PCdoB quer Maia, mas não PSL

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   Em reunião há pouco, os deputados do PCdoB decidiram ficar fora do bloco parlamentar que abrigará o PSL de Jair Bolsonaro. O partido vai procurará uma nova configuração de forças. Porém, não descartam votar em Rodrigo Maia para presidente da Câmara.

 

O PCdoB continua ligado à candidatura de Rodrigo Maia porque considera que ele será o mais independente dos candidatos a presidente da Casa. Porém, politicamente, não considera certo participar do mesmo bloco que o PSL de Bolsonaro. Os comunistas consideram inclusive mais fácil angariar os mais espaços num bloco onde estará o MDB. É por aí que  o partido deve seguir. Essa definição, entretanto, sairá apenas nas vésperas da posse do novo Congresso, em fevereiro.

Renan e Ramalho ganham força, e MDB pode comandar Senado e Câmara

renan calheiros
Publicado em coluna Brasília-DF, Política

Cansados do que chamam de interferência do Judiciário no Legislativo, deputados e senadores começam a olhar com mais interesse a candidatura do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e a do deputado Fábio Ramalho (MDB-MG).

À época da prisão do então senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em 2015, Renan foi enfático ao dizer que um senador não poderia ser preso no exercício do mandato sem julgamento. Discordou da maioria. Na visão dos senadores, é considerado como aquele que, no momento difícil, tem coragem de defender prerrogativas do Poder Legislativo, mesmo quando não tem aplausos da população.

Na Câmara dos Deputados, a situação que leva muitos para o colo de Fábio Ramalho é o caso da cassação do mandato de Paulo Maluf, em agosto do ano passado. Deputados que se reelegeram ainda se dizem engasgados com o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter cumprido a decisão de Edson Fachin, de que a Mesa Diretora deliberasse a cassação do mandato.

À época, Maia tomou a decisão com mais três integrantes da Mesa para proteger a imagem da Casa. Porém, em conversas reservadas, deputados reclamam. Dizem que ele deveria ter levado o caso ao plenário, a instância que deve se pronunciar sobre perda de mandato de parlamentares.

#Ficaesperto: Se essa lógica prevalecer, o DEM, que disputa a presidência das duas Casas, pode terminar a ver navios.

A fórmula 

Embora o Senado esteja mais pulverizado do que há quatro anos, ou seja, com mais partidos, o MDB planeja repetir a estratégia que levou Renan Calheiros à vitória, em 2015: fechar os cargos da Mesa Diretora apenas com aqueles partidos que apoiaram o candidato oficial da bancada. Se vingar, quem apoiar outros candidatos perderá a vaga.

PT caminha para apoiar Renan

O PT do Senado caminha para apoiar Renan Calheiros. Isso porque, dos candidatos que se apresentaram até agora, o emedebista é visto como o mais distante do governo Bolsonaro.

Se o PSDB quiser disputar a Presidência do Senado, corre o risco de ficar sem a primeira vice-presidência, cargo que lhe cabe hoje se prevalecer a tradição de respeito à proporcionalidade.

Em 2015, o PSDB apoiou Luiz Henrique contra Renan Calheiros e terminou fora da Mesa Diretora, porque os partidos que apoiaram o candidato oficial do MDB fecharam a chapa sem levar em conta aqueles que optaram pelo candidato avulso.

Alto verão

A perspectiva de condenação do ex-deputado e ex-assessor Rodrigo Rocha Loures deixou o grupo de políticos ligado ao presidente Michel Temer preocupado. Há quem diga que o sossego terminará antes do carnaval.

Dois coelhos

A campanha publicitária que o governo pretende promover para esclarecer a população sobre o uso de armas de fogo é considerada mais um instrumento para dar segurança ao Parlamento na hora de votar a legislação depois do decreto presidencial.

Lula diz para PT não confrontar Bolsonaro e acredita em reação das ruas

lula
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Da sala onde cumpre pena na sede da Polícia Federal, em Curitiba, o ex-presidente Lula determinou à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, que não parta para o confronto com o presidente Jair Bolsonaro. Lula considera que não precisa e acha que as ruas farão esse papel no futuro próximo.

