Tereza Cristina passa por constrangimento ao se tornar paraninfa

Tereza Cristina
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Eleita para ser paraninfa de uma turma de agronomia da Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq), a ministra Tereza Cristina passou pelo constrangimento de ver uma aluna reclamar da escolha de seu nome em plena solenidade. A resposta de Tereza, entretanto, fez a aluna se calar: “A democracia permite que você fale, e eu respeito sua opinião”, disse a ministra.

A paraninfa II/ A aluna tentou interromper a resposta da ministra, mas os próprios colegas disseram que, se a estudante havia dito o que queria, teria de ouvir a resposta da ministra.

A paraninfa III/ Tereza Cristina havia atrasado a hora da viagem para a Alemanha a fim de participar do evento da Esalq. Uma das alunas saiu em seu socorro, dizendo que era uma honra ter a ministra como paraninfa. Terminou tudo bem, apesar do constrangimento.

Alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias deixa governo sem poderes

Diretrizes Orçamentárias
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Transformado em lei, o projeto que alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano causa dor de cabeça ao Executivo. É que a proposta, na prática, dá ao relator-geral do Orçamento poderes para definir mudanças no cronograma de liberação de recursos, algo que, de acordo com a Constituição, é atribuição do Poder Executivo.

Vários ministros já receberam reclamações de suas respectivas áreas técnicas. Há quem reclame que está de mãos atadas para atender as prioridades do governo, por causa da mudança na LDO, que repassou ao Legislativo prerrogativas do Executivo.

Em tempo: nessa batida, técnicos planejam propor ao ministro da Economia, Paulo Guedes, uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para estabelecer as prerrogativas de cada poder em questões orçamentárias. Assim, com tudo claro, ninguém vai entrar na seara alheia.

Demorou…

A ideia de alguns deputados é enterrar de vez a tal comissão especial que deveria aproveitar o recesso para tentar buscar um acordo sobre a reforma tributária. Afinal, conforme esta coluna escreveu há mais de um mês, o colegiado prometia gerar mais problemas do que soluções. A começar pelo número de integrantes, 15 deputados e 15 senadores. Numa casa que tem, pelo menos, 25 partidos representados, isso tinha tudo para não funcionar.

… e acabou

A única forma de ressuscitar a comissão é ampliar o colegiado para permitir a participação de todos os partidos. Se não for assim, a avaliação dos líderes é de que até a comissão sair do papel o assunto já avançou na Câmara. Portanto, é melhor avançar numa das duas Casas do que ficar brigando para compor a comissão.

Mal na fita

Difícil encontrar um diplomata de carreira que seja só elogios ao chanceler Ernesto Araújo. Depois da crise desnecessária com o Irã, então, a imagem dele ficou pior dentro da Casa.

Bem na fita

Terminada a novela do reajuste do salário mínimo, o presidente Jair Bolsonaro teve um saldo positivo. Foi ele quem bateu o martelo para um valor acima do que estava previsto. Politicamente, é outro gesto em favor dos mais pobres.

Emprego, a chave do sucesso/ O secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Ruy Coutinho, marcou para hoje a primeira reunião técnica para discutir a criação da agência de atração de investimento do DF. Foram convocados representantes da cinco outras secretarias para o encontro. A agência será o instrumento para identificar e atrair investidores para gerar emprego e renda no “quadradinho”. Vem em boa hora.

Para desvincular de Dilma, governo vai mudar nome do Minha Casa, Minha Vida

Dilma
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Depois das mudanças no Bolsa Família, outro programa do governo que sofrerá alterações é o Minha Casa, Minha Vida. Inclusive no nome. A ordem é extirpar do poder público os dois emblemas das administrações petistas. Em todas as pesquisas internas, esses programas são apontados como obras do PT. O Minha Casa, Minha Vida chegou, inclusive, a ser chamado de “Minha Casa, minha Dilma”, no tempo da campanha do ex-presidente.

