Happy hour animal

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da Revista do Correio

Seu mascote pode farrear com cerveja de frango e petisco de picanha, mas saiba que esses mimos não têm valor nutricional para substituir a ração

De vez em quando, você tem vontade premiar o seu pet com um tira-gosto saboroso. Esse tipo de guloseima existe, sim, nos petshops. São salgadinhos, sushis, beijinhos, churros, molhos e bebidas feitos especialmente para o paladar animal. Apesar de muito apreciadas, tais iguarias devem ser oferecidas com cautela. “Muitos cães seguem uma dieta balanceada. Esse tipo de alimento só deve ser dado como prêmio ou em datas comemorativas”, recomenda a veterinária Ana Catarina Vale.

O tutor do bicho deve observar a quantidade de gorduras, sódio e proteína desses produtos. “Importante analisar o teor de conservantes e de produtos químicos. O processo digestivo é muito importante para os bichos. O alimento, de preferência, deve ter relação com a dieta dele”, afirma Ana Catarina. “Cães obesos ou com tendência a obesidade e animais diabéticos ou com insuficiência renal não podem fugir da dieta e precisam da recomendação de um especialista antes de ingerir algum petisco diferente”, acrescenta a veterinária Fernanda Torrecillas.

Lembre-se: todos os ingredientes devem ser próprios para animais, e jamais substitua a alimentação diária do bicho. “Esses petiscos não têm a quantidade de ingredientes necessária para sustentar um pet durante um dia inteiro. Só devem servir como agrado”, explica Fernanda Torrecillas. Na opinião dela, somente bichos totalmente sadios devem comer petiscos fora da dieta.

Outro detalhe a observar é que os felinos são mais seletivos que os cães. “Eles têm hábitos peculiares, não aceitam qualquer petisco”, explica Ana Catarina. Saiba que um alimento caro e “chique” não é garantia de que será aceito pelos bichanos — eles podem desprezar a novidade.

Ao longo da vida, alguns bichos apresentam reações alérgicas a ração e petiscos, e isso pode gerar um desespero por parte dos donos. “Na maioria das vezes, a reação não tem ligação com o produto, e sim com o próprio organismo do animal, que começa a rejeitar. Substituir a fonte proteica pode ser a solução”, sugere a veterinária Fernanda Lunardi Del Claro. Antes de comprar qualquer produto alimentício para pets, observe se ele tem o selo de fiscalização do Ministério da Agricultura.

 

 

Minichurros Petitos (R$ 6)

 

Risoto vegetariano, da La Pet Cuisine. Ingredientes: arroz 7 grãos, proteína de soja, ovo, shimeji, abobrinha, alho-poró, cenoura e gergelim (R$ 15,90, a embalagem de 350g)

 

Sushi Petitos (R$ 6)

 


Cerveja de frango Dog Beer. Feita à base de água, malte e extrato de frango, sem álcool (R$ 9,99)

 


Petisco de picanha Petitos (R$ 6)

 

 

Alimentos proibidos para bichos:
Chocolate
Cebola
Alho
Açúcar
Uva e frutas cítricas

Cães brasilienses inovam ao serem pajens em casamentos

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(da Revista do Correio)

(Amor canino)

Se antes os casais impressionavam os convidados ao realizarem performances artísticas durante a festa de casamento, hoje o destaque do matrimônio pode não estar nos noivos. Muitos pets têm lugar de honra e ficam presentes durante toda a cerimônia, incluindo ensaios conjuntos com a noiva e a produção de vestimenta sob medida. O adestrador Wilson França não recomenda que um cachorro inseguro seja colocado em um ambiente com tanta agitação, pois acredita que ele pode se assustar até mesmo com um espirro ou choro de criança. “Imagina o cachorro fugir com a aliança na boca?”, brinca.

O especialista ressalta, porém, que a maioria dos animais pode ser instruída para a tarefa. “‘Isso vai depender muito do trabalho que o profissional vai desenvolver, da socialização”, pondera. Além disso, ele acredita que levar os cães para a cerimônia ajuda a desmistificar a ideia de que é suficiente para o cão ser alimentado e ter um local para dormir. A maioria dos problemas comportamentais são desenvolvidos pela reclusão e pelo pouco contato social e podem até causar males físicos. “O cachorro também tem o papel dele no meio familiar. Muitas pessoas o tratam como filho e querem levá-lo nesse momento maravilhoso, que vai ser lembrado quando o casal tiver 70 anos e for contar para os netos”, diz. França conta que, apesar de alguns convidados não gostarem de cães, a maioria costuma aprovar a ideia.Conheça as histórias de cinco noivas que tiveram a companhia dos pets em um dos dias mais especiais de suas vidas.

