Dirceu: “Não há nada mais importante do que o terceiro governo Lula ser sucedido pelo quarto governo Lula”

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Primeiro ministro da Casa Civil no governo Lula 1, José Dirceu de Oliveira e Silva foi festejado por amigos numa festa para marcar sua chegada aos 78 anos __ um evento que sacramentou a sua volta à ribalta. Ele faz 78 anos no próximo sabado, a comemoração, porém foi antecipada para que os políticos pudessem comparecer. E ainda teve um preciso discurso político, sob protestos da filha Maria Antônia, de 13 anos, antes de partir o bolo, já perto da meia-noite. Uma fala rápida, menos de oito minutos, porém, recheada de recados ao PT e aos aliados, sobre o cenário político e econômico. “Não há nada mais importante do que o terceiro governo Lula ser sucedido pelo quarto governo do Lula. E depois, por um outro governo (de outra pessoa do PT)”, afirmou, fazendo questão de lembrar que o seu partido chegou ao governo sem maioria. “Não chegamos ao governo com maioria no Parlamento, não chegamos ao governo com maioria no país. Chegamos pelas circunstâncias históricas do bolsonarismo, que possibilitou a criação de uma frente ampla que levou à vitória do Lula”, disse ele, depois de discorrer sobre o cenário de desafios que o Brasil tem pela frente.

 

Dirceu considera que a volta de Lula é só o começo e que é preciso criar as condições para a retomada do processo de desenvolvimento, “interrompido pelos seis anos de Temer/Bolsonaro” (sim, ele inclui os dois anos do governo Michel Temer como parte do processo que estancou as mudanças). Na sua avaliação, o país ainda não alcançou a independência econômica. “Um país que não tem independência sobre sua política econômica, o que de certa forma é o nosso caso, como é que pode pensar num projeto de desenvolvimento nacional? Se vocês olharem bem o Brasil temos duas condições de soberania que poucos países do mundo têm: A soberania de alimentos e a climática energética.  Mas não temos a tecnológica. Se o Brasil não superar a questão da tecnologia, da educação, da industrialização do país, o Brasil vai ser sempre dependente. Sabemos que a nossa agricultura depende totalmente de importação, dos ships, dos fertilizantes”, afirmou, alertando que essas mudanças precisam ser rápidas, porque “daqui a dez anos, o mundo será tão outro mundo, que não temos mais 30, 40 anos para as mudanças, temos dez anos”.

 

Quando Dirceu subiu ao palco, ao lado da filha Maria Antônia e do filho Zeca Dirceu, deputado federal pelo PT do Paraná, a maioria dos ministros já havia ido embora. A festa, na casa do advogado Marcos Meira, no Lago Sul, chegou a formar uma fila na entrada, para cumprimentar o aniversariante. Por ali passaram mais de 500 pessoas, superando a previsão de 200 convidados. Entre os presentes, o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro de Indústria e Comércio, e outros sete ministros _ Alexandre Padilha (relações Institucionais), Fernando Haddad (Fazenda), José Múcio Monteiro (Defesa), Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos (ciência e Tecnologia), Márcio Macedo (Secretaria-geral da Presidência), Nísia Trindade (Saúde) e Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Vinícius de Carvalho (Controladoria Geral da União).  O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também compareceu, assim como vários secretários do Ministério da Fazenda, e o diretor do Banco Central Gabriel Galípolo, e uma gama de advogados, como Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

 