Esse tema da reformulação dos dois programas será tratado hoje no conselho de ministros. Na avaliação do governo, a troca dos nomes ajudará os aliados do presidente Bolsonaro na disputa pelas prefeituras. Embora o PT não esteja mais no poder, ambos funcionam como um outdoor petista, pelo menos na visão de alguns governistas.

Na corda bamba

O cancelamento da visita do presidente Jair Bolsonaro à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) deixou muita gente com a certeza de que um bocado de coisas vai mudar por ali num futuro próximo.

Governo engessado

Os ministros do governo não têm muito o que comemorar em relação ao Orçamento — o primeiro elaborado pela equipe do presidente Jair Bolsonaro. É que o Congresso atrelou praticamente toda a parte de investimento à execução das emendas. Logo, não sobrará muito para as prioridades governamentais.

Só na conversa

A maneira de tentar garantir a destinação de recursos às prioridades governamentais é abrir o diálogo com os congressistas no sentido de convencê-los a canalizar parte das emendas aos projetos do Executivo. Até aqui, esse diálogo tem deixado a desejar.

Eles têm a força

Dois ministros costumam conseguir do parlamento tudo o que querem: Tereza Cristina, da Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Como ambos já foram deputados, conhecem as manhas do Congresso. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que já foi consultor, também está nesse grupo.

Ele é assim e ponto/ De nada adianta os políticos fazerem “cara feia” para o fato de o presidente Jair Bolsonaro sancionar o Fundo Eleitoral, mas criticar quem recorrer a esse dinheiro para campanha. A resposta dos mais chegados ao presidente é a de que ele não vai mudar para agradar A, B ou C. Ainda que seja parlamentar.

Eles são assim e ponto/ Da mesma forma que o presidente não pretende mudar nesse quesito, os parlamentares seguirão a velha tática: fingir que está tudo bem e, na primeira oportunidade, dar o troco a Bolsonaro.

Quem desdenha…/ Em conversas reservadas, os petistas têm dito que, se o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, não fosse de um partido pequeno e de um estado que não tem densidade eleitoral, seria o candidato do PT a presidente da República. Em outras palavras, ao colocar dificuldades, petistas indicam que não querem apoiá-lo. Dino só sai candidato pelo PT se Lula forçar a porta do próprio partido.

No embalo do Oscar/ Os partidos de esquerda querem aproveitar indicação do filme Democracia em Vertigem à estatueta de melhor documentário para tentar mostrar ao mundo que a democracia brasileira corre sério risco no governo Bolsonaro.

Fakes news e Flávio são as apostas eleitorais do PT contra Bolsonaro

PT contra Bolsonaro
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Empenhados em deixar o presidente Jair Bolsonaro contra a parede neste ano eleitoral, os petistas vão mirar toda a sua artilharia para dois pontos que consideram hoje os de maior fragilidade do capitão: a CPI das Fake News e o escândalo das rachadinhas que tem o senador Flávio Bolsonaro como personagem.

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No caso da CPI das Fakes, os petistas acreditam que têm a faca e o queijo na mão, uma vez que o presidente da comissão, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), e a relatora, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), têm uma boa relação política com o ex-presidente Lula. Coronel, embora seja do PSD, é aliado ao governador da Bahia, Rui Costa (PT).

O que eles pensam

A aposta da maioria dos políticos é a de que, a preços de hoje, Bolsonaro só perde a reeleição se a população não sentir efeitos de recuperação da economia. Até aqui, por mais que se diga que a economia está bem, o aumento nos preços dos alimentos registrado ao longo de 2019 e o das passagens de ônibus na largada de 2020 não vão ajudar a melhorar a percepção.

O que a realidade mostra

O passeio de Bolsonaro em Praia Grande (SP) deixou aos políticos uma certeza: o atual presidente está em plena campanha desde já. Sempre que pode, está no meio da população. Até quando está curtindo o fim de semana, ele dá um jeito de testar a popularidade. Em conversas reservadas, até os petistas reconhecem que nem Lula fez melhor.

Adversário número um

Até aqui, Bolsonaro considera que tem como principal adversário o governador de São Paulo, João Dória, a quem marca de perto. Daí, inclusive, a escolha do Guarujá para o descanso desse fim de semana e algumas visitas. Hoje o presidente pretende visitar a sede da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), em Santos, mas não sabe até agora se estará em terreno firme ou pantanoso.