Lara conheceu o marido três meses depois de Frodo chegar à família. Foi quando a vida dos três passou a ser uma só. “Eu já avisei que o Frodo seria o pajem. Não tenho filho humano, só tenho filho cachorro”, diverte-se. Após o noivado, ela reafirmou o desejo e deixou o cerimonialista preocupado. Lara não ensaiou com Frodo a entrada e o pet nunca passou por adestradores. ‘”Quando a criança é pajem ou daminha, vai andando, para, chora, volta e todo mundo ri. Então, se o Frodo parasse no meio, fizesse xixi, todo mundo riria também”, justifica.Lara conta que o cão nunca usou coleira e sequer roupinhas, por isso, ela preferiu não introduzir a novidade naquele momento. Ele usava uma gravatinha com um protótipo de gola, onde guardava as alianças do casal. A família da noiva insistiu que o shih-tzu entrasse de coleira e ela combinou com as crianças, o cunhado e uma prima da empresária, que eles retirassem a coleira e soltassem Frodo no momento de entrada. O cachorro, de início, ficou desconfiado e parou no meio da passarela, mas, depois de ser chamado pelos donos, seguiu perfeitamente até o altar. Quando Lara começou a organizar o casamento, ela estabeleceu que a cerimônia seria ao ar livre e durante o fim de tarde. A primeira pergunta foi se Frodo poderia entregar as alianças. “Se não pudesse, não ia querer casar aqui lá.” Frodo teve também um dia especial de cuidados no pet shop, seguindo a tradição do dia da noiva. Após a performance, ele retornou para casa com um motorista de Lara, que passou todo o dia à disposição do pet. “Ele não gosta de muvuca”, justifica.

A cunhada de Adriana queria que a filha guiasse a coleira de Zeca, mas a noiva decidiu que, se a função não pudesse ser realizada por todos os sobrinhos, não seria por nenhum. A mascote acabou entrando no colo de uma amiga dela. As alianças estavam em uma bolsinha pendurada na coleira. “Foi uma cerimônia muito simples, no cartório. Mandei fazer um smoking para ele, eu mesma tirei as medidas”, conta.Como Zeca tinha apenas sete meses na época do casamento, Adriana ficou com medo de ele se assustar com o ambiente, que era a casa de um conhecido. A dupla, porém, não chegou a ensaiar a entrada e, ainda assim, tudo ocorreu bem.

Giselle ficou com receio de Bono entrar sozinho e, por isso, os avós conduziram o cão pela coleira. O schnauzer não ensaiou a entrada e não levou as alianças, que já estavam com os noivos, mas permaneceu durante toda a cerimônia e também na festa, usando uma roupinha de cor semelhante à do noivo. O casamento ocorreu no Rio de Janeiro, onde mora a família do marido de Giselle. Ela conta que chegou a visitar 16 casas de festa e apenas três admitiam a entrada de Bono.

Gabriele tinha Baby desde os 10 anos e sempre quis que ele participasse. Na época do casamento, Baby estava com 16 anos e cego e, por isso, entrou em um carrinho conduzido por um primo do noivo. Ela conta que não enfrentou problemas com o pastor que celebrou a cerimônia e escolheu o local justamente porque permitiu a entrada da mascote. “Para fechar o local, já impus a condição: essa era prioridade”, afirma

Bruna sempre desejou que as alianças fossem entregues de um jeito pouco convencional. “Eu tinha um outro golden [retriever] que ia entrar com as alianças, mas, em maio, ele faleceu e, com isso, não queria que ninguém ficasse no lugar dele”, conta. A ideia inicial é que o quarteto puxasse uma carruagem, mas, durante os ensaios com o adestrador, Valentim ficou assustado e a opção foi cada um entrar com um pajenzinho. Durante a cerimônia, eles se comportaram bem e foram embora logo antes da festa começar, pois não poderiam entrar no ambiente onde aconteceria a recepção. Bruna lembra que quem deseja levar um bichinho de estimação ao casamento precisa pesquisar bastante. “Foi muito difícil achar o padre e arrumar uma igreja”, lamenta

 