O jantar da festa, um costelão, com os acompanhamentos tradicionais de um churrasco, e ainda um salmão ao molho de maracujá, foi custeado por amigos. No convite, o aviso era para confirmação via email e para que cada um levasse o seu vinho. O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), pré-candidato a presidente da Câmara, levou a banda de rock, que passou a noite tocando os hits do rock nacional dos anos 80. Os outros dois pré-candidatos do momento, o líder do PSD, Antonio Britto, e o presidente do Republicanos, Marcus Pereira, também passaram por lá. De deputados, quase toda a bancada do PT, do PCdoB, líderes do governo, como os senadores como Jaques Wagner, Randolfe Rodrigues.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, chegou já passava das 23h. Ficou cerca de meia-hora. Saiu antes de Dirceu cortar o bolo, mas teve tempo de uma conversa ao pé do ouvido com Elmar Nascimento e o deputado Luís Tibé (Avante-MG). À mesa, com um grupo de jornalistas, Dirceu disse considerar que Lira está jogando certo ao adiar a disputa para a Presidência da Câmara e que isso só vai esquentar no final do ano. Nas rodas de conversa, alguns mencionavam o recente caso dos dividendos da Petrobras e a necessidade de o governo dar todo o suporte ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, algo, aliás, que Dirceu tem defendido junto ao PT.

A amigos, Dirceu não esconde a vontade de voltar a disputar um mandato eletivo, de deputado federal, mas isso ainda depende do desfecho dos processos no Supremo Tribunal Federal, que acredita poder resolver até meados de 2025 __ ano em que completam 20 anos de sua saída da Câmara, na crise do mensalão. Dirceu foi preso três vezes, ao longo do processo da Lava Jato e do mensalão. No caso do mensalão, já está livre. Faltam processos da Lava Jato, pendentes no STF. Ao contrário de Antonio Palocci, que partiu para a delação premiada, Dirceu sempre foi incisivo ao dizer que não tinha nada para delatar. Atualmente, não almeja cargos no governo e nem precisa. “Hoje, eu quero ajudar o Brasil e o presidente Lula”.  A contar pela presença de autoridades, políticos, economistas e advogados em sua festa, ele já conseguiu.

 

Segurança alimentar e reforma tributária: Consórcio Brasil Central tem encontro marcado em Brasília

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O Consórcio Brasil Central, que reúne os governadores do Centro-Oeste e alguns da Região Norte, tem encontro marcado em Brasília para discutir não só a segurança alimentar, como também a regulamentação da Reforma Tributária. Até aqui, três estados do bloco — Goiás, Tocantins, Rondônia e o Distrito Federal — aumentaram o ICMS depois da aprovação das novas regras. Só Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não subiram a alíquota do tributo. O Maranhão, que também faz parte desse grupo, elevou o valor do imposto antes da aprovação da reforma. A ideia é compilar sugestões do grupo para essa regulamentação.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, estará no encontro do consórcio. Vai discutir formas de combate à fome. Internamente, muitos reclamam que, nesses estados, a maioria fica para escanteio nos programas sociais porque têm farta produção agrícola.

E o MDB, hein?

Está difícil pacificar o MDB. O esperado encontro entre o ministro das Cidades, Jader Filho, e o ex-secretário executivo do Ministério Hildo Rocha não
havia ocorrido até o fim da tarde de ontem.

Hildo e Cappelli

Nesse ritmo, Hildo está no mesmo barco que o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Fez um bom trabalho e está cheio de convites para outros voos fora de Brasília.

O diferencial de Marta

Os petistas não escolheram Marta Suplicy à toa. A futura vice de Guilherme Boulos tem, pelo menos, 10% dos votos da capital que a acompanham para onde for. Nenhum outro potencial candidato a vice tem esse volume de eleitores que o segue. Esse percentual pode ser o que o deputado do PSol precisa garantir para vencer a eleição num segundo turno.

Flor do recesso

Esse estremecimento entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o comandante do PL, Valdemar Costa Neto, por causa dos elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá adiante. Pelo que se ouve nos bastidores, os bolsonaristas não querem prescindir do horário eleitoral e do financiamento do partido, que tem o cofre mais cheio do que qualquer outra legenda.

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Depois de desfilar com Michelle…/ O ex-senador e ex-deputado Chiquinho Escórcio era só alegria, ontem à tarde, quando a deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC) sugeriu levar a primeira-dama, Janja, para o “Chicobol” — o jogo de futebol dos parlamentares na casa dele.