Vai ter que escolher

O atual presidente da Codesp, Casemiro Tércio de Souza, é um tucano histórico. Recentemente, bateu no peito e se afirmou como liderado pelo ex-governador Geraldo Alckmin, que desapareceu do cenário político. E muito embora a empresa portuária seja federal, não se sabe até quanto Casemiro migrou para as asas protetoras de Doria. É o que Bolsonaro pretende descobrir.

A vez delas?

Que Davi Alcolumbre, que nada. Vão entrar na disputa para a Presidência do Senado a senadora Simone Tebet, pelo MDB, e há ainda alguns interessados em convencer a senadora Kátia Abreu a entrar no páreo.

Curtidas

Campanha antecipada/ Por todo o país, políticos aparecem em outdoors desejando boas festas a seus conterrâneos. Em Alagoas, por exemplo, no caminho de Barra de São Miguel, a mais badalada do litoral Sul, havia um, do deputado JHC,
pré-candidato a prefeito de Maceió.

Qualquer um, menos ela/ O presidente Jair Bolsonaro ainda não sabe quem apoiará para prefeito de São Paulo. Sabe apenas contra quem ficará: Joice Hasselmann. Virou inimiga mesmo.

Neto na vitrine I/ O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), abre 2020 agitando a política. Além da tradicional lavagem do Bonfim, que serve de termômetro para a popularidade dos políticos, ele inaugura o novo Centro de Convenções este mês, com a presença de toda a cúpula do partido.

Neto na vitrine II/ De quebra, o prefeito vai alertar que seus antecessores e também os gestores estaduais nada fizeram desde 2012, quando o centro de convenções da cidade foi fechado. Salvador perdeu uma série de seminários e feiras internacionais pela falta de um centro com capacidade para abrigar eventos de grande porte. Há quem diga que essa inauguração é quase um esquenta da pré-campanha de ACM Neto ao governo estadual.

Bolsonaro é aconselhado a não sancionar fundo eleitoral como retaliação aos ataques contra Flávio

Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro já foi alertado de que, nesta largada de 2020, a oposição e até parte de antigos aliados virão “armados” para cima do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). Flávio aparece enroscado nas denúncias de “rachadinha” do tempo em que era deputado estadual e tinha como um dos assessores Fabricio Queiroz, suspeito de operar o esquema de cobrança de parte dos salários dos servidores do gabinete. O aviso fez, inclusive, com que aliados do presidente o aconselhassem a não sancionar o fundo eleitoral, como retaliação.

Há dois dias, Bolsonaro deu a entender que vai sancionar os R$ 2 bilhões para financiar a eleição. Porém a classe política, hoje, só acredita nessa sanção depois que o Orçamento estiver publicado no Diário Oficial da União.

Flávio e o fundo

Entre os aliados do presidente Bolsonaro há quem esteja certo de que os maiores beneficiários do fundo eleitoral — PT e a direção do PSL — vão usar a verba para atacar Flávio, Carlos (o 02) e, de quebra, o deputado Eduardo. Em especial, na eleição do Rio de Janeiro. Esses dois partidos serão os mais contemplados porque elegeram as maiores bancadas.

O dono da bola

Tem uma turma torcendo para que Bolsonaro vete o fundo eleitoral, porque, assim, se o Aliança pelo Brasil conseguir seu registro provisório, poderá participar do pleito. E a nova agremiação não terá direito a fundo partidário. O veto ao fundo, por esse motivo, é arriscado: pode deixar o presidente com cara daquele garoto que, por não ser o principal jogador, pega a bola e leva para casa.

Todo mundo em pânico I

A prisão do ex-senador Luiz Otávio (MDB) por acusações de recebimento de caixa dois na campanha de 2014 deixou os políticos de cabelo em pé. É que, para alguns, foi a prova cabal de que as informações da megadelação da Odebrecht, de 2016, ainda podem causar muitos estragos.

