Líderes partidários decidem não travar reforma tributária por causa da fala de Heleno

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Antes de partirem para a folga de carnaval, os líderes partidários e representantes de partidos que compõem a comissão da reforma tributária decidiram não travá-la por causa de qualquer declaração de integrantes do governo, como a do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sobre o Congresso chantagear o Poder Executivo. “O sentimento que nos une é de blindar a reforma, independentemente de declarações inoportunas que partem de representantes do governo. É esquecer essa narrativa e entregar as reformas”, diz à coluna o deputado Silvio Costa Filho, de Pernambuco, que representará o Republicanos na comissão da reforma tributária.

Em tempo: os congressistas acreditam que o parlamento ainda será reconhecido como o grande artífice das reformas econômicas, uma vez que, até aqui, o governo não enviou um texto da sua lavra para a tributária, e a administrativa já foi adiada várias vezes.

 

Ciumeira na roda

A perspectiva de o presidente fazer do deputado Osmar Terra (MDB-RS) o novo líder do governo na Câmara deixa os bolsonaristas convictos de orelha em pé. O mesmo presidente Jair Bolsonaro, que tanto criticou o MDB durante o governo do presidente Michel Temer, agora entrega sua articulação política no parlamento a três representantes do MDB.

De mansinho, chegaram lá

O MDB tem a liderança no Senado, com Fernando Bezerra Coelho (PE); a liderança no Congresso, com o senador Eduardo Gomes (TO); e parte para ter ainda a da Câmara, com Osmar Terra. Agora, dizem alguns, só falta o presidente Bolsonaro arrumar algum cargo para Michel Temer.

Nem tudo está perdido

A entrevista do vice-presidente Hamilton Mourão ao CB.Poder, da TV Brasília, publicada no Correio Braziliense, foi lida pelos políticos como a existência de um ponto de equilíbrio no Planalto. Mourão é hoje, dizem alguns, quem pode ajudar o presidente a melhorar as relações, não só com o Congresso como também com a classe empresarial.

Enquanto isso, nas coxias do Senado…

Tem senador intrigado com o fato de Cid Gomes (PDT-CE) ter tirado licença médica do Senado e se apresentar cheio de saúde pilotando uma retroescavadeira. O fato de ele ter levado dois tiros, entretanto, deixa as excelências constrangidas em levar o caso ao Conselho de Ética.

CURTIDAS

Em alta/ Quatro personagens são vistos entre os grandes do PIB paulista como pessoas que devem ser ouvidas em palestras este ano. O empresário e apresentador Luciano Huck encabeça a lista, seguido pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Gustavo Montezano.

Apostas/ Os dois integrantes do governo são vistos como “revelação” do governo Bolsonaro e há curiosidades sobre o que têm a dizer aos papas da indústria e do comércio. Os outros dois são promissores no campo político.

Nas redes/ A retroescavadeira usada por Cid Gomes e o uniforme de empregada doméstica acompanhado de um Mickey de pelúcia, e do cartaz “empregada do Paulo Guedes”, bombam no carnaval do WhatsApp. Chovem memes sobre essas duas situações.

Greve de PMs por reajuste irá para outros estados

Greve PMs
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É bom os governadores ficarem atentos. A onda de greves de policiais militares que começou em Minas Gerais, chegou ao Ceará e irá para outros estados, repetindo o enredo de 1997, quando o então governador de Minas, Eduardo Azeredo, cedendo à paralisação da PM, concedeu um reajuste aos policiais de seu estado. O gesto terminou por estimular greves em outros estados em efeito cascata, e só estancou no Ceará, onde o então governador Tasso Jereissati enfrentou os policiais. Depois que o governador de Minas, Romeu Zema, concedeu o reajuste, outros estados seguem a mesma receita da paralisação. O pós-carnaval promete.

A diferença agora é o grau das reações. Cid Gomes tentou enfrentar os PMs com uma retroescavadeira e terminou atingido por dois disparos de arma de fogo. Em 1997, grevistas foram presos e cinco pessoas terminaram feridas num confronto entre manifestantes e a tropa de elite da PM, acionada pelo governador para acabar com a greve .

Meia-volta, volver

A frase do chefe de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, acusando o Congresso de chantagem por causa do Orçamento Impositivo, levou os congressistas a desconfiarem dos acenos por diálogo do governo.