… chega a vez do PT/ A casa de Chiquinho tem sido palco de grandes acordos da política por vários governos, desde a década de 1990. Antônia Lúcia, casada com Silas Câmara, fez campanha para Bolsonaro e Michelle.

Todos o procuram/ Do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aos ministros de Lula, todos foram se aconselhar com Chiquinho. Ou participaram do “Chicobol”.

Na Argentina sem Milei/ O deputado Carlos Zarattini (PT-SP, foto) aproveita esses dias em Mendonza, um dos pontos turísticos mais procurados da Argentina por quem aprecia bons vinhos. Ele conta que viu poucos pedintes nas ruas, mais precisamente no centro da cidade, onde a concentração de turistas é grande.

O tema que marcou 2023 e segue para 2024

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Em conversas internas, o governo fecha este ano com a certeza de que, paralelamente às questões econômicas, a segurança pública marcou este ano, em especial, no Rio de Janeiro, o cartão de visitas do Brasil, escolhido para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar o Ano Novo. Do 8 de janeiro até esta reta final, com a prisão do miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, o tema não deu sossego para os brasileiros. As informações internas do Poder Executivo indicam, inclusive, que o tema ultrapassou a saúde no quesito que mais preocupa a sociedade brasileira. Por isso, a ordem para as eleições municipais é dizer que tudo o que dependia da União foi feito. Se houver problemas, têm que ser cobrados dos governadores e prefeitos.

Veja bem: o fato de ser um problema importante para a população num país com escassez de recursos faz com que o presidente Lula não queira criar um ministério. Seria jogar o problema todo no colo do governo federal comandado pelo PT, sendo que o partido não tem hoje a maioria dos governos estaduais e nem das prefeituras. Assim, sem ministério e com os policiais militares respondendo aos governadores e as guardas municipais aos prefeitos, sempre haverá um jeito de jogar ou dividir o problema com as outras esferas de poder.

Nem vem…

Os congressistas ainda não conhecem as medidas econômicas que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentará esta semana, mas já fizeram chegar ao Palácio do Planalto que será muito difícil aprová-las. A avaliação é a de que os vetos da desoneração da folha de salários já estavam no cardápio e a Fazenda deveria ter adequado as despesas sabendo disso.

… que não tem

Os parlamentares avaliam que o governo já tem, pelo menos, R$ 15,5 bilhões em receitas que o relator do Orçamento deixou livre para o Poder Executivo gastar onde quiser, conforme mostrou a coluna. Na avaliação de alguns, esse dinheiro pode ser usado ali.

2026 em 2024

O presidente Lula quer aproveitar as eleições municipais para testar a capacidade do PT, de amarrar as alianças com vistas à sucessão presidencial. A ideia é atrair parte do União Brasil, o MDB e outras agremiações de centro para reduzir o poder de fogo da direita.

O foco agora são as empresas

Paralelamente à CPI da Braskem, os deputados terão a CPI da Âmbar, a empresa que vende energia da Venezuela para o Brasil e pertence à brasileira J&F. O deputado Ícaro de Valmir (PL-SE), que coletou as assinaturas para abrir a investigação, considera que o Brasil está pagando muito caro pelo MWh. Até 2019, quando o contrato foi suspenso pelo governo Bolsonaro, o valor era R$ 137. Agora, vai para algo entre R$ 900 e R$ 1.080. A ideia é usar a CPI para abrir essa conta.

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Um teste para Ricardo Capelli/ Ministro interino da Justiça neste período de férias de Flávio Dino, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli, tem seus momentos de glória com a prisão do miliciano Zinho às vésperas do Natal. Agora, vai aproveitar a virada do ano trabalhando. Ele segue como o nome preferido do PSB para se tornar titular do Ministério da Justiça.

Tem experiência/ No PSB, o que se diz é que Capelli já foi testado na área de segurança, ao se tornar interventor nessa seara no Distrito Federal, logo depois do 8 de janeiro, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) ficou afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal.

