Moema Gramacho será ministra dos direitos sociais

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A deputada Moema Gramacho (PT-BA) será a nova ministra da pasta que reunirá  Direitos Humanos, secretaria das Mulheres e, ainda, Igualdade Racial. Moema nasceu no Pelourinho, em Salvador, foi prefeita de Lauro de Freitas e é ligada ao ministro Jaques Wagner, que sai da Defesa rumo à  Casa Civil no lugar de Aloizio Mercadante, de malas prontas para retornar à Educação. Falta fechar as vagas do PMDB. A tendência de Dilma ontem era colocar Marcelo Castro (PMDB-PI) na Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ) na Secretaria de Portos. O anúncio oficial deve sair amanhã, quando a presidente Dilma Rousseff pretende concluir a reforma. 

   Quanto ao PSB, cotado para retornar ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não chegou a haver um convite formal, porque a sondagem feita na semana passada foi negativa.  

AS ALAS DO PMDB EM LITÍGIO

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Coluna do dia 24-09
 
A guerra do PMDB 

(e Dilma no meio)

A operação da presidente Dilma Rousseff para levar o PMDB da Câmara ao governo terminou gerando ciumeira entre os senadores do partido, que passaram a considerar os ministérios destinados a eles inferiores àqueles oferecidos aos deputados. Isso sem contar a perda de poder do vice-presidente Michel Temer, que, pelo desenho perde dois ministros: Edinho Araújo (Portos) e Eliseu Padilha (Aviação Civil).

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Em tempo: dizem os peemedebistas que a disputa pelo comando do partido entre os senadores, os deputados (leia-se Eduardo Cunha) e Michel Temer está em curso. E que Dilma terá que organizar a sua base no meio desse tumulto. Lula está em campo desde a semana passada para ajudar Dilma a atravessar esse campo minado.

O X da questão de ordem

Ok, Dilma pode até conseguir levar uma maioria do PMDB para o seu governo. Mas isso não significa que deixará de enfrentar uma votação sobre possíveis processos de impeachment no plenário da Câmara. É que na resposta que Eduardo Cunha vai ler hoje está dito que seja qual for o resultado da comissão a respeito do processo, quem dá a última palavra é o plenário da Casa. Portanto, ainda que a comissão seja composta por amigos do governo, não será possível liquidar o processo no nascedouro.

Operação segura Jader

A presidente Dilma Rousseff acenou com a nomeação de Helder Barbalho para uma estatal. A ideia de fazer com que o quase ex-ministro da Pesca “caia para cima” tem o objetivo central de segurar o senador Jader Barbalho ao lado do governo.

O 5º elemento

Decidida a dar dois ministérios para os senadores do PMDB e dois para os deputados do partido, Dilma se mostrou disposta ainda a oferecer uma quinta vaga ao partido. E aí começou a disputa: o grupo mais ligado ao vice-presidente Michel Temer cita Eliseu Padilha, atual ministro de Portos. O líder Leonardo Picciani pediu a manutenção de Henrique Eduardo Alves na equipe.

CPI, últimos capítulos

A CPI da Petrobras encerra seus trabalhos no mês que vem do jeito que terminam as novelas de baixo índice de audiência. A ideia é começar a trabalhar o relatório final, sem tocar na história dos políticos denunciados ou citados no episódio. A ordem é não expor ainda mais os parlamentares.

Agora não vai/ Quando foi citado pela primeira vez por um delator da Lava-Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, foi para o Salão Verde e rompeu com o governo. Desta vez, foi dizer que a nomeação de novos ministros não resolverá o problema de apoio ao Poder Executivo para aprovar temas espinhosos como a CPMF.

Vida de mulher delegada/ A pesquisa sobre as delegadas federais que será divulgada hoje indica que ainda falta muito para haver igualdade de gênero nessa profissão: 45% se disseram humilhadas por colegas de nível hierárquico superior. O mesmo percentual vale para aquelas que se sentiram humilhadas por colegas do mesmo nível hierárquico. Para completar, os cargos de chefia também estão em sua maioria nas mãos dos homens.