Animais “não têm direitos”, diz a princesa Michael

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Da ANDA

foto Christophe Karaba/Pool/MONACO ROYAL WEDDING

A princesa Michael de Kent afirmou que os animais não tem direitos, “porque eles não pagam impostos.” Seus comentários desencadearam reações negativas de ativistas de direitos animais, que a chamaram de “ignorante”. A princesa, que é casada com o primo da rainha da Inglaterra, fez a declaração no Festival Literário Henley durante uma discussão sobre seu novo romance Agnes Sorel: Mistress Of Beauty. “Eu sou uma grande amante dos animais e eu estou envolvida em ações de conservação, mas os animais não têm direitos. Eles não têm contas bancárias. Eles não votam”, disse. “Temos obrigações. Nós temos obrigações para com os animais, mas dizer que eles têm direitos? “Eles não têm direitos. Você só tem direito, se você paga seus impostos. Você ganha seus direitos”, afirmou. A princesa já havia entrado em conflito com ativistas dos direitos animais devido ao uso de casacos de pele. As informações são do The Independent. Elisa Allen, diretora associada do People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), disse ao The Times: “O PETA pede que a princesa Michael de estude o assunto, ao invés de fazer uma declaração sem pesquisa que reflete a ignorância sobre quais são os direitos fundamentais que animais têm, que não incluem o direito de conduzir um carro ou de fazer transações bancárias.” “Ela também deve ter cautela em opinar em sobre estas questões, porque sua declaração insensata poderia levar ao entendimento de que as crianças e certos seres humanos também não têm direitos.”

Cães podem ter Alzheimer?

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da Revista do Correio

Seu pet deixou de atender comandos e parece estar sempre perdido? É bom ficar atento, pois ele pode ter desenvolvido a Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina

Durante um passeio rotineiro, Flockinho ficou desorientado. Tempos depois, foi diagnosticado com SDCC. Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

A Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC) pode trazer certa confusão mental aos cães. A doença é vulgarmente conhecida como “Alzheimer canino”, pois alguns sintomas são bem parecidos com os do Alzheimer humano. “A SDCC traz alterações semelhantes, mas não é a mesma patologia”, explica o neurologista veterinário Marco Tibery.

Em estágio mais avançado da doença, as mascotes podem deixar de reconhecer os donos e de atender a chamados. Elas deixam de fazer as necessidades fisiológicas nos locais adequados e até esquecem o próprio nome. “O animal perde a capacidade de fazer coisas rotineiras”, afirma o veterinário Rodrigo Tesser, especialista em neurologia veterinária.

De acordo com Tibery, o mais importante é o diagnóstico correto. “O ponto de partida é o que o tutor conta para o veterinário. Nós aplicamos um questionário para saber dos hábitos dos cachorros”, explica. A avaliação deve ser minuciosa e criteriosa. “Temos que excluir outras doenças semelhantes”, detalha. “Quando não existe nenhum sinal físico, já consideramos que pode haver comprometimento mental do cachorro”, complementa o veterinário Rafael Souza.

Qualquer doença relacionada ao encéfalo, dependendo da área afetada, pode comprometer a memória do animal. “Um AVC (acidente vascular cerebral), ou tumores, por exemplo. A gente faz uma série de exames para identificar e descartar outras alterações”, explica Tesser. “Para fechar o diagnóstico, é preciso uma série de exames de sangue, bioquímicos, tomografia computadorizada, ressonância magnética e, a partir daí, vamos afunilando”, conta Marco Tibery. Por fim, é feita uma biópsia do cérebro ou um exame histopatológico.

Quanto mais idoso, mais predisposto o animal fica. Todas as raças são suscetíveis. “É uma degeneração dos neurônios. Os cães a partir dos 8 anos de idade podem ter essa doença, que, geralmente, vem acompanhada de outras”, diz Rodrigo Tesser. Flock (ou Flockinho, para os íntimos) é um mestiço de bichon frisé e tem 13 anos. Apesar de superssaudável, há pouco mais de 1 ano, o cachorro começou a apresentar comportamentos anormais. Os hábitos estranhos se manifestaram durante um passeio de rotina. O pet “esqueceu” o caminho que fazia todos os dias com os donos. Flock começou a andar pelo sentido contrário, a ter dificuldade de passar por grades, e parecia estar perdido.

Outros sinais preocuparam a família. Flock passou a dormir em lugares diferentes do habitual e deixou de fazer as necessidades nos locais de costume. Assim, o pet foi encaminhando para exames de sangue e radiografias. Após um longo processo de observação e checagens, os veterinários atestaram: o cãozinho tem Síndrome da Disfunção Cognitiva Canina (SDCC).