Eles que se preparem/ Os partidos com maior número de prefeitos, caso do PSD de Gilberto Kassab (foto), e do MDB de Baleia Rossi, serão os mais atacados nas eleições municipais. É que tanto o PL quanto o PT vão jogar para angariar espaço e será “inevitável”, nas palavras de dirigentes desses dois partidos, deixar de concorrer com integrantes das duas agremiações que lideram o ranking.

Que venha 2024/ Fim do plantão de Natal, é hora de ir ali descansar uma semaninha para a maratona eleitoral que se avizinha. Obrigada a todos pela parceria e paciência neste 2023. Feliz Ano Novo! Saúde e prosperidade.

Mandatos para ministro do STF: Lira é contra

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Crédito: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

 

Se depender da posição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP_AL), será zero a possibilidade de aprovação de uma emenda constitucional sobre fixação de mandatos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já avisou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que não pretende colocar essa proposta em votação no ano que vem. Aliados de Lira avisam que o grupo não pretende seguir por esse caminho, porque a tendência é um ministro com mandato virar lobista de algum setor. A Suprema Corte tem que ter tempo para julgar e dedicação exclusiva. Não usar o cargo como um trampolim.

Rodrigo Pacheco vem sendo pressionado a colocar esse tema em votação no ano que vem e já se mostrou favorável a inclusão de proposta de emenda constitucional sobre esse tema na pauta do Congresso. Porém, vai depender do clima no Senado. Embora haja uma tendência favorável , a posição contrária de Arthur Lira tem algum apelo entre os senadores e ninguém quer ser taxado de abrir espaço para que algus possam usar o STF como trampolim para outros cargos.

 

Jantar de Lula com ministros do STF marca pacificação entre Poderes

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Paralelamente aos temas que serão abordados, hoje, no seminário do Correio Braziliense sobre o futuro próximo do Brasil, haverá uma grande movimentação a partir de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de evitar que as rusgas deste ano desaguem em problemas graves mais à frente. A ordem é “baixar a bola e a poeira”, conforme comentavam muitos nos bastidores da posse de Paulo Gonet no cargo de procurador-geral da República. Essa tarefa de pacificação, aliás, começa com o jantar de hoje, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros, passará pelo ato de 8 de janeiro e, conforme apostam alguns juristas, será uma das principais atividades de Flávio Dino no STF, a partir de fevereiro.

Embora reze a lenda que “pato novo não mergulha fundo”, e Dino seja estreante no “clube” de ministros da Suprema Corte, ele foi escolhido por ser o único dos candidatos que pode chegar ao colegiado e falar de igual para igual com praticamente todos os outros 10, inclusive Alexandre de Moraes. A ideia é buscar a pacificação especialmente com o Senado, onde o estresse está maior.

Tensão entre Pacheco e Lira

O relator do Orçamento de 2024, Luiz Carlos Motta (PL-SP), está numa sinuca entre o valor do Fundo Eleitoral defendido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o que prega o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O tempo de decidir acabou.

O que eles querem

Lira quer a correção do fundo de 2024 com base nos valores pagos em 2022, o que elevaria para R$ 4,9 bilhões. Pacheco quer a correção seguindo a quantia da última eleição municipal, ou seja, 2020 — R$ 2,6 bilhões.

Problemas à frente

Muita gente vai defender um Fundo Eleitoral menor — especialmente os governadores — porque não deseja tirar dinheiro das emendas de bancada. Essa é a briga da reta final de 2023.

PL leva a melhor

A maior briga na Comissão Mista de Orçamento nos últimos dias foi pela relatoria do PLN (projeto de lei para suplementação de recursos orçamentários) que distribui R$ 784 milhões para vários ministérios. O deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) arrematou a relatoria e tem que apresentar seu parecer até amanhã, para dar tempo de votar esta semana na sessão do Congresso. Os aliados do governo queriam, mas a grande bancada do PL prevaleceu.