Em conversas reservadas, no entanto, petistas acham que a reclusão fez mal ao faro político de Lula. É que, se a economia deslanchar — e os indicadores hoje são os de que isso tem tudo para dar certo — quem terá dificuldades nas ruas será o PT e não o atual inquilino do Planalto.

“Brazil is back”

Esse será o slogan que o governo Jair Bolsonaro levará a Davos, onde o ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja um discurso semelhante àquele em que recebeu o cargo: ajuste fiscal, reformas, economia de mercado e ambiente propício a investimentos.

Bolsonaro na arbitragem

O árbitro da queda de braço entre militares e a área econômica sobre a reforma previdenciária será o presidente Jair Bolsonaro. Disposto a não cometer injustiças, ele tem dito a amigos que primeiro será preciso conhecer o texto, para, depois, discutir.

Fórmula

Uma das tendências do presidente é chamar todos para debater o tema, da mesma maneira que fez em relação à fusão da Embraer com a Boeing. Assim, dizem aliados de Bolsonaro, fica tudo transparente para todos.

Siga o Flávio

Senadores ligados ao presidente Jair Bolsonaro começam a seguir a linha do senador eleito Flávio Bolsonaro contra a candidatura de Renan Calheiros. Porém, não querem saber de outro nome do MDB, tampouco têm simpatia pela candidatura do senador Major Olímpio. A ordem é pressionar o PSL a apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Laços antigos/ O senador Edison Lobão (foto), do MDB-MA, fez questão de comparecer à transmissão do comando do Exército. Lobão não foi reeleito, mas é do tipo que leva à risca o ensinamento, “perde-se o mandato, mas não os amigos”.

General emociona…/ O discurso do general Eduardo Villas Bôas ao se despedir do comando do Exército arrancou lágrimas de muitos ministros e de dezenas de pessoas na plateia. Foi aplaudido de pé por quase 10 minutos, algo jamais visto nas trocas de comando.

… ao fazer história/ Villas Bôas é considerado por militares e civis como o fiador da estabilidade do país no governo Dilma-Temer, ao deixar que os agentes políticos resolvessem seus problemas dentro do jogo democrático. Sai do cargo com o respeito e a admiração de todos pela forma republicana e corajosa como exerceu o comando. Sucesso ao novo comandante, general Edson Pujol.

Enquanto isso, no GDF…/ A deputada Bia Kicis (PRP-DF) cumpre à risca sua defesa do projeto Escola sem Partido. Depois da troca de comando no Exército, ela foi à Procuradoria Distrital de Defesa do Cidadão, comandada pelo promotor Eduardo Sabo. Pediu que o MP intermedeie a edição de um compromisso formal do secretário de Educação, Rafael Parente, contra a ideologia de gênero nas escolas. Esse assunto ainda vai dar muito o que falar no Parlamento e fora dele.

Onyx e Guedes selam termo de ajuste de conduta nos temas econômicos

Onyx Guedes
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A rapidez com que o presidente Jair Bolsonaro buscou reatar laços de confiança com a equipe econômica depois do bate-cabeça da semana passada deixou uma certeza a observadores políticos do próprio governo: o presidente é hoje refém dos acertos na economia. Por isso, não pode (nem quer) ruídos ou demissões no grupo que elabora as propostas nessa área. Aliás, foi para desfazer qualquer mal-entendido e disse me disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, almoçaram juntos, a portas fechadas, sem testemunhas, no gabinete de Onyx. Selaram uma espécie de termo de ajuste de conduta para condução dos temas, para que o desencontro da sexta-feira não se repita. Hoje, técnicos das duas pastas têm hora marcada para discutir a reforma da Previdência, que está praticamente pronta.

Por falar em Previdência, antes de mandar o texto, o governo apresentará a proposta de combate a fraudes. A ordem é chegar a fevereiro com o discurso de que, apesar de todos os esforços, a reforma é necessária.

Sentiu o tranco

A visita do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho, ao presidente Jair Bolsonaro, no mesmo dia em que anunciou oficialmente a candidatura à Presidência da Casa, foi vista por aliados de Rodrigo Maia como um perigo. Conforme essa coluna já escreveu em novembro, Fabinho Liderança é o único nome da roda de candidatos que preocupa a turma de Rodrigo.

