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Ministros do STF preocupados com a forma que Bolsonaro gerencia crise do coronavírus
Coluna Brasília-DF
Ministros do Supremo Tribunal Federal estão cada vez mais preocupados com a forma do presidente Jair Bolsonaro de gerenciar a crise do coronavírus. A avaliação na Corte é a de que o presidente tem feito uma sucessão de erros jurídicos em medidas provisórias e decretos. Há três semanas, os ministros têm se desdobrado em reuniões com Câmara e Senado e Tribunal de Contas da União para tentar evitar a judicialização da crise. Porém, agora, não têm mais tanta certeza de que isso será possível. A decisão do ministro Marco Aurélio, que suspende cortes no Bolsa Família, foi vista como um recado ao Executivo de que deve agir com racionalidade, e não com viés ideológico para proteger a população de perdas econômicas e sociais.
Guedes sai da foto, Onyx entra
Todos os ministérios estavam com seus titulares na entrevista do Planalto, menos o da Economia. É que sobrou para o ministro Paulo Guedes tentar aplacar a fúria do presidente Jair Bolsonaro com a repercussão negativa da desastrada medida de permitir a suspensão de salários por quatro meses, sem, em contrapartida, garantir o sustento dos trabalhadores para enfrentar esse período que o mundo atravessa.
Problema de DNA
Politicamente, há um descompasso entre uma equipe cuja cabeça é voltada para o ajuste fiscal e uma sociedade que, além da pandemia, caminha para o desemprego, com muitos serviços paralisados, e empresários preocupados com o futuro de seus negócios. O presidente, dizem alguns, se deixou levar pelo “Luciano da Havan” e não teve nenhum contato com os sindicatos de trabalhadores para contrapor à solução empresarial.
Passagem de bastão
A ordem agora no Planalto é resolver esse problema com outra medida que não seja o corte salarial por completo neste momento. E colocar mais os ministros da área social, como o da Cidadania, Onyx Lorenzoni, na vitrine. Ontem, foi Luiz Henrique Mandetta como personagem central.
A bandeira é de todos I
Passou despercebido por muitos, mas não pelos políticos, o apelo do governador de São Paulo, João Doria, pedindo aos paulistanos que colocassem bandeiras do Brasil e faixas verde-amarelas nas janelas. Doria justificou o gesto como “um ato de solidariedade” àqueles que precisam ficar nas ruas trabalhando para conter a pandemia de coronavírus.
A bandeira é de todos II
Doria fez questão de ressaltar que seu pedido não era um ato político, mas a classe começa a ver aí um movimento que surge também nas redes sociais, de tirar dos bolsonaristas a ideia de que guardam o monopólio na utilização da bandeira.
Mandetta, o jeitoso/ O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem tomado todo cuidado em
não ferir susceptibilidades no coração do Planalto. A todo o momento, diz “sob a coordenação do presidente Bolsonaro…”
Por falar em Mandetta…/Muita gente estranhou o fato de, desta vez, o presidente da República aparecer sem máscara depois do uso da proteção nas entrevistas anteriores. Há quem suspeite que esteja aí preparando o discurso para dizer que não é tão grave assim.
Tem gordura para queimar/ A fala do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que os parlamentares podem sofrer cortes de salários, deixou muita gente desconfiada. Isso porque as excelências, além dos proventos, têm as vultosas verbas de gabinete. Como a maioria está em quarentena em casa, pelo menos a maior parte dessa verba poderia ser destinada ao combate ao coronavírus. O senador Reguffe (Podemos-DF), por exemplo, já fez isso.
Por falar em Maia…/ Não tem nada que mais irrite o presidente Jair Bolsonaro do que parecer que ele está cedendo alguma coisa a Rodrigo Maia ou à pressão da mídia. No caso da suspensão do pagamento de salários, não deu. É que, além de Maia, a pressão foi geral.
Colaborou Renato Souza
Dória: “Nossa prioridade é salvar vidas, não promover shows”
Ao tomar conhecimento desse meme que circula nas redes sociais com a sua foto e a inscrição “São Paulo vai gastar R$ 10 milhões para shows nas varandas e janelas”, o governador de São Paulo, João Dória, disse desconhecer o assunto e que, com ele ninguém tratou disso, nem mesmo o prefeito da capital, Bruno Covas. “Totalmente falso”, disse Dória ao blog. “Nossa prioridade é salvar vidas, não promover shows”, completou.
