agora, seu gabinete pedirá aos senadores que dêem prioridade à proposta, e que seja declarada como “Lei Major Olímpio”

Major Olímpio decidiu abraçar essa causa da isenção de impostos sobre vacinas ao ler um artigo de Everardo sobre o tema. Então, telefonou para o ex-secretário e combinaram a elaboração do texto. Everardo, que já tomou a primeira dose da vacina e aguarda a segunda. já perdeu cinco ex-colaboradores da Receita, vítimas da covid-19.

Bolsonaro não quer ministro falando em “lockdown”

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

A reunião do presidente Jair Bolsonaro com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, inclusive com a participação do ministro das Comunicações, Fábio Faria, teve o sentido de afinar o discurso e preparar direitinho o que o ministro deve dizer em relação ao distanciamento social. A ideia é colocar o governo num único tom, nem uma oitava a mais, nem a menos. E, a contar pelo que o presidente disse hoje a seus apoiadores na porta do Alvorada e o que alguns aliados comentam nos bastidores, Bolsonaro não admite lockdown. Aos apoiadores, ele disse que essa medida foi usada no início da pandemia e não adiantou.

Diante dessa constatação, alguns avaliam que o ministro terá que fazer uma verdadeira ginástica para defender medidas restritivas em locais onde o sistema de saúde está no limite, ou seja, em 22 capitais. Por enquanto, Marcelo Queiroga fala em “distanciamento social inteligente” e em “seguir as recomendações da ciência, fortalecendo o atendimento hospitalar”. Pede ainda “paciência” e diz ter carta branca para atuar.

Em tempo: No governo, há quem diga que a comparação da fala de Queiroga com a de Nelson Teich, quando assumiu, é mera coincidência.

“Troca do ministro não resolve, o problema é diplomático e de comportamento”

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

Os políticos passam o Domingo numa troca imensa de telefonemas e análises sobre o quadro das manifestações e a substituição do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. E, num ponto, as avaliações coincidem: Troca-se o ministro da Saúde, mas pouco coisa deve mudar, se o substituto não tiver autonomia para adotar uma postura diferente da defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que não admite o distanciamento social nem mesmo no cenário de um índice de transmissão superior a 1,0 em várias capitais brasileiras e colapso nos sistemas de saúde. No Distrito Federal, por exemplo, esse índice está em 1,35. As vacinas, outro ponto nevrálgico, vêm a conta-gotas, também pela demora do Brasil a ingressar na corrida pela imunização, algo que depende ainda de atitudes firmes por parte da diplomacia brasileira, que tem falhado nesse papel, conforme avaliação do presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato. “Vamos para o quarto ministro, trocar não resolve, o problema é diplomático e de comportamento”, diz Pinato.

Enquanto presidente da Frente Parlamentar, Pinato conta que percebeu que, em outros países, são os presidentes, primeiros-ministros e os ministros de relações exteriores que estão na linha de frente das negociações para as vacinas. “No mundo está assim, mas a nossa diplomacia vai atrás de spray em Israel”, diz ele, ressaltando a necessidade de o presidente Jair Bolsonaro entrar nessa corrida ou orientar ou trocar o chanceler Ernesto Araújo. “Bolsonaro não levou a pandemia a sério e, sendo assim, trocar o ministro da Saúde nã resolve”, afirma.

Eduardo Pazuello tem vídeoconferência marcada nesta segunda-feira, 11h, com o embaixador da China, Yang Wanming, representantes da Sinopharm e da Blau Farmacêutica par tratar da importação e produção de Ifa __ insumo para fabricação de outra vacina chinesa no Brasil. O encontro está mantido. Em meio às noticias de que iria deixar o cargo, Pazuello disse, em nota à CNN, que continua no cargo até que Bolsonaro o substitua e desmentiu as especulações de esteja doente. A substituição, entretanto, está definida pelo governo, numa tentativa de resolver o problema que o presidente enfrenta, de pressão por novas ações, capazes de reduzir o número de mortes e evitar o colapso no sistema de saúde.

