Em time que está ganhando não se mexe. A máxima parece fazer todo o sentido quando o assunto é a segunda temporada de Elite, já disponível no catálogo da Netflix. Assim como na primeira temporada, Elite volta a apostar na dobradinha: amores e mistério.
Os principais personagens da primeira temporada ー Samuel (Itzan Escamilla), Christian (Miguel Herrán), Nadia (Mina El Hammani), Guzmán (Miguel Bernardeau), Polo (Álvaro Rico), Carla (Ester Expósito), Ander (Arón Piper), Lucrécia (Danna Paola), Nano (Jaime Lorente), e Omar (Omar Ayuso) ー estão de volta. A eles se juntam mais três alunos do colégio Las Encinas: Valério (Jorge López), meio-irmão de Lucrécia por parte de pai; Rebeca (Claudia Salas), que ficou rica após a família ganhar na loteria; e Cayetana (Georgina Amorós), bolsista que esconde de todos que é filha da faxineira da escola e finge ser rica.
Alguns personagens aparecem maiores nesta temporada. É o caso de Samuel, que tenta a todo custo tirar Nano da cadeia e provar que o irmão é inocente no caso do assassinato de Marina (María Pedraza), mote do primeiro ano de Elite. De mocinho abobalhado, ele passa a homem determinado, não importa o quanto isso lhe custa. Prato cheio para o ator Itzan Escamilla, que interpreta o rapaz. Polo também cresce bastante, desenvolvendo uma crise de ansiedade, assim como Guzmán, agora amargurado pela morte da irmã.
Por outro lado, Omar, o irmão de Nadia, é que parece não ter amadurecido muito, ficando preso à mesma questão do namoro com Ander. Outros personagens, como Christian e Lucrécia, também perderam espaço e fica difícil dizer o conflito pessoal deles.
Elite aproveita, mais uma vez, a relação entre os alunos (ainda com os hormônios à flor da pele) para discutir assuntos considerados tabus na nossa sociedade. É por meio de Valério que dois deles entram em cena: drogas e incesto, já que ele e Lucrécia mantêm um caso pra lá de apimentado. O jovem ator dá conta do personagem, o mais complexo dos três novatos. Temas como homossexualidade, religião, corrupção e preconceito também dão as caras em Elite, ora com leveza, ora com mais contundência.
Atenção o conteúdo abaixo contém (pequenos) spoilers!
O mistério também tem espaço em Elite. O roteiro de Carlos Montero e Darío Madrona segue os mesmos moldes do assassinato mostrado na primeira temporada. Logo no início do primeiro episódio, sabemos que há um desaparecimento (aliás, os episódios são batizados com o tempo do desaparecimento), mas não vemos quem sumiu. A mesma inspetora está à frente das investigações e os depoimentos vão nos dando algumas dicas, até que, no final, do episódio descobrimos quem sumiu. E a revelação é para quem tem coração forte: é gente importante que some.
Nos demais sete episódios, Elite vai nos levando às causas do desaparecimento, tratado como assassinato a partir de um determinado momento. O final, mais uma vez de tirar o fôlego, deixa a porta aberta para a terceira temporada, já confirmada pela Netflix.
O clima de mistério só melhora com os ganchos que marcam o fim de cada episódio. Elite é daquelas séries a que você começa assistir e, quando percebe, já se passaram três, quatro episódios. Cada um deles valendo a pena.
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