Após constatar extensa fraude, governo de Alagoas cancela fases de três concursos no estado

Publicado em Deixe um comentárioCarreira policial, CBM, Concursos, Concursos Públicos, Operação, Polícia civil

A decisão do governo foi tomada após o resultado da primeira fase da Operação Loki, deflagrada pela Polícia Civil

A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag) informou, por meio de nota, que decidiu cancelar as fases já realizadas de três concursos da área de segurança pública. A decisão ocorreu após o resultado da primeira fase da Operação Loki, deflagrada pela Polícia Civil. De acordo com a nota, a investigação constatou a atuação de um esquema nacional criminoso, que estaria agindo contra a lisura não só das provas da PMAL, mas também nos certames da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar.

Conforme divulgado pela Seplag,  os resultados preliminares da investigação em andamento deixam clara a impossibilidade da plena identificação de todos os que se beneficiaram com o crime, impedindo  a exclusão apenas dos envolvidos no esquema. A secretaria também informou que a decisão já foi informada à Justiça. 

Os três certames foram organizados pelo Cebraspe. Em nota, o Cebraspe informou que a decisão adotada pela Seplag está oficializada na página dos certames da PM/AL, da PC/AL e  do CBM/AL.

Confira a nota do Cebraspe a seguir: 

“O Cebraspe informa que a decisão adotada pela Seplag/AL está oficializada nas páginas oficiais dos certames da PM/AL, PC/AL e CBM/AL.

Conforme informações das Polícias envolvidas na investigação e fornecidas por meio de coletiva de imprensa no dia 21/10/2021, a tentativa de fraude se deu por meio de grupo que utilizava pontos eletrônicos e não guarda qualquer relação com o Cebraspe, sendo esta Instituição e os candidatos dos certames vítimas de criminosos que trabalham para macular a integridade de concursos públicos.

Por fim, o Centro destaca que trabalha continuamente para aperfeiçoar seus processos de segurança em todas as fases dos certames.”

 

Confira a nota completa da Seplag a seguir:

“A Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio de Alagoas (Seplag) decidiu cancelar as fases já realizadas de três concursos da Segurança Pública, após o resultado da primeira fase da Operação Loki, deflagrada pela Polícia Civil. A investigação constatou a atuação de um esquema nacional criminoso, que estaria agindo contra a lisura não só das provas da PMAL, mas também de outros dois certames: o da Polícia Civil e o do Corpo de Bombeiros Militar do Estado.

Dada a extensão da fraude, os resultados preliminares da investigação em andamento deixam clara a impossibilidade da plena identificação de todos os que se beneficiaram com o crime, de forma que impede a exclusão apenas dos envolvidos no esquema, conforme preveem os itens 15.27 e 15.28 do edital:

15.27 Se, a qualquer tempo, for constatado, por meio eletrônico, estatístico, visual, grafológico ou por investigação policial, que o candidato se utilizou de processo ilícito, suas provas serão anuladas e ele será automaticamente eliminado do concurso público.

15.28 O descumprimento de quaisquer das instruções supracitadas constituirá tentativa de fraude e implicará a eliminação do candidato do concurso.

A decisão, já informada à Justiça, busca assegurar que apenas os candidatos que, de fato, possuam as qualificações necessárias ao ingresso no serviço público sejam os verdadeiros aprovados. A Seplag lamenta a medida, que se faz necessária para que seja mantida a integridade e a transparência de um processo seletivo tão significativo para a população alagoana, e repudia a ação dos envolvidos no crime.

A Secretaria entende que a decisão tomada é a única que está alinhada aos princípios que regem a realização de um concurso público e, mais ainda, que pode honrar cada momento de estudo dedicado pelos candidatos ao ingresso no quadro de servidores públicos de Alagoas.”

 

Leia também: Secretário da Fazenda de Alagoas comenta escândalo de fraude no concurso da PM

PF deflagra operação contra fraudes em concursos; grupo faturou mais de R$ 29 milhões

Publicado em Deixe um comentárioConcursos, Concursos Públicos, fraude, Operação, Polícia Federal

Foram observadas irregularidades em concursos públicos desde o ano de 2005. Polícia cumpriu mandados de buscas em três estados

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (23/6), a operação Erasure, que investiga fraudes em concursos públicos. As investigações apontaram que, desde o ano de 2005, uma organização criminosa conseguiu aprovar diversos candidatos em troca de dinheiro. O lucro obtido pelo grupo é avaliado em mais de R$ 29 milhões.

De acordo com a PF, o esquema contava com equipamentos como pontos eletrônicos de comunicação, professores para realizarem as questões das provas, e candidatos que prestavam o concurso para obter as questões e deixar o local o mais rápido possível.

Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de busca: uma em Cotia (SP) com dois alvos; em Santos (SP) com dois alvos; em Recife (PE) com um alvo; e outras duas em pessoas jurídicas com endereços situados em Boa Vista (RR).

A investigação, que teve início em 2017, determinou o afastamento preventivo de um servidor público do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE SP) acusado de ser beneficiado pelo esquema.

Caso sejam confirmadas as suspeitas, os investigados poderão responder pelos crimes de associação e organização criminosa.

Erasure

A operação leva o nome de “Erasure”, numa alusão, em inglês, ao apagamento de pessoas que utilizaram de fraudes para serem aprovadas em concursos e assim ocuparem cargos no setor público.

Leia mais

Fraude em concurso do STJ provoca operação da Polícia Civil do DF

Polícia Civil do DF indicia 29 pessoas por fraude em concurso do STJ

Ministério Público da Paraíba investiga fraudes em concursos