Dos males, o menor

A salvação da conversa com o Legislativo será o presidente Jair Bolsonaro reforçar os acenos que fez na posse dos ministros, na última terça-feira. O canal que está aberto chama-se Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado.

Por falar em Alcolumbre…

Ele falou ontem por cinco vezes com o ministro da Justiça, Sergio Moro, a fim de ajudar o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), a resolver a crise da PM com forças federais. Quem está preocupado é o senador Major Olímpio (PSL-SP), que pediu uma comissão externa da Casa para acompanhar o conflito no Ceará.

… ele não vê ninguém na frente

Enquanto os deputados têm vários pré-candidatos ao comando da Casa, Alcolumbre não tem hoje um sucessor nato. Um grupo, entretanto, dentro do grupo Muda Senado, está disposto a apostar em Simone Tebet (MDB-MS), que hoje pilota a Comissão de Constituição e Justiça.

É carnaval/ Na sessão de ontem da Câmara, as excelências já tinham dispensado a gravata. A maioria foi só marcar presença, alguns inclusive de camisa polo, antes de correr para o aeroporto.

Exceções/ No final da tarde, quem ainda transitava pela Casa era Túlio Gadelha
(PDT-PE). E olha que ele vem de um estado onde os festejos de Momo começaram em janeiro.

Olha o decoro, deputado/ Pela manhã, enquanto um colega discursava, o deputado Tiririca (PL-SP) comia chocolate e falava alto. Eles sequer se respeitam.

Políticos especulam que Paulo Guedes pode ter pedido o boné

Paulo Guedes
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Bastou o presidente Jair Bolsonaro dizer com todas as letras que Paulo Guedes não havia pedido para sair, e que ficaria no governo até o último dia, para que, num instante, os políticos passassem a especular que o ministro da Economia havia pedido o boné. Ou, no mínimo, pensava em sair, diante dos ainda frágeis resultados da economia e da série de polêmicas em que se envolveu recentemente, por causa de declarações, como, por exemplo, a da farra com o dólar baixo – que teria levado até domésticas aos parques da Disney.

Guedes andava mesmo acabrunhado. Dia desses, comentou que não daria mais entrevistas ou falaria com jornalistas. Tudo por causa da repercussão de sua fala sobre as domésticas. Agora, Bolsonaro disse que ele fica até o último dia de governo. Resta saber se o ministro terá fôlego para tanto balanço do navio, caso a economia não reaja a contento este ano.

Risco inflacionário

Uma ação em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) promete acabar com a redução do ICMS dos agrotóxicos. O resultado logo ali na frente, se não houver alguma solução intermediária, será o aumento do preço dos alimentos, algo capaz de mexer com a inflação. O agro tentará jogar essa bola para escanteio.

Vamos conversar?

A declaração pública de Bolsonaro, de que precisa fortalecer o relacionamento com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi vista como um gesto importante, com várias leituras entre deputados e senadores. A principal delas é a de que, no Planalto, há a certeza de que o Senado vai defender o presidente em caso de algum pedido de impeachment.

Perfil & problema

Bolsonaro não tem lá muito do que reclamar dos senadores, mas é bom ficar de olho na Câmara. Começa a cristalizar a ideia de que é preciso encontrar um nome com mais independência em relação ao Planalto para assumir a Presidência da Casa no lugar de Rodrigo Maia, no ano que vem. O primeiro da lista é o do líder do PP, Arthur Lyra. Em segundo lugar, Elmar Nascimento (DEM-BA).

Nome da cúpula

O líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é visto até aqui como o candidato de Maia, mas não dos presidentes dos partidos.

“Pior que decisão mal tomada é uma indecisão”

A frase, do presidente Jair Bolsonaro, passou a muitos a impressão de que ele não está muito convicto da reforma administrativa

Assim, não vai/ O cancelamento do programa Brasil Mais irritou empresários. Alguns estiveram em Brasília apenas para participar do evento e prestigiar o governo. Houve quem deixasse o Planalto jurando não voltar.

O mais aplaudido/ O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, pode comemorar. Ao discursar no Planalto se despedindo do cargo, foi mais aplaudido que Onyx Lorenzoni, que tomou posse ontem.

Por falar em despedida…/ No DEM, na Câmara, teve festa de despedida para Gustavo Pires, que vai assumir a chefia de gabinete do ministro Luiz Henrique Mandetta depois do carnaval.

