Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.

Com aumento, preço do botijão de gás pode chegar à R$ 90

Publicado em Consumidor

Começa a valer a partir de amanhã o reajuste médio de 9% no preço do botijão do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), usado nas residências como gás de cozinha. O índice médio foi calculado pela Associação Brasiliense das Empresas de Gás (Abrasgás). Algumas revendedoras informaram que vão repassar o aumento aos poucos, de acordo com a chegada dos novos estoques com os valores atualizados. A previsão é a de que até a primeira quinzena de setembro todas as lojas trabalhem com preços mais altos. Dessa forma, o consumidor poderá encontrar unidades custando até R$ 90.

O aumento ao consumidor final é reflexo da alta do preço do produto na cadeia produtiva. Durante o mês de agosto, as principais distribuidoras de gás no país – Ultragaz, Supergasbras, Nacional Gás, Copagás e Liquigás – enviaram comunicados para as revendedoras locais avisando do reajuste. A Supergasbrás, por exemplo, informou que o valor do botijão será incrementado em 8,84% a partir de 5 de setembro e alegou que a porcentagem acompanha a inflação. A Ultragaz vai praticar reajuste em 7,92% a partir de 4 de setembro. No informativo, a companhia alegou correção inflacionária e custos com transporte e com insumos. “Como é de amplo conhecimento, ao longo do último ano, vivenciamos no Brasil uma forte pressão inflacionária. Soma-se a este fato um cenário logístico e de suprimentos ainda mais desafiador em nosso segmento, que resultou em impactos adicionais relevantes em nossos custos operacionais”.

A diretora da Abrasgás, Cyntia Moura Santo, acredita que os botijões podem ficar até R$ 15 mais caros do que o pago pelos clientes atualmente, o que daria um aumento superior ao médio, de 9%. Ela explica que, como o mercado é livre, os revendedores podem aproveitar para repassar custos adicionais. Ela lembra ainda que a Petrobras pode fazer um reajuste a mais, como fez no ano passado. Por enquanto, só as distribuidoras comunicaram dos aumentos. “Em 2015, a Petrobras anunciou reajuste de 15% às 18h do dia 31 de agosto. Sendo que a alta passaria a valer a partir de 1º de setembro. Quando vimos, tínhamos um aumento de 24,9%”.

Questionada sobre o acréscimo no valor do gás residencial, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) informou, por meio de nota, que não regula nem fiscaliza preços. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) não quis comentar sobre o reajuste. A Ultragaz e a Liquigás disseram que não comentam preços. Supergasbras e Nacional Gás não responderam à reportagem até a sua publicação.

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.
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O repasse vai pesar no bolso do consumidor. No caso do Distrito Federal, além do reajuste, o consumidor precisa ficar atento ainda à região administrativa em que compra o botijão. As diferenças de preço chegam a 23%. No Lago Sul, por exemplo, uma unidade custa R$ 68. Em Ceilândia, o mesmo exemplar pode ser conseguido à R$ 55. No Setor Tradicional de Planaltina custa R$ 65, no Park Way, R$ 65.

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.
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A empresária Lurdes Mendonça, 65 anos, afirma que terá prejuízo. “Vendo caldos em frente a uma faculdade, chego a usar três botijões de gás por mês. Esse aumento já vai atingir diretamente os meus lucros”, relata. A vendedora foi pega de surpresa e relata que não irá aumentar o preço dos produtos. “Sei que se eu aumentar o preço, vou perder clientes”, conta.

Cláudia Fraga, 50 anos, é proprietária de uma distribuidora de gás no Cruzeiro e conta que o repasse deve impactar negativamente as vendas durante a primeira semana. “No começo os consumidores ficam pesquisando mais, mas como o aumento é geral, eles acabam voltando a comprar conosco e as vendas se normalizam”. Para entrega, o botijão de gás de 13kg aumentará de R$ 68 para R$ 72 na distribuidora. “Abrimos a loja em 1997, o reajuste acontece anualmente, sempre no mês de setembro. No ano passado foi maior, tivemos que passar de R$57 e R$68, então nesse ano o impacto será menor”, conta.