O nome dele é oposição. Ah, tá!/ Cobrado pelos partidos de oposição sobre a posição de aliado do governo adotada pelo PMDB, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que foi contra o ingresso do partido no governo e que as indicações tiveram o dedo do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (foto). Os oposicionistas acreditaram, mas vão ficar de olho.

Novas cores/ Parecia até combinado. A maioria dos deputados candidatos a ministro desfilou ontem de gravata vermelha pelo Congresso. Há tempos, não se via tantos sorrisos no gabinete do líder do PMDB, Leonardo Picciani.

Eduardo Cunha entra no governo

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E Eduardo Cunha entra
 
No início da tarde de ontem, circulou a notícia de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conversou com o líder do partido, Leonardo Picciani, para manter o antecessor Henrique Eduardo Alves no governo. Depois de conhecidos os nomes indicados pelo partido, todos os cinco aliados de Cunha (veja os nomes nos posts abaixo), muita gente considerou a conversa entre os dois sobre Henrique apenas jogo de cena. Cunha entrará no governo pelas mãos da bancada, enquanto Henrique ficou “pendurado”, embora setores do partido trabalhem para mantê-lo. Em tempo: há quem diga que esse ingresso de Cunha foi costurado por Lula, o padrinho de Dilma.
 
Dilma na guerra…
 
Nunca antes na história de seu governo, a presidente Dilma Rousseff foi tão atuante politicamente. Ontem, ligou pessoalmente para o deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG) para dizer que não havia barreiras ao nome dele para ministro da Saúde. Pela primeira vez, telefonou para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS). Pediu voto em favor dos vetos. Mencionou ainda o perigo de o dólar subir ainda mais.
 
…. e sem anteparos
 
Dilma ligou para outros aliados, como Jader Barbalho, que corre o risco de ver o filho, o ministro Helder Barbalho, da Pesca, fora do governo por causa da perspectiva de extinção da pasta. De Ana Amélia, Dilma ouviu um não. A senadora é certa em favor do aumento dos servidores do Judiciário: “Foi uma proposta enviada por outro Poder. Se não há recursos para o pagamento, eles deveriam ter mandado um reajuste menor”, comentou ela, repetindo o que havia dito à presidente da República. Há tempos, a presidente não se expõe tanto a ouvir negativas.
 
Barriga de aluguel
 
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, será apadrinhado pela bancada de senadores, embora tenha sido escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff.
 
Déjà-vu
 
Fernando Collor de Mello, no início de 1992, praticamente um ano antes do impeachment, levou para o governo o PFL de Jorge Bornhausen (Casa Civil) e Ricardo Fiúza (Bem-Estar Social). Na Justiça, colocou o jurista Célio Borja. Na Fazenda, Marcílio Marques Moreira. O PFL não evitou o impeachment de Collor. Há quem veja a história se repetindo com o PMDB e Dilma. A conferir.
 
E no TCU…
 
O ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes, que já cantou aos quatro ventos a possibilidade de rejeição das contas da presidente de 2014, estuda antecipar seu parecer final para não ficar sujeito a pressões e a chantagens de toda a ordem.
 
Uma aula para quem gosta do Direito/ O UniCeub recebe desde ontem grandes nomes do Direito com o evento Questões Jurídicas Atuais, das 9h30 às 11h30. A abertura do ciclo de palestras ficou a cargo do ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Instituto UniCeub de Cidadania, Marco Aurélio Mello (foto). O encerramento, na quinta-feira, será com o vice-presidente da República, Michel Temer. Hoje, será a vez da ex-ministra do Supremo Tribunal Federal Ellen Gracie.
 
Te cuida, Dilma!/ Alguns políticos apostavam ontem: “Quem vai segurar Jader Barbalho, caso ele veja o oposicionista Eduardo Cunha tomando conta do governo e Helder Barbalho fora do governo?”
 
Ninguém segura/ Os próprios políticos consideravam segurar Jader Barbalho uma missão impossível. O senador que já enfrentou Antonio Carlos Magalhães não abaixará a cabeça para Dilma.
 