Raspa do tacho

Esse projeto é a última chance de os deputados e senadores conseguirem emplacar novas emendas no Orçamento de 2023. Ainda que seja para liberação em 2024, a correria está grande para apresentar acréscimos à proposta.

Moro que se cuide

A aposta de juristas é de que o parecer do Ministério Público Federal no Paraná, que pede o indiciamento do senador Sergio Moro (União Brasil-PR, foto) por abuso do poder econômico, não foi feito para ficar na gaveta. Tem gente certa de que o caso chegará ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Onde mora o perigo

Com uma postura firme e independente em toda a sua trajetória, o novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, causa uma certa apreensão, pelo menos em parte do meio político. Ele é tão rigoroso com o seu trabalho que se resolver denunciar algum político, o sujeito alvo da denúncia pode ter certeza de que dificilmente escapará de uma condenação.

Nem vem

Ministro que for à Granja do Torto, na quinta-feira, pensando em aproveitar a confraternização do alto escalão de governo para despachar com Lula, pode desistir. Ali será para agradecer por 2023.

Esquece

Quanto à reforma ministerial, Lula garantiu a alguns que só cuidará desse tema depois do ano-novo.

Derrubada dos vetos de Lula: governo avalia que, dos males, conseguiu o menor

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A penca de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrubada no Congresso passou por um início de acordo, no sentido de buscar a aprovação da Medida Provisória 1.185 — que trata da mudança da base de cálculo do Imposto de Renda para empresas que recebem benefícios de ICMS. A expectativa do Palácio do Planalto é garantir a aprovação dessa proposta, a fim de conseguir os R$ 35 bilhões. Aliás, no mesmo momento em que o plenário do Congresso analisava os vetos, a MP estava em votação na comissão especial, onde foi aprovada.

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A avaliação do governo é de que, dos males, o governo conseguiu o menor. A derrubada de boa parte dos vetos eram favas contadas. Em relação à MP 1.185, não havia qualquer garantia de que entraria em votação esta semana. A jogada, porém, mostra que o Poder Executivo não tem uma base forte no Congresso. Só consegue tocar seus projetos quando o Centrão se mobiliza, seja para auxiliá-lo ou para levar algo muito bom em troca.

E o Fávaro, hein?

O PT vai aproveitar o voto do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pela derrubada do veto do marco temporal das terras indígenas para ver se consegue catapultá-lo mais cedo do governo. Se não for agora, será em meados de janeiro, quando Lula deve promover uma reforma ministerial.

As frentes imperam

A derrubada dos vetos contou com a colaboração de todas as frentes parlamentares ligadas ao empreendedorismo, ao agro e à indústria nacional. O recado é claro: quando esses grupos se unem, não tem cargo ou emenda que dê jeito.

Visão deles

O empresariado anda meio desapontado com o governo. Em conversas reservadas, grandes investidores têm relatado que Lula não é mais o mesmo. Não os recebe para conversar, como era de praxe nos mandatos anteriores. Há quem diga, inclusive, que o presidente está isolado.

Quem avisa amigo é

Quem passou pela reunião do Conselhão percebeu que Lula não ficou sequer meia hora por ali. Se o governo quer a parceria, melhor definir um plano claro de desenvolvimento ouvindo a iniciativa privada e voltando a conversar, como nos velhos tempos.

Até aqui…

O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro da Indústria e Comércio, é visto por muitos como um craque bem-intencionado, mas, como não tem voz no PT, as conversas não resultam em ações concretas.

CURTIDAS

Pacheco tem preferência/ Se o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), quiser disputar o governo de Minas Gerais, terá a precedência sobre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (foto). Os dois jogam juntos e não vão brigar por causa disso.

Música no Fantástico/ Num curto espaço de tempo, Flávio Dino foi ministro da Justiça, senador e futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma cabeça distribuída nos três Poderes da República.

