AS apostas políticas da semana

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APOSTA POLÍTICA DA SEMANA
Cunha, Lula, Palocci e Erenice
   Novembro traz de volta a pressão pelos vetos, previstos para apreciação dia 17, os movimentos do PMDB, na mesma semana, mas, até lá, outros temas estarão em pauta. Hoje, por exemplo, o Conselho de Ética começa a analisar o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com a definição do relator, prevista para hoje mediante sorteio. Ali, a oposição ao atual comandante da Casa fará o possível para mantê-lo sob fogo cruzado. Os oposicionistas do PSDB e do DEM, que têm feito uma defesa velada de Cunha, pretendem colocar o foco em outros personagens: É aí que entram Lula, Antônio Palocci, Erenice Guerra e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
    A reportagem da revista Época sobre o relatório do Coaf e as movimentações de Lula Palocci, Erenice e Pimentel caíram como uma luva boas pretensões da oposição de manter Lula sob desgaste. O fato de o ex-presidente ter movimentado maus de R$ 50 milhões de 2011 para cá e Palocci ter faturado algo nesse valor são fatos suficientes para que a oposição parta para uma ofensiva, no sentido de levar Lula e Palocci a dar explicações em alguma das CPIs em curso ou mesmo em comissões permanentes das duas Casas.  Com Lula em evidência, Cunha tende a ficar na penumbra. Pelo menos, tentará.
     O que pode mudar esse cenário, entretanto, é a Lava Jato. Novidades devem surgir, depois de mais um lobista, Fernando Moura (atenção! Não confundir com Fernando Baiano) ter obtido a prisão domiciliar negociada a partir da delação premiada.
    E a Dilma, hein?
     Os holofotes sobre Lula tendem a deixar Dilma também meio desfocada essa semana. Entre seus aliados, há a certeza de que ela só será submetida a processo de impeachment se as ruas pressionarem, o que até agora não ocorreu. E, no caso de ruas cheias pró-impeachment, o PCdoB prometeu a Lula, em almoço na semana passada, que mobilizará todo o seu pessoal em defesa da presidente. Ou seja, o risco de conflagração será grande e nenhum dos dois lados deseja chegar a esse ponto.
     Quanto a Eduardo Cunha, há quem diga que ele só vai liberar o impeachment depois de ter a certeza dos votos em seu favor no Conselho de Ética. Ou seja, mais à frente. Hoje, os oposicionistas de Cunha consideram que ele tem apenas cinco votos fiéis no colegiado e, como a votação é aberta, fica difícil ele exigir que seus potenciais apoiadores corram o risco do desgaste para defendê-lo.
Em pauta, a repatriação
     Enquanto o jogo dos bastidores segue truncado, o plenário da Câmara analisa o projeto de repatriação de recursos depositados no exterior.  O governo tem interesse na proposta, mas o risco de “passar a mão na cabeça de bandidos” pôs um freio na votação semana passada e isso pode prosseguir na sessão de hoje.
Muito além da Lava Jato
    Esse foi o título da coluna Brasília-DF do último domingo. Se as investigações sobre compra de medidas provisórias ou artigos em MPs forem em frente, há quem diga que pode vir por aí um novo escândalo tão grande quanto foi o do Orçamento. Mais um para a coleção que assola o país, colocando mais personagens nesse enredo sem fim.

MUITO ALÉM DA LAVA-JATO

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Muito além da Lava-Jato
As suspeitas de distribuição de propina em troca de artigos ou benefícios em medidas provisórias deixaram muitos congressistas em pânico. Num universo em que grande parte das MPs mais importantes era relatada pelos líderes e por seus mais fiéis aliados, há quem vislumbre a perspectiva de uma nova CPI do Orçamento. Só que, desta vez, no lugar das chamadas subvenções sociais investigadas no início dos anos 1990, virão os benefícios tributários concedidos a vários setores ao longo dos últimos anos. Não por acaso, a cúpula da Câmara resiste em mexer nesse vespeiro, capaz de trazer ainda mais desgaste para o parlamento.
Em tempo: na época da CPI do Orçamento, os líderes viraram as cotas para o problema usando como escudo o impeachment de Fernando Collor. Sequer instalaram a CPI quando saíram as primeiras denúncias, em 1992. Agora, o clima está parecido. Tem tanta confusão que alguns acham que esse assunto é capaz de ficar para depois.