Sistema S // O ministro Aloizio Mercadante está decidido a manter o corte de 30% no orçamento do Sistema S, como estabelece medida anunciada pela equipe econômica, mas sinalizou com a possibilidade de abrir mão da retenção de recursos de entidades que assumam as dívidas existentes no Pronatec até o valor de R$ 6 bilhões. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) resiste à proposta, mas uma medida provisória deve estabelecer um parágrafo único prevendo as exceções ao corte.

No balanço das horas, nomes mudam

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   Da noite de ontem para a manhã de hoje, cresceu o número de deputados indicados para ministro dentro do PMDB: Para infraestrutura, nome provisório atribuído à junção das pastas de Aviação Civil com a de Portos, foram seis indicados: Do Rio de Janeiro, entraram na lista Celso Pansera e Washington Reis; de Minas Gerais, Newton Cardoso Júnior e Mauro Lopes. Foram indicados ainda José Priante, do Pará, e Sérgio Souza, do Paraná. Para a Saúde, permaneceram Manoel Júnior (PB) e Marcelo Castro (PI). 

  Carlos Marun saiu da lista porque pediu. Dada a sua posição crítica em relação ao governo, preferiu não ser incluído entre os ministeriáveis. Dilma ficou de dar uma resposta ao partido até amanhã, mas os ministros não descartam que ela termine adiando a reforma para a próxima terça-feira, quando estará de volta ao Brasil, depois de participar da abertura da Assembleia Geral da ONU, segunda-feira, em Nova York.

ALIADOS DE CUNHA INDICADOS PARA MINISTRO

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Para quem é oposição, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não pode reclamar do tratamento recebido. Quatro de seus aliados mais fiéis saíram agora da reunião da bancada do PMDB candidatos a ministro: Celso Pansera (RJ), José Priante (PA) e Carlos Marun (MS) indicados para a pasta de Infraestrutura. Manoel Júnior  (PB) e Marcelo Castro (PI) para a Saúde. Dos cinco, só Marcelo não é mais tão aliado de Eduardo Cunha. 

O PMDB decidiu participar do governo por 29 votos a 9. OU seja, na hora que tem ministério, a galera adere.

Arthur Chioro, o ministro da Saúde, está nesse momento do palácio do Planalto.

E a culpa da crise vai para…

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Ensaios palacianos

Se o governo não conseguir aprovar o pacote de medidas que reforçam as receitas da União, a ordem será colocar a culpa por eventual agravamento da crise econômica no colo do Congresso Nacional, mais precisamente na Câmara dos Deputados. Nas conversas palacianas, tem sido corriqueiro ouvir que um grupo expressivo de congressistas trabalha para derrubar Dilma, e não para discutir as medidas que ela apresentou, e nem as que apresentará.

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Se o andar da carruagem seguir neste ritmo, de discutir impeachment em vez de economia, não restará à presidente muito mais o que fazer, a não ser dizer que trabalha para debelar a crise, enquanto seus adversários só pensam em tomar o poder. E não se surpreendam se aqueles que desejam o afastamento de Dilma propuserem medidas semelhantes ou até piores, caso assumam o poder.

Dilema tucano

Por mais que aposte no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PSDB resiste em dar a vaga de oposição a Lula. É que, se o impeachment vier, o ex-presidente será o primeiro a voltar aos palanques para dizer que a sucessora caiu porque fez tudo o que estava ao seu alcance no sentido de manter os benefícios sociais. Aliás, Lula tem ensaiado esse discurso de que Dilma resiste à “sanha daqueles que não se preocupam com as necessidades do povo e só pensam em poder”.

Dilema de todos

O receio dos partidos é o de que a situação vire de repente, porque o cenário político está muito volátil. E, sabe como é, diante da volatilidade, se o discurso de Lula colar — e ele é bom nisso — a hipótese de o PT voltar ao poder não será tão remota.

Lava-Jato, o retorno

Para quem considera que a Operação Lava-Jato está meio devagar, quase parando, é bom saber que essa calmaria não vai durar muito. Já há uma série de novos mandados em formatação. E mais gente na roda. Os alvos? Nem às paredes os investigadores confessam.