O meme circula especialmente entre grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que em entrevista à CNN Brasil, chamou o governador de “lunático” por causa do fechamento de shoppings. Ns entrevista, o presidente anunciou ainda que pretende fazer uma reunião com os governadores na semana que vem para tratar das medidas de combate ao coronavírus e atendimento aos casos de Covid-19, e que jamais se recusou a receber governadores. Porém, em fevereiro, o governador do Rio, Wilson Witzel, pediu uma audiência ao presidente da República e não foi atendido. Nesse clima de tiroteiro entre governos estaduais e federais, a reunião da semana que vem promete.
Para congressistas não é hora de impeachment, é hora de trabalho
Coluna Brasília-DF
Esse é o espírito dos congressistas, mas sem cenas de “amor” para com o presidente da República. A avaliação dos líderes partidários que, inclusive, levou Rodrigo Maia a recusar a participação na reunião com Jair Bolsonaro é de que não dá para “passar a mão na cabeça presidencial”, depois de o Planalto levar quase 15 dias se esquivando de uma crise de saúde pública grave. Agora, é trabalhar nas soluções a serem enviadas pelo governo, sem dar palco para o capitão aparecer bem na foto. Porém, nenhum líder vai tocar pedidos de impedimento de Bolsonaro ou tentar surfar neste momento gravíssimo definido pelo próprio ministro da Defesa, Fernando Azevedo, como uma situação de guerra.
Eles já calculavam a explosão…
Em 7 de março, o fim de semana depois do carnaval, as informações na área da Saúde, conforme publicou esta coluna, eram de que o número de casos aumentaria exponencialmente, dada a quantidade de voos da Europa para o Brasil no período pré-carnaval. No Planalto, entretanto, a ação demorou a ocorrer, uma vez que a gestão se mostrava mais focada em outros temas.
… mas a ação demorou
Agora, depois de perder um tempo precioso em manifestações, e em não querer alarmar a população para segurar a economia, o presidente Jair Bolsonaro entra atrasado e vai tentar recuperar o tempo perdido. Segue o ditado “antes tarde do que nunca” e torce para fazer valer o “tardo, mas não falho”. Terá de combinar com o povo, que, agora, percebeu a gravidade do que está por vir.
Onyx anuncia medidas
Ausente na coletiva do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, anunciará, hoje, um conjunto de medidas para os idosos e os mais vulneráveis, além do que já foi dito ontem por Paulo Guedes na coletiva. “Vamos atender idosos do BPC (Benefício de Prestação Continuada), Bolsa Família e informais. Atenção e proteção total”, disse o ministro à coluna.
Termômetro I
Em outubro de 2018, moradores de condomínios de luxo de Brasília vibraram e comemoraram a eleição do presidente Jair Bolsonaro com fogos de artifício e muitos “fora, ladrões”. Ontem, nesses mesmos condomínios, o panelaço foi o do “fora, Bolsonaro”. Houve também panelaço a favor, segundo moradores isentos, mais sonoro que o primeiro.
Termômetro II
Na SQS 108, assim como nos bairros nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde Bolsonaro ganhou de lavada em 2018, o “fora” predominou. A ira da população registrada nos panelaços foi detectada também por quem faz medições de redes sociais. Sinal de que a coletiva do presidente não foi suficiente para reverter a situação. Se Bolsonaro vai se recuperar, só o futuro dirá.
CURTIDAS
Segure os seus pit bulls/ A forma como o senador Flávio Bolsonaro (foto) se referiu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pesou na recusa do deputado em posar para foto numa reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Flávio foi às redes dizer que o deputado queria ser presidente do Brasil e ameaçava a democracia com ataques contra o Executivo. Quem atacou o Congresso foram os manifestantes de 15 de março.
Mandetta, o novo queridinho do Brasil/ Depois da live de quinta-feira, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quem puxou as reuniões e pontes com outros Poderes, Congresso, Supremo Tribunal Federal, Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas da União (TCU).
e da política/ O ministro ganhou nos meios políticos e empresariais a tarja “se sair, piora”, que hoje acompanham o cartão de visitas de Paulo Guedes e Sérgio Moro.
Por falar em Guedes/ O mercado em pleno ataque de nervos com a economia derretendo começou a entoar o “chama o Meirelles”. Do Planalto, entretanto, vem a sensação de que Bolsonaro jamais pedirá alguém que trabalhou com Michel Temer no comando da economia e hoje é secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, comandado por João Doria.