Todo mundo em pânico II

O que mais incomoda as excelências é o fato de 2020 ser um ano eleitoral, quando a população está com a atenção voltada às atividades políticas. Já tem gente ligando para advogados a fim de refrescar a memória sobre a famosa lista da Odebrecht.

CURTIDAS

Sony versus Tesla? / Na maior feira de tecnologia do mundo, por esses dias, em Las Vegas, a Sony apresentou um carro elétrico todo high tech, jurando que não pretende entrar nesse mercado para competir com a Tesla. Queria apenas mostrar as novidades tecnológicas que podem ser usadas pelas montadoras em breve.

AWS versus Google?/ Em dezembro, a AWS (Amazon Web Services) apresentou um mecanismo de busca ultramoderno para seus clientes e usou o mesmo discurso, de que não vai competir com o Google.

Dúvida para a prévia/ Único pré-candidato a prefeito declarado que ainda não se inscreveu na prévia, o deputado Paulo Teixeira, do PT-SP, vai conversar com o ex-presidente Lula antes de decidir se embarca nessa empreitada. É quase certo que deverá ficar fora da disputa. O prazo de inscrição termina na próxima sexta-feira. Até aqui, entraram os deputados Alexandre Padilha, Carlos Zaratini, Jilmar Tatto, e os vereadores Eduardo Suplicy e Nabil Bonduki.

Falem bem, falem mal/ O atentado à produtora Porta dos Fundos e a decisão judicial de censurar o especial de Natal só fizeram aumentar as suas visualizações no Netflix. Agora, liberado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, o filme humorístico promete quebrar recordes. O Porta dos Fundos já é considerado o Monty Python tupiniquim.

Bolsonaro volta à velha receita de polemizar com o PT

polarização PT Bolsonaro
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A citação que o presidente Jair Bolsonaro fez do ex-presidente Lula em sua rápida fala depois do pronunciamento de Donald Trump foi lida pelos políticos como um sinal de que o governo tenta, aos poucos, deixar de lado o conflito Irã versus Estados Unidos e se voltar à velha receita de polemizar com o PT. Foi essa fórmula que funcionou para o presidente eleitoralmente e, de acordo com seus aliados, é o que funcionará daqui para a frente.

Em tempo: Bolsonaro sabe que o Brasil não tem tamanho para seguir Trump nas sanções comerciais aos iranianos. Afinal, a economia brasileira está começando a sair de uma crise, e a pressão dos agricultores é no sentido de ampliar o comércio com o Irã, ou seja, no sentido oposto ao dos Estados Unidos. Da mesma forma que Bolsonaro voltou ao normal, ao polemizar com Lula, Trump recorre ao antigo discurso das sanções econômicas.

Há vagas

Em breve, o presidente Jair Bolsonaro terá uma chance de testar sua capacidade de não se deixar levar por pressões políticas para preencher cargos em agências reguladoras. É que, em março, terminam mandatos de diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de Petróleo (ANP) e de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em todos os casos, os partidos estão de olho nas vagas.

A guerra no PSB

Os socialistas abrem 2020 recheados de crises. Quando estava tudo certo para que Danilo Cabral (PE) assumisse o cargo de líder da bancada sem disputa, Alessandro Molon, que tem menos de um ano no partido, se apresentou para concorrer ao posto.

Briga de família

Os socialistas estão ainda estarrecidos com a descompostura pública que a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, passou no neto, o deputado João Campos, herdeiro político do pai, Eduardo, filho de Ana, falecido em 2014. Essa rusga, avaliam os integrantes do PSB, pode atrapalhar a campanha de João a prefeito de Recife e, por tabela, o partido.

Fio da meada

As rusgas na família Campos não são novas. Eduardo e o irmão, que hoje preside a Fundação Joaquim Nabuco, tinham suas diferenças, que não se dissiparam depois da morte do ex-governador. Tudo ressurgiu quando João Campos foi provocado pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, por ter um tio (Antonio Campos) no governo. O deputado respondeu que não falava com o parente, “uma pessoa pior” que o ministro. Agora, numa entrevista no Recife, Ana Arraes reprimiu o neto. É aguardar os próximos capítulos.

