Sinais

Publicado em Política

A leitura política dos peemedebistas sobre a presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, na solenidade Agro+, ontem no Planalto, foi muito além dos simples laços de amizade que une o magistrado e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ambos de Mato Grosso. Deputados e senadores saíram do evento com a convicção de que Mendes não patrocinará nada que possa jogar o presidente em exercício, Michel Temer, no cadafalso.

Dois pedidos…
O Solidariedade, do deputado Paulinho da Força, conta com a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Porém, a Frente Parlamentar de Agricultura (FPA) prefere um órgão sem status de ministério que faça a regularização dos assentamentos já concretizados, e do sistema fundiário, com muita assistência técnica, deixando a parte de cestas básicas para o Ministério do Desenvolvimento Social.

…Uma enrolação
O presidente em exercício, Michel Temer, não disse nem sim nem não à FPA. Afirmou apenas que a solução será discutida com os deputados que integram o grupo, considerado a mais poderosa organização suprapartidária do Congresso.

Eles e elas
Quem acompanha de perto a guerra entre as distritais Celina Leão e Liliane Roriz só tem um receio: que as duas terminem no fosso. Foi assim, quando da disputa entre os senadores Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho nos idos de 2000. Um puxou o outro
para baixo.

O que dá cadeia
É bom o grupo de distritais afastados da Câmara Legislativa pensar duas vezes antes de esconder documentos: o ex-senador Delcídio do Amaral foi para a cadeia por tentativa de obstrução da Justiça. O mesmo ocorreu com José Roberto Arruda, que escapou da prisão quando do estouro da Caixa de Pandora, mas terminou preso, acusado de subornar testemunha.

Sem intermediários
Uma das questões de ordem que promete tomar um bom tempo hoje será sobre se os senadores podem ou não fazer perguntas diretamente à presidente afastada na segunda-feira ou terão que se dirigir ao presidente da sessão, ministro Ricardo Lewandowski, que, por sua vez, repetirá a questão para Dilma. A turma pró-impeachment prefere perguntar diretamente.

Curtidas

Seguro morreu de velho/ O presidente em exercício, Michel Temer, só viajará para a China depois da exibição de seu pronunciamento pós-impeachment. Ainda que perca o seminário empresarial em Xangai, seu primeiro compromisso, seguirá o conselho de Ulysses Guimarães: “Não existe vácuo de poder”.

Sessão coruja I/ Os cálculos dos senadores preveem 48 horas só para a oitiva das oito testemunhas. Logo, a aposta é a de que haverá sessão no sábado. Para a última fase, fala dos senadores, da defesa e da acusação, a ordem é seguir madrugada adentro.

Sessão coruja II/ Rígido no quesito horário, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski (foto), passou boa parte das reuniões para definição do rito de impeachment, preocupado com a hora de encerrar as sessões. Rápido, um senador respondeu: “O senhor não se preocupe, que aqui o pessoal está acostumado a dormir tarde”. Para quem não se lembra, a aceitação do processo no plenário do Senado terminou 6h30 da matina. E a pronúncia, 2h40.

Dilma e Getúlio/ Aliados da presidente Dilma Rousseff ficaram atônitos quando o senador petista Lindbergh Farias leu a carta-testamento de Getúlio Vargas ontem no plenário, como forma de marcar os 52 anos da morte do ex-presidente. Otto Alencar, do PSD da Bahia, foi tirar satisfações: “Ei, que é isso? Num momento como esse? Ele cometeu suicídio! Você quer que a Dilma se mate?”

Dirceu e Genoino perdem comendas

Publicado em Política

O comando da Aeronáutica decidiu excluir do Corpo de Graduados Especiais da Ordem do Mérito da Força os petistas José Dirceu e José Genoíno, condenados no escândalo do mensalão. A decisão, assinada pelo comandante Nivaldo Rossato, atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O ato já está publicado no Diário Oficial da União. Dirceu perdeu o grau de Grande Oficial. E Genoíno, de Comendador.

