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A voz das ruas
CURTIDAS
Há males que vêm para o bem/ O deputado Osmar Serraglio (foto), do PMDB-PR, respirava aliviado dia desses por ter ficado fora da CPI da Petrobras. A amigos, disse sentir “vergonha alheia” do resultado final da comissão. Dinheiro e tempo gasto para nada.
Quem conhece garante/ As diferenças entre Lula e Dilma Rousseff são apenas rusgas. Não devem ser vistas como briga, muito menos como algo do tipo “ódio de morte”.
Jaques & Berzô/ Os novos ministros palacianos, Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Relações Institucionais), promoveram mais diálogo com os congressistas, mas, em termos práticos, ou seja, votações, ainda não conseguiram destravar a base.
Continhas/ Os deputados têm revistado todas as notícias sobre a eleição do presidente da Câmara em janeiro. Concluíram que, se o processo contra Eduardo Cunha for a plenário, ele dificilmente escapará de um processo de cassação, como ele venceu com 267 votos, apenas 10 votos acima da maioria absoluta.
PT na cobrança
Os petistas vão aproveitar a reunião de hoje para bater ainda mais na política econômica do governo, repetindo o que foi dito há cerca de um mês e meio em documento editado pela Fundação Perseu Abramo. Nas entrelinhas, ficará claro que o partido deseja a substituição de Joaquim Levy, embora o documento não vá pedir diretamente a demissão do ministro da Fazenda.
Para completar, há quem defenda ainda críticas contundentes à Polícia Federal e às investigações envolvendo Luiz Cláudio da Silva, filho do ex-presidente Lula. Essa questão, entretanto, não é consenso. Afinal, os próprios petistas repetem que ,num partido com 12 tendências, um instituto e a presidente Dilma, pouca coisa pode ser resolvida por consenso.
Todos em campanha
Abertamente ninguém fala, mas os aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) começam a se preparar para a sucessão dele. Que o digam os movimentos do deputado André Moura (PSC-SE). Desde que o “padrinho” Cunha foi atingido por denúncias de contas na Suíça, Moura passou a circular com mais desenvoltura entre os colegas no plenário. Falta, entretanto, combinar com o PMDB, que não abre mão da vaga.
Quem avisa amigo é
Integrantes do Ministério Público que leram com uma lupa o projeto a respeito da repatriação de recursos garantem que o texto não permitirá separar o dinheiro de origem ilícita daquele que tem origem legal, mas foi enviado apenas para efeito de sonegação de impostos.
O mordomo
Esses mesmos procuradores informavam ontem aos parlamentares que a parte ruim do texto foi obra do projeto original enviado pelo Poder Executivo e não do relator, deputado Manoel Júnior (PMDB-PB).
Os excluídos
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo, vai tirar três deputados do sorteio para relatar o processo contra Eduardo Cunha no colegiado: saem Mauro Lopes (PMDB-MG), por ser do partido de Cunha; Washington Reis (PMDB-RJ), do partido e do estado; e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), adversário de Eduardo Cunha na disputa pela Presidência da Casa.
O articulador
Silenciosamente, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (foto) trabalha em favor da presidente Dilma Rousseff e no sentido de montar um cinturão de deputados que discordam da permanência de Eduardo Cunha na Presidência da Casa.
Por falar em Cunha…
O presidente da Câmara não tem muito do que reclamar em termos de apoio na Casa. O jovem líder do PHS, Marcelo Aro (MG), só o chama de “papi”.
Adversários…
O grupo de Eduardo Cunha costuma se reunir sempre que pode, para jantar e trocar ideias sobre a conjuntura. Na última terça-feira, estão eles num restaurante de Brasília quando o deputado Sílvio Costa, de Pernambuco, vice-líder do governo, se aproximou. Não prestou.