Vem mais

Com as investigações sobre possíveis negociações escusas envolvendo medidas provisórias, tem um grupo de parlamentares estudando formas de ampliar esse escopo e jogar na roda a MP dos Portos, aquela que provocou um bate-boca entre Eduardo Cunha e Anthony Garotinho no plenário da Casa. Garotinho chegou a se
referir à medida provisória como “MP dos porcos”.

Quem já foi rei…

Com desgaste ou sem desgaste, Lava-Jato, Zelotes e o que mais chegar, o PT pressionará o ex-presidente Lula para que ele seja candidato em 2018. As últimas avaliações feitas pela cúpula partidária indicam que, apesar dos pesares, o partido não tem ninguém que fale diretamente com o povo como faz o ex-presidente. Nas demais legendas, idem. Portanto, comentam muitos, nem tudo está perdido.

Perfil & perfumes

Na hipótese de Eduardo Cunha perder as condições de presidir a Casa, as apostas são de que o cargo não cairá nas mãos de ninguém que tenha cheiro de oposição.

A voz das ruas

Oposicionistas têm dito que o impeachment de Dilma Rousseff só ganhará fôlego para valer se, em  15 de novembro, a população comparecer em massa às ruas para pedir a saída da presidente. Caso contrário, nada feito.

CURTIDAS   

Há males que vêm para o bem/  O deputado Osmar Serraglio (foto), do PMDB-PR, respirava aliviado dia desses por ter ficado fora da CPI da Petrobras. A amigos, disse sentir “vergonha alheia” do resultado final da comissão. Dinheiro e tempo gasto para nada.

Quem conhece garante/  As diferenças entre Lula e Dilma Rousseff são apenas rusgas. Não devem ser vistas como briga, muito menos como algo do tipo “ódio de morte”.

Jaques & Berzô/  Os novos ministros palacianos, Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), promoveram mais diálogo com os congressistas, mas, em termos práticos, ou seja, votações, ainda não conseguiram destravar a base.

Continhas/  Os deputados têm revistado todas as notícias sobre a eleição do presidente da Câmara em janeiro. Concluíram que, se o processo contra Eduardo Cunha for a plenário, ele dificilmente escapará de um processo de cassação, como ele venceu com 267 votos, apenas 10 votos acima da maioria absoluta.

PT na cobrança

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PT na cobrança
Os petistas vão aproveitar a reunião de hoje para bater ainda mais na política econômica do governo, repetindo o que foi dito há cerca de um mês e meio em documento editado pela Fundação Perseu Abramo. Nas entrelinhas, ficará claro que o partido deseja a substituição de Joaquim Levy, embora o documento não vá pedir diretamente a demissão do ministro da Fazenda.

Para completar, há quem defenda ainda críticas contundentes à Polícia Federal e às investigações envolvendo Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula. Essa questão, entretanto, não é consenso. Afinal, os próprios petistas repetem que ,num partido com 12 tendências, um instituto e a presidente Dilma, pouca coisa pode ser resolvida por consenso.

Todos em campanha
Abertamente ninguém fala, mas os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começam a se preparar para a sucessão dele. Que o digam os movimentos do deputado André Moura (PSC-SE). Desde que o “padrinho” Cunha foi atingido por denúncias de contas na Suíça, Moura passou a circular com mais desenvoltura entre os colegas no plenário. Falta, entretanto, combinar com o PMDB, que não abre mão da vaga.

Quem avisa amigo é
Integrantes do Ministério Público que leram com uma lupa o projeto a respeito da repatriação de recursos garantem que o texto não permitirá separar o dinheiro de origem ilícita daquele que tem origem legal, mas foi enviado apenas para efeito de sonegação de impostos.

O mordomo
Esses mesmos procuradores informavam ontem aos parlamentares que a parte ruim do texto foi obra do projeto original enviado pelo Poder Executivo e não do relator, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB).