Repetição do movimento

Aliás, foi a segunda visita de Fabinho ao presidente. A primeira foi ainda no gabinete da transição. E lá, conforme a coluna registrou, Fabinho foi recebido por Bolsonaro e tratado como “meu presidente”.

Pagou?

Os bolsonaristas com assento na Câmara estão ávidos por saber tudo que o governo do PT emprestou de dinheiro dos bancos públicos e o que já foi pago. Afinal, foram 13 anos de governo petista e dois anos de governo Temer. Dava para os beneficiados no início terem quitado seus débitos.

Se não pagou, vai pagar

Os deputados querem os dados para poder cobrar o pagamento diariamente da tribuna da Casa, quando da abertura dos trabalhos. E ter mais argumentos para colocar no PT a culpa pela falta de recursos para investimentos.

Por falar em investimentos…

O governo tem pressa. Na reunião de hoje, a equipe espera ter uma ideia do que será possível fazer em termos de obras ainda no primeiro ano de gestão.

Bolsonaro e Lula/ O presidente Jair Bolsonaro repete parte do que fazia o ex-presidente Lula nos discursos. Ontem, por exemplo, ao comentar sua conversa com Joaquim Levy, usou uma imagem do futebol para se referir à resposta de Levy a uma pergunta sobre se o Brasil tinha jeito: “Fez um gol de pênalti sem goleiro. Disse que, se não tivesse jeito, não estaríamos ali”.

Por falar em Levy…/ A turma com quem o novo presidente do BNDES está agora é a dele. No governo Dilma, diz um amigo de Levy, ele vivia deslocado. Só se sentia bem mesmo com alguns do Ministério da Fazenda.

Ivaldo Cavalcante/CB/D.A Press – 28/4/94

Guedes e Malan/ Houve quem dissesse que, se essa primeira fase do governo der certo, Paulo Guedes tem tudo para repetir Pedro Malan (foto), que ficou oito anos no cargo de ministro da Fazenda. O único que ficou mais tempo do que Malan foi Guido Mantega, que serviu a dois governos.

Bolsonaro e o real/ Muita gente está comparando a atual equipe econômica àquela que conduziu o Plano Real, na década de 90: tem sintonia, mas vivia provocando confusão entre os políticos.

Desencontro de informações no decreto de aumento do salário mínimo

Desencontro informações no salário mínimo
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Na pasta que o novo subchefe de Assuntos Jurídicos do Planalto, Jorge Francisco, levou para o segundo andar do Palácio do Planalto durante a posse, estava o texto do decreto que reajusta o salário mínimo para R$ 998. Estava tudo previsto para que fosse publicado na edição extra do Diário Oficial da União ontem. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entretanto, dizia que o novo valor não entraria naquela edição do DOU. No fim do dia, o decreto estava assinado e pelo valor dito por Jorge.

O desencontro de informações indica que será preciso organizar a hierarquia palaciana. A subchefia de Assuntos Jurídicos responde à Casa Civil, que estará sob o comando de Onyx. Se o governo começar nesse tom, com o subsecretário dizendo uma coisa e o ministro, outra, daqui a pouco, terá problema.

Vai encarar?

O presidente do PSL, Luciano Bivar, passou parte da solenidade de posse tentando convencer o senador eleito Major Olimpio (SP) a concorrer à Presidência da Casa contra Renan Calheiros (MDB-AL) , Davi Alcolumbre (DEM-AP) e quem mais chegar. Olímpio ficou de pensar.

 

Enquanto isso, na Câmara…

A intenção de Eduardo Bolsonaro, de, se possível, pleitear a Comissão de Relações Exteriores, foi lida como uma possibilidade de jogar junto com um bloco de partidos na Casa e apoiar Rodrigo Maia. De concreto, entretanto, nada indica que o filho do presidente eleito seguirá nessa direção.

 

Novos ventos

Presente à posse de Bolsonaro, Luciano Hang, dono das lojas Havan, disse à coluna que pretende investir R$ 500 milhões. A empresária Cristina Boner, radicada em São Paulo, vislumbra novos investimentos decorrentes do novo governo.

 

Um porto problema

O governador de São Paulo, João Doria, disse à coluna que pretende voltar a Brasília em breve para conversar com o presidente Jair Bolsonaro sobre a privatização do Porto de Santos. Depois que o porto foi alvo de denúncias da Lava Jato, há quem considere que só a privatização acaba com a confusão por ali.

