Corte de gastos com publicidade pode ser revisto por governo de Bolsonaro

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Publicado em coluna Brasília-DF

Muitos na equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, estão preocupados com o corte dos gastos em publicidade. É que isso pode terminar deixando em segundo plano o discurso do governo em relação à reforma previdenciária. No geral, dizem os bolsonaristas, as redes sociais são mais no sentido de destruir do que construir uma visão favorável nesse tema. E será preciso montar um sistema muito mais profissional para que prevaleça a visão governamental nessa seara.

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Por isso, já tem gente pensando em propor uma revisão nos cortes desse setor. Afinal, além da reforma, o governo terá de explicar todas as medidas econômicas e o enxugamento da máquina que estão por vir. Logo, restringir as verbas de publicidade a um terço em meio a tantas mudanças pode ser pisar em falso na comunicação, ponto que o governo tem que se sair bem para poder promover todas as mudanças.

 

Investigação parada

O Ministério Público do Rio de Janeiro deu um tempo nas oitivas dos assessores da Assembleia Legislativa estadual suspeitos de movimentações financeiras volumosas captadas pelo Coaf. Só vão trabalhar nisso a partir de 6 de janeiro, quando começam a voltar do recesso.

 

Portal da fuga

Tem gente preocupada com essa paradinha de Natal e ano-novo antes dos depoimentos dos assessores. Pode ser a brecha para que uma galera deixe o país sem ser incomodada.

 

Ele já sabia

Não foi surpresa a decisão da Justiça de negar o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar do velório do ex-deputado Sigmaringa Seixas hoje. Em conversas reservadas, advogados chegaram a alertar o ex-presidente que isso não seria possível. Lula, entretanto, preferiu insistir.

Testes a rodo

A intenção de Lula e de seus advogados é testar todos os recursos possíveis para ver se consegue tirá-lo da cadeia. A esperança agora reside na tentativa de antecipar a votação no Supremo Tribunal Federal, a respeito da prisão em segunda instância. O presidente da Suprema Corte, Dias Toffoli, porém, não deve acolher esse pedido. Afinal, abril está logo ali.

 

CURTIDAS

Sarney, o retorno/ O ex-presidente José Sarney (foto) passa as festas de fim de ano no Maranhão. Volta a Brasília depois de 10 de janeiro. Tudo para acompanhar de perto a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado.

Por quem ele torce/ Nos bastidores, as apostas são as de que Sarney vai ajudar Renan Calheiros a empinar a candidatura ao comando do Senado. Na Câmara, tende a ficar mais discreto na busca de votos por Rodrigo Maia.

Paula Mourão/ Este é o nome da esposa do general Hamilton Mourão. Saiu truncado na coluna de ontem.

Sigmaringa Seixas/ Políticos e juristas das mais diversas matizes vêm para Brasília hoje para o velório do ex-deputado Sigmaringa Seixas, considerado a ponte entre os Poderes nas crises dos últimos 30 anos. Que Deus conforte a esposa, Marina, os filhos, Luiza e Guilherme, e os irmãos, Vera Lúcia, José Carlos, Roberto Carlos, Antônio Carlos, Maria Lúcia e Regina. Vá em paz, amigo Sig.

DEM articula para comandar a Câmara e o Senado

DEM
Publicado em Política

Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara, e Davi Alcolumbre (AP), do Senado. Se colar, colou. É nesse sentido que o DEM jogará suas fichas a partir desta semana. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia já está com a campanha pela reeleição em pleno movimento nos bastidores. O senador Davi Alcolumbre vai percorrer o pais a partir da semana que vem e pretende manter um forte ritmo de contatos até 20 de janeiro. Se houver espaço, vai se lançar. As candidaturas de Alcolumbre e de Maia foram lançadas em alto e bom som na festa de fim de ano do partido, que varou a madrugada de hoje.

A candidatura de Rodrigo já era esperada. A de Alcolumbre foi lançada há três semanas, quase como uma brincadeira. O partido, porém, ao perceber as dificuldades do senador Tasso Jereissati de juntar um grupo expressivo à sua volta, passou a apostar “no gordinho”, conforme comentaram os próprios parlamentares do DEM em conversas reservadas durante o jantar. E Alcolumbre se empolgou. É querido entre os colegas e está disposto a colocar, de fato, o bloco na rua. É no gabinete dele que trabalha Denise, a esposa do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

 

Aposta do DEM pode desequilibrar base de Bolsonaro

O comando das duas Casas é visto pelo DEM hoje como uma possibilidade concreta. Para o partido, nada melhor do que o poder de comando sobre todo o Congresso. Para o presidente Jair Bolsonaro, entretanto, pode representar um desequilíbrio na base do governo e “muito lastro” para o ministro Onyx Lorenzoni.