Os excluídos

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, vai tirar três deputados do sorteio para relatar o processo contra Eduardo Cunha no colegiado: saem Mauro Lopes (PMDB-MG), por ser do partido de Cunha; Washington Reis (PMDB-RJ), do partido e do estado; e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Eduardo Cunha na disputa pela Presidência da Casa.

O articulador

Silenciosamente, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (foto) trabalha em favor da presidente Dilma Rousseff e no sentido de montar um cinturão de deputados que discordam da permanência de Eduardo Cunha na Presidência da Casa.

Por falar em Cunha…
O presidente da Câmara não tem muito do que reclamar em termos de apoio na Casa. O jovem líder do PHS, Marcelo Aro (MG), só o chama de “papi”.

Adversários…
O grupo de Eduardo Cunha costuma se reunir sempre que pode, para jantar e trocar ideias sobre a conjuntura. Na última terça-feira, estão eles num restaurante de Brasília quando o deputado Sílvio Costa, de Pernambuco, vice-líder do governo, se aproximou. Não prestou.

…Mas nem tanto
Sílvio Costa abordou o relator do projeto de repatriação de ativos, Manoel Júnior (PMDB-PB): “Ô Manel? Você quer anistiar o Eduardo Cunha com o seu projeto da repatriação?” Manoel se levantou e explicou que, se forem recursos de origem ilícita, seu texto não anistia. “Leia o texto antes de falar bobagens; vou desmoralizar você no plenário”, reclamou o peemedebista. Os dois não chegaram às vias de fato. São amigos que adoram soltar a voz num boa roda de violão, quando as sessões da Casa terminam mais cedo.

“Não vejo fundamento para o impeachment da presidente Dilma Rousseff e nem haveria votos para aprovar a abertura de processo no plenário da Câmara. A base me parece recomposta, embora essa recomposição ainda precise avançar um pouco mais”


Do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, referindo-se aos pedidos que ainda tramitam na Casa

Lula em foco, governo em baixa

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Lula em foco, governo em baixa

Vencido o primeiro mês pós-reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu sequer colocar para andar a simples admissibilidade da proposta de emenda constitucional que prorroga a Desvinculação das Receitas da União para o ano que vem. Para completar, ontem, a maioria do PT trabalhava no sentido de defender o ex-presidente Lula e não o governo da presidente Dilma.

 

Cargos em alta
As contas de assessores palacianos indicam que o governo já distribuiu 900 cargos aos aliados desde o início deste ano. O resultado foi a aprovação de parte do ajuste fiscal. E só.

E ela não ai da roda…
Alberto Youssef voltou a dizer na CPI dos Fundos de Pensão que deu R$ 1 milhão em caixa dois para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann. Ela nega. Pelo visto, a nova CPI não abandonará os velhos temas.

Desaposentação m risco
A presidente Dilma se preparava ontem para vetar o recálculo da aposentadoria daqueles que voltarem a trabalhar, a chamada desaposentação, proposta do deputado Rubens Bueno
(PPS-PR).

Tic-tac-tic-tac
Pelo jeitão das bancadas, assim que as provas contra Eduardo Cunha desaguarem no Conselho de Ética, acabou. Ele pode se defender, mas começa a se formar entre os deputados de oposição a ideia de que, para promover o impeachment, o melhor seria um novo presidente isento. E tem gente certa de que, juntando os oposicionistas aos aliados que cansaram de ser governo sob a batuta de Dilma, eles conseguiriam uma maioria.

 

FRASE

A presidente da República foi quem colocou o impeachment em pauta, ao se referir a esse assunto. Deveria era cuidar de apresentar uma proposta para recuperar a economia. Enquanto não tivermos uma proposta, estaremos reféns deste falso dilema que estão querendo nos impor: impeachment de Dilma e de Eduardo Cunha”
Wellington Moreira Franco , presidente da Fundação
Ulysses Guimarães e ex-ministro de Dilma

 

Retrato do ocaso/  o ministro da Cultura, Juca Ferreira, almoçava sozinho ontem num restaurante vegetariano da Asa Norte. Em tempos de governo em viés de alta, ninguém vê ministro sozinho em Brasília.