…Mas nem tanto
Sílvio Costa abordou o relator do projeto de repatriação de ativos, Manoel Júnior (PMDB-PB): “Ô Manel? Você quer anistiar o Eduardo Cunha com o seu projeto da repatriação?” Manoel se levantou e explicou que, se forem recursos de origem ilícita, seu texto não anistia. “Leia o texto antes de falar bobagens; vou desmoralizar você no plenário”, reclamou o peemedebista. Os dois não chegaram às vias de fato. São amigos que adoram soltar a voz num boa roda de violão, quando as sessões da Casa terminam mais cedo.
“Não vejo fundamento para o impeachment da presidente Dilma Rousseff e nem haveria votos para aprovar a abertura de processo no plenário da Câmara. A base me parece recomposta, embora essa recomposição ainda precise avançar um pouco mais”
Do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, referindo-se aos pedidos que ainda tramitam na Casa
Lula em foco, governo em baixa
Vencido o primeiro mês pós-reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff não conseguiu sequer colocar para andar a simples admissibilidade da proposta de emenda constitucional que prorroga a Desvinculação das Receitas da União para o ano que vem. Para completar, ontem, a maioria do PT trabalhava no sentido de defender o ex-presidente Lula e não o governo da presidente Dilma.
Cargos em alta
As contas de assessores palacianos indicam que o governo já distribuiu 900 cargos aos aliados desde o início deste ano. O resultado foi a aprovação de parte do ajuste fiscal. E só.
E ela não ai da roda…
Alberto Youssef voltou a dizer na CPI dos Fundos de Pensão que deu R$ 1 milhão em caixa dois para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann. Ela nega. Pelo visto, a nova CPI não abandonará os velhos temas.
Desaposentação m risco
A presidente Dilma se preparava ontem para vetar o recálculo da aposentadoria daqueles que voltarem a trabalhar, a chamada desaposentação, proposta do deputado Rubens Bueno
(PPS-PR).
Tic-tac-tic-tac
Pelo jeitão das bancadas, assim que as provas contra Eduardo Cunha desaguarem no Conselho de Ética, acabou. Ele pode se defender, mas começa a se formar entre os deputados de oposição a ideia de que, para promover o impeachment, o melhor seria um novo presidente isento. E tem gente certa de que, juntando os oposicionistas aos aliados que cansaram de ser governo sob a batuta de Dilma, eles conseguiriam uma maioria.
FRASE
A presidente da República foi quem colocou o impeachment em pauta, ao se referir a esse assunto. Deveria era cuidar de apresentar uma proposta para recuperar a economia. Enquanto não tivermos uma proposta, estaremos reféns deste falso dilema que estão querendo nos impor: impeachment de Dilma e de Eduardo Cunha”
Wellington Moreira Franco , presidente da Fundação
Ulysses Guimarães e ex-ministro de Dilma
Retrato do ocaso/ o ministro da Cultura, Juca Ferreira, almoçava sozinho ontem num restaurante vegetariano da Asa Norte. Em tempos de governo em viés de alta, ninguém vê ministro sozinho em Brasília.
Motivo/ Dilma só foi à festa de Lula para tentar desfazer o disse me disse de mal-estar entre eles. A amigos, Lula tem dito que o problema não é a presidente e sim a Polícia Federal, leia-se o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Por falar em festa…/ Da série, perde-se o amigo, mas não a piada. De passagem por Brasília, o secretário de Habitação do Paraná, Abelardo Lupion, saiu-se com esta ao comentar o aniversário de Lula: “Ele deveria comemorar em Curitiba. É lá que estão vários de seus amigos”.
Literatura/ A última pergunta feita a Alberto Youssef foi se ele sabia do livro que Meire Poza (foto), sua antiga funcionária, está escrevendo. Ele disse que “ouviu falar”.