… segundo escalão, só depois/ O novo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, só deve tratar dos demais cargos da pasta após o carnaval.

Olha o decoro, presidente/ Não cabe a qualquer autoridade agredir verbalmente uma mulher, seja quem for — jornalista, deputada, senadora, esposa de adversário, educadora, ministra — com declarações de cunho sexual. Respeito deve ser a palavra-chave nas relações sociais e políticas.

Deputados acreditam que Aguinaldo Ribeiro é o nome de Maia para sucedê-lo

Aguinaldo Ribeiro
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Os gestos de apreço do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), levam os deputados a apostarem que Aguinaldo é o nome de Rodrigo para sucedê-lo no comando da Casa. Embora ainda falte praticamente 10 meses para a eleição, o assunto tem tomado conta das rodas de conversas dos políticos.

O último sinal foi o jantar que Maia organizou para comemorar o aniversário do líder, na semana passada. Aguinaldo também tem acompanhado todos os encontros econômicos que Maia mantém em São Paulo. Antes, inclusive, de ser indicado relator da reforma tributária. Outros pré-candidatos começam a ficar meio incomodados com essa parceria. Afinal, política é feita de gestos. E, no momento, todos os de Rodrigo levam a Aguinaldo.

Partido é uma coisa…

As apostas das excelências é de que, se houver disputa para lançar um nome à Presidência da Câmara dentro do PP, o líder da bancada, Arthur Lyra, ganha fácil. Ele é visto como um defensor dos colegas

… plenário é outra

No plenário da Câmara, entretanto, as apostas se voltam para Aguinaldo Ribeiro, que tem a simpatia também das esquerdas, uma vez que foi ministro de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Outro que se movimenta também no plenário é Elmar Nascimento, ex-líder do DEM, que planeja concorrer a presidente da Câmara.

Bolsonaro conseguiu…

…Unir Wilson Witzel e os governadores dos mais diversos partidos, do centro à esquerda, numa carta com crítica ao presidente, por causa da insinuação de que o governo da Bahia, comandado pelo PT, queria a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Há quem diga que, se esses governadores se unirem também para trabalhar as bancadas, a balança da reforma tributária vai pender em favor dos estados.

Desenvolvimento Regional, a nova fronteira

É na pasta ocupada por Rogério Marinho que se concentra a maioria das apostas de deputados e senadores sobre a interlocução com o governo. A Casa Civil, avisam, é vista como uma instituição para “recepção de autoridades”. Nem a interface com os ministérios os políticos consideram que é feita ali.

O que eles pensam

Deputados e senadores consideram que quem coordena os ministérios é a área econômica, capitaneada por Paulo Guedes. E, quando alguém menciona que essa tarefa cabe à Casa Civil, a resposta é resumida numa frase sempre repetida em reuniões pelo deputado Sílvio Costa Filho (PE): “O importante não é o que se diz, é o que as pessoas entendem”.

A pressão não acabou/ A troca de comando na Casa Civil está longe de resolver os problemas do presidente Jair Bolsonaro na seara política. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, continua sob fogo cruzado.

É só o começo/ As autoridades conseguiram contornar a paralisação no Porto de Santos, mas os problemas do governo não acabaram. Os caminhoneiros continuam insatisfeitos, bem como os petroleiros, que continuam em greve.

Cada um no seu quadrado/ O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o da Câmara, Rodrigo Maia, ficaram distantes no jogo do Flamengo contra o Athletico-PR, no último domingo. O governador Ibaneis, que também estava lá, ficou em outro espaço. Bolsonaro ficou com seus ministros e o vice-presidente, Hamilton Mourão.

Posse antes do carnaval/ A ministra Maria Cristina Peduzzi assume, nesta quarta-feira, às 17h, a Presidência do Tribunal Superior do Trabalho para o biênio 2020-2021. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho será o vice-presidente, e Aloysio Correia da Veiga, o novo corregedor-geral da Justiça do Trabalho.

Por falar em carnaval…/ As apostas dos próprios deputados são de que esta semana parlamentar será devagar quase parando, a próxima, então, nem se fala.