O DEM tende hoje a fechar o apoio a Bolsonaro, uma vez que o projeto do futuro governo caminha na direção do liberalismo econômico pregado pelo partido. Ocorre que os demais partidos não ficarão muito felizes em dar todo esse poder ao DEM, muto menos o MDB, que tem hoje 12 senadores e pretende caminhar para, no mínimo, 14.

O DEM, todavia, vai jogar. Tem seis senadores, número nada desprezível numa Casa pulverizada, onde o maior partido, o MDB, tem 12. Os demistas não perdem nada no momento tendo candidatos para o comando das duas casas. No mínimo, dizem alguns, Alcolumbre pode servir de uma peça importante para, se for o caso, ter a candidatura retirada mais à frente, a fim de facilitar a vida de Rodrigo em fevereiro. E segue o baile.

Potenciais aliados de Bolsonaro na Câmara esperam por novas rodadas de negociações após a posse

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Tarimbados por mais de 20 anos de experiência em negociação com governos eleitos e/ou reeleitos, os potenciais aliados do futuro presidente, Jair Bolsonaro, classificam as rodadas de reuniões entre ele e as bancadas na Câmara como aquele diálogo em que todos saem conscientes de que, na prática, a conversa será outra. Isso significa que, nos bastidores, os deputados não estão convencidos de que a relação mudará. Logo, tudo o que Bolsonaro afirma às bancadas nessa fase da transição terá de ser renegociado depois da posse. Especialmente, se fracassarem os movimentos dos filhos do presidente eleito contra o MDB, de Renan Calheiros, no Senado e o DEM, de Rodrigo Maia.

Otávio Rodrigues Júnior

A indicação do professor Otávio Rodrigues Júnior para o Conselho Nacional do Ministério Público ontem no plenário da Câmara, por 195 votos, foi construída nos bastidores, num trabalho que uniu a nova e a velha política. Cearense, como Eunício Oliveira, Júnior tem o conterrâneo trabalhando por ele. De quebra, o PSL, que muitos diziam que apoiaria Erick Vidigal, ficou com o currículo do professor da Faculdade de Direito de São Paulo. Erick obteve 39 votos. Agora, o nome vai ao Senado.

Indústria em debate

A indústria conta com o governo de Jair Bolsonaro para tentar recuperar terreno depois de uma década em que o crescimento da renda per capita ficou abaixo do 0,5%. Na próxima segunda-feira, o Correio Braziliense discutirá o que pode ser feito para sair desse triste cenário no debate A importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil, no auditório do jornal.

Curtidas

Mágoa latente/ Ao se reunir com a bancada do PP, seu antigo partido, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não deixou de, no mínimo, refrescar a memória dos presentes. “Viu? Vocês não quiseram que eu fosse candidato a presidente pelo partido, agora estou aqui”, disse em tom de brincadeira e sorrindo.

Não seja por isso/ Na hora, o líder da bancada, deputado Arthur Lyra (PP-AL), respondeu: “Nunca é tarde, presidente, a ficha está aqui. É só assinar. Ninguém se perde no caminho de volta”.

Agência Senado/Divulgação – 29/4/16

Ela fica/ O MDB contava com o retorno da senadora Rose de Freitas (foto) ao partido. Ela, porém, já fez chegar ao “Senado Independente” que não pretende deixar o Podemos.

A volta de Rosso/ O deputado Rogério Rosso (PSD-DF) voltou ontem ao trabalho, depois da licença não remunerada que havia tirado para fazer sua campanha ao governo do Distrito Federal. Faltam apenas 50 dias para o fim do mandato, a maior tarefa agora será encerrar o gabinete e votar o Orçamento da União para o ano que vem.

Para aliados de Bolsonaro, Coaf vazou relatório para barrar mudanças

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Publicado em coluna Brasília-DF

Entre os aliados do presidente eleito, Jair Bolsonaro, tem muita gente certa de que o relatório do Conselho de Administração Financeira (Coaf) vazou justamente para evitar que o futuro governo cumpra a promessa de mudar tudo por ali. Vale lembrar que, nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, todas as vezes em que se cogitava trocar o diretor-geral da Polícia Federal, logo a oposição reclamava que a intenção era estancar a Lava-Jato. O Coaf tem essas informações há tempos e, na transição, pergunta-se por que surgiu só agora.

