A coruja e a águia — a beleza de cada um

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Era uma vez…

Dona Coruja e dona Águia viviam brigando. Sabe por quê? Dona Águia devorava os filhotes de dona Coruja. Sem dó nem piedade. Um dia, cansadas, fizeram um trato:

– De hoje em diante, você não comerá mais os meus filhinhos, disse dona Coruja.

– Combinado. Mas como vou reconhecer as corujinhas? As aves são tão parecidas…

– Ora, os meus filhotes são os mais lindos da floresta. A penugem deles brilha. Os olhos faíscam. O corpo é cheio de graça. Eles são uma beleza só.

Um mês depois, dona Águia voava pela floresta. Morta de fome, encontrou três filhotes de aves. Eram feios, cinzentos e desengonçados. Devorou-os com prazer.

Quando dona Coruja voltou pra toca, não encontrou os bichinhos. Furiosa, foi acertar as contas com dona Coruja:

– Traidora. Você não cumpriu sua palavra. Devorou meus lindinhos!

– O quê? Aqueles monstros eram os seus filhotes? Sinto muito. Mas, de lindos, eles não tinham nada. Quem mandou exagerar?

*

A história da dona Coruja é a história de todas as mães. Elas acham os filhos lindos de morrer. Mais coruja que a mãe coruja? Só a vovó coruja.

*

Moral da história: A beleza depende de quem olha. Quem o feio ama bonito lhe parece.  

 

(Fábula publicada no suplemento infantil Super, que circula aos sábados no Correio Braziliense)