CURTIDAS

Bia na lida/ A deputada Bia Kicis (sem partido-DF) tem pronto um projeto de lei que proíbe a cobrança de taxa de energia solar e vai apresentar o texto ao parlamento logo no primeiro dia de funcionamento do Congresso.

Davos dos adversários e de Paulo Guedes/ O ministro da Economia, Paulo Guedes, representará o governo brasileiro em Davos. É ele quem fará o contraponto com o governador de São Paulo, João Doria, um dos conferencistas do evento pelo terceiro ano consecutivo, e com Luciano Huck, estreante no Fórum Econômico Mundial.

A volta de Eduardo Alves/ Ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) retornou ao Twitter com força total desde julho do ano passado, quando saiu da prisão. Em Natal, há quem diga que ele sonha em retornar à política.

Bolsonaro em degradé/ Há dois dias, o presidente Jair bolsonaro disse que jornalista era uma espécie em extinção. Ontem, entretanto, ele recorreu à imprensa para assistir ao pronunciamento do presidente Donald Trump. De quebra, na GloboNews, uma emissora das organizações Globo, que ele tanto critica.

Falta combinar/ No conflito Irã versus Estados Unidos resta saber se fundamentalistas e milicianos vão seguir os líderes e evitar novos ataques. A crise desceu uma oitava, mas a tensão permanece.

A volta de Agnelo: Inaugurei com “muito orgulho” o Mané Garrincha

Agnelo Queiroz
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Ex-governador do DF e ex-ministro do Esporte de Lula, Agnelo Queiroz abriu uma fanpage no Facebook. Montado numa moto e com a hashtag #NaEstradaComAgnelo, ele diz que inaugurou com “muito orgulho” o estádio Mané Garrincha, e que a obra gerou muitos recursos para a economia local. Se depender da maioria dos comentários, é melhor Agnelo se recolher. Tem até quem diga “gente, arruma pedra porque o ovo está caro”.

A volta de Agnelo II

Ele fez ainda um vídeo em que diz não ter pretensões eleitorais, deseja apenas recuperar um legado. Obteve até ontem, no final da tarde, 2.900 visualizações e 72 curtidas. Desse total, 35 likes, 20 gargalhadas e 17 carinhas de fúria.

Por reeleição, Bolsonaro põe um pé no Nordeste

Bolsonaro põe um pé no Nordeste
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O Nordeste já foi reduto do antigo PFL (atual DEM), hoje é mais afeito ao PT, e que ninguém se espante se virar… bolsonarista. A decisão do presidente Jair Bolsonaro de não taxar a energia solar foi comemorada por prefeitos do interior, onde o sol brilha o ano inteiro. O presidente, aliás, vem conquistando simpatias na região desde a decisão de pagamento do 13º salário do Bolsa Família. Nesse ritmo, avaliam alguns, terminará reduzindo ali a área de influência do petismo.

Bolsonaro sabe que precisará amealhar alguma parcela de votos no Nordeste para ter mais segurança numa reeleição, em 2022. Afinal, a tendência é de que surjam outros candidatos de centro-direita no Sudeste, dividindo os votos. E, se tirar essa diferença no Nordeste, onde candidatos como João Dória (PSDB) terão dificuldades, será mais fácil conquistar um novo mandato. É por aí que Bolsonaro vai tentar tirar a diferença, podem apostar. E outras ações virão.

Onde preocupa

O fato de o Irã ter pedido explicações ao Brasil sobre a posição do governo, no conflito Irã-Estados Unidos, acendeu o alerta vermelho no setor agropecuário, em especial entre os produtores de milho. O Irã é hoje um dos maiores compradores do produto brasileiro.

Onde há “guerra”

No caso específico do milho, a briga do Brasil é com os EUA, e não com os países árabes. Daí, os apelos do setor para que Bolsonaro fique neutro. A nota do Itamaraty, divulgada na semana passada, foi considerada acima da neutralidade, assim como a proibição de envio de condolências.