“Se Dilma não apresentar uma saída para o Brasil, não tem saída para ela”

Do senador Walter Pinheiro (PT-BA)

[FOTO2] Hora de repensar a segurança/ Relator da PEC da Reforma das Polícias, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado Raul Jugmann (foto), de Pernambuco, abriu, em Florianópolis, uma série de 11 seminários com as categorias envolvidas. A intenção é debater a proposta de construir uma nova arquitetura de segurança pública no país, com a adoção do ciclo completo de polícia — em que cada corporação é qualificada para acompanhar o fato criminal em todas as etapas. A discussão promete esquentar. O método encurta caminhos e agiliza os processos. Mas muitos delegados temem “perder poder” para policiais militares.

O que é bom…/ Dois importantes personagens que atuam na Operação Lava-Jato se mostraram satisfeitos com o fato de o Supremo Tribunal Federal ter proibido as doações de empresas para campanhas eleitorais. Para eles, a decisão aperta o controle e a fiscalização sobre o fluxo de dinheiro na política.

…Dura pouco/ Os investigadores não se iludem. Consideram que sempre haverá “criatividade” para empresas fazerem caixa 2 usando pessoas físicas como laranjas. A vantagem é que a regra cria mais equilíbrio na política entre os candidatos e dá mais poder ao dinheiro do cidadão, que também tem o poder do voto.

Batizada/ Depois que Tadeu Fillippeli pegou uma gripe daquelas de ficar de molho, seus amigos da Vice-Presidência da República não resistiram. Virou a gripe Sérgio Moro. Recolhe temporariamente. Só não se sabe por quanto tempo.  

E O PMDB SE DIVIDE

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A guerra interna do PMDB

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, começou a passar uma lista para ser reconduzido ao cargo de comandante da bancada no ano que vem. A iniciativa quebra o compromisso, fechado em fevereiro, de promover um rodízio na condução da bancada. Essa briga interna pode, inclusive, comprometer o calendário dos peemedebistas favoráveis ao impeachment, uma vez que Picciani está cada vez mais próximo do governo e não apoia o afastamento da presidente Dilma.

Ministro pendurado

Causou mal-estar entre os palacianos a ausência do ministro da Educação, Renato Janine, em duas agendas da presidente Dilma Rousseff. Na sexta-feira em que o Dialoga Brasil foi ao Piauí, Janine foi dar palestra no Rio de Janeiro. Ontem, durante a entrega do prêmio Jovem Cientista no Planalto, o ministro também não compareceu. Dilma registrou a ausência.

Secretário fortalecido

Nas duas oportunidades e ontem, durante a invasão do prédio principal do Ministério da Educação por grevistas, quem segurou o rojão foi o secretário-executivo, Luis Cláudio Costa. Ganhou pontos no Planalto e fora dele.

E Alckmin diz não

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi sondado sobre indicações de ministros para um possível governo Michel Temer. Respondeu que não está no projeto de impeachment.

Câmara na contramão

Na pauta de hoje da reunião da Mesa Diretora da Câmara vai entrar em discussão uma proposta que, na prática, transforma os cargos de nível médio em nível superior. Isso representará a bagatela de R$ 300 milhões a mais nas despesas com pessoal. Em tempos de corte de gastos, o exemplo deixa a desejar.

E o “do contra” parte do PT

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) anuncia que votará contra a CPMF. “Esse pacote tira o ovo e torce o pescoço da galinha dos ovos de ouro. A hora é de incentivar os exportadores e não de aumentar imposto. Esse plano não tem espinha dorsal”,diz ele, alertando que, aos governadores, o pedacinho da CPMF não compensará a perda de arrecadação do ICMS.

CURTIDAS

O muso/ O deputado Sylvio Costa (PTB-PE) encontra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e se saiu com esta: “Estou vendo que a coisa está feia, porque você é o muso do impeachment!”. O parlamentar baiano (foto), que é do tipo que não perde a verve, caiu na gargalhada.