Motivo/  Dilma só foi à festa de Lula para tentar desfazer o disse me disse de mal-estar entre eles. A amigos, Lula tem dito que o problema não é a presidente e sim a Polícia Federal, leia-se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Por falar em festa…/  Da série, perde-se o amigo, mas não a piada. De passagem por Brasília, o secretário de Habitação do Paraná, Abelardo Lupion, saiu-se com esta ao comentar o aniversário de Lula: “Ele deveria comemorar em Curitiba. É lá que estão vários de seus amigos”.

Literatura/  A última pergunta feita a Alberto Youssef foi se ele sabia do livro que Meire Poza (foto), sua antiga funcionária, está escrevendo. Ele disse que “ouviu falar”.

Conselhos para Dilma

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Conselhos para Dilma
Num evento com empresários em São Paulo ontem, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, ouviu de Luiza Trajano (Magazine Luiza), Luís Carlos Trabucco (Bradesco), Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo que, se quiser sair do córner, a presidente Dilma Rousseff precisa escolher dois a três pontos da agenda capazes de recuperar a economia, e negociar olho no olho com o Congresso. A avaliação, feita especialmente por Delfim Netto, que já foi parlamentar, é a de que a capacidade de convencimento de Joaquim Levy se esgotou.
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Apesar da popularidade baixa, Delfim acredita que só mesmo a presidente pode agir para tentar reverter o quadro e ir à luta, seja para salvar o próprio governo de um fim abreviado, seja para dar curso aos projetos estratégicos para retomada da economia. Dilma já recebeu o recado. Se vai seguir a recomendação, são outros quinhentos.
Cardozo respira
Muito se especulou nos últimos dias sobre troca de comando no Ministério da Justiça. Mas, depois da Operação Zelotes e da busca e apreensão no escritório de Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula, o ministro José Eduardo Cardozo ganhou fôlego. Se sair agora, pode soar punição por causa da operação envolvendo a família do ex-presidente.
Reforço no desgaste
A busca e apreensão no escritório do filho de Lula vai ser objeto de debate hoje no Congresso. A oposição se prepara para levar o assunto ao plenário e às CPIs em curso na Câmara. O que a Operação Zelotes tem a ver com as CPIs? Nada. Mas e quem disse que eles estão preocupados com isso?
Jogos em debate
Pela primeira vez, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, falou abertamente sobre a perspectiva de legalização dos jogos de azar. Para uma plateia de empresários, disse “dos 194 países que fazem parte da ONU, em 156 os jogos são legalizados. 75% dos que ainda proíbem os jogos são islâmicos”, afirmou. “Esse é um assunto deve ser colocado em discussão. O que não pode é o Brasil, do tamanho que tem, ter temas proibidos”.
Última chamada
Deputados do PT correram ontem ao Palácio do Planalto para uma reunião com Jaques Wagner e Ricardo Berzoini ( foto ). A ideia era discutir que pontos da Agenda Brasil puxar para votação nessa reta final de 2015 e assim tentar encerrar o ano com algum alento ao brasileiro, tão baixo-astral diante das dificuldades econômicas do país. O dia passou e não conseguiram fazer a reunião.
A boa nova de Renan/  O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai decretar hoje o fim dos “jabutis”, ou seja, o contrabando de assuntos diversos em medidas provisórias. A lá Roberto Carlos promete “Daqui para frente, tudo vai ser diferente…”
Potência militar/  Dilma tem se esmerado em criar fatos. Hoje, vai homenagear os 45 atletas militares brasileiros medalhistas nos VI Jogos Mundiais Militares na Coreia e que integram o programa de Alto Rendimento do Ministério da Defesa.
Pedaladas sob nova direção/  Quem fez as contas, tem certeza de que os prazos para que a Comissão Mista de Orçamento analise as pedaladas de 2014 termina em 31 de março do ano que vem. Até lá, a CMO terá novo presidente. Calcula-se que seja um deputado petista.
Moral da história/  Entre os congressistas, é voz corrente que o ano acabou e nada andou. Nem a Desvinculação das Receitas da União (DRU) nem o Orçamento de 2016. Já tem gente vendo esses projetos como pauta para o ano que vem.