A resposta de aliados de Bolsonaro é de que o Coaf se prepara para repetir o mesmo discurso usado na PF no passado, o de que qualquer mudança será para acobertar a movimentação de pessoas próximas ao governo eleito. Só tem um probleminha: o ex-juiz Sérgio Moro não chegou ali para acobertar ninguém. Doa em quem doer, ele fará o trabalho dele.

O prazo das redes sociais I

A equipe de transição já foi avisada de que o futuro governo terá um prazo de 90 dias para a população sentir alguma mudança mais efetiva no trato da política e no ambiente econômico.

O prazo das redes sociais II

Três meses é, segundo especialistas, o máximo de trégua que o pessoal das redes sociais, em que Bolsonaro lastrou a sua campanha, se permite, antes de perder a paciência. No mundo analógico, esse prazo vai de seis meses a um ano.

Barrados no baile

Quem circula pelo Congresso sai com a sensação de que o ambiente ali não está bom. E nem é por causa da deprê de muitos que não foram reeleitos. É de que prevalece o sentimento de exclusão do novo governo.

Número errado

A conversa da deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) com o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afastou o senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Olímpio não quer nada que seja articulado por Joice. Em conversas reservadas, há quem diga que ela foi prometer a Tasso um voto que não pode garantir.

CURTIDAS

Parcerias/ A escolha do governador eleito como interventor em Roraima foi considerado um gol de placa do presidente Michel Temer. Há quem sugira mudar logo o decreto de intervenção no Rio de Janeiro, para garantir logo a posse do futuro governador, Wilson Witzel.

Final feliz para a Funai/ Quem conversa com a futura ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, se impressiona com o conhecimento dela a respeito da questão… indígena. Sim. Ela adorou ter recebido a Funai em seu ministério. O presidente eleito, Jair Bolsonaro, conseguiu resolver o imbróglio, sem melindrar nenhum ministro.

#Ficaadica/ Quem for trabalhar com o ministro Sérgio Moro é bom aproveitar esses dias natalinos para descansar. O expediente ali começa cedo e vara a noite.

Presença/ A posse do ministro José Múcio na Presidência do Tribunal de Contas da União (TCU) promete reunir a nata da política nacional nesta terça-feira e de todos os partidos. Aliás, ele é visto como o único que conseguiu passar pelo Ministério de Relações Institucionais sem gerar atrito com nenhuma legenda.

Senado deve ser a “Casa da resistência” a Jair Bolsonaro

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Publicado em coluna Brasília-DF

Senadores já fizeram as contas e concluíram que a Casa será um ponto de preocupação para o futuro governo. Ali, Jair Bolsonaro não terá maioria. As contas indicam, pelo menos, 39 independentes, 24 de tendência mais oposicionista e apenas 18 mais afinados com o governo. No quesito “pau para toda obra” só mesmo os quatro do PSL.

As dificuldades do governo no Senado, ao que tudo indica, não serão resolvidas pelo esquema tático em gestação na Casa Civil, onde só há ex-deputados. A esperança, comentam alguns muito atentos à formação da área política do governo, está na Secretaria de Governo, onde o general Santos Cruz deverá construir a ponte com o Senado.

Até aqui, entretanto, nada foi feito. E, sem essa interlocução, os adversários e independentes vão organizando o jogo longe do Poder Executivo. Vale lembrar que foi ali, entre os senadores, que o governo Lula, em 13 de dezembro de 2007, perdeu a CPMF, o imposto do cheque.

A novela Coaf está só começando

A movimentação financeira de Fabrício de Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, é vista na transição como o maior ponto de desgaste que o presidente eleito enfrenta antes da posse. Se vai estancar ou não, depende das explicações do ex-assessor, que, até agora, não deu entrevistas.

Fio da meada

Uma das linhas de investigação sobre a movimentação de depósitos na conta de Fabrício Queiroz se refere a descontos nos salários dos servidores. Até aqui, entretanto, nada está provado. A única explicação, aliás, quem deu foi o presidente eleito, que mencionou um empréstimo a Queiroz, no valor de R$ 40 mil, que o ex-assessor do filho pagou em parcelas.

Visões dos fatos

O vazamento do relatório, aliás, foi lido por alguns mais próximos do presidente eleito como uma retaliação pelo fato de Bolsonaro ter dito que mudaria tudo por ali.