O melhor de dois mundos
Mais uma semana em que o governo entra nem suspense sobre as atitudes do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e os pedido de impeachment recebido na semana passada. Mas, se levarmos em conta a situação dele, a tendência é aguardar mais um pouco. Cunha chegou num ponto em que, como diz o ditado, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Para se manter na presidência, precisa contar com dois mundos: governo e oposição. Se ficar inclinado demais para um lado, perde o outro e, por tabela, o cargo. Ao que tudo indica, não será está semana que ele dará sinal verde para tramitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, tudo para não perder esse frágil equilíbrio que o sustenta.
O fator Lula Outro ingrediente que reforça a sensação de que esta semana o impeachment não sai está diretamente relacionado aos movimentos de Lula. As declarações de Lula na semana passada, dando a Cunha o benefício da dúvida, deixaram o presidente da Câmara com a sensação de que pode contar ainda um pouco com aliados do ex-presidente. Ocorre que Lula não está tão bem ao ponto de se apresentar como alguém acima de qualquer suspeita, capaz de mover mundos e fundos em favor de Cunha. Há quem suspeite que a intenção do ex-presidente seja fazer uma troca de apoios. Afinal, as duas CPIs em curso na Câmara pretendem desgastar a imagem do petista, a de fundos de pensão e a de BNDES. Cunha tem votos e aliados nesses dois colegiados.
CPIs esquentam Governo e oposição agora perceberam o poder de fogo das CPIs dos Fundos de Pensão e do BNDES. Esta semana, por exemplo, a CPI dos Fundos de Pensão ouvirá Eike Batista. Se ele pedir para adiar o depoimento, a ordem do presidente da Comissão, Efraim Filho, será transformar em sessão administrativa para convocar o empresário José Carlos Bumlai, o amigo de Lula. Ou seja, mais um incêndio para o governo apagar.
E a economia, hein? Na semana passada, mais uma vez o Tribunal de Contas da União abalrroou o governo ao negar o parcelamento das “pedaladas” de 2015. Essa decisão levou a equipe econômica a admitir um rombo de R$ 79 bilhões nas contas públicas. E, cá entre nós, leitor, como escrevi na coluna Brasília-DF há alguns dias, se o governo admite rombo de R$ 79 bilhões, a possibilidade desse rombo ser maior é oceãnica.
Enquanto isso, na pauta de votações Para tentar obter algum dinheiro, entra em pauta essa semana o projeto que regulariza os depósitos de brasileiros no exterior e permite a repatriação, mediante o pagamento de imposto. Essa proposta, aprovada na Comissão, vai a plenário nesta terça-feira e representará um teste para o governo federal depois da reforma ministerial. Até aqui, a reforma não deu sinais de ter melhorado o humor da base governista na Casa. Os vetos, que a presidente Dilma queria tanto ver mantidos, não foram votados e só voltam à pauta em 17 de novembro.
As convenções do PMDB e os movimentos de Michel Michel fez praticamente um périplo por convenções estaduais peemedebistas. Emblemática a presença em Minas Gerais, um dos estados que o PMDB tem o vice governador. Lá, Michel disse que o PMDB representa o equilíbrio. Para bons entendedores, ele está pronto para assumir, se for chamado. Não por acaso, Lula se reuniu com o MST em Água Branca, São Paulo. Estão todos se armando e buscando forças para as batalhas de conquista do poder. Vejamos os próximos lances.
Boa semana a todos!
Por ordem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, PP e PR não marcaram presença na sessão do Congresso que deveria apreciar os vetos. Ele quer que o presidente do Senado, Renan Calheiros, ponha para votar o veto ao financiamento das campanhas Por empresas privadas. Como no final da manhã havia poucos deputados mobilizados, a sessão caiu e ficou tudo para amanhã, quando a tendência é a de que essa novela se repita.
A presidente Dilma anunciou nesta sexta-feira seus novos ministros.No discurso mencionou diversas vezes a necessidade de equilíbrio na coalizão de governo e estabilidade política. Mas, se dará certo, é outra história. Como me disse um ministro hoje “é igual mulher que acaba de engravidar: Não dá para saber de que jeito vai ser o menino”.