Fraga fica sem ministério algum por criticar Moro

#Alberto Fraga faz corpo a corpo no Riacho Fundo II
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Depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que é zero a possibilidade de separar Justiça e Segurança Pública em dois ministérios, aliados do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) citam o Ministério da Integração como um novo abrigo para acomodar o demista.

Só tem um problema

As recentes declarações do ex-deputado batendo no ministro Sérgio Moro não foram bem recebidas. Há quem diga que é muito ruim levar para o primeiro escalão alguém que criticou abertamente um “colega” de ministério. Bolsonaro já disse diversas vezes que não quer seus ministros brigando nem batendo boca nos jornais. Diante dos ataques de Fraga a Moro, o ex-deputado ficará mais um tempo na reserva.

Ibaneis apoia Fraga em ministério: “Conhece mais de segurança que o Moro”

Ibaneis Fraga Rollemberg
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Se depender de uma forcinha do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) pode preparar o terno para ser ministro da Segurança Pública. Isso na hipótese de o presidente Jair Bolsonaro mudar de ideia e decidir separar Segurança Pública e Justiça: “(Fraga) Conhece mais de segurança que o Moro. Se for a opção de Bolsonaro e por ser de Brasília, teria meu apoio. Aprendi que eleição acabou quando se desce do palanque, e o que importa é o trabalho pela cidade”, diz ele, referindo-se ao ex-adversário na política local e ao ministro da Justiça, Sérgio Moro.

O governador Ibaneis foi um dos primeiros a alertarem para a necessidade de mais ações na área de segurança por parte do governo federal. Ele tem reclamado e com razão que ações no presídio federal não são comunicadas à Secretaria de Segurança Pública do DF. Porém, se houver uma fuga — e já houve tentativa sem sucesso — é a Secretaria de Segurança que terá que agir.

O equilibrista do porto…

Na tentativa de se sustentar entre o governador João Dória e o ministro da Infraestrutura, Tarcisio de Freitas, o presidente da CODESP, Casemiro Tércio de Souza, anunciou o seu planejamento futuro para o porto de Santos, o famoso PDZ. A oposição considera que ele passou por cima do Ministério Público em questões como patrimônio histórico e meio ambiente e vai eliminar 2,3 mil postos de trabalho diretos.

…tenta o diálogo

Casemiro agora está chamando os concessionários do porto para negociar, caso a caso, as transformações pretendidas. Algumas associações patronais e sindicatos operários prometem mobilizar suas bases contra as pretensões da atividade portuária. O presidente da Codesp quer atender os planos dos empresários ligados à logística e o desejo, um tanto quanto ainda etéreo, do governador João Dória de privatizar a administração do porto.

CURTIDAS

Novelas sem fim/ Regina Duarte deve assumir a secretaria de Cultura esta semana, mas o ex-secretário Roberto Alvim ainda terá que responder sobre o polêmico discurso. O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) entrou com uma representação no Ministério Público do Distrito Federal contra Alvim por causa do discurso com apologia nazista, ao divulgar, em canal institucional, o Prêmio Nacional das Artes de 2020.

Novelas sem fim II/ Outra é a da auditoria do BNDES, aquela que custou R$ 48 milhões e não achou nada. Além de o TCU pedir explicações, os deputados planejam chamar a turma do banco para confrontar o resultado da auditoria contra os da CPI que pediu o indiciamento de 52 pessoas e encontrou um cipoal de irregularidades.

Marun e Ibsen I/ Ex-ministro da secretaria de Governo, Carlos Marun, cita a história de Ibsen Pinheiro para enaltecer a necessidade da presunção de inocência: “Ibsen Pinheiro foi um símbolo de quanto a sanha acusatória pode ser nefasta quando se estabelece como onda a sufocar o elementar direito de defesa. Seguia um caminho que sinalizava fortemente a chegada à Presidência da República quando, vítima de uma armação pusilânime, teve sua trajetória política interrompida e seu nome jogado à lama. Anos depois, ao ver revelada a verdade, voltou com humildade ao processo político, mas sem voltar a ter a proeminência anterior”, conta.