De acordo com a advogada Ana Lúcia Souza, 59 anos, proprietária do animal, os hábitos estranhos continuam, mas de forma controlada. “Ele ainda late muito e tem dias que não quer passear. Sei que ele está fazendo coisas que também não são certas. Faz as necessidades nos locais errados, chora sem motivo, fica debaixo das coisas”, relata.

Além do “Alzheimer canino”, Flock tem síndrome de Cushing. Uma doença provocada pela alta concentração no corpo de hormônio cortisol, conhecido também como o hormônio do estresse. O cachorro toma cerca de 3 remédios por dia. “Um antioxidante para a SDCC, outro para a síndrome de Cushing e mais um remédio para aumentar a imunidade”, relata Ana Lúcia, empenhada no bem-estar do bichinho.

“Para mim é como se ele fosse um bebê. O Flockinho fez parte de um período bem difícil da minha vida. Eu estava vivendo um momento de mudanças, as pessoas achavam que eu poderia ficar doente e ele foi a parte mais especial de tudo o que aconteceu naquela época. Ele é muito apegado e muito ciumento também”, derrete-se a tutora. Com a família ainda mora outro pet: Chiquita, uma mestiça de pinscher de aproximadamente 7 anos. Ela e Flock se dão muito bem.

Depois da confirmação

Assim como o Alzheimer humano, a Disfunção Cognitiva Canina não tem cura e o tratamento consiste em controlar os efeitos. “Os remédios têm o objetivo de evitar a progressão da doença de forma acelerada. Os medicamentos devem repor os neurotransmissores, mas não podem recuperar os neurônios já destruídos”, explica o neurologista veterinário Marco Tibery.

Os remédios são à base de antioxidantes. O animal também pode ser tratado com alguns exercícios. Essas atividades devem trabalhar a questão da cognição. A mente do cão funciona com associações. Quando ele deixa de fazer essas associações, é sinal de que a capacidade cognitiva está comprometida.

Uma abordagem preventiva seria o ideal. Mas ainda não é possível antecipar esse tipo de problema no pet. Por isso, os tutores devem estar atentos às menores mudanças de comportamento e tentar iniciar precocemente o tratamento. “Não é uma doença súbita. É sempre gradativa e progressiva. O animal vai perdendo a parte mental aos poucos”, explica o veterinário Rafael Souza.

Sinais leves

Trocar o dia pela noite

Dificuldade em atender chamados

Urinar e defecar em locais não habituais

Não interagir com as pessoas ou outros animais

Andar sem direção certa, mesmo dentro da própria casa

Choro frequente

Latidos sem motivo

Apatia

Olhar perdido

Sinais severos

Não reconhecer o próprio nome

Não reconhecer os proprietários

Não identificar a própria casa

Não achar a saída de alguns locais (atrás do sofá, por exemplo)

Não responder aos comandos básicos

Ficar encostado na parede

Esquecer de beber água

Não conseguir achar a ração dentro do pote de comida

O coração do bichano

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da Revista do Correio

Os felinos também estão suscetíveis a males cardíacos. Apatia e perda de apetite são sinais de que algo vai mal

Zen deixou sua dona, Camila Queiroz, muito preocupada: diagnóstico de cardiopatia veio depois de uma cirurgia de castração.Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Seu gato pode ter um coração sensível, sabia? As chamadas cardiomiopatias felinas acometem todas as raças, embora algumas apresentem maior predisposição genética. “A maine coon é a mais suscetível. Persa também tem tendência, mas não é tão comum”, explica o cardiologista veterinário Gabriel Jacobina. De acordo com ele, as cardiopatias se manifestam, sobretudo, em gatos de meia-idade e idosos. No caso de filhotes, a doença geralmente é congênita.

Os sintomas são bem conhecidos. “Apatia, falta de apetite, respiração ofegante e um ar de cansaço”, detalha Júnior Ortis, veterinário. É importante estar atento a esses sinais. A tosse, por exemplo, não é tão comum em gatos. “Os animais podem ficar inquietos, com a boca aberta e, em alguns casos, com a língua roxa”, afirma Gabriel Jacobina.

Em comparação com os cães, os gatos são bem mais assintomáticos. “Muitas vezes, eles passam a vida toda sem manifestar a doença e têm uma morte súbita”, afirma o veterinário Vitor Benigno, especialista em felinos. Em casos de emergência, leve o  bichano imediatamente ao veterinário. Qualquer tentativa de socorro sem conhecimento, inclusive a massagem cardíaca, pode  ser fatal. “Na clínica, observamos se o pet tem sopro, dilatação ou outras alterações no coração”, informa Jacobina.