Chá de camomila nele

A irritação de Onyx Lorenzoni ontem, em São Paulo, durante entrevista que encerrou depois de discutir com um repórter, causou certa preocupação a alguns integrantes da transição. Já tem gente dizendo que, ou Onyx desliga o modo bélico, ou vai
ficar difícil.

CURTIDAS

Pregação no deserto/ O fato de o PSL ter nomeado um porta-voz não vai apaziguar a bancada. Há quem diga que, depois do “barraco” no WhatsApp, o partido vai ficar “pequeno demais” para Joice Hasselmann e Eduardo Bolsonaro. Já tem gente apostando que Joice seguirá para o PSDB, se o governador eleito de São Paulo, João Dória, conseguir dominar o partido.

WhatsApp e Tancredo Neves/ Depois do “barraco” no grupo do PSL entre Joice e Eduardo Bolsonaro, os mais experientes recorrem a Tancredo Neves para aconselhar mais parcimônia no uso das palavras na rede social. Dizia Tancredo: “Telefone serve no máximo para marcar encontro. De preferência no lugar errado”.

O jovem Alckmin/ O presidente do PSDB, Geraldo Alckmin (foto), gasta a maior parte do tempo, hoje, preparando-se para voltar a dar aulas na área de anestesiologia. Também pretende se dedicar à acupuntura. Dizem que parece um adolescente entrando para a faculdade.

O velho Alckmin/ Aficcionado pelo cafezinho na padaria, ele tem repetido o ritual diariamente em São Paulo, até mesmo nos postos de gasolina. Não são poucas as pessoas que param para falar com ele. Já tem gente apostando que o ex-governador não vai largar a política.

Em reuniões com partidos, Bolsonaro tenta evitar isolamento do PSL na Câmara

PSL
Publicado em coluna Brasília-DF

As reuniões do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com partidos, nesta semana, foram vistas como um movimento que vai muito além da simples discussão das reformas. Ele passou a trabalhar para tentar conter a articulação anunciada pela coluna em 17 de outubro, que busca criar um terceiro polo na correlação de forças da Câmara, isolando as duas grandes legendas: PSL e PT.

A formação de um bloco com partidos de centro-direita e esquerda ganhou corpo, nesta semana, com reuniões que atraíram PP, PRB e PSD a discussões travadas desde outubro por legendas como PDT, PPS, PSB, PCdoB, DEM, PHS, MDB, PTB e Solidariedade. Se a ideia do bloco vingar, o sonho do PSL de conquistar presidências das comissões técnicas vai para o espaço. E é justamente para buscar aproximação com as legendas que Bolsonaro deflagrou essas reuniões. Até fevereiro, quando serão escolhidos os futuros comandantes da Câmara, outros movimentos virão.

Balança para ver se derruba

A onda de desgaste pela qual atravessa Onyx Lorenzoni vai se formar em breve em torno do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Pelo menos é o que se comenta no fundo do plenário da Câmara.

O tempo é de esperar…

… para colher. Nos bastidores das reuniões partidárias prevalece a antiga fórmula de que, para apoiar um governo, o deputado gosta de se sentir “parte”, ou seja, indicar cargos. As excelências parecem não entender que Jair Bolsonaro foi eleito para fazer diferente e consideram que dá para esperar o momento certo para apresentar as faturas.

O medo dos temeristas

Aliados de Michel Temer têm sido unânimes em afirmar que, se não for respeitado o que chamam de “devido processo legal’, há o risco de o presidente ter o mesmo destino do ex-presidente Lula, quando deixar o cargo.

Pau pra toda obra

Até aqui, o único partido que anunciou apoio formal ao futuro governo foi o PR, liderado por José Rocha (BA). Os demais estão na linha de independência. A amigos, Rocha tem dito que o PR é o único que tem “coragem”.

Irmão é parente I/ O fato de o diretor da Empresa de Planejamento e Logística Maurício Malta, irmão do senador Magno Malta, ter trocado o trabalho na equipe de transição por uma viagem à Europa custeada pelos cofres da empresa foi mais um motivo para que o parlamentar ficasse longe do primeiro escalão.

Irmão é parente II/ A viagem de Maurício veio a público, ontem à tarde, em reportagem de Patrick Camporez, no site do jornal O Globo. A turma da transição, para a qual Maurício está nomeado sem remuneração, já sabia da “excursão” à Itália e a Portugal desde novembro. A escolha do diretor da EPL foi vista como um descaso para com o trabalho da transição.

