Categoria: coluna Brasília-DF
Lula vai conversar com Kassab por apoio no primeiro turno; SP é o entrave
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende ter uma nova conversa com Gilberto Kassab, nos próximos dias, para ver se consegue acertar os ponteiros para que Kassab anuncie apoio a ele no primeiro turno. Só tem um probleminha: em São Paulo, onde Kassab faz política, o PT nunca estendeu o tapete para o ex-prefeito.
Amarra lá
Em caso de segundo turno em São Paulo, entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), e entre Lula e Bolsonaro na disputa pelo Planalto, Kassab manterá a neutralidade do PSD na eleição presidencial. Mas as apostas de muitos no PT são de que quem estará contra Haddad será o governador Rodrigo Garcia.
Quem me chamou
Não por acaso, em São Paulo, o PSD optou pelo bolsonarismo, ao lado do ex-ministro Tarcísio de Freitas. Aliás, na convenção do PSD, Kassab fez questão de posar para fotos e entrevistas ao lado do ex-ministro da Infraestrutura.
Por Denise Rothenburg, notas publicadas na coluna Brasília/DF de 24 de julho de 2022.
A manifestação do procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre as suspeitas que o presidente Jair Bolsonaro levantou em relação às urnas eletrônicas, no encontro com os embaixadores — todas elas já respondidas há tempos pela Justiça Eleitoral —, deixou os bolsonaristas mais seguros. A aposta é de que, se depender do procurador, o presidente não será punido pela reunião, mesmo em relação aos pedidos de processo já feitos pela oposição ao Supremo Tribunal Federal.
Em tempo: aliados do presidente consideram que Bolsonaro tem todo o direito de se manifestar e expressar a sua opinião, ainda que seja a embaixadores estrangeiros, e acreditam que Aras vai defender essa posição quando for levado a se manifestar a respeito.
Aos 45 do segundo tempo
Os integrantes do PL vão deixar para decidir apenas em agosto se o partido fará do senador Carlos Viana candidato ao governo de Minas Gerais. Se conseguir levar o governador-candidato, Romeu Zema (Novo), a abrir seu palanque para Bolsonaro, o PL não apresentará Viana para a disputa.
MDB onde sempre esteve
Mantida para a próxima semana a convenção que fará de Simone Tebet candidata ao Planalto, os lulistas do MDB mudaram o discurso. A ordem agora é cobrar de Baleia Rossi os recursos para as campanhas estaduais. Essa exigência só vai aumentar se Simone não apresentar fôlego maior nas pesquisas.
A culpa é deles
A aposta dos emedebistas é de que, se Lula não vencer no primeiro turno, colocará a culpa no partido de Michel Temer e no PDT de Ciro Gomes, já oficializado candidato. Embora estejam preparados para uma eleição em dois turnos, os petistas têm pregado em todas as reuniões que resolver a eleição no primeiro turno daria mais força para evitar que o resultado seja questionado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Sudeste é crucial
Os petistas largam para a campanha preocupados com a redução da diferença entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro na região que concentra o maior número de eleitores. É que, se essa linha de redução não for estancada, vai ser difícil garantir a eleição em apenas uma rodada. Para completar, ainda tem o potencial de crescimento de Simone Tebet.
A missão de Tereza/ Com a abertura do diálogo entre o agronegócio e Lula, caberá à ex-ministra Tereza Cristina cercar o campo para Bolsonaro. Nesta temporada de convenções, ela está dedicada, dia e noite, à campanha em Mato Grosso do Sul, onde concorrerá ao Senado, mas fará uma pausa para acompanhar a convenção do PL no Rio de Janeiro.
Tucanos em momentos decisivos/ O Distrito Federal é o local onde a federação PSDB/Cidadania está mais embaralhada, com dois pré-candidatos ao governo, a deputada Paula Belmonte e o senador Izalci Lucas. No Rio de Janeiro, está tudo decidido: César Maia será candidato a vice na chapa de Marcelo Freixo (PSB).
Vias alternativas I/ Depois de ficar fora da chapa do governador Ibaneis e Flávia Arruda, que já estão com Jair Bolsonaro, o ex-governador Paulo Octávio (PSD) já recebeu sinal verde de seu partido para apoiar quem quiser. As maiores apostas são Ciro Gomes, do PDT da senadora Leila Barros, e Luciano Bivar, do União Brasil de Reguffe.
Vias alternativas II/ Há quem diga que nem o apoio a Lula está descartado. Ele e o ex-presidente sempre tiveram uma boa relação política. No caso de Ciro, foram colegas de Parlamento.