Para bons entendedores…/ A declaração do presidente sobre o fim do que ele chamou de “kit gay” foi vista como uma reafirmação da permanência de Abraham Weintraub no cargo de ministro da Educação.

O dono da área/ A possível ausência do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico de Davos foi vista como a chance para que Luciano Huck tome conta do cenário. O empresário, apontado como pré-candidato a presidente da República, em 2022, já confirmou presença, segundo seus amigos.

Dono que nada/ O governador de São Paulo, João Dória, foi a Davos no ano passado e deve repetir. Ele não perde uma viagem que dê oportunidade de contatos que gerem futuros investimentos para São Paulo.

Enquanto descansa…/ O presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Barreto, foi selecionado para um programa de doutorado em Ciência Política, na Universidade de Lisboa. Fundada em 1290, a instituição completa 730 anos de atividades. Para acompanhar as aulas presenciais, no câmpus, ele sincronizará as férias vencidas com o calendário acadêmico. Ou seja, não vai cabular o serviço.

Sem pressa para formar partido, Bolsonaro pode não se posicionar nas eleições municipais

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Bolsonaro está no melhor dos mundos em relação à eleição de 2020. Ainda não tem um partido para chamar de seu, portanto, não tem responsabilidades sobre eleger quem quer que seja. Os filhos não podem ser candidatos — estão inelegíveis para outros cargos porque o pai é presidente. Nesse cenário, há dentro do Congresso e do futuro partido quem defenda que o presidente não corra tanto para formar logo o Aliança pelo Brasil. Vai sempre poder dizer que não pode ter candidatos por causa das regras eleitorais. E, depois, poderá levar os prefeitos eleitos para o seu lado, sem precisar se esforçar para apoiar ninguém.

Efeito cascata

O ajuste nos salários dos policiais federais vai provocar uma corrida por aumentos nas demais categorias. E a aposta de muitos políticos é a de que, por ser um ano eleitoral, todos os segmentos consigam alguma coisa no Congresso. Ninguém no parlamento quer confusão com policiais federais, nem tampouco com as forças de segurança como um todo. Vai sobrar para Bolsonaro, lá na frente, vetar o que não for jogo combinado com o Poder Executivo.

Rio, o caldeirão

Que São Paulo, que nada. A eleição que mais chama a atenção dos bolsonaristas, hoje, é a do Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella está em baixa, o governador Wilson Witzel tem pretensões nacionais e, para completar, é ali que se darão as investigações que envolvem os filhos do presidente.

Refinarias em debate

Na agenda do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em Brasília, inclusive com Bolsonaro, está, além do preço do petróleo, a venda de oito refinarias da empresa. Quem entende do traçado vê problemas, porque deixará o país mais exposto ao preço internacional, que tende a subir com a crise entre os Estados Unidos e o Irã.

Por falar em Estados Unidos….

No meio diplomático, há quem diga que o presidente Donald Trump aumenta o tom em relação às ameaças de retaliação do Irã porque, assim, embaça a discussão do processo de impeachment. É a velha tática: se quer escapar de uma confusão, arrume outra maior.

E o dinheiro, ó…

Presidentes de partidos começaram o ano enlouquecidos. Quem fez as contas garante que, mesmo com a sanção do fundão eleitoral por Bolsonaro, os R$ 2 bilhões serão insuficientes para financiar as campanhas país afora. E não dá nem para reclamar, porque a quantia global destinada é altíssima. Logo, podem apostar: vem aí o caixa dois, o caixa três e por aí vai.

Duas leituras/ A contar pelas conversas palacianas de advogados, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não é o preferido de Bolsonaro para a vaga do Supremo Tribunal Federal, a ser aberta em novembro. É que, se colocar Moro no STF, o presidente perde o ministro mais popular de seu governo, e ainda um possível candidato a vice-presidente.

Praça digital I/ A Praça dos Três Poderes passará por uma reforma para a turma da tecnologia não botar defeito. Vêm aí, inclusive, hologramas de Lucio Costa para explicar os monumentos.