Xandão é pop/ O ministro Alexandre de Moraes, do STF, virou “celebridade” na festa de fim de ano dos funcionários da Corte. Crianças, adolescentes, parentes e até servidores do Judiciário se aglomeraram para tirar fotos com ele. O magistrado, sorridente, pegou os pequenos no colo e posou ao lado de quem lhe pediu um registro. A festa foi custeada pelo Supremo para quem trabalha no prédio e seus parentes.

*Colaborou Renato Souza

 

Com Dino no STF, governo Lula conquistará maioria de simpatizantes na Corte

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Com o senador Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal, o governo Lula conquistará maioria de simpatizantes na Corte. Nesse sentido, a aposta dos governistas é de que quanto mais o Congresso adquirir autonomia e controle sobre o Orçamento, mais o governo se voltará para o STF. É o que resta para tentar reaver algum poder sobre as verbas públicas. O governo entendeu que os vetos podem ser derrubados — e muitos serão assim que forem a voto. Decisão judicial, porém, cumpre-se. É ali que vale, conforme avaliam ministros do governo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entendeu, ainda esta semana, que até seus maiores aliados não estão dispostos a atender a todos os seus pedidos. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), por exemplo, não abriu mão da CPI da Braskem. Se nem Renan atende Lula quando o assunto é Alagoas, imagine os demais.

Lula vai vetar

O governo não vai engolir o cronograma para liberação de todas as emendas ao Orçamento no primeiro semestre de 2024. Se assim for feito, deputados do PT avisam que Lula vetará. E se o Congresso derrubar o veto, vai judicializar.

Corra que está acabando

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu ao governo que vai segurar a proposta de emenda constitucional que limita as decisões monocráticas de ministros do STF. O problema é que não conseguirá fazer isso por muito tempo.

Bronca

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez o que pôde para ajudar o governo. Recorreu até a um “apelo veemente” para que os colegas desmarcassem as confraternizações noturnas para permanecer no local de trabalho: “O Plenário é sagrado! Fiquem por aqui ou não vamos votar tudo”.

Mais uma vez/ Reeleito para presidir o Tribunal de Contas da União (TCU) por mais um ano, o ministro Bruno Dantas (foto) elenca os principais desafios: “Teremos que acompanhar de perto o cumprimento do arcabouço fiscal e o programa de infraestrutura do governo, tanto as obras públicas quanto a modelagem de concessões”, adianta.

Missão internacional/ Serviço não faltará para Dantas. Em julho, o TCU assume uma vaga no comitê que acompanha as contas das Nações Unidas, ao lado da França e da China.

Touchdown/ O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, conseguiu levar um jogo da NFL, a liga norte-americana de futebol americano, para São Paulo. O jogo será justamente no ano eleitoral, o que é visto como um alento para a campanha pela reeleição.

Cenário desafiador/ Nunes corre hoje o risco de ficar espremido na disputa municipal entre os bolsonaristas que apoiam Ricardo Salles (PL) e a esquerda de Guilherme Boulos (PSol). E ainda tem agora Tábata Amaral (PSB), em negociações com Luiz Datena.

Setor privado não quer sair do Mercosul

Publicado em Eleições na Argentina

 

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, pode se preparar para receber pressões do mercado e do setor privado que ele tanto defende. Quem está ganhando dinheiro vendendo seus produtos para o Brasil e apostando nas negociações do bloco não pensa em sair do Mercosul. A avaliação de empresários brasileiros que têm laços com os argentinos é a de que, diante das dificuldades da economia portenha, essa porta não pode ser fechada. Ou seja, Milei terá que manter as pontes da boa vizinhança com o Brasil e com o bloco econômico, para facilitar a navegação no mar revolto desse período de transição.

A próxima reunião do Mercosul, em 7 de dezembro no Brasil, será a despedida do atual presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que já confirmou presença. Não se sabe ainda se o governo eleito enviará um representante. Milei, no segundo turno, foi mais moderado em relação ao Mercosul. E nesses primeiros acordes pós-vitória evitou mencionar a política externa. Prometeu apenas que irá guindar a Argentina a potência mundial _ algo que, para os diplomatas, soou como algo descolado da realidade, dada a situação econômica do país.

