AS apostas políticas da semana

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APOSTA POLÍTICA DA SEMANA
Cunha, Lula, Palocci e Erenice
   Novembro traz de volta a pressão pelos vetos, previstos para apreciação dia 17, os movimentos do PMDB, na mesma semana, mas, até lá, outros temas estarão em pauta. Hoje, por exemplo, o Conselho de Ética começa a analisar o processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com a definição do relator, prevista para hoje mediante sorteio. Ali, a oposição ao atual comandante da Casa fará o possível para mantê-lo sob fogo cruzado. Os oposicionistas do PSDB e do DEM, que têm feito uma defesa velada de Cunha, pretendem colocar o foco em outros personagens: É aí que entram Lula, Antônio Palocci, Erenice Guerra e o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.
    A reportagem da revista Época sobre o relatório do Coaf e as movimentações de Lula Palocci, Erenice e Pimentel caíram como uma luva boas pretensões da oposição de manter Lula sob desgaste. O fato de o ex-presidente ter movimentado maus de R$ 50 milhões de 2011 para cá e Palocci ter faturado algo nesse valor são fatos suficientes para que a oposição parta para uma ofensiva, no sentido de levar Lula e Palocci a dar explicações em alguma das CPIs em curso ou mesmo em comissões permanentes das duas Casas.  Com Lula em evidência, Cunha tende a ficar na penumbra. Pelo menos, tentará.
     O que pode mudar esse cenário, entretanto, é a Lava Jato. Novidades devem surgir, depois de mais um lobista, Fernando Moura (atenção! Não confundir com Fernando Baiano) ter obtido a prisão domiciliar negociada a partir da delação premiada.
    E a Dilma, hein?
     Os holofotes sobre Lula tendem a deixar Dilma também meio desfocada essa semana. Entre seus aliados, há a certeza de que ela só será submetida a processo de impeachment se as ruas pressionarem, o que até agora não ocorreu. E, no caso de ruas cheias pró-impeachment, o PCdoB prometeu a Lula, em almoço na semana passada, que mobilizará todo o seu pessoal em defesa da presidente. Ou seja, o risco de conflagração será grande e nenhum dos dois lados deseja chegar a esse ponto.
     Quanto a Eduardo Cunha, há quem diga que ele só vai liberar o impeachment depois de ter a certeza dos votos em seu favor no Conselho de Ética. Ou seja, mais à frente. Hoje, os oposicionistas de Cunha consideram que ele tem apenas cinco votos fiéis no colegiado e, como a votação é aberta, fica difícil ele exigir que seus potenciais apoiadores corram o risco do desgaste para defendê-lo.
Em pauta, a repatriação
     Enquanto o jogo dos bastidores segue truncado, o plenário da Câmara analisa o projeto de repatriação de recursos depositados no exterior.  O governo tem interesse na proposta, mas o risco de “passar a mão na cabeça de bandidos” pôs um freio na votação semana passada e isso pode prosseguir na sessão de hoje.
Muito além da Lava Jato
    Esse foi o título da coluna Brasília-DF do último domingo. Se as investigações sobre compra de medidas provisórias ou artigos em MPs forem em frente, há quem diga que pode vir por aí um novo escândalo tão grande quanto foi o do Orçamento. Mais um para a coleção que assola o país, colocando mais personagens nesse enredo sem fim.