Convivência/ Nem tudo é ódio entre dilmistas e tucanos na Câmara. A presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, Jô Moraes (PCdoB-MG), está em campanha para fazer da deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), presidente da comissão especial que vai discutir mudanças na lei de migração.

E a Lava-Jato, hein?/ O PMDB ainda não relaxou diante da delação premiada de Fernando Baiano.

E o PT não relaxa com nada/ O deputado Paulo Rocha (PT-PA) vai chamar o presidente do partido, Rui Falcão, para uma reunião de análise de conjuntura com a bancada. Já não era sem tempo. Ou o partido ajuda Dilma a montar um plano para sair da crise econômica ou acabará perdendo o poder.

Dilma no Labirinto

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Desde a semana passada, quando saíram as primeiras informações sobre a perspectiva de Michel Temer deixar a articulação política do governo, os petistas no entorno de Dilma se dividiram: um grupo pede que ela segure Michel na função, com o risco de os senadores do PMDB se sentirem liberados para cuidar da própria vida e do afastamento dela; outro, entretanto, pede que ela aproveite o embalo para empreender a reforma ministerial. O problema é que a presidente não pode reduzir os espaços dos aliados, sob pena de perder ainda mais apoio no Congresso. E, para completar, desconfia-se no Planalto que as pressões pró-reforma vêm por encomenda para tentar tirar os postos do PT e deixar o partido mais enfraquecido do que já está. Ou seja: Dilma chegou num ponto que até uma reforma pode terminar emparedando ainda mais o governo em vez de dar uma saída para a crise política.

…E cada vez mais dependente da esquerda

O documento da OAB e de outras instituições divulgado na semana passada só não trouxe um posicionamento firme contra o impeachment porque a maioria dos dirigentes da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) bateu o pé e disse que não poderia ir tão longe, uma vez que a bancada do agronegócio e os produtores rurais ainda não se posicionaram claramente sobre o assunto.

O tempo e a crise I

A impressão dos agentes políticos é a de que Dilma Rousseff, se cair, não será este ano. Quanto ao processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o caso está apenas começando e, se os advogados forem bons, o mandato passa e não julga. No caso de Jackson Lago, no Maranhão, foram dois anos. Para completar, no TSE, há quem assegure que a posição de Gilmar Mendes, que foi ministro da Advocacia-Geral da União de Fernando Henrique Cardoso, não é consensual.

O tempo e a crise II

O mais provável, avaliam aliados do governo em processo de afastamento, continua sendo o caso das pedaladas fiscais e do uso de recursos sem autorização legal. Como tudo ainda tem que passar pelo TCU, pela comissão mista de Orçamento, plenário do Congresso Nacional, para depois chegar a um processo de pedido de abertura de impeachment, há quem esteja certo de que, o desfecho não sai antes este ano. A corrida é resistência e não de velocidade.

O tempo e o PMDB

Os peemedebistas se preparam para sair em bloco do governo nas eleições municipais. Assim, teriam tempo para tentar dar aquela reciclada antes das eleições de 2018. A aposta, diante do quadro atual e perspectivas econômicas, é de que o distanciamento é necessário para ter sucesso eleitoral ou credibilidade para comandar o país na hipótese de afastamento de Dilma.

Refilmagem

Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acreditam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fará tudo o que estiver a seu alcance para tentar levar o senador com ele para a beira do abismo. Se o deputado cair, ele tentará puxar o alagoano. É algo parecido com a crise entre os senadores Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães no início do século. Porém, num clima muito mais pesado hoje.

CURTIDAS  E a Kátia, hein?/ Com a decisão da CNA, quem ficou numa saia justa foi a ministra da Agricultura, Katia Abreu (foto), leal à presidente e defensora incansável do mandato de Dilma. Ocorre que o setor agropecuário vai começar a cobrar da ministra que tudo tem limite. Katia, entretanto, tem feito almoços e jantares com deputados do agronegócio na tentativa de se fortalecer e também ao governo.

Por falar em Agricultura…/ Entre aqueles que sonham com a reforma ministerial para se fortalecer, está o ministro da Pesca, Helder Barbalho. Se houver uma união do ministério que ele ocupa com a Agricultura, a queda de braço entre ele (leia-se o senador Jader Barbalho) e Katia Abreu será grande.