Entre as possíveis complicações, a cardiomiopatia hipertrófica felina é a mais comum. Ela é caracterizada pelo aumento indevido da musculatura cardíaca, comprometendo o relaxamento do órgão. “Está relacionada a fatores genéticos. É uma doença que pode se tornar grave, com episódios de insuficiência, edema pulmonar e até tromboembolismo”, alerta o especialista. O diagnóstico das cardiomiopatias é fechado com a combinação de exames complementares, por exemplo, eletrocardiograma com radiografias, exame físico e hemograma.

Zen, um gatinho sem raça definida, tem 9 meses e é cardiopata. Ele adquiriu uma cardiomiopatia hipertrófica duas semanas após uma cirurgia de castração. O quadro clínico não é comum na idade do felino. “Percebi que o Zen, que sempre foi muito ativo, começou a ficar anormalmente quieto e com a respiração extremamente ofegante”, conta Camila Queiroz, 32 anos, servidora pública.

O gato foi levado ao veterinário, que, inicialmente, suspeitou de uma infecção. Mas o problema era mais grave: a mascote acabou passando por uma cirurgia mais séria. “Zen ficou internado três dias. Depois de dias de tratamento medicamentoso em casa, ele se recuperou e voltou a agir normalmente”, comemora Camila. Há pouco mais de um mês convivendo com a doença, Zen leva uma vida normal. A dona tenta deixar o animal o mais confortável possível. “Ele não pode passar por situações estressantes. Nada de banhos e também não o deixo em hotéis quando viajo”, revela.

Ele toma medicação três vezes ao dia e faz acompanhamento com um especialista. A doença está controlada. Porém, o risco de morte ainda é grande. “A doença pode se complicar e ocorrer tromboembolismo. É como se fosse uma trombose humana. Só que, na veterinária, as complicações são ainda mais severas”, explica Vitor Benigno.

Apesar do coração mais frágil, o gato não tem nenhum outro problema de saúde. “Depois desse episódio, ele teve apenas uma micose no rosto, provavelmente por conta do estresse que passou de descoberta a doença. Foram raspados os pelos do rosto e da barriga”, diz Camila, que é dona também de Lola, uma gata de 7 anos totalmente saudável e que adora brincar com o Zen.

Não se fala em sedentarismo

Pets com problemas cardíacos devem ser acompanhados por especialistas e fazer exames periódicos. O tratamento é medicamentoso. “Alguns diuréticos, antiarrítmicos e dietas hipossódicas completam a prescrição”, ensina o veterinário Gabriel Jacobina.

Diferentemente dos humanos, os problemas cardíacos em gatos nada têm a ver com o sedentarismo. Apesar da predisposição, o animal não nasce com a doença, ele a adquire com o tempo. Por isso, não existe prevenção e o esforço é por realizar um diagnóstico precoce. O animal pode levar uma vida saudável mesmo sendo cardiopata, mas os tutores precisarão ser muito cuidadosos na hora de administrar os remédios. Uma última recomendação: procure não estressar o bichano.

Raças mais sensíveis

Maine coon

Persa exótico

Ragdoll

British shorthair

Mudança sem estresse

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Trocar uma casa ampla por um pequeno apartamento também altera a vida dos pets. Confira dicas para fazer essa transição sem traumas

Patricia Barbosa e Guilherme Andrade, com os cães Peru e Chile.

Foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Apartamentos são mais práticos e seguros. Mas será que os pets aprovam isso? A mudança de uma casa para um espaço mais limitado mexe com a rotina da família e também dos animais de estimação. Segundo o adestrador Carlos Júnior, a maior dificuldade nesse processo de adaptação é com a rotina de necessidades fisiológicas dos animais. “Os bichos que moram em casa costumam usar gramados ou quintais. Quando se mudam, eles já devem entender que esse lugar também será alterado”, explica. De acordo com ele, é preciso insistir até que aprendam, como se fossem filhotes.

Os chihuahuas Peru e Chile moravam em uma casa com bastante espaço até um mês atrás. Agora, os dois cãezinhos dividem um apartamento com a família. A dupla ainda está em processo de adaptação, mas vivendo muito feliz no novo espaço. “O Chile é muito sociável, adora brincar com todo mundo e gosta de outros animais. Já o Peru é mais arredio”, conta o analista de sistemas Guilherme Andrade, 36 anos.