Análise política da Semana: O melhor dos dois mundos

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O melhor de dois mundos

    Mais uma semana em que o governo entra nem suspense sobre as atitudes do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os pedido de impeachment recebido na semana passada. Mas, se levarmos em conta a situação dele, a tendência é aguardar mais um pouco. Cunha chegou num ponto em que, como diz o ditado, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Para se manter na presidência, precisa contar com dois mundos: governo e oposição. Se ficar inclinado demais para um lado, perde o outro e, por tabela, o cargo.     Ao que tudo indica, não será está semana que ele dará sinal verde para tramitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, tudo para não perder esse frágil equilíbrio que o sustenta.

O fator Lula   Outro ingrediente que reforça a sensação de que esta semana o impeachment não sai está diretamente relacionado aos movimentos de Lula.  As declarações de Lula na semana passada, dando a Cunha o benefício da dúvida, deixaram o presidente da Câmara com a sensação de que pode contar ainda um pouco com aliados do ex-presidente. Ocorre que Lula não está tão bem ao ponto de se apresentar como alguém acima de qualquer suspeita, capaz de mover mundos e fundos em favor de Cunha. Há quem suspeite que a intenção do ex-presidente seja fazer uma troca de apoios. Afinal, as duas CPIs em curso na Câmara pretendem desgastar a imagem do petista, a de fundos de pensão e a de BNDES. Cunha tem votos e aliados nesses dois colegiados.

CPIs esquentam   Governo e oposição agora perceberam o poder de fogo das CPIs dos Fundos de Pensão e do BNDES. Esta semana, por exemplo, a CPI dos Fundos de Pensão ouvirá Eike Batista. Se ele pedir para adiar o depoimento, a ordem do presidente da Comissão, Efraim Filho, será transformar em sessão administrativa para convocar o empresário José Carlos Bumlai, o amigo de Lula. Ou seja, mais um incêndio para o governo apagar.

E a economia, hein?   Na semana passada, mais uma vez o Tribunal de Contas da União abalrroou o governo ao negar o parcelamento das “pedaladas” de 2015. Essa decisão levou a equipe econômica a admitir um rombo de R$ 79 bilhões nas contas públicas. E, cá entre nós, leitor, como escrevi na coluna Brasília-DF há alguns dias, se o governo admite rombo de R$ 79 bilhões, a possibilidade desse rombo ser maior é oceãnica.

Enquanto isso, na pauta de votações    Para tentar obter algum dinheiro, entra em pauta essa semana o projeto que regulariza os depósitos de brasileiros no exterior e permite a repatriação, mediante o pagamento de imposto. Essa proposta, aprovada na Comissão, vai a plenário nesta terça-feira e representará um teste para o governo federal depois da reforma ministerial. Até aqui, a reforma não deu sinais de ter melhorado o humor da base governista na Casa. Os vetos, que a presidente Dilma queria tanto ver mantidos, não foram votados e só voltam à pauta em 17 de novembro.

As convenções do PMDB e os movimentos de Michel     Michel fez praticamente um périplo por convenções estaduais peemedebistas. Emblemática a presença em Minas Gerais, um dos estados que o PMDB tem o vice governador. Lá, Michel  disse que o PMDB representa o equilíbrio. Para bons entendedores, ele está pronto para assumir, se for chamado. Não por acaso, Lula se reuniu com o MST em Água Branca, São Paulo. Estão todos se armando e buscando forças para as batalhas de conquista do poder. Vejamos os próximos lances.

Boa semana a todos!

