Café para todos os gostos

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Muito além da xícara diária que traz energia para as manhãs, o café segue consolidado como um dos protagonistas da economia brasileira. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. 

Atualmente, o setor cafeeiro passa por um momento de transformação: inovação tecnológica no campo, diversificação de métodos de preparo e uma crescente valorização dos cafés especiais têm reposicionado o produto no mercado interno e externo. Para apresentar todas essas movimentações, Brasília recebe o Coffee Brasília de 19 a 22 de junho, com entrada gratuita no CasaPark Brasília.

Nahyara Vieira Alves, uma das idealizadoras do evento, explica que o principal objetivo é fortalecer a cadeia produtiva do café no Centro-Oeste – especialmente o café especial –, promovendo encontros entre marcas, produtores, baristas, torrefadores, empreendedores, apaixonados por café e, também, consumidores curiosos.

“É um espaço para negócios, formação e, claro, experiências sensoriais”, indica. Chegando ao seu quarto ano na capital, o Coffee Brasília nasceu em 2022, de forma independente. “Desde a primeira edição, o evento foi muito bem recebido e, rapidamente, ganhou proporções maiores do que imaginávamos”, complementa. Na época, o evento recebeu 21.281 visitantes. Para 2025, a expectativa é receber cerca de 25 mil pessoas durante os quatro dias de evento.

Nahyara aponta que esses dados reforçam que o brasiliense possui grande interesse no consumo de café e que, além disso, o evento tem potencial de continuar crescendo. “Mostra que o mercado está aquecido e o interesse do público segue em expansão”, acrescenta. 

Para que a população aprofunde os seus interesses dentro desse segmento, a edição do Coffee Brasília deste ano trará cerca de 50 marcas para o evento. A curadoria foi feita com base em critérios como qualidade, compromisso com a sustentabilidade, identidade da marca e proposta de valor. “Buscamos um equilíbrio entre torrefações, cafeterias, produtores, equipamentos e produtos correlatos que acompanham o café”, acrescenta.

Com as iniciativas apresentadas na feira, segundo Nahyara, o Coffee Brasília tem o objetivo de promover uma valorização dos cafés de origem, a tecnologia na produção e o protagonismo dos baristas e torrefadores mudaram a forma como o café é percebido. Hoje, o café é tratado como uma experiência, não só como uma bebida. O consumidor passou a buscar mais informações sobre a origem, método de preparo, perfil sensorial e impacto social.

Para a ocasião, serão oferecidas degustações gratuitas, palestras e oficinas em temas que vão desde a métodos de preparo de café à sustentabilidade aplicada ao uso da borra do café na cozinha, experiências imersivas, competições e conexões de negócios. “É, ao mesmo tempo, um espaço para aprender, saborear, fazer networking e se encantar com o universo do café”, afirma. 

Compromisso com a sustentabilidade

Em 2025, o Coffee Brasília adotou o selo de Mais Sustentabilidade. “A edição deste ano chega com mais iniciativas para gerar impacto positivo ambiental e social e principalmente econômico envolvendo visitantes, colaboradores, fornecedores e principalmente a cadeia produtiva do café”, conta Nahyara. 

“O Coffee Brasília não é apenas um evento; é uma plataforma de transformação econômica e social, comprometida com o desenvolvimento sustentável. Ao adotar o ODS 12, buscamos promover um consumo responsável e práticas produtivas que fortalecem a economia local. Cada expositor, colaborador e visitante é um agente de mudança, contribuindo para um legado positivo de inovação e sustentabilidade. Nosso objetivo é mostrar como podemos impulsionar o crescimento econômico enquanto cuidamos do nosso ambiente e das pessoas”, contextualiza. 

Os ODS, conhecidos como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, são uma coleção de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas, para desenvolvimento social, ambiental e econômico, com o objetivo de transformar o mundo de forma sustentável. O número 12, adotado pelo Coffee Brasília, visa garantir padrões de consumo e produção sustentáveis, incentivando a mudança nos padrões de consumo, a gestão eficiente de recursos naturais, a redução do desperdício e a gestão de resíduos.

Três perguntas para Nahyara Vieira Alves, uma das idealizadoras do Coffee Brasília:

Por que a agricultura familiar é um aspecto de relevância para o evento?

Porque a base da cafeicultura brasileira está na agricultura familiar. Dar visibilidade e oportunidade a esses pequenos e médios produtores é essencial para a sustentabilidade econômica e social da cadeia. O Coffee Brasília acredita na força das conexões diretas e no comércio justo.

Como você enxerga o mercado de café no Brasil?

O Brasil vive uma nova era do café. O consumo de cafés especiais cresce, o público está mais informado, e Brasília tem se destacado como um polo de cafeterias autorais, torrefações artesanais e público engajado. A cidade é hoje uma vitrine de produtores rurais com cafés premiados internacionalmente e de excelente qualidade.

De que forma o evento se conecta com o crescimento do mercado de cafés?

O Coffee Brasília acompanha esse crescimento ao oferecer um espaço de troca, educação e sustentabilidade. Unimos quem produz com quem consome, quem pesquisa com quem empreende. Somos parte da evolução da cultura do café no Brasil.