Ponto alto/ Nunca antes na história deste país uma primeira-dama arrancou lágrimas dos convidados à cerimônia de posse. Michelle Bolsonaro inovou com sua mensagem em Libras e já na largada marcou a diferença para todas as demais. É uma personalidade a ser observada no futuro governo.

Sem noção/ Enquanto a maioria das pessoas se mantinha em posição de sentido durante o Hino Nacional, um servidor com distintivo de Polícia Legislativa fixado no cinto ficou na área reservada à imprensa junto com um amigo posando para fotos, com o tradicional gesto de imitar uma arma.

Pressão sobre Garcia/ O jornalista Alexandre Garcia foi convidado para assumir a Secretaria de Imprensa do Planalto. No dia 31, já passava das 16h quando ele recusou o convite. O novo governo, entretanto, promete insistir.

Cristovam e Jucá/ Na posse do governador Ibaneis Rocha, os senadores Cristovam Buarque (foto) (PPS-DF) e Romero Jucá (MDB-RR), dois atores do mundo político, ficaram lado a lado, trocando impressões sobre o futuro. Até agora, poucas certezas e uma constatação: a política permanece necessária para promover consensos. E caberá aos novos governantes e congressistas estabelecer os parâmetros.

No primeiro ano de governo, Bolsonaro terá dificuldades para investir

Restruturação das pastas
Publicado em coluna Brasília-DF, Política

 

A decisão do futuro governo de começar seus serviços pela óbvia reestruturação das pastas, acrescida da revisão dos atos dos últimos 60 dias da gestão Michel Temer, significará uma lupa bem potente sobre os mais recentes leilões de distribuidoras de energia: o da Amazonas Energia e o da de Alagoas, marcado para hoje.

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De quebra, o governo ainda vai jogar mais luz sobre os empenhos orçamentários editados nos últimos dias, que prometem incrementar os restos a pagar. Até aqui, pelas contas da futura equipe, o primeiro ano de Jair Bolsonaro terá muita dificuldade em investir, por causa da quantidade de restos a pagar. A conta, entretanto, só poderá ser fechada nos primeiros dias de janeiro, depois que a equipe econômica souber o total empenhado esta semana. A cifra já está na casa dos bilhões.

Olho neles

Cinco nomes abrem 2019 com um capital político de fazer inveja a muitos, porque tiveram mais de 10 milhões de votos: o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL); o adversário dele no segundo turno, Fernando Haddad (PT); o governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB); o terceiro colocado na disputa presidencial, Ciro Gomes (PDT); e o atual governador de São Paulo, Márcio França (PSB).

 

Hora da defesa I

O ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, vai se licenciar da Casa Civil de João Doria nos primeiros dias de janeiro. Quer aproveitar o período para se dedicar à sua defesa no processo que o envolve no esquema de tráfico de influência da JBS. O sonho de Kassab é voltar à Casa Civil paulista como Henrique Hargreaves voltou ao cargo no governo Itamar Franco, no início dos anos 1990. Sem nenhuma mácula.

 

Hora da defesa II

Quanto ao ex-assessor Fabrício Queiroz e outros da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, continua o mistério das movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos. Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão, somando-se saques e depósitos, não é quem chama mais a atenção dos investigadores. Eles estão de olho em Elisângela Barbiere, assessora do deputado estadual André Ceciliano (PT). Ela movimentou R$ 26,5 milhões. Essa turma vai começar o ano se explicando.

 

Aviso não falta

A agenda do futuro governo, divulgada ontem, foi classificada pelos integrantes do gabinete de transição como um “preventivo”. Ali, estão todas as regras sobre uso de aeronaves, requisição de passagens, diárias etc. Ninguém vai poder alegar desconhecimento das normas. Melhor assim.

 

CURTIDAS

Que seja proveitoso…/ Mal a agenda do governo foi divulgada, começaram as apostas dos políticos sobre quanto tempo vão durar as reuniões ministeriais marcadas para todas as terças-feiras.

… Enquanto dure/ É que muitos ministros têm viagens, reuniões fora e aí começa um tal de mandar representantes. Em outros governos, as reuniões só funcionavam quando se limitavam a pequenos grupos.