Praça digital II/ Quem olhar de longe não perceberá as mudanças, porque o local é tombado e não pode ser modificado. Daí, o uso de recursos tecnológicos.

Sem partido não fica/ Bom de voto e amigo de Bolsonaro, Marcos Feliciano (sem patido-SP) já recebeu convites para ingressar na nova legenda, assim que for formada. Expulso do Podemos, ele não tem pressa em arrumar uma nova agremiação. Segue o ditado: quem tem tempo não tem pressa.

Empregados públicos são plano B do governo para reforma administrativa

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Se o governo não conseguir fazer a reforma administrativa, a ideia em estudo é priorizar a contratação de empregados públicos em vez de servidores públicos. Empregados públicos são contratados via CLT, não têm estabilidade e nem direito aos benefícios do Regime Jurídico Único (RJU). Assim, para evitar uma nova massa de funcionários estáveis, a contratação de celetistas deve aumentar. Essa preferência por celetistas foi levantada como uma hipótese pelo Instituto Fiscal Independente em seu último estudo especial, sobre as despesas de pessoal no serviço público federal. Num país com o desemprego ainda nas alturas, é esse o tema que dominará os debates em 2020.

A expectativa de muitos parlamentares é a de que esse assunto abra as discussões de 2020 no parlamento, dentro da medida provisória que criou o programa do emprego verde e amarelo e mexeu na CLT. No total, o texto da MP já recebeu 1.930 emendas. Esse será um dos principais temas de fevereiro e será ainda explorado pela oposição como uma tentativa do governo de cortar direitos trabalhistas.

Moro sob pressão

Ao afagar o Congresso com a manutenção do juiz de garantias, o presidente Jair Bolsonaro expôs mais uma vez o ministro da Justiça, Sergio Moro, e colocou a oposição em ataque para constranger o ex-juiz. O deputado Orlando Silva, por exemplo, agradeceu a sanção das mudanças aprovadas pelo Congresso e foi direto: “O parlamento derrotou o populismo penal de Sergio Moro, que agora só tem um caminho: pedir o boné!”

Pressão de quem?

Da mesma forma que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi avisado da sanção do pacote anticrime e seus vetos, o ministro da Justiça também foi. A avaliação palaciana é a de que estão todos bem. Se tem pressão, é só da oposição.

Europeus e poluição

Reportagem do New York Times cai como uma luva nas pretensões do Brasil, de mostrar que os europeus não cuidam de proteger seu meio ambiente. O jornal aponta que as áreas mais poluídas da Itália são as que mais recebem subsídios agrícolas.

Estuda aí para cobrar lá

Diplomatas brasileiros leem os artigos sobre o tema com uma lupa a fim de buscar informações que possam ajudar o governo brasileiro na busca dos créditos de carbono definidos dentro do acordo de Paris, mas que ainda não foram regulamentados.

Credito : Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil – O ministro da Educação Abraham Weintraub

Escreveu, não leu…/ Pegou mal, na visão de assessores palacianos, o fato de o ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter compartilhado um tuíte que chamava o presidente Jair Bolsonaro de traidor, por causa da sanção de partes do pacote anticrime contra o que defende o ministro Sérgio Moro. Alguns acreditam que não é caso para demissão, uma vez que o ministro se desculpou e apagou a postagem.

… gerou problema/ Porém, é bom Weintraub ficar esperto: O governo sempre orienta os seus servidores e ocupantes de cargo de confiança a tomar todo o cuidado com as postagens. É preciso ler tudo com atenção antes de postar, em especial, em se tratando de um ministro de Estado.

Santo de casa/ O fato de Sérgio Moro ter ficado entre os 50 mais influentes do mundo no ranking do Financial Times e a sanção do juiz de garantias era motivo de piada, ontem, entre os parlamentares. Moro pode até influenciar o mundo, mas, Bolsonaro, está difícil.

Feliz ano novo/ Depois da virada de 2019 trabalhando na posse do presidente Jair Bolsonaro, vou esperar 2020 de chinelos à beira-mar. Muita saúde, paz, amor e prosperidade para você e toda a família por todos os dias do novo ano.