Disputa interna Centrão
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Disputa interna do Centrão pode dificultar as coisas para Bolsonaro

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

A disputa interna entre os partidos do bloco apelidado de Centrão terá mais um ingrediente para o presidente Jair Bolsonaro administrar. Em conversas reservadas, os integrantes do PP e do PL reclamam que o MDB se diz avesso ao fisiologismo, mas indica pessoas para o governo tal e qual os partidos mais alinhados do grupo.

Estão nesse rol o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), a Secretaria Nacional de Habitação, entre outros. PP e PL, entretanto, continuarão fiéis ao presidente nas votações de interesse do Poder Executivo. A confusão, porém, deve crescer a hora em que chegar o momento de indicar o futuro presidente da Câmara.

A contar pelo que disse o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) numa videoconferência do Movimento de Direita, conforme divulgou a coluna, a ideia do governo é participar da eleição para o sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Nesse caso, tanto o MDB quanto o PP pleiteiam a vaga.

Se Bolsonaro entrar nessa disputa com o pé esquerdo, suas dificuldades tendem a crescer. Afinal, a contar pelo que diz diariamente Maia, não haverá processo de impeachment até o final deste ano. Agora, depois, esse tema estará nas mãos daquele que o suceder. E quem vencer sem a ajuda do Planalto, se sentirá desobrigado de qualquer gesto em prol do governo.

Distensionar, a palavra de ordem

A posse do ministro Alexandre Moraes, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o arquivamento, por parte do ministro Celso de Mello, do pedido da oposição para apreensão do celular presidencial, serviram de mote para a reaproximação de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal.

Foco no Judiciário

A avaliação dentro do próprio governo é que o ponto mais frágil para o presidente, hoje, é o Eleitoral e o Supremo. É nessas instâncias que é preciso retomar o diálogo e, de quebra, evitar manifestações como as do último domingo, com ataques diretos ao STF. Afinal, outros presidentes tiveram problemas com o Supremo e não apoiaram movimentos com ameaças à vida de ministros.

Vai quem quer

O Congresso planeja retomar as sessões presenciais em 15 de junho. A presença não será obrigatória e caberá aos partidos definirem o revezamento para que o plenário não fique cheio. Idosos e portadores de comorbidades estão dispensados, inclusive, desse rodízio. Com a situação política instável, a avaliação dos líderes é a de que não é possível adiar por mais tempo as sessões presenciais. Falta apenas definir como será feito o acesso aos plenários, se será com checagem de temperatura corporal nas portarias.

Reajuste de pedágio também preocupa

O presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (Anut), Luís Baldez, teve acesso a um parecer da Advocacia Geral da União que abre caminho para reajustar as tarifas de pedágio e já fez chegar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que as transportadoras serão contra o reajuste. O tema será objeto de debate ainda hoje, na reunião virtual do Fórum Nacional da Indústria coordenado pela Confederação Nacional da Indústria.

Curtidas

O recado de Maia/ O presidente da Câmara adiará ao máximo qualquer movimento sobre a eleição do seu sucessor. E tem razão. Em meio à pandemia da covid-19, o foco dos parlamentares deve ser as medidas de proteção da vida e de redução dos impactos da crise na economia.

Olho na Saúde/ O anúncio, nas últimas 24 horas, de mais 1.262 mortes por covid-19 é visto na área de saúde como um sinal de que a retomada geral das atividades no país pode ser precipitada. Países como a Alemanha e a Itália reabriram suas atividades quando as notificações começaram a cair.

Sergio Moro na área/ O ex-ministro da Justiça participa de uma live hoje, 15h, com o cientista político Murilo de Aragão e os clientes da consultoria Arko Advice. Sem poder advogar por seis meses, o ex-juiz terá mais tempo para os debates políticos.

Alon na Abrig/ O jornalista Alon Feuerwerker lançou seu novo livro — Novos Capítulos da Política Brasileira, o primeiro ano de Jair Bolsonaro — com uma live promovida pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), com a participação da coluna. O bate papo pode ser acessado no canal da Abrig no Youtube.