Prepare-se/ A confirmar-se as notícias de que o aumento de casos continuará exponencial, o período de permanência em casa será prolongado. Pode esperar.
Coronavírus: Ministros e assessores trabalharam para conter Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro começou a terça-feira chamando as recomendações para conter o coronavírus de “histeria”, criticando os governadores que agem com rigor para tentar manter as pessoas em casa, anunciando uma festa de aniversário. Terminou pedindo a decretação de calamidade pública, união nacional, falando, inclusive, em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Davi Alcolumbre; do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Personagens atacados nas manifestações de domingo, aquela que contou com a participação de Bolsonaro distribuindo apertos de mão, em desacordo com a orientação de seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
A mudança da atitude presidencial foi trabalho que começou com amigos, assessores e alguns políticos que, com muito jeito e habilidade, disseram a Bolsonaro que ele precisava liderar essa crise de uma maneira diferente daquela demonstrada no domingo. O que funcionou, entretanto, foi a mudança de clima nas redes sociais. As críticas ao comportamento presidencial diante do vírus, esse inimigo pouco conhecido, levaram Bolsonaro a passar o dia colocando nas redes as ações do governo para conter a Covid-19. Resta saber se ele continuará nesse caminho, ou, daqui a alguns dias, acionado pelos radicais, voltará ao estágio anterior. A ordem, no momento, é recuperar apoiadores.
A realidade bate à porta
A conclusão do secretário da Receita, Mansueto Almeida, de que, diante da crise que ainda está por vir, o governo terá que desistir das metas fiscais em 2020 foi o que levou o presidente Jair Bolsonaro a optar pela decretação de calamidade pública. Agora, falta combinar com o Congresso, em especial com Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, que, até aqui, é visto como um inimigo pelos bolsonaristas.
Por falar em Maia…
Na noite de segunda-feira, o presidente da Câmara reuniu os líderes e a palavra “calamidade” chegou a ser utilizada por alguns dos presentes. Dos mais simpáticos ao governo até os oposicionistas, ninguém apostava nas rusgas políticas. Tirou-se dali somente declarações de que era preciso trabalhar para que a crise não se agrave.
Gestores garantidos
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, prepara em conjunto com a Advocacia Geral da União, Procuradoria Geral da República, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União um protocolo para evitar que gestores públicos da área de saúde sejam processados por compras rápidas a fim de atender a população. A proposta será fechada hoje.
Incerteza eleitoral
Com a Covid-19 na avenida, ninguém vai arriscar entrar em disputa política mais ferrenha nesse momento. A ordem é esperar a crise passar e só tratar de eleição quando a curva de casos se inverter. Resta saber se as excelências vão se segurar até lá, uma vez que a previsão, se tudo correr bem, é lá para o final de maio.
Trilha 03// O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi às redes reforçar as ações adotadas pelo governo. Não é hora de briga política com gente morrendo pelo coronavírus,
Trilha 01// Já o senador Flávio Bolsonaro foi para as redes criticar Rodrigo Maia, dizer que o TSE deveria declarar se Maia havia sido eleito presidente do Brasil, que o deputado provocava instabilidade política, dificultava investimentos e geração de emprego.
Não colou// O senador, dizem até ministros do governo, errou feio ao tecer esse comentário. Afinal, quem foi a manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, apostando no consenso e desrespeitando orientações para conter o coronavírus, foi o presidente da República.
Faz sentido// O deputado Daniel Freitas (PSL-SC), mais um integrante da comitiva de Jair Bolsonaro a ter o teste positivo para o coronavírus, sugere que se adie o prazo de filiação partidária que se encerra no início de abril. No meio dessa pandemia, é impossível fazer reuniões políticas com muitos apoiadores e festas de filiações. O momento é de recolhimento.
Bolsonaro sai do grupo de divulgação das ações contra o coronavírus
Coluna Brasília-DF
Nos Estados Unidos e na França, coube aos respectivos presidentes, Donald Trump e Emmanuel Macron, proferirem as mensagens de incentivo à população para atravessar esse período tenso e doloroso causado pela Covid-19. No Brasil, quem deu o recado do governo em relação a medidas a serem adotadas foi o ministro da Economia, Paulo Guedes. Internamente, há quem diga que, depois da presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação de domingo, é Guedes quem assume agora o comando da divulgação das ações governamentais e pede união. Resta saber quanto tempo durará.