Pazuello até aqui seguiu tudo o que foi recomendado pelo presidente Jair Bolsonaro e chegou a ser desautorizado pelo presidente em outubro do ano passado, quando anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. Bolsonaro disse com todas as letras que não compraria o imunizante. Aos poucos, diante da pressão pelas vacinas, Bolsonaro foi mudando sua posição. Na semana passada, depois que Lula voltou ao palco principal da política, o presidente da República passou a usar máscara e seus filhos criaram o slogan “nossa arma é a vacina”. O deputado Eduardo Bolsonaro resgatou a imagem do personagem Zé Gotinha segurando uma seringa como se fosse uma arma, e a inscrição “nossa arma agora é a vacina”. A imagem não fez sucesso entre os médicos e criadores do personagem. A intenção do presidente e de seus filhos é tentar deixar essa fase negacionista para trás e tentar colocar o descontrole no colo do atual ministro.

Na bolsa de apostas para o lugar de Pazuello a cotação mais alta é a da cardiologista Ludhmilla Hajjar, ao ponto de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tuitar que ela terá seu “total apoio”. O partido de Arthur, porém, apostava mais nos deputados Dr. Luizinho (PP-RJ) ou Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do governo. O PSL, por sua parte, começou a fazer força pelo deputado Luiz Ovando (PSL-MS). Assim, Pazuello chega à fase mais aguda da pandemia no Brasil enfraquecido e, se sair mesmo, levará junto a pecha de que incompetente que não conseguiu tirar o país dessa situação de descontrole da pandemia. Os políticos, entretanto, não têm dúvidas: Cai mais um general para ajudar a preservar o capitão.

Mais um grupo cobra de Bolsonaro o plano de combate à crise sanitária

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Depois dos governadores, mais um segmento suprapartidário pede que o governo tenha uma ação de coordenação nacional mais efetiva no combate à pandemia de covid-19. A Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS) divulga hoje um manifesto assinado por 83 políticos com mandato, de 19 partidos, com cobranças ao presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à grave situação imposta pela pandemia do novo coronavírus aos brasileiros. A carta aberta traz ainda pedidos para políticas de inclusão e geração de empregos e aponta a necessidade de uma reformulação da política externa no que diz respeito ao desmatamento no país.

O grupo cobra um plano consistente por parte do governo federal para enfrentamento da crise sanitária. Entre os signatários do documento, destacam-se os senadores Randolfe Rodrigues (REDE), Leila Barros (PSB), Alessandro Vieira (CIDADANIA) e José Reguffe (PODEMOS), os deputados federais Tabata Amaral (PDT), Arnaldo Jardim (CIDADANIA), Adriana Ventura (NOVO), Carlos Chiodini (MDB), Eduardo Costa (PTB), Franco Catarfina (PP), Professora Dorinha (DEM), os prefeitos de capitais como Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira (PDT), e Recife (PE), João Campos (PSB), além de deputados estaduais e vereadores de todo o país.

Eis a íntegra:

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Hoje, 11 de março de 2021, vivemos um momento dramático da história do país. Mais de 270
mil brasileiros perderam suas vidas em decorrência do novo coronavírus. Familiares e amigos de
mais de 270 mil pessoas sofrem, enquanto o Brasil assiste ao colapso, não só da saúde, mas de
vários pilares que sustentam uma sociedade democrática e voltada ao desenvolvimento
socioeconômico e ambiental.
Em 26 de março de 2020, a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade — RAPS e mais de 80 de
seus membros de diferentes partidos políticos (entre senadores, deputados federais,
governador, deputados estaduais e distritais, prefeitos, vice–prefeitos e vereadores) vieram a
público alertar sobre o rápido e perigoso avanço da Covid-19 no Brasil.
Naquele momento, início da pandemia, o país contabilizava mais de 2,5 mil casos e 61 mortes
e, já naquela época, tínhamos grande preocupação com as vidas perdidas e com a previsão de
colapso do sistema de saúde.
Agora, vemos esse colapso se aproximar, com as redes de atendimento de saúde estaduais e
municipais no limite de suas capacidades. O país também registra mais de 14 milhões de
desempregados, sem que haja qualquer perspectiva de retomada econômica, em meio a uma
retração que supera 4% do PIB e a desvalorização de 32% da nossa moeda. Para piorar, quase a
metade dos adolescentes está fora da escola e o sistema de ensino corre o risco de um
retrocesso de quatro anos nos índices de aprendizagem, ao mesmo tempo que assistimos a um
aumento do custo de vida que empobrece ainda mais aqueles que menos têm.