Temor de nova greve dos caminhoneiros preocupa o mercado

Bolsonaro caminhoneiros
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O mercado começa a olhar com uma certa desconfiança sobre a capacidade de o governo federal arbitrar e resolver conflitos entre setores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. O que acendeu o pisca-alerta foi o pedido do Poder Executivo para que o Supremo Tribunal Federal adiasse o julgamento do tabelamento do frete e a decisão dos caminhoneiros de Santos de tentar promover uma paralisação nesta segunda-feira.

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O que incomoda é que, passado um ano e quase dois meses do governo do presidente Jair Bolsonaro, esse assunto continua sem solução e os problemas nos setores envolvidos se acumulando. Apesar de a economia ter sinais de recuperação, se essa dificuldade de resolver problemas se repetir em outros setores em que houver conflitos entre apoiadores do presidente, há o risco de a avaliação do governo, que tem melhorado, voltar a cair.

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Em tempo: os caminhoneiros de Santos querem chamar a atenção para a necessidade de cumprimento da lei da tabela do frete mínimo, a perda de trabalho em contêineres no porto a redução dos tributos sobre o óleo diesel. Há quem diga que, se o governo não agir rápido em relação a uma solução que atenda a caminhoneiros, agronegócio e indústria, o país pode viver em breve a repetição do cenário de 2018, quando uma greve dos caminhoneiros paralisou o país. Quem conseguir, que durma com um barulho desses.

Gato escaldado

Há uma tensão no ar com essa paralisação dos caminhoneiros em Santos. Aliás, desde 2013 qualquer movimento causa apreensão, por causa do aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo, que virou uma série de protestos pelo país.

Releitura do voluntariado I

Nos idos dos anos 1990, a então primeira-dama Ruth Cardoso capitaneou o programa Comunidade Solidária, iniciativa tão importante quanto o Pátria Voluntária comandado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Releitura do voluntariado II

A professora Ruth não precisou deslocar sequer um livro do Planalto para se agarrar no serviço. Agora, a biblioteca palaciana está em reforma e quem pergunta sobre a obra leva uma banana do presidente, que considera uma crítica só trabalho de sua mulher. O Pátria Voluntária é importantíssimo e merece destaque. Deve ser feito com liderança e não com obra física no Planalto.

Um alento

Em março, o governo terá liquidado o problema do Instituto de Seguridade dos Portuários, o Portus. Só falta agora a parte burocrática, de assinatura dos documentos pelas partes. Vai aumentar a contribuição, mas, pelo menos, o fundo está a salvo da liquidação depois de registrar um deficit de R$ 3,4 bilhões.

CURTIDAS

Muita calma nessa hora/ Atento a todos os movimentos da política, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, vai lançar candidatos a prefeitos em quase todas as capitais, em especial, nas maiores. “É cedo para tratar de sucessão presidencial. Primeiro, é preciso ver a força dos partidos”, diz ele.

O capitão fez escola/ O costume do presidente Jair Bolsonaro de conversar com os ministros via WhatsApp se espalhou pelo governo. Até o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, adotou esse método e resolve muitas pendências pelo app, inclusive com sindicalistas.

Melhor assim/ Enquanto alguns deputados reclamam do excesso de militares no primeiro escalão, muitos colocam as mãos para o céu. “Melhor os generais, que são preparados e têm uma visão estratégica do país, do que a turma ligada à ala ideológica, capitaneada por Olavo de Carvalho”.

Novo ministro da Casa Civil mapeou todas as milícias do Rio

General Walter Souza Braga Netto e Bolsonaro
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Com a troca de comando na Casa Civil, Jair Bolsonaro terá na sua equipe o general que mapeou todas as milícias do Rio de Janeiro, no período em que foi interventor no Estado, na área de segurança pública. O tempo, entretanto, foi curto para que o general Walter Braga Netto pudesse “limpar” a área, ou seja, extirpar a milícia do Rio.

Ele conseguiu cumprir a missão de reequipar as forças policiais, renovar frota de veículos e trocar postos-chaves na estrutura da polícia estadual. Ou seja, não é apenas o governador Wilson Witzel que terá conhecimento geral do que se passa no estado onde o presidente e dois de seus filhos, Carlos e Flávio, fazem política. A memória das ações de 2018 está agora no coração do Planalto.