Férias sem barulho/ Assim que terminar o governo de Michel Temer, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, vai passar 60 dias em Portugal, de “calça jeans, camiseta e tênis”, passeando com os filhos. O chefe direto dela, o ministro Eduardo Guardia (foto), vai para a praia, assim como o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun.

Humor não falta/ Ao receber prefeitos do Vale do Ribeira, o presidente Michel Temer brincou: “Aqui, o cafezinho não está frio nem a água está quente, podem beber”, brincou.

Colaboraram Hamilton Ferrari e Rosana Hessel

Governo Bolsonaro tentará aprovar Previdência em partes e terá delicada negociação com deputados

Previdência
Publicado em coluna Brasília-DF

A decisão de fatiar a reforma da Previdência está tomada no governo de transição e, a julgar pelo primeiro contato direto do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com as bancadas dos partidos, a relação será projeto a projeto. Bolsonaro disse aos deputados que não tem partido dono de ministério. E ouviu dos deputados que não tem “efeito manada nas bancadas” — quando o governo fecha um texto e manda os deputados filiados a partidos com cargos no governo apertarem o botão “sim” na hora de votar as propostas de interesse do Executivo.

A “independência” declarada da maioria dos partidos em relação ao governo levará o presidente eleito a negociar cada votação e a ter de manter um contato muito mais próximo com os parlamentares, a fim de evitar dissabores de última hora. Aliás, há quem diga dentro da transição que caberá aos filhos de Bolsonaro, deputado Eduardo e senador Flávio, o papel de prestar atenção no humor das bancadas na hora de cada votação. É um novo desenho, que nem os Bolsonaros sabem como funcionará. Só sabem que o modelo do toma lá dá cá está falido.

O caldo do Judiciário

A vida do único poder que não se renova com eleição promete não ser fácil. Primeiro, a troca do fim do auxílio-moradia pelo reajuste. Depois, o Ministério Público reage, a favor desse auxílio. Ontem, foi a reação do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski de mandar prender o rapaz que o admoestou dentro do avião. O desgaste do poder está num crescente. E, ao que tudo indica, a deputada eleita Bia Kicis (PSL-DF), que ensaia um discurso de cobrança ao Judiciário, não estará sozinha.

A fila dos partidos

Depois do quarteto desta semana (MDB-PRB-PR-PSDB), Bolsonaro planeja conversar com o PSC, do Pastor Everaldo. A legenda deve ter um representante no Poder Executivo. Samuel Coelho de Oliveira, que preside a ala jovem do partido, está cotado para a Secretaria Nacional de Juventude.

Só os índios, por favor

Bolsonaro inverteu totalmente a relação com os partidos. Até aqui, tucanos e petistas conversavam com presidentes e líderes, deixando a massa de deputados para um convescote no Alvorada. O presidente eleito quer evitar o contato direto com caciques partidários. Romero Jucá e Valdemar Costa Neto nem pensar.

Contagem regressiva

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal tem só mais uma reunião este ano. Significa que, pelo andar do trenó na Corte, Lula pode se preparar para passar o Natal na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

CB.Poder

Hoje, o programa recebe o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, ao vivo, às 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio Braziliense.

Sinais/ O presidente eleito, Jair Bolsonaro, cumprimentou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Fábio Ramalho, do MDB-MG, chamando-o de “meu presidente”. Em política, todo gesto vai além de um simples movimento. Houve quem saísse da reunião certo de que Bolsonaro prefere Ramalho na disputa de 2019.

Comes & bebes/ Fabinho Liderança, como o vice-presidente é conhecido entre os colegas, levou pé de moleque e dois queijos para o presidente eleito: um parmesão artesanal do Sul de Minas e outra variedade típica da Serra da Canastra.

E o Moro, hein?/ O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, dispensou a camisa preta que costumava usar. Agora, só tem usado camisa de cor clara. Há quem jure que a mudança é para que as más línguas não o vinculem aos “camisas negras” da Itália, indumentária que marcou o grupo ligado ao fascismo de Benito Mussolini.

Por falar em Moro…/ O futuro ministro anda tão desconfiado das pessoas que todas as vezes em que vai falar ao celular chega a colocar o aparelho de um jeito que quem está ao seu lado não possa ver com quem ele está falando ou o que escreve. Na Espanha, chegou a passar a alguns a impressão de que o sempre elegante, educadíssimo e preparado embaixador Pompeu Andreucci estava de olho no seu celular. Pompeu jamais faria isso. Moro é que está desconfiado até da própria sombra. Não perdeu alguns tiques dos tempos de juiz da Lava-Jato.