Além disso, o desmatamento generalizado em maior ou menor grau nos seis biomas do país
pode agravar as incidências de doenças infecciosas entre humanos. Somente a Amazônia, a
maior floresta tropical do mundo, perdeu em 2020 mais de 11 mil quilômetros quadrados de
área para o desmatamento, como apontou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Diante desta crise, nós, membros da RAPS, ancorados nos valores da democracia e da
sustentabilidade, elencamos abaixo o que entendemos como prioridades para a agenda pública
nacional:
1. Reconhecer a gravidade do momento priorizando a vida da população;
2. Viabilizar uma renda, ainda que emergencial, para a população em situação de extrema
pobreza;
3. Promover fontes de financiamento para a sustentação de micro e pequenos negócios;
4. Promover a união dos entes federados no enfrentamento à pandemia;
5. Acelerar a vacinação universal no país, que tem se mostrado a única saída em todo o
mundo para o enfrentamento da pandemia, com redução de casos e mortes;
6. Apresentar um plano consistente para que o Brasil supere a crise sanitária e inicie uma
retomada econômica;
7. Reorientar a política externa, tendo como prioridade o combate ao desmatamento com
o objetivo de frear o desinvestimento externo.
Este documento tem por finalidade, além de alertar para a gravidade do momento, orientar
prioridades para a execução de políticas públicas dos entes federados.
Para nós, cada vida importa. Todas as vidas importam.
Assinam:
Adriana Ventura – Deputada Federal (NOVO/SP)
Alessandra Vieira – Deputada Estadual (PSDB/PE)

Alessandro Vieira – Senador (CIDADANIA/SE)
Alliny Sartori – Vereadora de Ibitinga (MDB/SP)
André Fraga – Vereador de Salvador (PV/BA)
André Lima – Vereador de Macapá (REDE/AP)
André Meirinho – Vereador de Balneário Camboriú (PP/SC)
André Vechi – Vereador de Brusque (DC/SC)
Antônio Bittencourt – Vereador de Aracajú (PCdoB/SE)
Arão Josino da Silva – Prefeito de Ascurra (PSD/SC)
Arnaldo Jardim – Deputado Federal (CIDADANIA/SP)
Axel Grael – Prefeito de Niterói (PDT/RJ)
Bruno Cunha – Vereador de Blumenau (PSB/SC)
Camila Toscano – Deputada Estadual (PSDB/PB)
Carlos Bezerra Jr – Vereador de São Paulo (PSDB-SP)
Carlos Chiodini – Deputado Federal (MDB/SC)
Cesar Brizolara – Vereador de Pelotas (PS/RS)
Chió – Deputado Estadual (REDE/PB)
Claudia Visoni – Codeputada Estadual (REDE/SP)
Cristiane Dantas – Deputada Estadual (SD/RN)
Cristina Monteiro – Vereadora de São Paulo (NOVO/SP)
Diego Guimarães – Vereador de Cuiabá (CIDADANIA/MT)
Dori Freitas – Vereador de Mairiporã (REDE/SP)
Duarte Jr. – Deputado Estadual (REPUBLICANOS/AM)
Edilson Tavares – Prefeito de Toritama (MDB/PE)
Eduardo Costa – Deputado Federal (PTB/PA)
Edvaldo Nogueira – Prefeito de Aracaju (PDT/SE)
Fábio Ostermann – Deputado Estadual (NOVO/RS)
Franciele Back – Vereadora de Gaspar (PSDB/SC)
Franco Cartafina – Deputado Federal (PP/MG)
Gabriel Souza – Deputado Estadual (MDB/RS)
Guti – Prefeito de Guarulhos (PSD/SP)

Guto Issa – Prefeito de São Roque (PODE/SP)
Igor Normando – Deputado Estadual (PODE/PA)
Janayna Gomes – Vereadora de Itapoá (PL/SC)
Joana D’arc – Deputada Estadual (PL/AM)
João Campos – Prefeito de Recife (PSB/PE)
João Marcelo – Prefeito de Nova Lima (CIDADANIA/MG)
João Vítor Xavier – Deputado Estadual (CIDADANIA/MG)
Jorge Amaro – Vereador de Mostardas (PP/RS)
José Pugliesi – Vereador de Guaíra (MDB/SP)
Junior Muniz – Deputado Estadual (PP/BA)
Kelps Lima – Deputado Estadual (SD/RN)
Leandre – Deputada Federal (PV/PR)
Leandro Grass – Deputado Distrital (REDE/DF)
Leandro Morais – Vereador de Pouso Alegre (CIDADANIA/MG)
Leila Barros – Senadora (PSB/DF)
Lins Robalo – Vereadora de São Borja (PT/RS)
Lucas Arruda – Vereador de Poços de Caldas (REDE/MG)
Lucas Gotardo – Vereador de Balneário Camboriú (PSB/SC)
Luiz Paulo – Prefeito de Curvelo (PP/MG)
Maiara Campos – Vereadora de Palmácia (MDB/CE)
Mara Gabrilli – Senadora (PSDB/SP)
Marcelo Silva – Vereador de Campinas (PSD/SP)
Marcelo Calero – Deputado Federal (CIDADANIA/RJ)
Marcos Papa – Vereador de Ribeirão Preto (REDE/SP)
Marina Helou – Deputada Estadual (REDE/SP)
Maryanne Mattos – Vereadora de Florianópolis (PL/SC)
Miguel Coelho – Prefeito de Petrolina (MDB/PE)
Moisés Barboza – Vereador de Porto Alegre (PSDB/RS)
Paula Mascarenhas – Prefeita de Pelotas (PSDB/RS)
Paulinha – Deputada Estadual (PDT/SC)