Marun e Ibsen II/ O dois se aproximaram há 15 anos, justamente numa palestra sobre direito de defesa, em Campo Grande, há 15 anos: “A partir dali passou a ser o correligionário do MDB gaúcho, com quem eu tive relação mais intensa, até ser eleito deputado federal e passar a conviver no dia a dia com colegas do Rio Grande. Mantive com ele conversas periódicas sobre o MDB, o nosso Inter e o Brasil”, relata o ex-ministro.

Para secretários estaduais, redução de crimes não foi obra única de Moro

Sérgio Moro
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O presidente vai deixar “decantar” a pressão dos secretários de Segurança para a criação do Ministério da Segurança Pública. Embora diga que está estudando o tema, a mudança ainda não está selada. A grita política dos secretários, no momento, é frisar que a redução das taxas de homicídio do país não foi obra única e exclusivamente do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Eles querem colocar a própria digital nesses números.

Segura isso aí

Para Bolsonaro, o discurso também vem a calhar. Afinal, Moro até aqui isolou os líderes do crime organizado em presídios federais de segurança máxima e liberou os recursos dos fundos desse setor por decisão judicial. Quem reduziu os crimes, avaliam vários especialistas dessa área, foi o trabalho conjunto das polícias Militar, Civil e Bombeiros. Ou seja, as forças de segurança estaduais e municipais que não estão sob o guarda-chuva de Moro.

Quem pisca primeiro

Bolsonaro, com essa cobrança dos secretários, tem agora a faca na mão para fatiar o ministério de Moro e, de quebra, nomear mais um aliado da sua confiança para o governo. Na fila, está o ex-deputado Alberto Fraga, um curinga que ainda não conseguiu uma colocação, e é hoje fiel escudeiro do presidente. Fraga no comando da Polícia Federal é a certeza de que o presidente terá um ministro que, esse sim, estará com ele “de corpo e alma”. Mais do que Regina Duarte.

Situação jurídica de Fraga deve ser decidida em fevereiro

Os políticos que não desejam apoiar a reeleição de Bolsonaro começam a vislumbrar uma janela para tentar reduzir o favoritismo que o presidente apresenta nas pesquisas: não aliviar para cima do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e as “rachadinhas”. Especialmente, aqueles servidores que o atual senador dividiu com o pai.

Carnaval salgado

Aqueles que costumam alugar seus apartamentos, para o carnaval de Salvador, praticamente dobraram os preços em relação ao ano passado. De R$ 6 mil, R$ 7 mil, saltou para R$ 12 mil.

O centro e o estádio

O megacentro de convenções de Salvador custou R$ 130 milhões e tem tudo para levar investimento e divisas aos baianos. Já o estádio Mané Garrincha do DF…

O grande vitorioso

Ok, muitos querem a vaga de Bolsonaro. Mas ninguém da ala de centro-direita da política encontrou o ponto certo para fazer frente ao projeto econômico do governo. Guedes é elogiado por todos, de público e nos bastidores, e aplaudido de pé em Davos.

DEM na fita/ O presidente do Democratas, ACM Neto (foto), inaugurou o Centro de Convenções de Salvador com uma festa para duas mil pessoas. Rui Costa, que criticou a localização do complexo à beira-mar, promete fazer outro, distante da praia.

Agora não precisa mais/ O governador promete o novo centro de convenções desde 2016. A cidade já perdeu quase R$ 1 bilhão por deixar de realizar feiras e seminários internacionais. Resta aos petistas agora, diz Neto, atrair eventos para o centro recém-inaugurado, onde figura um busto do ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães.