Bateu-levou

Publicado em Política

Os petistas estão cansados de ouvir desaforos dos adversários. Por isso, todos os deputados do partido, candidatos a vereador e prefeito já foram comunicados que qualquer ataque relativo ao envolvimento de integrantes do partido na Lava-Jato deve ser respondido na mesma moeda. Como PMDB, PP, PSB, PSDB e outros tiveram sua parcela de citações no elenco de delatores, a aposta é a de que ninguém vai quero entrar nessa seara.

O que tira o sono deles
Autoridades dedicadas às investigações da Lava Jato prometem para a semana que vem a delação de executivos da Odebrecht. É a realidade de volta à cena, logo depois dos jogos Olimpícos.

Nomeações em alta
O Diário Oficial da União todos os dias sai recheado. Estão na fila para nomeação a diretora de Atendimento do INSS, Ana Nedja Mendes Júnior, indicada pelo PSC, e o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Infraero, Ricardo Oliveira, escolhido pelo PR. A ordem é resolver o que der antes do Congresso voltar ao trabalho a pleno vapor.

2013 revisitado
O meio político viu na carta da presidente Dilma Rousseff a mesma estratégia usada em 2013, quando ela apostou numa reforma política para responder às manifestações das ruas. Não surtiu efeito. Até os petistas consideraram que a carta veio tarde. O Congresso está em recesso branco e, no com tanta decisão olímpica na telinha, a população não prestou muita atenção.

Renan olímpico
O governo Michel Temer não conta com o voto de Renan Calheiros no processo de impeachment. E o motivo para isso é muito simples. O atual governo já tem os votos, sem precisar que o presidente do Senado deixe de lado a aura de distanciamento do processo.

“O que despertou no Brasil a possibilidade de sediar o maior evento do planeta foi o trabalho feito em Brasília, a primeira cidade da América do ?Sul a apresentar uma candidatura aceita pelo Comitê Olímpico Internacional, em 1992”
Do ex-governador Paulo Octávio, o maior entusiasta do projeto na década de 90

CURTIDAS

A carta? Ih!/ Comentário do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao saber que a presidente afastada, Dilma Rousseff, havia divulgado uma carta à Nação: “Ah, é? Agora, vai a 64”. Referia-se ao número de votos pró-impeachment.

Jeito de debutante/ Candidato a prefeito de São Paulo, João Dória, seguiu a máxima de “Deus ajuda quem cedo madruga”. Às cinco da matina, estava na rua, em busca de votos. A ansiedade se justifica. Dos candidatos dos grandes partidos ele é o único estreante numa campanha majoritária.

Números de estreante/ Em conversas reservadas, os petistas reclamam que Fernando Haddad só está embolado porque não bateu bumbo sobre suas ações como prefeito. A maioria considera que a posição de desvantagem na largada não se deve aos problemas do partido e sim aos baixos investimentos em divulgação.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro…/ Já tem gente apostando que o prefeito Eduardo Paes ganhou fôlego para levar Pedro Paulo à prefeitura. Lá, a campanha só terá alguma visibilidade quando terminar a Olimpíada.

Esta Dilma comemorou/ Dona Dilma comemorou muito a medalha de prata da canoagem olímpica. Ela não é mãe do PAC e sim do atleta Isaquias Queiroz.

Temer telefona para Rollemberg

Publicado em Política

Já passava das 21h30, quando o presidente em exercício, Michel Temer, telefonou para o governador Rodrigo Rollemberg a fim de desfazer qualquer clima ruim entre eles e estancar qualquer perspectiva de crise entre o governo federal e o GDF. Temer foi logo dizendo ao governador que não o considerava desleal, apenas não podia se comprometer em encontrar uma solução para a crise entre o governo local e a Polícia Civil, mas está disposto a ajudar na análise das alternativas que forem colocadas à mesa pelo GDF.
O telefonema foi provocado pelo post publicado no blog (leia os dois posts abaixo) a respeito da nota Rollemberg sobre o encontro entre ele e o presidente hoje no início da tarde, quando discutiram a crise da polícia civil. A última frase da nota de Rollemberg deu a entender que o presidente se comprometera a estudar alternativas, sem esclarecer que essas alternativas seriam apresentadas pelo próprio GDF. Foi o suficiente para que o assessor do presidente Tadeu Filippelli alertasse a Temer sobre o risco de a crise da polícia civil cair no colo do presidente.
No telefonema há pouco, Rollemberg disse a Temer que em nenhum momento pensou em jogar a crise no colo do governo federal. “Só tenho palavras de reconhecimento e apreço pelo presidente e gratidão pela forma como ele tem tratado os problemas da capital”, disse Rollemberg ao blog.
Desfeito o mal entendido, o governo do Distrito Federal passará o fim de semana em reuniões para tentar buscar uma solução. As dificuldades são de toda a ordem, porque qualquer concessão aos policiais civis levará outros setores a buscarem equiparação. Hoje, Rollemberg termina o dia com os canais de diálogo reforçados com o governo federal. Dos males, o menor está resolvido.