A volta da FPN/ Está marcado para 31 de agosto a organização de uma frente parlamentar encabeçada pelos deputados Glauber Braga (PSB-RJ), Alessandro Molon (PT-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ). A ordem é a defesa da economia nacional e de políticas públicas e, por tabela, a ordem constitucional e o mandato de Dilma.

Sob nova roupagem/ A ideia é agregar parlamentares de vários partidos, como ocorreu com a Frente Parlamentar Nacionalista (FPN) que, no fim dos anos 1950 e início da década de 1960, levantou as bandeiras “o petróleo é nosso” e auxiliou nas reformas de base do governo Jango. O lançamento oficial será em 5 de setembro, em Belo Horizonte. Capital de um estado onde o governador, Fernando Pimentel, é amigo da presidente.

A hora de Mercadante

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A hora de Mercadante

Se Michel Temer se afastar mesmo da coordenação política do governo, conforme está programado para meados de setembro, quem cuidará dessa tarefa será o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que novamente ficará exposto. Por isso, que ninguém se surpreenda se, houver novos movimentos da presidente Dilma Rousseff no sentido de tentar manter o vice na lida diária da crise política. No Planalto, tem-se a clara ideia de que, embora Eduardo Cunha esteja arranhado para tocar um processo de impeachment, há quem diga que os riscos de abertura da ação podem crescer na hipótese de o PMDB largar as atribuições. A visão clara hoje no Planalto é a de que, se está ruim com Michel Temer, ficará muito pior sem ele.

O timing de Michel

Os principais observadores dos movimentos do vice-presidente Michel Temer consideram que ele fez tudo o que se programou: compôs com Renan Calheiros, isolando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Agora, com Eduardo ocupado com outro jogo, ou seja, obrigado a tratar da Lava-Jato e se dedicar à própria defesa, a hora é de Temer dispender sua energia no sentido de recuperar todo o seu poder dentro do PMDB, onde Eduardo Cunha começava a crescer tirando espaço de todos os demais caciques.

O tempo de Cunha

O presidente da Câmara sentiu o tranco e ontem foi até o vice-presidente. Entre os aliados de Eduardo Cunha, há quem diga que ele não terá mais condições sequer de tratar das contas do governo de 2014. Isso porque o processo só deve chegar à Casa em meados de setembro, quando, calculam os aliados e desafetos, Cunha estará dedicado à sua própria defesa. As prioridades dele agora mudaram para valer.

Enquanto isso, em frente às câmeras de tevê…

O movimento junto à Força Sindical ontem faz parte da estratégia de tentar passar à opinião pública a ideia de que Eduardo Cunha foi denunciado porque estava enfrentando o governo. Há quem diga que é por aí que ele pretende adquirir fôlego para levar avante a ideia de presidir as votações relativas a possíveis pedidos de abertura de processos de impeachment contra Dilma Rousseff.

…Nem tudo é o que parece

A estratégia de Cunha parece ter dado algum resultado. Ao longo da sexta-feira, vários deputados de oposição e até aliados do governo tiveram que explicar às chamadas bases políticas que o caso de Eduardo Cunha nada tem a ver com a situação da presidente Dilma Rousseff. Como diria José Genoino, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

“É preciso cuidar do mal maior, que não é a Dilma. É a crise econômica”

Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo, referindo-se ao conjunto de crises que assola o país

CURTIDAS   

Desconfortável/ Dia desses, no plenário do Senado, o senador Blairo Maggi (PR-MT) comentava com amigos: “É a última vez que dou um cheque em branco para o governo. Não contem mais comigo para votar de olhos fechados”. Referia-se ao projeto de reoneração da folha de salários.

Alerta/ Ontem, os poucos parlamentares que permaneciam em Brasília aproveitaram para lembrar aos palacianos que “Eduardo Cunha não é José Dirceu, que caiu e ficou por isso mesmo”.