Foi dada a Largada/ A inauguração do Centro marcou o fim da convivência pacífica entre o prefeito da capital e o governador da Bahia. Com a eleição municipal logo ali, a cidade virou ponto de honra. ACM Neto quer fazer o sucessor e Rui Costa quer conquistar o território.

Que briguem/ Os soteropolitanos nunca foram tão felizes. É que, diante da disputa entre o prefeito e o governador para ver quem faz mais obras, quem ganha é Salvador e sua população.

Sem partido, Bolsonaro já definiu quem apoiará nas eleições municipais

Bolsonaro eleições municipais
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Ainda sem um partido para chamar de seu nas eleições deste ano, o presidente Jair Bolsonaro vai apostar naqueles candidatos que não forem entraves a seus projetos presidenciais atuais e futuros. Daí, a deferência ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anfitrião do encontro do presidente com os pastores. Em São Paulo, até aqui, Bolsonaro aguarda os movimentos do apresentador José Luiz Datena, que ainda está sem partido e hoje se apresenta como pré-candidato.

Quem for conservador e não estiver com os governadores Wilson Witzel, no Rio, nem com João Doria, em São Paulo, tem meio caminho andado para conseguir o apoio de Bolsonaro. Esses são os dois nomes que o presidente vê como principais adversários hoje.

Davos, com “D” de Doria

O governador de São Paulo, João Doria, é o brasileiro que mais deve faturar politicamente no Fórum Econômico Mundial, da abertura ao encerramento. Antes mesmo da festa de abertura, ele já estava reunido com representantes de empresa de reciclagem, embalado com a ideia de economia sustentável difundida nesta 50ª edição do evento.

O lado bom

Até aqui, as menções ao Brasil nas reuniões de Davos não deixaram a desejar e tudo por causa da reforma da Previdência. O ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda pretende aproveitar a elevação da expectativa de crescimento brasileiro este ano, por parte do Fundo Monetário Internacional, para fazer propaganda do país.

Reprise

Antes da abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, no ano passado, houve uma reunião sobre mudanças climáticas e outra específica sobre a Amazônia, sem a participação do governo brasileiro. Agora, em Davos, essa reunião ficou para o fim. E, mais uma vez, sem a voz das autoridades brasileiras.

Deu ruim I/ O descaso com o abastecimento de água no Rio de Janeiro deixou o governador Wilson Witzel em baixa perante o eleitorado. E a história de sabotagem sem provas cabais ficou pior. No caso das cervejas, em Minas, havia suspeitos. Até aqui, Witzel não apresentou nada e expôs o descaso neste primeiro ano de governo.

Deu ruim II/ Para quem chegou todo cheio de si e prometendo fazer do Enem 2019 o melhor da história, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deixa a desejar com a identificação do erro que afetou 5.974 estudantes. Pelo menos, trabalhou rápido para corrigir. Agora, para o melhor da história, esperemos, quem sabe, o Enem 2020.

Enquanto isso, na Bahia…/ Não está muito “festiva” a relação entre o governador baiano, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner, seu padrinho político. Mais um entre tantos casos em que a criatura pretende ultrapassar o criador. Já dizia Al Pacino, em sua performance no filme o Advogado do Diabo: “Vaidade, meu pecado predileto”.

Fakes news e Flávio são as apostas eleitorais do PT contra Bolsonaro

PT contra Bolsonaro
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Empenhados em deixar o presidente Jair Bolsonaro contra a parede neste ano eleitoral, os petistas vão mirar toda a sua artilharia para dois pontos que consideram hoje os de maior fragilidade do capitão: a CPI das Fake News e o escândalo das rachadinhas que tem o senador Flávio Bolsonaro como personagem.

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No caso da CPI das Fakes, os petistas acreditam que têm a faca e o queijo na mão, uma vez que o presidente da comissão, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), e a relatora, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), têm uma boa relação política com o ex-presidente Lula. Coronel, embora seja do PSD, é aliado ao governador da Bahia, Rui Costa (PT).

