Pânico nos ares

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Há algum tempo, um avião partiu de Londres. Destino: Washington. No meio do caminho, aconteceu. Mulher de 60 anos começou a provocar desordens a bordo. Exibiu um pote de creme hidratante e uma caixa de fósforos. Os passageiros tremeram de pavor. Pensaram que a idosa explodiria a aeronave. As duas condições estavam lá. Uma: a companhia aérea era americana. A outra: fazia rota visada pelos terroristas.

O pânico se generalizou. Resultado: o piloto mudou o rumo e pousou em Boston. A senhora parou atrás das grades. Na prisão, a descoberta. A criatura sofre de claustrofobia. Não agüenta lugares fechados. Andar de elevador é sinônimo de martírio. De avião? Nem se fala. É tortura.

Além do medo e do estresse, o episódio provocou transtornos. Um deles: atrasou o vôo. Outro: obrigou a tripulação a examinar as bagagens. Dezenas de malas se espalharam no asfalto e exibiram o conteúdo. Nada comprometedor. Ufa! Mas existe o outro lado da moeda. O desespero da sexagenária trouxe uma palavra às manchetes. Trata-se de claustrofobia. Com ela, a história da amedrontadora Fobos. Conhece?  

Fobos, o terror

Fobos nasceu na mitologia grega. É filha de Marte, o deus da guerra. Que figura! A moça não usava calcinha nem sutiã. Cobria o corpo com uma pele de leão. A tarefa da criatura era assustar os combatentes nos campos de batalha. Quando eles viam a mulher- leão, pensavam que fosse fantasma. Fugiam apavorados. Marte vencia sempre.

O tempo passou. Hoje Fobos não assusta nem passarinho. Mas deixou uma senhora herança. É a palavra fobia. A greguinha quer dizer medo. Não medinho vira-lata. Mas um medo grannnnnnnnnnnde, incontrolável. A pseudoterrorista sofria de claustrobia. É medão de lugares fechados.  

Fobias pra dar e vender

Acredite. O mundo está cheinho de fobias. Há pânicos pra todos os gostos. O cachorro com raiva tem pavoooooooooooooooor à água. Sofre de hidrofobia. É hidrófobo. A pessoa que tem pavor de estrangeiro sofre de xenofobia. É xenófoba. A criatura que morre de medo do inferno padece de hadefobia. É hadéfoba.

Desgraça pouca é bobagem. Em geral, o hadéfobo acumula tragédias. É também hedonófobo. Acredita que o bom e gostoso é pecado. Com hedonofobia, foge do prazer. Mais: no mundo existem os heliofóbicos. Acometidos de heliofobia, odeiam a luz do sol. Que dizer dos hemafóbicos ou hemofóbicos? Com hemofobia, fogem do sangue como o diabo da cruz. Volta e meia a gente ouve falar em homofobia. Os homófobos detestam homossexuais. Xô, intolerantes!  

Olha a letra

Não se esqueça. Uma letra faz a diferença. O avião pousa. A manequim posa. Nós também posamos.