Em tempo: até dentro do governo, a sensação é a de que houve um exagero do presidente Jair Bolsonaro ao promover selfies e apertos de mãos com seus apoiadores no domingo. Especialmente, depois de ter aparecido numa live nas redes sociais três dias antes, de máscara e pedindo aos internautas que repensassem as manifestações do dia 15. A atitude domingueira, entretanto, tirou de Bolsonaro o papel de liderar os apelos de união nacional e de ser exemplo a ser seguido pela população em geral. Daí, o fato de deixar para o ministro Paulo Guedes e para o da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, as injeções de ânimo na população. Porém, a participação na reunião da Economia e na de ministros no Planalto foi a forma a mostrar que, apesar da sua posição, o presidente está de olho nos reflexos do coronavírus.
Na chantagem não vai
O ultimato do ministro Paulo Guedes para que o Congresso aprove logo a privatização da Eletrobras não surtirá efeito. Isso porque os congressistas estão convencidos de que, nesse clima de ações em queda, não é hora de vender nada.
Olha aí, presidente!
O alerta em relação à necessidade de repensar a venda da Eletrobras neste momento casa inclusive com a teoria da conspiração — a qual muitos no entorno presidencial acreditam — de que toda a crise do coronavírus foi inventada pela China para comprar empresas e petróleo barato. Aprovar a venda da Eletrobras agora será permitir que os chineses comprem a empresa a preço de banana.
#ficamandetta
A forma como o presidente Jair Bolsonaro agiu em frente ao Planalto no domingo levou muitos a dizer que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pedisse demissão. Afinal, havia sido desautorizado pelo próprio presidente da República na recomendação para que as pessoas mantenham distância uma das outras. Uma saída do ministro seria piorar a situação.
60 anos em suspense
Por causa da pandemia de coronavírus, balança toda a programação prevista para os 60 anos de Brasília. A ordem é nada de aglomerações até que a curva de número de casos inverta a sua trajetória.
Oposição vem animada I/ Um grupo de parlamentares oposicionistas chega hoje a Brasília disposto a cobrar do presidente da Casa um puxão de orelhas no presidente Jair Bolsonaro por causa da manifestação de domingo. O chefe do Executivo poderia até ter participado, mas não poderia cumprimentar pessoas nem sair sem máscara, uma vez que ainda não está totalmente liberado por causa da viagem que fez aos Estados Unidos.
Oposição vem animada II/ Um dos que vai cobrar é o deputado Júlio Delgado (PSB-MG foto): “O mundo inteiro está passando por isso, pedindo para as pessoas ficarem em casa, e o presidente contraria as orientações em saúde pública do mundo. É caso de interdição pela sanidade do país”, diz o deputado.
E os defensores do presidente também/ A deputada Bia Kicis (DF) foi direta ao dizer que Bolsonaro participou e cumprimentou as pessoas para estar ao lado do povo. “Na alegria e na tristeza”, reforçou em suas redes sociais.
Olhar do filho/ O deputado Eduardo Bolsonaro reforçou em suas redes, em resposta ao pronunciamento da deputada Janaína Paschoal (PSL-SP) criticando o presidente, que 57 milhões votaram a favor de Jair Bolsonaro. Em privado, alguns deputados diziam que os votos não foram a favor do capitão, e sim contra o PT. Bolsonaro era o que tinha para evitar a volta dos petistas, e as excelências acreditam que o presidente será reeleito se a polarização se repetir em 2022.
Google nos 60 de Brasília/ A Google assinou um protocolo com o governo do Distrito Federal para digitalizar todos os museus e documentos da capital. Pelo menos, virtualmente, a festa está salva. E brindes com muito álcool em gel.
Coluna Brasília-DF
As dificuldades políticas caminham para ficar em segundo plano depois do pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro conclamou seus apoiadores a repensarem a manifestação deste domingo. Porém, da mesma forma que os simpatizantes do governo tendem a substituir a rua por um panelaço e um tuitaço, a política caminha para segurar um pouco as desavenças, mas a tensão não se dissipará.
Tampouco as pressões de alguns pela troca de comando na Secretaria de Governo. Aliás, com a derrubada do veto do Benefício de Prestação Continuada na quarta-feira e a concessão permanente do 13º aos beneficiários do Bolsa Família e do BPC, na semana passada, o ministro Luiz Eduardo Ramos continuará sob ataque. A sorte é que, diante da pandemia, tudo ficou menor, pronto para voltar a crescer quando a situação de saúde se normalizar.