O que eles pensam

A aposta da maioria dos políticos é a de que, a preços de hoje, Bolsonaro só perde a reeleição se a população não sentir efeitos de recuperação da economia. Até aqui, por mais que se diga que a economia está bem, o aumento nos preços dos alimentos registrado ao longo de 2019 e o das passagens de ônibus na largada de 2020 não vão ajudar a melhorar a percepção.

O que a realidade mostra

O passeio de Bolsonaro em Praia Grande (SP) deixou aos políticos uma certeza: o atual presidente está em plena campanha desde já. Sempre que pode, está no meio da população. Até quando está curtindo o fim de semana, ele dá um jeito de testar a popularidade. Em conversas reservadas, até os petistas reconhecem que nem Lula fez melhor.

Adversário número um

Até aqui, Bolsonaro considera que tem como principal adversário o governador de São Paulo, João Dória, a quem marca de perto. Daí, inclusive, a escolha do Guarujá para o descanso desse fim de semana e algumas visitas. Hoje o presidente pretende visitar a sede da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), em Santos, mas não sabe até agora se estará em terreno firme ou pantanoso.

Vai ter que escolher

O atual presidente da Codesp, Casemiro Tércio de Souza, é um tucano histórico. Recentemente, bateu no peito e se afirmou como liderado pelo ex-governador Geraldo Alckmin, que desapareceu do cenário político. E muito embora a empresa portuária seja federal, não se sabe até quanto Casemiro migrou para as asas protetoras de Doria. É o que Bolsonaro pretende descobrir.

A vez delas?

Que Davi Alcolumbre, que nada. Vão entrar na disputa para a Presidência do Senado a senadora Simone Tebet, pelo MDB, e há ainda alguns interessados em convencer a senadora Kátia Abreu a entrar no páreo.

Curtidas

Campanha antecipada/ Por todo o país, políticos aparecem em outdoors desejando boas festas a seus conterrâneos. Em Alagoas, por exemplo, no caminho de Barra de São Miguel, a mais badalada do litoral Sul, havia um, do deputado JHC,
pré-candidato a prefeito de Maceió.

Qualquer um, menos ela/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não sabe quem apoiará para prefeito de São Paulo. Sabe apenas contra quem ficará: Joice Hasselmann. Virou inimiga mesmo.

Neto na vitrine I/ O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), abre 2020 agitando a política. Além da tradicional lavagem do Bonfim, que serve de termômetro para a popularidade dos políticos, ele inaugura o novo Centro de Convenções este mês, com a presença de toda a cúpula do partido.

Neto na vitrine II/ De quebra, o prefeito vai alertar que seus antecessores e também os gestores estaduais nada fizeram desde 2012, quando o centro de convenções da cidade foi fechado. Salvador perdeu uma série de seminários e feiras internacionais pela falta de um centro com capacidade para abrigar eventos de grande porte. Há quem diga que essa inauguração é quase um esquenta da pré-campanha de ACM Neto ao governo estadual.

Sem pressa para formar partido, Bolsonaro pode não se posicionar nas eleições municipais

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Bolsonaro está no melhor dos mundos em relação à eleição de 2020. Ainda não tem um partido para chamar de seu, portanto, não tem responsabilidades sobre eleger quem quer que seja. Os filhos não podem ser candidatos — estão inelegíveis para outros cargos porque o pai é presidente. Nesse cenário, há dentro do Congresso e do futuro partido quem defenda que o presidente não corra tanto para formar logo o Aliança pelo Brasil. Vai sempre poder dizer que não pode ter candidatos por causa das regras eleitorais. E, depois, poderá levar os prefeitos eleitos para o seu lado, sem precisar se esforçar para apoiar ninguém.