CPIs, o resgate

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CPIs, o resgate
Depois do fiasco da CPI da Petrobras, parlamentares tentam recuperar a imagem desse instrumento investindo energia nas comissões parlamentares de inquérito sobre os fundos de pensão e BNDES. Essas duas comissões têm a vantagem de não estarem a reboque do que foi produzido pela Operação Lava-Jato e, portanto, ganham a capacidade de gerar fatos novos, no sentido de desgastar ainda mais o governo.
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O que dá esperança à oposição em relação a essas duas CPIs são as pretensões políticas de seus presidentes. Efraim Filho (DEM-PB) preside a CPI dos Fundos de Pensão e, em agosto, se colocou à disposição para ser candidato a prefeito de João Pessoa. Marcos Rotta (PMDB-AM), da CPI do BNDES, almeja disputar a prefeitura de Manaus. E, do jeito que a opinião pública cobra atitudes, numa eleição sem financiamento de empresas, ambos vão deixar de lado a velha cantilena de proteger as empresas para se projetar perante o eleitorado.
Dinheiro & família
Essas são as duas principais preocupações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha ((PMDB-RJ). Há quem diga que o maior temor é a hipótese de prisão, ainda que temporária, da mulher, Cláudia. A segunda é a falta de recursos. Com o dinheiro bloqueado, a capacidade de movimento diminuiu. Resta o cargo que ele segura com unhas e dentes.
Um pé em cada canoa
Eduardo Cunha tem jogado dia e noite com governo e oposição. No momento em que atender um, perde o outro e, por tabela, a Presidência da Câmara. Por isso, o impeachment fica nesse vai-e-vem.
E os dois temem…
Até aqui, nem governo nem oposição jogam todas as fichas na saída de Cunha pelo mesmo motivo: medo. A oposição tem pavor de governo e PMDB encontrarem uma “solução Aldo Rebelo”, que substituiu Severino Cavalcanti, e assim se enterre de vez o impeachment. O governo, por sua vez, receia não ter força suficiente para buscar esse “Aldo Rebelo” e a Casa terminar comandada por alguém mais independente.
…O futuro sem Cunha
Quem tem mais medo é a oposição. Num futuro sem Cunha, as apostas são as de que um presidente da Câmara, seja quem for, estará mais dedicado a tentar uma administração de “união nacional”, no estilo Michel Temer, do que propriamente a um processo de impeachment que tumultue ainda mais o ambiente.
 
 
A fonte secou/ Simone, a mulher do ex-ministro José Dirceu (foto), teve que deixar a casa que morava no Lago Sul. Comenta-se no mercado imobiliário que o motivo foi a falta de pagamento de aluguel. Voltou para o apartamento no Sudoeste, que Dirceu havia comprado para ela no tempo de “vacas gordas”.
Saldo positivo…/ Terminada a cerimônia de abertura dos jogos indígenas, assessores do governo se apressavam em dizer que houve algumas vaias, mas muitos 
aplausos para a presidente Dilma Rousseff no evento.
…mas nem tanto/ Na madrugada de ontem começou a repicar nas redes sociais um post do deputado Lúcio Vieira Lima, com o deboche: “Êêêê, índio quer impeachment, se não der, vaia vai comer!”
Michel, o homenageado/ Depois da convenção do PMDB de São Paulo, Michel Temer é esperado hoje no encerramento do encontro do Distrito Federal. Embora não tenha confirmado presença por causa dos horários da reunião paulistana, a ideia é render ao vice-presidente da República todas as honras como se fosse o comandante do país.

Eduardo (ainda?) manda

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Por ordem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, PP e PR não marcaram presença na sessão do Congresso que deveria apreciar os vetos. Ele quer que o presidente do Senado, Renan Calheiros, ponha para votar o veto ao financiamento das campanhas Por empresas privadas. Como no final da manhã havia poucos deputados mobilizados, a sessão caiu e ficou tudo para amanhã, quando a tendência é a de que essa novela se repita. 

 Moral da história: todos os ministérios entregues aos partidos ainda não foram suficientes para que o governo imponha sua vontade em plenário. O jogo político continua bruto no Congresso.

Indicados os ministros, a hora dos testes

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A presidente Dilma  anunciou nesta sexta-feira seus novos ministros.No discurso mencionou diversas vezes a necessidade de equilíbrio na coalizão de governo e estabilidade política. Mas, se dará certo, é outra história. Como me disse um ministro hoje “é igual mulher que acaba de engravidar: Não dá para saber de que jeito vai ser o menino”.

De fato, o primeiro evento teste da reforma será a apreciação dos seis vetos polêmicos, com que podem inclusive comprometer o ajuste fiscal. Será a hora do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, mostrar que tem poder de comandar sua bancada e que os ministros têm alguma capacidade de articulação. O governo espera, pelo menos, 50 votos do PMDB. A sorte está lançada.