GDF explica a nota

Publicado em Política

A propósito do post publicado abaixo, o Governo do Distrito Federal explicou que não houve intenção por parte do governador Rodrigo Rollemberg de jogar o problema salarial da Polícia Civil no colo do presidente em exercício, Michel Temer. Ao dizer na nota que “o presidente se comprometeu a estudar alternativas”, afirma a assessoria do GDF, Rollemberg se referiu a alternativas a serem apresentadas pelo governo local.
O GDF não tem recursos para resolver o problema e tem esperanças de receber do governo federal parte dos recursos que ao longo dos anos deveriam ter sido repassados ao governo local em várias contas e não foram pagos. Os cálculos desse passivo variam de R$ 200 milhões a R$ 1 bilhão. Se receber parte desses recursos, o governo local teria algum extra para negociar com os policiais. O problema, entretanto, é para o futuro. Nunca é demais lembrar que salário termina virando despesa permanente. O saldo do dia de hoje foi o de que, apesar dos atropelos, GDF e governo federal começaram a conversar. Aguardemos os próximos capítulos.

Temer classifica nota de Rollemberg de “desleal”

Publicado em Política

A nota divulgada há pouco pelo governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, dizendo que o presidente Michel Temer “se comprometeu a estudar alternativas” para resolver a greve da Polícia Civil abriu uma crise entre o GDF e o governo federal. Temer, que soube da nota por intermédio de um telefonema do assessor especial Tadeu Filippelli, classificou a declaração do GDF como “desleal”. Em nenhum momento, segundo Filippelli, Temer se comprometeu a estudar alternativas, uma vez que a busca da solução para o impasse cabe ao governo local.
Temer recebeu Rollemberg no início da tarde desta sexta-feira, extra agenda, a pedido do governador. Ele ouviu o relato de Rollemberg sobre as reivindicações dos policiais em greve, entendeu o problema, mas, de acordo com Filippelli, teria sido muito claro ao dizer que Rollemberg buscasse a solução.
A praxe nesses casos, aliás, é o governo local, após entendimento com os setores interessados, enviar uma minuta de mensagem ao governo federal, que, aí sim, passa a discutir o assunto e, se for o caso, encaminhar ao Congresso Nacional para apreciação. Não foi isso que terminou relatado na nota oficial do GDF.

Eis a íntegra:
“O governador Rodrigo Rollemberg esteve reunido nesta sexta-feira (12) com o presidente da República em exercício, Michel Temer, para manifestar a preocupação em relação a reivindicação da Polícia Civil de isonomia com a Polícia Federal. O objetivo foi buscar soluções conjuntas.

Embora reconheça a legitimidade do pleito, o governador reiterou que o governo de Brasília não tem capacidade de arcar com esses valores sem a ajuda do Governo Federal. Além disso, há a preocupação com as outras forças de segurança, como a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiro, que também desejam equiparação salarial com a Polícia Civil.

O presidente Michel Temer se comprometeu a estudar alternativas.”.

O que mais irritou Temer foi o fato de o governador jogar o problema no colo do governo federal, especialmente, na última frase. Temer vai apenas esperar o que vier de solução, a ser negociada entre o GDF e os policiais. Uma crise com o governo federal era tudo o que Rollemberg não precisava nesse momento.