Equipe de Bolsonaro mapeia universidades para tentar influir na escolha de reitores

Universidades
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

Universidades na mira

A equipe de Jair Bolsonaro está mapeando os mandatos dos reitores das universidades federais. A ordem é tentar influir na composição das listas tríplices que saem das comunidades acadêmicas, para que o presidente da República escolha os novos reitores, e não deixar essas instituições como foco de manifestações contra o futuro governo, antes mesmo de o presidente eleito começar a governar.

Quando houve a troca de comando na Universidade de Brasília (UnB), que ontem viveu um novo dia de manifestações contra e a favor de Bolsonaro, o presidente Michel Temer foi aconselhado a não escolher a primeira da lista, Márcia Abrão. Porém, seus principais assessores o aconselharam a não mexer “em casa de marimbondo”. Resta saber, agora, se Bolsonaro, recém-eleito e com a caneta carregada de tinta, adotará a mesma postura. Até aqui, conforme a coluna apurou, ele não decidiu o que fará nessa seara. Mas as datas de substituição dos reitores já estão no radar.

O que o PT separou…

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta quarta-feira o julgamento em plenário da liminar que a ministra Cármen Lúcia concedeu no último sábado, a fim de garantir a livre manifestação nas universidades públicas. A ideia é acolher a decisão da ministra por unanimidade.

…Bolsonaro vai unir

Conforme já foi dito aqui, será a forma de os ministros do STF reforçarem a defesa dos preceitos democráticos. Para um plenário onde os ministros só faltaram partir para os sopapos, a reunião desta quarta-feira promete ser um momento histórico.

O livre mercado vem aí

A Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) levará uma carta ao governo de transição pedindo o que chamam de “portabilidade da conta de luz”. A ordem é adotar o mesmo que é feito hoje na telefonia. No caso do DF, a distribuição continuaria com a CEB, mas a geradora de energia poderia ser escolhida.

Deixa decantar

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não terá o apoio automático do PSL à reeleição. Afinal, Jair Bolsonaro não quer brigar com aliados de outros partidos que postulam o cargo. A ordem é esperar e ver quem agrega mais apoios. Afinal, se entrar errado nessa disputa, a ampla base que ele espera montar não vai durar seis meses.

Deixa decantar II

O primeiro teste de Maia, aliás, será a reforma previdenciária, que Bolsonaro pretende começar a votar ainda este ano.

CURTIDAS

O corpo fala/ Quem conhece o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e acompanhou as entrevistas dele às redes Record e Globo, ontem à noite, percebeu que ele não consegue disfarçar incômodos. Na Record, o capitão reformado respondeu a perguntas semelhantes, de forma leve. Na Globo, o mal-estar foi percebido no olhar.

Enquanto isso, no PT…/ A nota que Ciro Gomes (foto) divulgou nas redes sociais foi vista como um recado de que, por enquanto, não há clima para o PT formar um bloco com o PDT na Câmara.

… a hora é de curar as feridas/ Porém, não sem disputa interna. Embora muitos deputados tenham se referido a Fernando Haddad como um novo líder no partido, as alas que abrigam nomes como o de José Guimarães e o da atual presidente, Gleisi Hoffmann, não vão abrir espaço de poder.

Muita calma nesta hora/ Quem vê o PT nessa tristeza e o perigo de retomada da disputa interna não deixa de mirar o exemplo do PSDB, que deixou o governo em 2003 e se prepara para viver a sua maior crise interna. Há receio de que o mesmo ocorra com o partido de Lula.

Equipe de Bolsonaro discute legalização de cassinos no Brasil

Publicado em Política
Por Denise Rothenburg

Uma das propostas em discussão pela equipe de Jair Bolsonaro é a legalização dos cassinos no Brasil, mas não dentro de um “liberou geral”. A intenção é mapear as áreas onde é possível gerar mais empregos e promover a arrecadação de impostos.

Até aqui, o candidato não tem falado muito a respeito, porque ainda não fechou totalmente o projeto. Além disso, não quer gerar polêmica com o eleitorado evangélico antes da hora.

Na equipe, há quem diga que a bancada da Bíblia terá que entender que essa é uma das formas de gerar emprego e renda no país.