De acordo com o proprietário, a maior dificuldade foi com Peru, que é “muito medroso”. “Ele se assusta com qualquer coisa. O pior momento é quando temos que levá-lo para passear. Só de pegar a coleira, ele já começa a se esconder embaixo da cama”, conta. Guilherme diz que nunca teve problemas com o cachorro na antiga casa. “O Peru adorava passear e conhecia toda a vizinhança.” O medo foi a única alteração no comportamento do cachorro, mas a família se empenha para garantir o bem-estar de todos. “A gente tenta mostrar que não tem perigo, que ele pode brincar com as pessoas e não precisa ficar assustado”, afirma.

Os cães são muito apegados à família. Peru e Chile dormem perto da cama do casal e, segundo o analista, essa aproximação maior só aconteceu depois da mudança para o apartamento. “Na casa, eles ficavam muito dispersos. Como aqui eles não têm muito por onde andar, ficam mais próximos da gente. São até mais carinhosos”, explica.

Para escolher um apartamento, um dos cuidados foi optar por um imóvel com varanda. “Esse era um dos critérios. Uma varanda com vidro para que eles pudessem ver o movimento da rua. No início eles latiam muito para os carros, mas hoje já acostumaram”, conta.

De acordo com Guilherme, em uma semana, os pets se acostumaram com o novo lar. Segundo o adestrador de cães Carlos Júnior, esse é o tempo médio para um animal se adaptar. “De curto a médio prazo. Os mais jovens (até 4 anos) tendem a se adaptar mais rapidamente, mas, no geral, em uma semana, fica tudo bem.”  Caso o dono sinta muita dificuldade com o pet, pode contratar um profissional para condicioná-lo.

Enquanto a maioria só precisa de tempo para se acostumar, alguns sofrem com sintomas de depressão e tristeza. E a mudança de humor não acontece apenas quando trocam um ambiente amplo por um apartamento. “Eles estranham qualquer mudança de residência, não sabem o local de fazer as necessidades, não se sentem bem no início. Alguns podem demonstrar até certa agressividade”, afirma.

Para o adestrador, o mais importante é ter a ajuda dos tutores. “Os pets vão precisar muito que os proprietários os orientem nessa nova casa. Quanto maior o apoio, menos traumático e mais rápida é a adaptação”, explica.

Lugar para dormir

Os animais precisam de um local próprio para descansar e isso deve ser estabelecido desde o início. O ambiente deve ser limpo, confortável e cheio de brinquedos.

Necessidades no local certo

Um local exato deve ser definido para que o animal possa fazer xixi e cocô. Recomenda-se que seja em um lugar que não incomode as pessoas da casa, como área de serviço ou varanda. Toalhas higiênicas e jornais podem facilitar a limpeza do espaço.

Cuidado com o estresse

É importante levar o cãozinho para passear e incentivar brincadeiras. A ansiedade e o nervosismo podem provocar a queda da imunidade, deixando-o mais suscetível a doenças.

Vida monótona?

Morar em uma casa não é sinônimo de vida agitada. Por conta do amplo espaço, muitas vezes, os donos esquecem que os pets precisam de outras atividades para se divertir. Ao contrário do que se pensa, cães que moram em casas não se exercitam tanto. “A vida desses animais é muito monótona. Nada acontece. Eles precisam fazer atividades e brincar para que eles fujam daquela rotina de quintal, garagem e grama”, explica.

Sem exercícios, o cão pode levar uma vida sedentária e ter problemas de saúde. O sedentarismo traz muitos problemas para a vida do pet. “Pode causar obesidade, problemas no aparelho circulatório, estresse e vários outras questões ligadas à saúde física e mental”, afirma Quintela. Os problemas também tendem a atingir os pets psicologicamente. “Eles começam a cavar, destruir plantas e comer objetos”, afirma Carlos Júnior. De acordo com o adestrador, é importante buscar outros meios para divertir o animal.

O médico veterinário Emanuel Quintela tem a mesma opinião. O especialista acredita que a mudança para um apartamento não representa uma vida tediosa. “Ele não tem que mudar necessariamente sua rotina nem se tornar um animal mais ocioso”, afirma. A iniciativa de levar para passeios e brincadeiras deve ser do dono.  Algumas empresas e profissionais autônomos oferecem esse tipo de serviço.