Lula, o cerco

Publicado em Política

Há poucos dias, o ex-presidente Lula traçava os planos para as eleições municipais. Iria percorrer o Brasil, num estilo bateu-levou. O plano era mostrar que o PT podia até ter errado, mas, não era o único pecador no mar poluído da política. Com esse discurso, a ordem era apontar os erros de cada um. Porém, agora, a Lava Jato, mais uma vez, joga sua luz e faz derreter esse castelo de gelo que o PT planejava para as eleições. Ao fazer de Lula réu no processo sobre obstrução de Justiça e tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o juiz Ricardo leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, dá hoje aos adversário do PT munição e um antídoto a qualquer movimento de Lula no sentido de acusar A, B ou C.
Para o PT, a notícia não poderia ser pior. Todas as pesquisas apontam lula como um player importante não só para esta campanha, para alavancar o que ainda resta do PT, bem como para 2018. Sob a ótica petista, os detalhes sobre a influência de Lula e Marisa para obras no sítio e no apartamento do Guarujá, associados ao fato de o ex-presidente virar réu num processo de obstrução da Justiça, tiram mais uma camada de tinta da imagem de Lula. A hipótese de transformá-lo em vítima, diante de tantos processos judiciais, também parece difícil. O partido e seu maior líder estão na linha do “a cada dia a sua aflição”. A esperança hoje do PT é a de que o cerco a Lula arrefeça antes de 18, de forma que ele, possa, no mínimo, preservar seus direitos políticos. Afinal, se for condenado em segunda instância, nem agora, nem 18. Nesse caso, o desfecho, na melhor das hipóteses, será a aposentadoria.

Um líder sob teste

Publicado em coluna Brasília-DF, Política

O governo não vai trocar seu líder, André Moura, assim, de sopetão, só porque o candidato Rogério Rosso, defendido pelo deputado, perdeu a Presidência da Câmara para Rodrigo Maia, do DEM. “A hora é de juntar, e não de espanar”, comenta-se no Palácio do Planalto. O líder, entretanto, terá que entregar o que o governo deseja: resultado nas votações. Se não der, aí sim, estará sob risco. A aposta é de que Moura é bem capaz de se “adaptar”. Resta saber se terá prestígio diante do novo eixo de poder, deslocado da sua “turma”, aquela que seguia o comando de Eduardo Cunha e agora está pulverizada. O Centrão, aliás, acabou enquanto grupo político com poder de dominar a cena na Câmara, haja vista a pequena quantidade de votos destinada a Rosso, comparada com os quase 300 que compunham o grupo.

Nova temporada
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não pretende estimular, tampouco barrar, as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) e pode, inclusive, se chamuscar nesse campo com a sua base eleitoral, no Rio de Janeiro. É que está para ser instalada a CPI da Lei Rouanet, que dificilmente deixará de chamar para deporem artistas radicados no Rio.

O dia em que o PTdoB…
A primeira pessoa a chegar à reunião do PT defendendo o voto em Rodrigo Maia no segundo turno foi o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE): “Vocês enlouqueceram? Querem ficar isolados? É um erro político! Isso aqui é o parlamento, não o governo!! Vocês querem dar a vitória a Eduardo Cunha?”, disse Sílvio, com sua verve tradicional.

…Mandou no PT
A partir daí, a tendência de seguir o PSol e não votar no segundo turno esmoreceu. O PT ontem à noite, logo depois do resultado, comentava que o lance da hora é ver como reagirá o Centrão.

Abaixo da cintura
Uma das mágoas do grupo que apoiou Rogério Rosso é com o deputado Alberto Fraga (DEM-DF). Há quem aposte que o zun-zun-zum das fitas de Durval Barbosa — aquelas que derrubaram José Roberto Arruda — influenciou alguns deputados. O fato de Fraga ser do DEM foi um agravante.

Entre 9 e 10 de agosto
Diante do resultado de ontem na Comissão de Constituição e Justiça, ninguém duvida que a cassação de Eduardo Cunha será um dos primeiros temas quando o Congresso voltar do recesso, mas não deve ser na primeira semana. Isso porque a legislação eleitoral deixou a temporada de convenções das eleições municipais aberta até 5 de agosto. Logo, vai se esperar esse período para garantir o quórum alto prometido por Rodrigo Maia.

CURTIDAS

É por aí/ Antes de fechar o apoio a Rodrigo Maia na madrugada de ontem, o líder do PR, Aelton de Freitas, telefonou para o ministro dos Transportes, Maurício Quintela, para saber se a bancada poderia seguir por esse caminho. Quintela pediu 10 minutos e, depois, ligou para Freitas dando sinal verde.