Foro adequado
O governo caminha para garantir a suspensão do pagamento do BPC a idosos de famílias cuja renda per capita seja de meio salário mínimo — regra aprovada após o Congresso derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira. E antes mesmo de qualquer decisão do Supremo Tribunal Federal. Basta pedir ao Tribunal de Contas da União.
Vitória certa
O TCU segue à risca o entendimento de que aumento de qualquer despesa só pode se dar em duas circunstâncias: ou corte de algum outro gasto para garantir cobertura orçamentária, ou aumento de imposto. Até aqui, o governo não se mostra disposto a se mexer nessas direções. Até porque, dizem os especialistas do Executivo, não
tem de onde tirar.
Prazo
Ao buscar o diálogo com a ala bivarista do PSL, a ideia do grupo liderado por Eduardo Bolsonaro é ganhar tempo para montar o Aliança até o final do ano. A virada para 2021 é considerada o momento ideal para arrebanhar parlamentares e candidatos com vistas a 2022.
Adereços
Entre o material que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro produziram para levar às ruas no domingo estão oito mil bonecos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o mais novo pop star dos movimentos bolsonaristas. A ideia era distribuir esse material em trios elétricos de, pelo menos, três cidades — São Paulo, Fortaleza e Brasília.
A turma não gostou/ Antes de o presidente Jair Bolsonaro pedir a seus apoiadores que repensassem a manifestação do dia 15, a página da deputada Bia Kicis (foto) no Facebook lançou essa sugestão. As respostas dos internautas foram irascíveis. A mais light perguntava “Até tu?!!”
Depois da quaresma/ Agora, ao atender o chamamento do presidente e repensar a manifestação, a ideia é deixar tudo preparado para a semana seguinte à Páscoa, quando se espera que esse pico de coronavírus tenha terminado.
Metamorfose ambulante I/ O clima no Palácio do Planalto ontem era de “deixa quieto” o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter dito há três dias que a situação de coronavírus no Brasil era “fantasia da mídia”. Afinal, aparição do chefe de máscara na live indica que ele mudou de ideia.
Metamorfose ambulante II/ Um presidente que chegou a usar a expressão da música de Raul Seixas para admitir que mudava mesmo de opinião em relação a determinadas situações foi Luiz Inácio Lula da Silva. Qualquer semelhança, entretanto, é mera coincidência.
Sexta-Feira 13… / Em tempo de bruxas soltas e viroses preocupantes, em especial, para os idosos, melhor se prevenir.
Coluna Brasília-DF
O governo não terá apoio dos congressistas quando seus projetos tiverem relação direta com corte de benefícios sociais. Essa é a mensagem inserida na derrubada do veto que permitirá o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a idosos e pessoas com deficiência em famílias com renda de meio salário mínimo per capita.
… e de Bolsonaro ao Congresso
Porém, em tempos de Orçamento Impositivo, a tendência do governo é devolver a bola e ir até ao Supremo Tribunal Federal, se for preciso. Se for para pagar o BPC a mais famílias — com o veto de Bolsonaro a ideia era restringir o BPC a famílias que recebem 1/4 do mínimo per capita —, o Congresso deverá indicar a fonte de receita. O governo não pagou, porque considerou que não havia dinheiro suficiente para isso. Agora, deputados e senadores podem, se quiserem, ajudar retirando recursos das tais emendas que o Poder Executivo é obrigado a atender.
Vem mais
Antes de o Congresso derrubar o veto do BPC, parlamentares no cafezinho tentavam se mobilizar para derrubar o veto parcial do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro. A intenção é derrubar todos os dispositivos vetados.
Para antes que caia tudo!
A suspensão da sessão evitou novas derrotas do governo. Ou seja, ao que tudo indica, as notícias de que o presidente Jair Bolsonaro desistiu de fazer acordo com o Congresso terminou prejudicando o Poder Executivo no Congresso.
CURTIDAS
E o PT, hein?/ Parte do PT não desistiu de ter Fernando Haddad como candidato a prefeito de São Paulo. Só tem um probleminha: Haddad já repetiu, reiteradamente, que não quer. Dia desses, conversou até com Lula a respeito. O ex-presidente, porém, desconversou.
Por falar em PT…/ Quem andou por Brasília foi o governador da Bahia, Rui Costa, dedicado a fazer com que o Tribunal de Contas da União apurasse por que a inclusão no Bolsa Família foi maior nas regiões consideradas mais ricas do país. Costa é considerado um dos nomes do partido de Lula para concorrer à Presidência da República em 2022.