Paulo Litro – Deputado Estadual (PSDB/PR)
Péricles Régis – Vereador de Sorocaba (MDB/SP)
Professora Dorinha – Deputada Federal (DEM/TO)
Ralf Silva – Vereador de Iracemápolis (PL/SP)
Ramon Novaes – Vereador de Quixabeira (PT/BA)
Randolfe Rodrigues – Senador (REDE/AP)
Raquel Lyra – Prefeita de Caruaru (PSDB/PE)
Raul Henry – Deputado Federal (MDB/PE)
Reguffe – Senador (PODE/DF)
Rochelle Gutierrez – Vereadora de Uberaba (PP/MG)
Rodrigo Agostinho – Deputado Federal (PSB/SP)
Rodrigo Paixão – Vereador de Vinhedo (REDE/SP)
Rubens Jr. – Deputado Federal (PCdoB/MA)
Sabrina Garcez – Vereadora de Goiânia (PSD/GO)
Tabata Amaral – Deputada Federal (PDT/SP)
Tadeu Alencar – Deputado Federal (PSB/PE)
Thainara Faria – Vereadora de Araraquara (PT/SP)
Tiago Mitraud – Deputado Federal (NOVO/MG)
Tovar – Deputado Estadual (PSDB/PB)
Virmondes Cruvinel – Deputado Estadual (CIDADANIA/GO)
Washington Bortolossi – Vereador de Itatiba (CIDADANIA/SP)
Sobre a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade – RAPS: organização não governamental
que, desde 2012, tem a missão de contribuir para o aperfeiçoamento da democracia e do
processo político brasileiro. O compromisso da RAPS é apoiar líderes políticos, de diferentes
partidos e posições no espectro ideológico, para que compreendam e incorporem os princípios
da sustentabilidade em seus mandatos. A rede da organização soma mais de 670 pessoas, das
quais 141 estão no exercício de mandato eletivo – dois governadores, sete senadores, 32

deputados federais, 40 deputados estaduais, dois deputados distritais, 17 prefeitos e 41
vereadores.

Falta de aviões dificulta operações de emergência

Publicado em Covid-19, Governo Bolsonaro

Em fevereiro deste ano, a coluna Brasília DF trouxe com exclusividade a notícia de que o governo brasileiro demorou a fazer o resgate dos brasileiros em Wuhan, porque não tinha um avião de grande porte da Força Aérea disponível para a operação, nem Airbus, nem Boeing. A licitação de leasing está suspensa por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), que apura se houve irregularidades na operação. Enquanto a pendência não for resolvida, o país está sem uma aeronave destinada a resgate de brasileiros em situação de risco, como no caso do coronavírus. Num país deste tamanho, a situação é um fiasco aéreo.

Para quem não acompanhou, vale lembrar: Em 2019, a Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington (CABW) do Comando da Aeronáutica cancelou uma licitação de US$ 30 milhões, do Grupamento de Apoio Logístico do Comando da Aeronáutica (GAL), feita ainda no governo Michel Temer, para a compra de um Boeing, vencida pelo consórcio Cloud Aria. Depois, abriu outra licitação para leasing do mesmo tipo de aeronave. Resultado, a Aria foi ao TCU e pediu que se abrisse uma investigação, alegando ato antieconômico, porque o leasing estava mais caro do que a compra do avião em US$ 10 milhões. O processo ainda está em fase de análise.

A aeronave que teve a compra cancelada pelo governo sem maiores explicações fez falta lá atrás, conforme registrou a coluna. E faz falta agora para o transporte de pacientes em Manaus.