Efeito cascata

O ajuste nos salários dos policiais federais vai provocar uma corrida por aumentos nas demais categorias. E a aposta de muitos políticos é a de que, por ser um ano eleitoral, todos os segmentos consigam alguma coisa no Congresso. Ninguém no parlamento quer confusão com policiais federais, nem tampouco com as forças de segurança como um todo. Vai sobrar para Bolsonaro, lá na frente, vetar o que não for jogo combinado com o Poder Executivo.

Rio, o caldeirão

Que São Paulo, que nada. A eleição que mais chama a atenção dos bolsonaristas, hoje, é a do Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella está em baixa, o governador Wilson Witzel tem pretensões nacionais e, para completar, é ali que se darão as investigações que envolvem os filhos do presidente.

Refinarias em debate

Na agenda do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em Brasília, inclusive com Bolsonaro, está, além do preço do petróleo, a venda de oito refinarias da empresa. Quem entende do traçado vê problemas, porque deixará o país mais exposto ao preço internacional, que tende a subir com a crise entre os Estados Unidos e o Irã.

Por falar em Estados Unidos….

No meio diplomático, há quem diga que o presidente Donald Trump aumenta o tom em relação às ameaças de retaliação do Irã porque, assim, embaça a discussão do processo de impeachment. É a velha tática: se quer escapar de uma confusão, arrume outra maior.

E o dinheiro, ó…

Presidentes de partidos começaram o ano enlouquecidos. Quem fez as contas garante que, mesmo com a sanção do fundão eleitoral por Bolsonaro, os R$ 2 bilhões serão insuficientes para financiar as campanhas país afora. E não dá nem para reclamar, porque a quantia global destinada é altíssima. Logo, podem apostar: vem aí o caixa dois, o caixa três e por aí vai.

Duas leituras/ A contar pelas conversas palacianas de advogados, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não é o preferido de Bolsonaro para a vaga do Supremo Tribunal Federal, a ser aberta em novembro. É que, se colocar Moro no STF, o presidente perde o ministro mais popular de seu governo, e ainda um possível candidato a vice-presidente.

Praça digital I/ A Praça dos Três Poderes passará por uma reforma para a turma da tecnologia não botar defeito. Vêm aí, inclusive, hologramas de Lucio Costa para explicar os monumentos.

Praça digital II/ Quem olhar de longe não perceberá as mudanças, porque o local é tombado e não pode ser modificado. Daí, o uso de recursos tecnológicos.

Sem partido não fica/ Bom de voto e amigo de Bolsonaro, Marcos Feliciano (sem patido-SP) já recebeu convites para ingressar na nova legenda, assim que for formada. Expulso do Podemos, ele não tem pressa em arrumar uma nova agremiação. Segue o ditado: quem tem tempo não tem pressa.

Empregados públicos são plano B do governo para reforma administrativa

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Se o governo não conseguir fazer a reforma administrativa, a ideia em estudo é priorizar a contratação de empregados públicos em vez de servidores públicos. Empregados públicos são contratados via CLT, não têm estabilidade e nem direito aos benefícios do Regime Jurídico Único (RJU). Assim, para evitar uma nova massa de funcionários estáveis, a contratação de celetistas deve aumentar. Essa preferência por celetistas foi levantada como uma hipótese pelo Instituto Fiscal Independente em seu último estudo especial, sobre as despesas de pessoal no serviço público federal. Num país com o desemprego ainda nas alturas, é esse o tema que dominará os debates em 2020.

A expectativa de muitos parlamentares é a de que esse assunto abra as discussões de 2020 no parlamento, dentro da medida provisória que criou o programa do emprego verde e amarelo e mexeu na CLT. No total, o texto da MP já recebeu 1.930 emendas. Esse será um dos principais temas de fevereiro e será ainda explorado pela oposição como uma tentativa do governo de cortar direitos trabalhistas.