França, o enigma I/ O governador de São Paulo, Márcio França (foto), aproveitou a entrevista ao Valor para colocar João Doria como o maior contraponto a Jair Bolsonaro nos próximos quatro anos. Aí tem.

França, o enigma II/ Quem leu a entrevista com uma lupa faz suas apostas: ou Márcio França quer jogar Doria para a disputa presidencial, a fim de tentar voltar ao governo de São Paulo daqui a quatro anos, ou vai se lançar nessa corrida.

Procuradores pedirão a Queiroz documentos que comprovem origem de dinheiro

queiroz
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Tudo explicadinho? Até agora, não. Pelo menos, na opinião de procuradores. Eles consideram que as declarações dadas ao SBT por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, de que o dinheiro que transitou por sua conta foi fruto de negócios, como a compra e a venda de veículos, terão de ser comprovadas por documentos oficiais.

As dúvidas persistem

Além disso, dizem alguns, se ele tinha tanto dinheiro assim decorrente dessas transações, o Ministério Público quer saber por que os repasses de outros assessores para a conta dele, se estão declaradas no IR, e as razões da demora em falar a respeito. E alertam que quem está bem para conceder entrevista tem de estar em condições de falar também para o Ministério Público.

Coaf levanta novas movimentações de assessores de deputados, no Rio e em Brasília

CPI Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que fez relatórios sobre as movimentações financeiras dos assessores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, já tem em mãos números relativos a anos anteriores a 2017 no Rio e em Brasília. Para quem não se lembra, foi nesse meio que os analistas “pescaram” Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

Como diria Odorico Paraguaçu, prefeito da fictícia Sucupira, o “pratrasmente” indica movimentações volumosas nos últimos 10 anos. As pesquisas serão de 2007 para cá e pretendem pegar todo o período que assessores — inclusive Queiroz, o sumido — serviram aos deputados.

DEM articula para comandar a Câmara e o Senado

DEM
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Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara, e Davi Alcolumbre (AP), do Senado. Se colar, colou. É nesse sentido que o DEM jogará suas fichas a partir desta semana. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia já está com a campanha pela reeleição em pleno movimento nos bastidores. O senador Davi Alcolumbre vai percorrer o pais a partir da semana que vem e pretende manter um forte ritmo de contatos até 20 de janeiro. Se houver espaço, vai se lançar. As candidaturas de Alcolumbre e de Maia foram lançadas em alto e bom som na festa de fim de ano do partido, que varou a madrugada de hoje.

A candidatura de Rodrigo já era esperada. A de Alcolumbre foi lançada há três semanas, quase como uma brincadeira. O partido, porém, ao perceber as dificuldades do senador Tasso Jereissati de juntar um grupo expressivo à sua volta, passou a apostar “no gordinho”, conforme comentaram os próprios parlamentares do DEM em conversas reservadas durante o jantar. E Alcolumbre se empolgou. É querido entre os colegas e está disposto a colocar, de fato, o bloco na rua. É no gabinete dele que trabalha Denise, a esposa do futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

 

Aposta do DEM pode desequilibrar base de Bolsonaro

O comando das duas Casas é visto pelo DEM hoje como uma possibilidade concreta. Para o partido, nada melhor do que o poder de comando sobre todo o Congresso. Para o presidente Jair Bolsonaro, entretanto, pode representar um desequilíbrio na base do governo e “muito lastro” para o ministro Onyx Lorenzoni.

O DEM tende hoje a fechar o apoio a Bolsonaro, uma vez que o projeto do futuro governo caminha na direção do liberalismo econômico pregado pelo partido. Ocorre que os demais partidos não ficarão muito felizes em dar todo esse poder ao DEM, muto menos o MDB, que tem hoje 12 senadores e pretende caminhar para, no mínimo, 14.

O DEM, todavia, vai jogar. Tem seis senadores, número nada desprezível numa Casa pulverizada, onde o maior partido, o MDB, tem 12. Os demistas não perdem nada no momento tendo candidatos para o comando das duas casas. No mínimo, dizem alguns, Alcolumbre pode servir de uma peça importante para, se for o caso, ter a candidatura retirada mais à frente, a fim de facilitar a vida de Rodrigo em fevereiro. E segue o baile.