Antes de colocar os dois pés na política externa e realizar o sonho de uma Argentina grande e poderosa, Milei terá que tratar da grave crise econômica, negociar com os credores e, principalmente, construir maioria no Parlamento. Para muitos argentinos, já está claro que a politica do presidente eleito exigirá sacrifícios da população, haja visto o discurso de que não há espaço para gradualismos, da necessidade de mudanças “dráticas” e da difícil tarefa de reconstrução. não será fácil. São tantos problemas que, antes de virar um global player ou se tornar uma grande potência, conforme prometeu, levará um longo período tentando arrumar a casa. E, para isso, melhor não comprar briga com o vizinho Brasil e nem com o Mercosul. Afinal, alertam os empresários, ninguém cresce em clima de guerra. Melhor adotar a política da boa vizinhança.

 

TCU é eleito por aclamação para o conselho de auditores da ONU

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O Tribunal de Contas da União (TCU) foi eleito nesta sexta-feira para integrar o conselho de auditores das Nações Unidas, o Board of Auditors, como é conhecido em inglês. Vai substituir o Chile, no conselho que hoje tem ainda a China e a França. São seis anos de mandato. O presidente do TCU, Bruno Dantas, comemorou: “Foi uma vitória maiúscula da diplomacia brasileira. Tanto a diplomacia política quanto a diplomacia técnica. O Ministério de Relações Exteriores deu uma contribuição enorme nas negociações com os embaixadores na ONU e o TCU fez um grande trabalho de convencimento junto às instituições superiores de controle de diversos países. Uma conjunção de esforços. É um reconhecimento internacional da seriedade e da qualidade do trabalho do TCU e da nossa diplomacia”, disse.

Bruno Dantas, presidente do TCU: Brasil foi eleito por aclamação — Benjamin Figueiredo/CB/D.A.Press

Esse cargo costuma ser muito disputado. Quando o Chile concorreu, há seis anos, Serra Leoa era candidata. E o Chile venceu por um placar de 97 a 91. Desta vez, os concorrentes foram se retirando. A Tanzânia, que competia com o Brasil, deixou a disputa na semana passada. Chegar a esta final por aclamação foi um trabalho de diplomacia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou carta a vários países, pedindo apoio. O Itamaraty também se mobilizou.

Supremo

O fato de o Brasil assumir o conselho de auditores da ONU não tira o presidente Bruno Dantas do páreo para o Supremo Tribunal Federal. Aliás, avaliam alguns senadores, fortalece, porque mostra capacidade de articulação internacional, inclusive. Porém, o favorito para a vaga de Rosa Weber no STF é o Advogado Geral da União, Jorge Messias. O ministro da Justiça, Flávio Dino, diante dos problemas na área de segurança — e de votos no Senado —, é considerado por muitos como alguém que já está fora. Lula fará a escolha para a vaga nos próximos dias.

TCU poderá abrir novos processos sobre 08 de janeiro

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Depois de receber o relatório da CPMI de 8 de janeiro, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, acenou com a possibilidade de abrir novos processos para apurar suspeitas de ilegalidades relativas aos atos antidemocráticos daquele Domingo. O relatório foi entregue pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da investigação e responsável pela redação do texto aprovado pela CPMI.

O Tribunal tem sete processos em andamento sobre temas correlatos à investigação, sendo quatro deles fruto de solicitações do Congresso Nacional e os demais decorrentes de representações do Ministério Público junto ao TCU.
“Vamos fazer a triagem da documentação e anexar os novos dados aos processos correspondentes. Também verificaremos, na lista de pendências da CPMI, se cabe a abertura de novos processos”, explicou Dantas.

Um dos processos mais avançados desses sete é o que busca identificar todos os envolvidos nas invasões dos prédios públicos naquele 8 de janeiro e responsabilizá-los pelos danos causados ao erário. O relator é o ministro vice-presidente do TCU, Vital do Rêgo.