Moro sob pressão

Ao afagar o Congresso com a manutenção do juiz de garantias, o presidente Jair Bolsonaro expôs mais uma vez o ministro da Justiça, Sergio Moro, e colocou a oposição em ataque para constranger o ex-juiz. O deputado Orlando Silva, por exemplo, agradeceu a sanção das mudanças aprovadas pelo Congresso e foi direto: “O parlamento derrotou o populismo penal de Sergio Moro, que agora só tem um caminho: pedir o boné!”

Pressão de quem?

Da mesma forma que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi avisado da sanção do pacote anticrime e seus vetos, o ministro da Justiça também foi. A avaliação palaciana é a de que estão todos bem. Se tem pressão, é só da oposição.

Europeus e poluição

Reportagem do New York Times cai como uma luva nas pretensões do Brasil, de mostrar que os europeus não cuidam de proteger seu meio ambiente. O jornal aponta que as áreas mais poluídas da Itália são as que mais recebem subsídios agrícolas.

Estuda aí para cobrar lá

Diplomatas brasileiros leem os artigos sobre o tema com uma lupa a fim de buscar informações que possam ajudar o governo brasileiro na busca dos créditos de carbono definidos dentro do acordo de Paris, mas que ainda não foram regulamentados.

Credito : Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil – O ministro da Educação Abraham Weintraub

Escreveu, não leu…/ Pegou mal, na visão de assessores palacianos, o fato de o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter compartilhado um tuíte que chamava o presidente Jair Bolsonaro de traidor, por causa da sanção de partes do pacote anticrime contra o que defende o ministro Sérgio Moro. Alguns acreditam que não é caso para demissão, uma vez que o ministro se desculpou e apagou a postagem.

… gerou problema/ Porém, é bom Weintraub ficar esperto: O governo sempre orienta os seus servidores e ocupantes de cargo de confiança a tomar todo o cuidado com as postagens. É preciso ler tudo com atenção antes de postar, em especial, em se tratando de um ministro de Estado.

Santo de casa/ O fato de Sérgio Moro ter ficado entre os 50 mais influentes do mundo no ranking do Financial Times e a sanção do juiz de garantias era motivo de piada, ontem, entre os parlamentares. Moro pode até influenciar o mundo, mas, Bolsonaro, está difícil.

Feliz ano novo/ Depois da virada de 2019 trabalhando na posse do presidente Jair Bolsonaro, vou esperar 2020 de chinelos à beira-mar. Muita saúde, paz, amor e prosperidade para você e toda a família por todos os dias do novo ano.

Partidos do centro torcem contra o fundo eleitoral

fundo eleitoral
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Partidos de centro não veem a hora de conseguir uma brecha para retomar o financiamento empresarial das campanhas. Muitos esperam, inclusive, que Jair Bolsonaro vete os R$ 2 bilhões do fundo eleitoral e, assim, abra espaço para um projeto que restabeleça a temporada de recursos de empresas nas eleições.

O governo, entretanto, percebeu a manobra. Embora o presidente já tenha dito que não aceitará o aumento nos recursos do fundo, está disposto a sancionar os R$ 2 bilhões. Afinal, se não o fizer, não haverá dinheiro para as campanhas de 2020, pois não há mais prazo para aprovar nenhum outro tipo de financiamento a menos de um ano do pleito.

 

CPMF. Ideia antiga…

Você leu aqui em agosto deste ano: “O governo aposta que as propostas de reforma tributária em debate no parlamento não chegarão a um consenso. (…) E aí o ministro da Economia, Paulo Guedes, sacará da cartola uma sugestão que inclui a Contribuição Social sobre Transações (CST), um nome diferente para a velha e boa Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF)”.

… Para fatos novos

O Congresso fecha 2019 sem votar a reforma tributária e faz crescer a expectativa dos técnicos em torno da CST. O chamariz será a troca desse imposto por outros, coisa que não ocorreu no passado.