Apostas pró-Janot/ A maioria dos senadores confia na recondução do procurador Rodrigo Janot. Tirá-lo agora, afirmam mutos, será o mesmo que jogar a crise ética para dentro do Senado. E tudo o que os senadores querem é manter a confusão restrita à Câmara. Portanto, quanto menos marola, melhor.

Sem unanimidade/ O senador Cristovam Buarque (foto), do PDT-DF, se prepara para avisar aos irmãos Gomes que o PDT não definirá desde já que Ciro será candidato a presidente da República pela legenda. Pelo visto, Carlos Lupi vendeu ao ex-ministro de Lula e de Itamar Franco uma mercadoria que ainda não tem como entregar.

Planetas distantes

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Planetas distantes

O PSDB, que há uma semana jogava uma boa parte de suas fichas em novas eleições, considera que está cada vez mais distante a hipótese de afastamento da presidente Dilma Rousseff via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso significa que, se houver a saída, será por crime de responsabilidade, algo que também não ocorrerá tão cedo, uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) adiou a análise das contas do governo para daqui a 15 dias, ou seja, ficou para setembro.

Com essas duas perspectivas bem longe do alcance das mãos do PSDB, restou à parcela tucana que aposta na saída da presidente recorrer às ruas neste domingo. Para completar, nem todos os tucanos partilham da tese de partidarizar o movimento do dia 16.  Resumo dessa ópera: Dilma respira, embora não tenha chegado ao ponto de dispensar os aparelhos.

Padilha, o imponderável

Não, não é o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e sim o empresário Hamylton Padilha, que tem deixado os políticos preocupados. Há quem diga que ele tem a senha para que a Operação Lava-Jato entre de vez no parlamento. No organograma do petroduto, Hamylton era visto como o superior de Fernando Baiano.

Tem para todos

Padilha, conforme avisam seus antigos interlocutores, levará consigo aliados do governo que hoje não são mais tão da base assim. Já o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apostam outros, tem tudo para atingir ainda mais o PT. Resta saber o que a Polícia Federal e o Ministério Público vão desovar primeiro.

Cunha e Renan

Pegou mal o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deixar a reunião com Michel Temer e já criticar o “Plano Renan”. A leitura foi a de que ele pode até baixar o tom no comando da Câmara, mas a postura pessoal de oposição permanecerá. Aliás, ele foi convidado para o almoço justamente para tentar tirar o PMDB da Câmara do isolamento e não dar ao governo a chance de medir quem lhe é realmente fiel na bancada. Apenas o futuro separará essas estações.

Novo alvo

Os auditores da Receita Federal abriram guerra contra o secretário Jorge Rachid. Tudo porque, na avaliação deles, Rachid não se empenhou pela inclusão dos auditores na Proposta de Emenda Constitucional nº 443, que equipara os vencimentos da AGU aos do Judiciário. Agora, além da campanha de valorização da carreira, os auditores agora pressionarão pela demissão de Rachid.

CURTIDAS   

Comida não falta/ Em meio à crise política, não faltam jantares promovidos por deputados e senadores para discutir cenários. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (foto), por exemplo, tinha 16 previstos em sua agenda. Só para ontem.

A hora dos verdes/ Na onda da Frente Parlamentarista lançada ontem na Câmara, o Partido Verde levará ao ar hoje, em seu programa de 10 minutos, a defesa do parlamentarismo como solução para a crise. A produção do vídeo é do marqueteiro Luiz Natal.

Eles não perdem o humor…/ O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) comentava com jornalistas que o movimento de domingo não deve ser tão grande quanto as manifestações de 2013 e, de repente, chega o deputado Hauly, do PSDB do Paraná e presidente da Frente Parlamentarista. Devanir brinca: “Lá estará cheio de coxinhas!”

…Mas não escondem arrependimentos/ Hauly retruca: “A culpa é de vocês, que fizeram essa bagunça aí”. Devanir, então, que é extremamente ligado a Lula, completa: “Nós tentamos evitar! Queríamos o terceiro mandato do Lula, mas ninguém topou”. Epa! Pelo visto, tem gente no PT que não anda lá muito satisfeito com Dilma. Faz parte.