O político palaciano

A saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil deixa o presidente como o único que tem conhecimento do Congresso, onde deu expediente por 28 anos. Os líderes governistas são unânimes em afirmar que Bolsonaro pode até parecer meio atrapalhado. Porém, sabe perfeitamente como “toca a banda” do parlamento. Até aqui, mesmo que aos trancos e barrancos, funcionou. Vejamos o futuro.

Aviões em quarentena?

Não foi apenas o excesso de trabalho no Brasil que tirou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), da agenda nos Estados Unidos por esses dias. Ele iria na mesma aeronave que trouxe os brasileiros de Wuhan, na China, mas as autoridades americanas não autorizaram o pouso justamente por causa da viagem recente dos jatos ao epicentro do coronavírus. Melhor assim. O governo economiza e a excelência se agarra ao serviço por aqui.

Pelo Twitter

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, estava numa agenda no Amazonas, quando soube que estava confirmada a ida de Onyx para a pasta. Restou desejar boa sorte ao companheiro.

Agora vai

Políticos gaúchos comentavam ontem, à boca pequena, que agora Onyx terá a faca e o queijo na mão para aparecer visitando ações sociais no Rio Grande do Sul, e alavancar uma candidatura ao governo do Estado.

“Se não houver uma fiscalização constante, você sempre corre o risco de alguém se desvirtuar. Seja policial, das Forças Armadas, político, qualquer poder. Meu pai dizia o seguinte: a oportunidade não faz o ladrão, revela”

Do novo ministro da Casa Civil, general Braga Netto, em entrevista à Agência Brasil, em julho de 2018.

Aliviado/ Com o Conselho da Amazônia a cargo da Vice-Presidência da República, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem uma declaração padrão para tratar do tema: “Isso é com o vice, Hamilton Mourão”.

Foco/ Um dos legados que o ministro quer deixar quando sair do cargo é a mudança total no tratamento do lixo no país, em todas as regiões. A ideia é espalhar usinas para produção de bioenergia e recicláveis. Se conseguir, terá sido um grande feito.

Aliança na live/ Bolsonaro passou a aproveitar as lives das quintas-feiras para pedir apoio à criação do seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Nas palavras do presidente, “um partido para chamar de seu”.

Todo cuidado é pouco/ Como o pedido de apoio ao Aliança pelo Brasil foi feita de uma live transmitida ontem, na biblioteca do Alvorada, os advogados eleitorais não viram problemas na fala de Bolsonaro. Afinal, o presidente estava em casa. Mas, no Palácio do Planalto, aconselham alguns especialistas, é melhor evitar para não dar margem a reclamações da oposição.

Caso Onyx vá para o lugar de Osmar Terra, MDB se sentirá rebaixado

onyx general
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Seis por meia dúzia. É assim que os congressistas se referem às mudanças que o presidente Jair Bolsonaro pretende fazer na sua equipe, substituindo Onyx Lorenzoni pelo general Braga Netto na Casa Civil. É o reforço dos militares no governo, que haviam perdido terreno num determinado momento e agora retomam com força. E sem aproveitar a troca para estreitar relações com o Congresso, sinal de que nada muda por ali e que o presidente está satisfeito com a performance de Eduardo Ramos.

Entre os maiores aliados do presidente no Congresso, há a certeza de que, enquanto as pesquisas estiverem indicando que Bolsonaro permanece em alta perante os eleitores, não haverá mudança de eixo de poder, ou seja, a escolha dele continuará voltada para o meio militar, considerado o mais organizado e estratégico do país.

Cobre um santo…

… descobre outro. Bolsonaro está numa sinuca de bico. Se tira Osmar Terra (MDB-RS) do Ministério da Cidadania para abrigar Onyx Lorenzoni (DEM), o MDB é que se sentirá rebaixado. E o presidente precisará de todos os partidos de centro para aprovar uma reforma do gosto do governo federal, e não dos estados.

Nem vem, talkey?

Não são poucos os pré-candidatos a prefeito de capital que procuram o Planalto em busca de uma foto ou um apoio mais explícito do presidente Jair Bolsonaro. Ele, porém, vai evitar influir nesses pleitos para não ser responsabilizado se algo der errado. Afinal, quando há vitória, o sujeito acha que ganhou por conta própria. Quando perde, sempre dá um jeito de buscar outro culpado.

E a administrativa, hein?

Se o governo não enviar uma proposta, os parlamentares é que não vão se mexer para tratar desse tema indigesto em ano eleitoral. Ainda mais depois da conversa do ministro chamando servidores de parasitas. Ok, ele pediu desculpas, mas a mágoa dos funcionários não esfriou.