E tem mais

O Palácio apelará para o bom senso dos deputados e senadores: afinal, eles fizeram as emendas impositivas e, agora, é preciso uma boa fonte de receita para garantir os recursos. Como está hoje, o governo não terá dinheiro para atender todas as solicitações, e terminará jogando tudo nos tais “restos a pagar”.

Seguro anti-Lula/ Não é à toa que Bolsonaro diz que está “apanhando” por causa do aumento do preço da carne, e que não tem nada a ver com isso. O presidente fala para se precaver. Já chegou ao Planalto que os petistas vão aproveitar o embalo do aumento para que Lula discurse, Brasil afora, dizendo, que, em seu governo, a população mais pobre comia melhor.

Ninguém sai/ Bolsonaro tem dito que, enquanto a imprensa estiver falando que Abraham Weintraub está com os dias contados no Ministério da Educação, não tem troca. Aliás, ele tem elogiado o ministro em conversas reservadas.

Ganha & perde/ Depois das agruras do país na COP-25, de onde saiu com o prêmio nada honroso de “fóssil colossal”, o Brasil agora vai ver o Democracia em Vertigem entre os pré-indicados do Oscar. Bom para o cinema do país e mais um abalo da imagem da política brasileira no exterior.

CB.debate/ Hoje tem debate sobre reforma tributária no Correio Braziliense, com a participação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e dos relatores das propostas que tramitam no Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), senador Roberto Rocha (PSDB-MA). Participam ainda os deputados Hildo Rocha

Apoiadores de Bolsonaro querem Moro como vice-presidente em 2022

Moro e Bolsonaro
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O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já é tratado nas rodas informais da política como o candidato a vice numa chapa encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2022. A vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesse cenário, fica para o atual secretário-geral da Aliança pelo Brasil, partido lançado por Bolsonaro, Admar Gonzaga.

Entre líderes e assessores do governo cresce a certeza de que Moro na chapa será fundamental, caso a economia não responda a contento no próximo ano. Aliás, já há quem diga que o ministro da Economia, Paulo Guedes, até aqui, entregou bem menos do que prometeu.

Porém, é um excelente vendedor do discurso de que as coisas estão melhorando. Só não pode tropeçar mais em falas sobre AI-5. Afinal, nada indica que os movimentos na América Latina chegarão com força ao Brasil.

Dois gumes e um Fux

Citado como próximo a Deltan Dallagnol nos diálogos da Vaza Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux é quem analisará o pedido do procurador, que deseja rever a punição recebida no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Tem jurista dizendo que ele agora terá que decidir de que lado está: da instituição ou do MP.

Bateu a fadiga

Antes da polêmica na Cultura e das declarações do novo titular da Fundação Palmares, os líderes do governo tinham avisado ao Planalto que as reformas ficariam para 2020. Ninguém quer saber de votar mais nada muito polêmico este ano, depois das intensas discussões da reforma previdenciária na Câmara e no Senado.

Último esforço

O governo não abre mão de fechar esse agitado 2019 com a aprovação do projeto de reestruturação da Previdência dos militares. Afinal, nessa seara, é o projeto que Bolsonaro considera da sua lavra. A reforma previdenciária como um todo era mais do Congresso e de Paulo Guedes.

A troca na Cultura não terminou

As mudanças na Secretaria da Cultura aumentaram a má vontade de alguns líderes partidários para com o governo. A turma do MDB já foi comunicada do desejo de substituição no Instituto de Patrimônio Histórico (Iphan), onde está Kátia Bogéa, técnica com indicação atribuída à família Sarney.

CURTIDAS

Descolou geral/ Os dois dias de Congresso do PSB reforçaram a certeza entre os seus filiados de que a polarização só interessa ao PT e ao novo partido do presidente Jair Bolsonaro. Por isso, a ordem é não dar palanque ao ex-presidente Lula.

