Caetana Franarin, idealizadora da Brasília Design Week | Crédito: Vagner Carvalho

Semana dedicada ao design no DF

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A economia criativa emerge como um dos setores mais dinâmicos da atualidade, unindo arte, tecnologia e empreendedorismo. De acordo com o Panorama da Economia Criativa, projeto desenvolvido pela Universidade Católica com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), o DF conta com 130 mil agentes formais de economia criativa. Ao todo, são produzidos quase R$ 10 bilhões por ano, o que gera uma participação de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) da capital. 

Dentro desse universo, o design se consolidou como uma das forças propulsoras da economia criativa, deixando há muito de ser apenas “arte aplicada” para se tornar ferramenta estratégica de inovação, diferenciação e valor econômico. 

Sabendo da importância desse assunto para o mercado, Caetana Franarin apostou na realização de um evento dedicado à área, conhecido como Brasília Design Week. Neste ano, o projeto chega a sua terceira edição e acontecerá de 18 a 24 de junho, no Museu da República – e as exposições até 20 de julho. 

“A Brasília Design Week é composta por várias ações. Ela pretende movimentar a cidade como um todo, com várias ações acontecendo em vários pontos da cidade. E existe a possibilidade dos designs, dos arquitetos, dos criativos participarem de cada uma dessas ações”, informa Caetana. 

O tema que permeia o projeto geral, neste ano, será  “Memória, Design e Futuro”; enquanto o da exposição é “Horizonte em Risco”. Segundo a idealizadora, a proposta está voltada a discutir a importância do design como ferramenta de transformação e como ele pode colaborar ou impactar todos os acontecimentos do mundo atualmente. 

Todo o projeto surgiu em 2022, quando foi realizada a primeira edição da Brasília Design Week, a partir do desejo de Caetana de fazer uma semana de design logo depois que Brasília foi reconhecida, em 2017, como Cidade Criativa do Design pela Unesco. 

“É comum que as cidades chanceladas tenham as suas semanas de design. E foi a partir desse meu desejo de ter participado de tantas designs weeks à frente da Secretaria de Turismo do Distrito Federal que tive a certeza que Brasília abraçaria uma”, indica a fundadora. 

No mês de maio, a Unesco indicou que as indústrias culturais e criativas produzem um faturamento anual de US$ 2,25 bilhões e quase 30 milhões de empregos no mundo; e fornecem trabalho para mais pessoas com idade entre 15 e 29 anos do que qualquer outro setor. Segundo a agência, 14 cidades brasileiras – incluindo Brasília – participam da rede de cidades criativas no país. 

Conectando Brasília com o mundo

Além de idealizar a Brasília Design Week, Caetana também é chefe de gabinete da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), onde coordenou a criação de diversas Câmaras Empresariais, incluindo a de Economia Criativa. 

Com a experiência na área, a executiva possui como propósito central colocar Brasília no mapa do design mundial. Nesse aspecto, ela ressalta que o evento permite com que sejam feitas conexões entre o design e a indústria. 

Por essa razão, para Caetana, o projeto se tornou muito mais do que um evento. Trata-se, na verdade, de um movimento em prol do design. “No ano passado, mais de 20 mil pessoas visitaram não só a exposição, como participaram dos circuitos e de todas as ações”, ressalta.

Novidades para 2025

De acordo com a idealizadora, a Brasília Design Week traz muitas novidades neste ano. Pela primeira vez será realizada uma mostra de curtas de design e arquitetura, por exemplo. Essa programação acontecerá no Museu da República, em um auditório destinado para 100 pessoas.

“Teremos uma parceria com o Grupo Metropolitano que vai desenvolver a Rota Metropolitana de Design, um tour por mais de 30 lojas integrantes do grupo e com várias ativações. A Sherwin-Williams, linha oficial da BDW, também está trazendo uma exposição da artista Jeanette Costa”, antecipa Caetana.

Outra novidade envolve a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL). A entidade traz as peças da sua exposição para a Brasília Design Week após circular em palcos internacionais, como o Salão do Móvel de Milão, na Itália, e a International Contemporary Furniture Fair (ICFF), em Nova York, nos Estados Unidos. “A exposição das peças da Abimóvel em Milão foi ampliada com o dobro de peças que foram trazidas para a BDW do ano passado”, complementa Caetana.

Em 2025, também há a parceria com a Trama Afetiva, conhecida por oferecer uma moda sustentável, com um desfile de upcycling [reciclagem]. “Serão peças criadas com restos de guarda-chuva. Além disso, através de uma parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário do Distrito Federal (Sindiveste-DF), acontecerá um desfile de moda autoral brasiliense. Ambos na abertura do evento”, conta. 

Três perguntas para Caetana Franarin, idealizadora da Brasília Design Week:

O que motivou a criação da Brasília Design Week?

O que motivou a iniciativa foi Brasília ter se tornado cidade criativa do design e também porque a partir disso Brasília começou a revelar uma produção de design, de arte e arquitetura ativa e de qualidade porque esse título acabou sendo um estímulo.

Como você descreveria a iniciativa?

É muito mais que um evento. A Brasília Design Week é um movimento em prol da economia criativa do design de Brasília. Ela é um movimento atemporal que trabalha para posicionar os criativos da cidade, fazer conexões com outras cidades do Brasil e do mundo . 

Quais são os destaques da programação nesta edição?

A Brasília Design Week vai acontecer no Museu da República e no Anexo. Já as oficinas vão acontecer no Museu de Arte de Brasília. A programação conta com uma exposição fotográfica no Centro Cultural Niemeyer, circuitos em mais de 30 pontos, entre lojas, galerias de arte e embaixadas.