A salvação da reforma

Os servidores públicos estão prontos para apresentar propostas para a reforma administrativa: “Se houver diálogo, o próprio setor público pode apontar caminhos que permitam a boa gestão das carreiras de Estado”, diz o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Kleber Cabral.

O conselheiro/ Cotado para a Casa Civil, o general Braga Netto (foto) virou interventor no Rio de Janeiro por indicação do general Sérgio Echegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo do presidente Michel Temer. Agora, o ex-ministro continua no mesmo papel de ajudar os presidentes.

Ele, não/ Braga Netto esteve cotado recentemente para assumir um cargo no governo Witzel, no Rio de Janeiro. Entre levar o general para o Planalto e deixá-lo disponível para Witzel, Bolsonaro prefere ter Braga Netto ao seu lado.

Faça como ele/ O governador do DF, Ibaneis Rocha, manda hoje para a Câmara Legislativa do Distrito Federal a indicação do engenheiro Vinicius Benevides para a diretoria da Adasa. Um nome técnico para um órgão técnico. Vinicius é engenheiro especialista em recursos hídricos, tratamento de água e saneamento urbano. Foi um dos responsáveis pela Lei das Águas aprovada no Congresso Nacional. Há quem esteja disposto a sugerir a Bolsonaro que siga esse exemplo na hora de indicar os diretores das agências reguladoras.

Não façam como ele/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, não consegue ficar uma semana sem uma declaração polêmica. Depois de chamar os servidores de parasitas, agora foi a vez de destilar preconceito contra os mais pobres, mais especificamente, os empregados domésticos, ao mencionar o dólar caro, que, segundo o ministro, é bom, porque “estava uma festa danada”. Sinal de que o governo não tem muita preocupação em acabar com a desigualdade e quer o mercado da Disney apenas para o andar de cima.

Governadores pleiteiam fatia de fundos que o governo federal pretende extinguir

Fórum de Governadores
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O consenso dos governadores vai muito além da manutenção do ICMS enquanto não houver uma ampla reforma tributária. Nesse tema, houve uma trégua, mas em outros, não. Eles querem ainda que os recursos dos fundos que o governo federal pretende extinguir sejam destinados a investimentos em toda a Federação e não sejam canalizados em bloco para o pagamento de dívidas da União. O relator no Senado, Otto Alencar, já destinou parte a alguns projetos, como o combate à pobreza, mas os governadores querem mais.

A discussão da PEC dos fundos na reunião dos governadores, feita na parte que não contou com a participação do ministro Paulo Guedes, indica que as divergências entre o governo federal e os estados vão extrapolar a reforma tributária. Como diz o velho ditado: em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.

Os arrependidos

O desfecho do acordo para execução do Orçamento levou o governo a perceber a dura realidade de não ter prestado muita atenção à articulação política dentro da Comissão Mista de Orçamento no ano passado. Agora, o ministro da Secretaria de Governo, Eduardo Ramos, que, quando chegou ao governo o estrago já estava feito, planeja não tirar os olhos de lá.

Ficamos assim

O acordo para derrubada dos vetos não era nem de longe o que o governo desejava, mas foi o que deu para fazer. Pelo menos, não haverá punição dos gestores que não cumprirem o cronograma de liberação das emendas. Menos pior. O ministro, portanto, tem mesmo que comemorar.

A ordem é distensionar

A presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Davi Alcolumbre; e do STF, Dias Toffoli, na posse do novo ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho, foi um sinal de que o governo ganha mais um interlocutor. Não só para tentar auxiliar na construção de um diálogo mais amplo e aberto com o Congresso, mas também com o Judiciário. Há tempos, uma posse não era tão prestigiada.

Virou vale-tudo

O recurso que o procurador-geral Augusto Aras apresentou para tentar barrar a delação premiada do ex-governador Sérgio Cabral está fundamentada em parte de investigações ainda em curso e na certeza de que o ex-governador dirá qualquer coisa para sair da cadeia. Até mentir sobre terceiros.

PT no Planalto…/ … e aplaudindo o presidente Jair Bolsonaro. Sim, essa cena existiu. O governador do Ceará, Camilo Santana, fez questão de comparecer à posse do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. É nesse ministério que muitos governadores de oposição emplacam seus projetos.