Cada um por si/ A posição dos socialistas altamente crítica ao PT tende a inviabilizar acordos entre as duas siglas em curso no Nordeste. Um caso especial é Pernambuco. O próprio Lula cogitava fechar o apoio ao deputado João Campos (foto) para a prefeitura de Recife, e, assim, tentar conseguir o apoio do PSB a um presidenciável petista. A preços de hoje, não vai rolar.

Exagero/ Tem gente espalhando que um ajudante de ordens passa por todos os gabinetes do Planalto proibindo sintonizar em canais das Organizações Globo. A coluna viu várias tevês sintonizadas nos programas globais, sem problemas.

Só para constar/ A reunião do Mercosul na semana que vem em Bento Gonçalves (RS) não está mobilizando corações e mentes. O presidente da Argentina deixará o cargo em breve; o Uruguai, que também trocará de mãos no ano que vem, terá como representante a vice, Lúcia Topolansky. Chile e Guiana enviarão apenas as representações diplomáticas.

Preocupação do governo é com a união do centro em 2020

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Os ataques de Lula contra Bolsonaro na convenção do PT não incomodaram os palacianos. Enquanto o ex-presidente tiver contas a acertar com a Justiça, o discurso para esse grupo está pronto e considerado fácil. Afinal, Lula foi preso, condenado, é acusado de ter bens que não estão em seu nome e por aí vai. O problema para o governo é o centro da política, que começa a sair da toca com nova roupagem, para se mostrar como o ponto de equilíbrio, do diálogo, capaz de tirar o melhor dos extremos hoje representados pelo bolsonarismo e pelo petismo. Esse centro, entretanto, ainda não se uniu. E por isso, a ordem no Planalto daqui para frente é trabalhar para que essa união não ocorra.

Juntos, PSDB, DEM, PP, PL, Cidadania, Solidariedade têm pelo menos 40% do eleitorado. Se esse contingente encontrar um líder, Bolsonaro terá de suar a camisa para um projeto de reeleição. Por enquanto, é só observar.

R$ 10 milhões para cada um

O governo retomou o pagamento das emendas parlamentares. A prioridade é concluir a liquidação dos R$ 10 milhões prometidos para cada deputado.

O problema é que as excelências juram ter recebido a promessa de outros R$ 10 milhões. E essas liberações estão muito lentas, sem perspectiva de conclusão para os próximos dias.

Dívida e política I

Em 2017, o governo abriu a possibilidade de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro daquele ano por parte dos produtores rurais do Nordeste, prejudicados por sucessivas adversidades climáticas. À época, o Banco do Nordeste (BNB) cumpriu a resolução. O Banco do Brasil, não. Agora, um projeto de lei uniu a bancada do Nordeste em torno dessa proposta. Assim, todos os bancos oficiais terão que cumprir.

Dívida e política II

O texto é assinado pelo deputado João Roma (Republicanos-BA) e tem o apoio dos nordestinos do PSL ao PT. A ideia é votar nessas quatro semanas que faltam para fechar o período legislativo.

E a sede?/ O Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, ainda não tem sede definida. Enquanto não decide, vai funcionando no escritório do secretário-geral da sigla, o advogado Admar Gonzaga.

Menos, Lula, menos/ O PSB tem encontro esta semana para discutir seu caminho. “O Lula despreza a nossa inteligência, ao dizer que quem não está com ele está a favor do Bolsonaro. Não vejo Lula nem Bolsonaro como meu líder. Essa polarização só interessa aos dois”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Aguardem novos capítulos I/ Por enquanto, Renan Calheiros não respondeu ao senador Major Olímpio, na última semana, quando eles discutiam o que Renan chamou de “ameaças de Olímpio a ministros do STF”. Mas quem conhece o grau de fervura do sangue alagoano garante que essa fleuma de Renan não vai durar muito.

Aguardem novos capítulos II/Nos corredores do Congresso, quando alguém pergunta a Major Olimpio sobre seu embate com Renan Calheiros na semana passada, o senador paulista responde: “Eu estou do lado de cá das algemas”.