Mandetta e Guedes/ Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, viraram uma dupla afinada. Mandetta leva a mensagem de que é preciso apenas lavar as mãos e evitar aglomerações, ou seja, precaução. Guedes, por sua vez, pede o mesmo ao mercado: muita calma nessa hora e celeridade nas reformas.
Por falar em aglomerações/ Um dos empresários presentes à Lide dizia, para quem quisesse ouvir, que é preciso ir à manifestação de domingo para que o Congresso pare de “atrapalhar” o governo e reclamou que eles (os congressistas) “mudam tudo”. Na China e na Venezuela, respondeu outro, é assim que funciona.
Coluna Brasília-DF
A atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Rosa Weber, está uma arara com Bolsonaro. Em conversas reservadas, a fala do presidente sobre fraude nas eleições foi vista como mais uma forma de atacar o Poder Judiciário nas manifestações de domingo.
Fica fria, Rosa
Aliados de Bolsonaro na seara eleitoral irão a campo para tentar esclarecer a alta corte eleitoral de que o presidente não teve a intenção de criticar o TSE, mas apenas alertar para a necessidade do voto impresso, algo que sempre reivindicou. Aliás, ele e o falecido ex-governador do Rio Leonel Brizola.
Até aqui…
A bandeira de paz hasteada pelos aliados de Bolsonaro aos ministros do TSE não funcionou. Até porque o presidente disse que tinha provas. Agora, os ministros querem saber que provas são essas. Por ali, no TSE, tem gente apostando que tudo foi criado para dar combustível aos bolsonaristas nas redes sociais e ver se os internautas esquecem o PIB de 1,1% e as projeções previstas para 2020, que já foram revistas.
Bolsonaro precisará decidir se atende os caminhoneiros ou o PIB
Coluna Brasília-DF
Na reunião de hoje com o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux para discutir a lei do tabelamento do frete, os empresários chegam dispostos a fechar um acordo em torno do valor pago aos caminhoneiros, desde que não haja tabelamento. Os caminhoneiros, por sua vez, vão determinados a cobrar o cumprimento da lei do frete.
Logo, tem tudo para haver um impasse, se a categoria não ceder. “Estamos desenhando um novo modelo de contratação direta dos caminhoneiros, mas qualquer mudança só vai adiante se o tabelamento do frete cair”, antecipa à coluna o presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga, Luiz Henrique Baldez.
Até aqui, tanto a equipe econômica do governo quanto as confederações empresariais se posicionaram contra o tabelamento. Logo, se ninguém ceder, o presidente Jair Bolsonaro enfrentará mais uma encruzilhada: ou atende os caminhoneiros, ou o PIB. Com a crise econômica despontando no horizonte, há quem diga que a situação para os caminhoneiros está chegando ao ponto de “ou pegar, ou largar”.
Governo contra governo
O acordo entre Executivo e Legislativo em torno dos projetos de lei orçamentária (PLNs), enviados na semana passada, teve validade menor do que a de um iogurte. A orientação de muitos governistas, hoje, será no sentido de votar contra a proposta.
Ninguém pisca
Às vésperas do movimento de 15 de março, a expectativa geral no Congresso é de que ninguém consiga muita coisa em termos de diálogo para sair da barafunda de dólar alto e bolsas caindo. O ano, que deveria começar depois do carnaval, agora, só após 15 de março.
Confiança, ativo em falta
A declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre confiança na política econômica de Paulo Guedes terá vários testes este mês: de caminhoneiros a envio das reformas. São assuntos que, na avaliação de aliados do presidente no Congresso, chegaram à hora da verdade.
Vem briga aí
Os problemas enfrentados pelo governo não tiraram o presidente Jair Bolsonaro da pole position de 2022. E, nesse cenário, vai ter partido brigando pela vice. Em especial, MDB e DEM.
Curtidas
Criança, a saída/ A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) têm um ponto em comum: a criação do Ministério da Criança. “Um dos grandes sonhos que a Damares compartilha comigo é criarmos, um dia, o Ministério da Criança”, disse Paula, durante encontro com a ministra. Investir na criança, afirma Damares, “economiza em tudo, no sistema socioeducativo e prisional, na saúde, em tudo”.