Quem te viu, quem te vê/ Enquanto Luiza Erundina fazia seu discurso de candidata pelo PSol na disputa pela Presidência da Casa, alguém do PT cochichava: “E o governo Itamar?”, citando o período em que o partido, numa posição radical, proibiu Erundina de ser ministra e ela terminou punida por aceitar o cargo.

Essa cadeira tem dono/ Na Presidência da Câmara, a cadeira de espaldar mais alto tem uma placa sobre a mesa colocada estrategicamente à sua frente: “Favor não sentar”. Ontem, uma pessoa distraída terminou ocupando esse posto. Delicadamente, uma representante do cerimonial se aproximou e pediu que aquela cadeira ficasse vazia. “É preciso respeitar a liturgia e a simbologia do cargo.”

Por falar em simbologia…/ A visita do presidente Rodrigo Maia ao chanceler José Serra foi um gesto para agradecer o esforço do ministro de Relações Exteriores na véspera, quando, depois de duas horas de agonia, a Embaixada do Brasil em Santiago finalmente localizou o registro de nascimento, provando que Rodrigo Maia tem nacionalidade brasileira, embora nascido no Chile, nos tempos do exílio de seu pai, César Maia.

Rodrigo Maia e os primeiros reflexos

Publicado em Política

A vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) é tratada nessas primeiras horas como uma construção para tirar de cena Eduardo Cunha, o maior derrotado da noite. Rogério Rosso, considerado o candidato do centrão, e os 170 votos que obteve num pleito secreto indicam que, quando a cassação de Eduardo Cunha chegar ao plenário, o ex-presidente será despachado sem dó. O próprio Centrão esfarelou. Haja visto o semblante de seus maiores líderes quando anunciado 115 votos de diferença em favor de Maia, algo que nem o DEM esperava.
O líder do governo, André Moura (PSC-SE), que apostou no Centrão e é um dos maiores aliados de Cunha, também entra na corda bamba e não terá mais tanto prestígio. Se vai permanecer, o tempo dirá. Porém, está enfraquecido. Resta saber se a derrota de Rosso respingará no ministro Geddel Vieira Lima, apontado nos bastidores como alguém que teria trabalhado por Rosso.

Quanto à oposição, depois de tanta cabeçada no primeiro turno, parece ter corrigido o rumo e terá algum ganhou na vitória de Maia. A CPI da UNE, por exemplo, é considerada natimorta. Maia também terá que ceder algum outro ponto aos oposicionistas. Um deles é o ritmo da votação da reforma da previdência. Que ninguém espere que venha uma tratorada, tipo a que Cunha protagonizou no impeachment. A Casa andará no ritmo do que for acertado pelo líderes, sem canetada. Paralelamente à reforma previdenciária, vem ainda o teto de gastos e a tentativa por parte da presidência da Casa de auxiliar os oposicionistas a empreender algum ganho aí para as áreas de saúde e educação.

No geral, ninguém tem mais dúvidas: O Planalto ganhou, mas a oposição também não se considerou derrotada. Se isso resultar num Parlamento voltado ao diálogo já estará de bom tamanho.

Senado em chamas

Publicado em Política

Ontem, o presidente da Casa, Renan Calheiros, e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que se estranharam. Ontem, o caso foi mais grave. Numa discussão sobre aumento salarial, o deputado Lindbergh Farias, do PT, e Ronaldo Caiado, do DEM, quase foram as vias de fato, quando, criticado por Lindbergh, Caiado atacou: “Vou responder como médico”, disse Caiado, completando que o colega chegava com as “pupilas dilatadas” e deveria fazer exame “antidoping”. Lindbergh, furioso, respondeu: “Quem sabe de você é o Demóstenes e o Cachoeira”, disse, referindo-se ao senador do DEM que perdeu o mandato por envolvimento com Carlinhos Cachoeira, o empresário preso há alguns dias sob acusação de participar de esquema de desvio de dinheiro público. Segunda-feira começa o recesso branco e a esperança dos senadores que assistiram a cena é a de que o descanso sirva para acalmar os ânimos em plenário.