A humanidade não deu certo

Publicado em ÍNTEGRA

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Foto: Carolina Antunes/PR

 

Mais do que nunca, é preciso crer que para a atual secretária de cultura, Regina Duarte, a eterna namoradinha do Brasil, a morte do também ator Flávio Migliaccio deve ter calado fundo na sua alma, não apenas porque ambos dividiram o mesmo palco, atuando em algumas novelas de grande sucesso na televisão nessas últimas décadas, mas pelo fato de que hoje, quis o destino que cada um seguisse seu próprio caminho.

Para Migliaccio, a cortina de cena foi cerrada por um ato absoluto e brutal, daqueles capazes de colocar um ponto final no longo e tumultuoso trailer de nossas vidas. Daí por diante, resta apenas o silêncio do vazio. É preciso crer ainda que o silêncio oficial da atual executiva da equipe do governo Bolsonaro tenha sido, talvez, o melhor que se pode dizer num momento como esse. Talvez essa ausência de uma nota de lamento tenha sido provocada pelo choque da notícia, capaz de paralisar qualquer um. Ou talvez esse mutismo seja o que de mais verdadeiro possa existir na realidade do mundo atual em que estamos imersos até o pescoço.

Quem sabe até Regina e Flávio não se davam bem por detrás das câmeras. Vai saber. Talvez se gostassem sim. Na carta que endereçou a todos nós de forma direta, o ator que tinha entre suas maiores virtudes naturais o dom raríssimo do carisma e da empatia larga, característica fundamental a quem ganha a vida sobre o palco, chegou a triste conclusão de que a velhice nesse nosso país, como tudo de resto, é o caos.

Décadas atrás, a escritora Simone de Beauvoir já havia afirmado algo semelhante quando disse que a velhice é um naufrágio. Em meio a essa quarentena prolongada, em que as opções ficam entre as fronteiras do abismo ou na escolha entre falir ou falecer, Migliaccio deixa em sua carta derradeira sentença que assusta mais ainda. Quando escreveu, “ a humanidade não deu certo”. É difícil ter que engolir uma sentença como essa, ainda mais vinda de um indivíduo do alto de seus oitenta e cinco anos de experiência. De fato, dá para compreender o silêncio oficial da Secretária de Cultura.

Para aqueles que têm convivido com Regina, seu silêncio resulta de um medo que ela vem sentindo desde que assumiu esse novo personagem. Nessa sua nova interpretação, o medo de contrariar o chefe, de contradizer aqueles que a cercam é real. Muitos que a conhecem chegam a dizer que Regina está vivendo seu mais terrível e cáustico personagem, num dia a dia que vai lhe consumindo a alma pelas beiradas. Outros dizem até que ela já não sabe ao certo nem o que é e o que veio fazer nesse Planalto Central.

Aos poucos íntimos, ela tem confessado ter entrado numa fria, com o arrependimento de ter assumido algo que lhe parecia real e possível, mas que, de fato, é falso e sem remendo possível. Como disse seu antigo companheiro, em sua fala final e que ela podia muito bem usar para voltar à sua vida com a dignidade de sempre: “Me desculpem, mas não deu certo”, principalmente com “essa gente que acabei encontrando”.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Amar a humanidade é fácil. Difícil é amar os seres humanos.”

Kalman Shulman, autor russo, historiador e poeta.

Imagem que tem circulado na internet e nas redes sociais

 

Protesto

Mais uma vez, os contribuintes devem se preparar para as consequências da aprovação da PEC 10. No Art. 8º, há a permissão para que o Banco Central compre trilhões de papel podre da banca, transformando tudo em “Dívida Pública”. A denúncia é da auditoria cidadã.

Logo: auditoriacidada.org.br

 

Movimentos

Autoridades cobrem a boca ao cochichar no ouvido do outro porque já sabem que há os leitores labiais de prontidão. Geralmente eles têm alguma deficiência auditiva. Por isso, o uso das máscaras isolou essa fatia da população da possibilidade de compreender o que é dito. Nada que a criatividade não possa solucionar. Vejam que genial a solução para esse problema no link Ela criou máscaras para surdos e vai distribuí-las de graça.

Ashley Lawrence e sua mãe estão produzindo máscaras transparentes para que pessoas surdas possam se comunicar nos EUA

 

Aldir Blanc

Uma notícia atrás da outra, assuntos em repetição contínua e para quem sossega o pensamento para questionar, estudar, pesquisar, chega a conclusões diferentes. Aldir Blanc, ícone da música brasileira, morreu sem apoio de qualquer autoridade. Embaixador da música brasileira, pela arte, levou para o mundo a boa música, a poesia dos artistas de conteúdo. Estava debilitado, com pneumonia e problema nos rins. Segundo a própria filha, não morreu de Covid19.

–> “Oi, pessoal! Eu sou Isabel, filha de Aldir Blanc, ela está internado aqui no CER Leblon, na ala vermelha, e está precisando de uma vaga urgente na UTI. A gente veio para cá na sexta-feira com um quadro de infecção urinária e pneumonia leve, ele ontem (13), foi entubado porque esta pneumonia piorou. Segundo os médicos, ele não tem COVID (coronavírus) e a gente está precisando desta vaga urgente. Cada minuto que passa a situação dele se agrava se ele permanecer na sala vermelha e a gente está precisando desta vaga de UTI”, disse ela, em vídeo publicado na rede social.”

 

@FaelOficialBrasil

Campanha bandeira branca. A ideia de Rafael é que todas as pessoas que estiverem precisando de alimentos coloquem um pano branco na entrada de casa para que os doadores saibam quem ajudar. Veja o vídeo a seguir.

 

Pronto, falei

Em tempo. Quem é candango de verdade não compartilha a ideia de que candangos eram só os homens que trabalhavam na construção da cidade. Pioneiros e candangos. Isso sim. Brasiliense é uma imposição de recém-chegados. Pioneiros e Candangos de verdade sabem qual era a especialidade do 9º andar do Distrital na década de 60.

Praça dos Três Poderes, Brasília – DF

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Atualmente, com a obra do Palácio Municipal, o Setor Gráfico, está invadido por dezenas de barracos. Mas é que eles iam construir os barracos na pista norte do Eixo Monumental, e a Asa Norte, que tem administração, não permitiram. (Publicado em 06/01/1962)

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