Em bloco/ Outra petista no Planalto era a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra. Afinal, Marinho é potiguar. Resta saber se o ministro conseguirá fazer com que os petistas votem com o governo em algum projeto. Até aqui, foi difícil essa conciliação.

Cobrança de bagagens/ A novela não terminou com o veto do presidente Jair Bolsonaro à gratuidade. Agora, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) acaba de apresentar uma nova proposta para proibir a cobrança por uma bagagem despachada.

Ibaneis ganha pontos/ O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi elogiado pelos colegas por causa da saia justa que colocou no ministro da Economia, Paulo Guedes, ao mencionar a posição do presidente, de querer desafiar os comandantes dos estados a zerar o ICMS dos combustíveis

Mobilização brasileira contra coronavírus contrasta com o combate à dengue

Dengue coronavírus
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A mobilização dos poderes federais contra a ameaça do coronavírus ao Brasil mostra que as instituições – leia-se, os seus representantes – são capazes de tomar providências para situações consideradas emergenciais. Com uma celeridade poucas vezes vista em Brasília, o Executivo e o Legislativo definiram os termos da lei da quarentena; o governo preparou uma operação para repatriar da China 34 brasileiros assintomáticos do coronavírus; o Ministério da Saúde atualiza diariamente os números de casos suspeitos; a pasta liberou R$ 140 milhões para compra de insumos contra a doença; orientou as secretarias estaduais na prevenção contra o coronavírus; capacitou equipes médicas de países vizinhos.

Chama a atenção o trabalho para combater uma doença que, até sexta-feira, contabilizava oito casos suspeitos no país. É uma mobilização que contrasta com os males causados por outro agente transmissor, velho conhecido dos brasileiros: o vírus da dengue. Segundo dados do Ministério da Saúde, a dengue já matou 14 brasileiros em 2020. É três vezes mais do que o número de óbitos registrado no mesmo período em 2019. O país já soma 94 mil casos este ano.

É de se perguntar quando – e se – as autoridades mostrarão a mesma presteza para combater esse mal tão brasileiro.

Manhãs agitadas

Desde que o Legislativo voltou aos trabalhos, as manhãs na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, têm sido bastante movimentadas. Os acordos e definições sobre pautas e prioridades junto aos líderes estão ocorrendo lá em vez de ocorrer no Congresso. Um dos visitantes foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele bateu à porta de Maia nesta semana em busca de apoio para acelerar a votação do projeto que trata da independência do Banco Central.

Novas instalações

Com o fim do recesso, jornalistas foram surpreendidos com novos banheiros masculino e feminino no comitê de imprensa ao lado do Plenário da Câmara. Estão maiores e mais arrumados, e um deles tem acesso para deficientes. Contudo, no primeiro dia, o banheiro novo deu defeito e precisou ser interditado. No dia seguinte, o problema de entupimento e vazamento havia sido sanado.

A outra reforma

Procurada, a assessoria da Câmara informou que a reforma “teve a finalidade de adaptar o espaço para acessibilidade e de substituir as instalações hidráulicas e sanitárias, de aço galvanizado, com elevado grau de desgaste, que provocavam frequentes vazamentos”. Ainda informou que as obras duraram cerca de 75 dias e os recursos utilizados na obra “fazem parte de um contrato geral de prestação de serviços de manutenção de edificações civis com fornecimento de material por demanda”.

No fundo

Na próxima terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado centra as atenções na PEC da Desvinculação dos Fundos. Serão ouvidos especialistas para debater medidas que permitam destravar os recursos bloqueados em fundos infraconstitucionais. Os integrantes da CCJ devem votar a PEC dos Fundos na quarta-feira.

“Ultra far right”

Em Londres, onde a maioria dos britânicos é mais liberal e votou contra o Brexit, os brasileiros agora são vistos como cidadãos de um país governado por um presidente muito mais conservador do que o atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Lá, o presidente Jair Bolsonaro é visto como um representante da “Ultra far right” ou “ultra- extrema-direita”.

Esse foi o termo usado por um agente da imigração para qualificar o presidente brasileiro a uma turista brasileira assim que ela pisou na capital da Inglaterra, poucos dias depois do episódio que repercutiu internacionalmente de o ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, fazer apologia ao nazismo.