Ele tem razão/ Num ponto, todos os políticos concordam com o presidente Jair Bolsonaro: nessa atividade, quem tem medo de rua, melhor buscar outra função.
O tempo, senhor da razão/ Em Brasília, políticos apostam quanto tempo Regina Duarte aguenta ficar no governo: os mais otimistas calculam seis meses.
Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
A ala de senadores que, invariavelmente, apoia a maioria das propostas do governo rachou. Uma, liderada pelo senador Álvaro Dias (Podemos-PR), é hoje mais fiel ao ministro da Justiça, Sergio Moro, do que ao presidente Jair Bolsonaro. E que ninguém se surpreenda se, daqui a alguns meses, Dias se lançar candidato a presidente da Casa, uma vez que o Podemos hoje é a segunda bancada, saltou de cinco para 10 senadores, e tenta ainda arrebanhar para esse projeto a maioria do grupo Muda Senado.
Dias tem história na Casa e é considerado a ponte entre os reformistas e parte dos senadores mais antigos. E, nesta Legislatura, se mostra um player com projetos presentes e futuros. Esse movimento do Podemos ajudou a levar o MDB a buscar uma aproximação maior com Bolsonaro. Com os dois líderes do governo, o partido estará em qualquer projeto que não inclua o ex-juiz. Até mesmo com o presidente que, no passado, era visto com desprezo pelos emedebistas. Como dizia, dia desses, um atento observador dos movimentos emedebistas, nem Gabigol é tão profissional em campo como o MDB na hora de armar seu jogo.
Advogados irados com Fux
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux conseguiu provocar os advogados pelo país afora –– em especial, os de seu estado, o Rio de Janeiro. É que ele convocou uma audiência pública para discutir a lei que instituiu o juiz das garantias e chamou 35 representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público e apenas 11 dos advogados.
Barrados
Ficaram de fora instituições tradicionais e que sempre participam de audiências públicas por causa da qualidade de seu trabalho, caso do Instituto dos Advogados do Brasil, do Instituto de Direito de Defesa e da Sociedade dos Advogados Criminais do Rio de Janeiro.
Partido fala mais alto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é cobrado a apoiar um representante do DEM para sucedê-lo no cargo. É que o partido corre o risco de não conseguir manter a presidência do Senado e, para completar, o nome preferido por Rodrigo para a Câmara –– o do líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) ––, não consegue garantir o apoio de todo o PP, onde quem tem a maioria é Arthur Lira (AL).
O desafio de Alcolumbre
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), está com vários problemas a resolver. O primeiro deles é que o grupo de senadores que o apoiou não se sente prestigiado na Casa. E, agora, com o MDB reivindicando a relatoria do Orçamento, vai ficar pior. É quase que adeus à reeleição.
Cheque em branco, não
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu que os movimentos sociais saiam em defesa das reformas na manifestação de 15 de março. Só tem um probleminha: ele ainda não disse o que fará, nem na administrativa e nem na tributária. Assim, a pauta do ato do próximo dia 15 será mesmo única: apoio a Bolsonaro.
STJ libera Niemeyer/ O ministro João Otávio Noronha (STJ) determinou a reabertura da Avenida Niemeyer, no Rio. A decisão é de caráter imediato, atendendo ao pedido da cidade. Pelo menos, essa o prefeito Marcelo Crivella ganhou.
Sem unanimidade/ A filiação do jornalista José Luiz Datena ao MDB balançou a unidade partidária. Bastou alguém gritar na plateia “presidente do Brasil” para que o governador do DF, Ibaneis Rocha, mostrasse um semblante de desconforto. O governador, a depender da performance no governo local, pode se colocar como uma das apostas para empunhar a bandeira do partido na sucessão presidencial.
Trotes não cessam/ Os parlamentares dos mais diversos partidos têm sofrido com trotes. Dia desses, foi a vez do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) receber a ligação de um homem que mencionava uma festa do ministro Paulo Guedes, que precisava de dados pessoais e coisa e tal. Como ex-policial, Daniel foi direto: “Sei… Festa… Paulo Guedes… Ô meu irmão, sou policialll! Você acha que eu caio nessa???!!!” O sujeito desligou na hora.
8 de março/ Índices elevados de feminicídios, agressões físicas, verbais e tanto desrespeito nas redes sociais. Ainda assim, há o que comemorar. Em especial, a nossa luta por dias melhores e respeito entre homens e mulheres. Desistir, jamais! Feliz Dia Internacional da Mulher.