Que ninguém estranhe se Ciro Gomes e Simone Tebet fizerem acordo no 1º turno
Nesta temporada de convenções para oficialização de candidaturas, o eleitor verá que nenhum partido está complemente fechado, seja com o seu candidato a governador ou ao Planalto. No Distrito Federal, por exemplo, o mesmo governador Ibaneis Rocha (MDB), que assinou o manifesto em apoio à candidatura presidencial da correligionária Simone Tebet, já estava posando para fotos, na mesma semana, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No Rio de Janeiro, André Ceciliano, pré-candidato ao Senado pelo PT, tem reunião com o governador Cláudio Castro (PL), lançado oficialmente candidato à reeleição, e com o pré-candidato a vice, Washington Reis, na quadra da escola de samba Estácio de Sá, daqui a oito dias. O encontro foi marcado por Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral.
Siga o dinheiro
A operação que investiga fraudes em licitação da Codevasf assustou parte do Centrão. Nas áreas técnicas do Parlamento, há quem diga que se a polícia seguir passo a passo as emendas enviadas à autarquia, vai ter muita gente obrigada a se explicar em plena campanha eleitoral.
Fique mais perto
Os políticos aliados de Bolsonaro estão tentando ocupar mais espaço na agenda presidencial a fim de evitar que a turma mais radical, os bolsonaristas-raiz, faça prosperar ideias como a reunião com os embaixadores.
“Dog whistle politics”
Entre aliados mais radicais do presidente, porém, há a certeza que o encontro com os embaixadores “ajudou” Bolsonaro a conclamar sua turma a questionar as urnas. O conceito, muito usado por Donald Trump no passado, é chamado de “dog whistle” (apito usado em treinamento de cachorro, numa frequência que o ouvido humano não capta). No caso, o cidadão comum talvez não tenha atentado que o presidente comentou que as eleições de 2020 não deveriam ter ocorrido. Mas a turma radical registrou o recado.
Ciro e Simone no mesmo barco
Que ninguém se surpreenda se Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) tiverem alguma conversa ainda no primeiro turno. O pedetista é, agora, oficialmente candidato, mas tem uma ala do partido disposta a balançar a candidatura e apoiar o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A senadora tem o mesmo problema na sua legenda, com a diferença que os emedebistas são mais explícitos.
Assunto encerrado
O PSD de São Paulo faz convenção, amanhã, para homologar o apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do estado. Simultaneamente, a direção nacional oficializará a neutralidade na eleição presidencial. Os dois atos serão assinados na sede regional do partido, na capital paulista.
Escondidinho de governador/ Com a aprovação em baixa, os socialistas querem simplesmente ver se conseguem manter o governador Paulo Câmara distante da campanha de Danilo Cabral ao governo de Pernambuco.
Ops!/ Ao mencionar que apenas dois candidatos fizeram o quociente eleitoral no Distrito Federal, o consultor da Action, João Henrique Hummel, se referia ao universo daqueles que serão candidatos a deputado federal este ano. No DF, Reguffe não só atingiu o coeficiente em 2010, como também foi o deputado federal mais votado proporcionalmente no Brasil. Obteve 18,95% dos votos válidos. Outro que também fez o coeficiente ao se eleger deputado no passado foi Tadeu Filippelli.
Aliviado/ O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), que desistiu de concorrer à eleição para o governo do estado e apoia Fernando Haddad (PT), está em paz com a decisão que tomou. Hoje, o socialista lidera todas as mais recentes pesquisas para o Senado.
Preocupações semelhantes/ Dirigentes do PT e do PL estão tensos com os eventos de lançamento das candidaturas. Tanto hoje, em São Paulo, na convenção que oficializará a candidatura de Lula, quanto no domingo, quando acontecerá o evento do PL para lançar Bolsonaro à reeleição, há a mesma preocupação. Os dois partidos temem ser acusados de propagar a violência.
Largada/ Que tenhamos um processo eleitoral pacífico.
O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos embaixadores, na segunda-feira, colocando dúvidas sobre o sistema eleitoral e dizendo que as eleições de 2020 deveriam ter sido adiadas, assustou a parte do mercado financeiro que ainda apostava na reeleição. Grupo de empresários e investidores, mais afeitos à estabilidade política que gera e promove negócios, passaram a olhar com atenção para a pré-candidata do MDB Simone Tebet. Apesar da chacoalhada que vem recebendo da ala lulista do partido, ela não vai desistir e tem convenção marcada para a semana que vem.
A aposta de parte dos investidores, que não deseja o retorno de Lula e do PT ao poder, é de que Simone tem tudo para lastrear um projeto que baixe a poeira da polarização. Esse movimento de parte dos financistas reforçará o apoio que a senadora já recebeu da maioria do partido, embora o grupo lulista faça mais barulho.
A mão de Flávio
Quem fez a ponte entre o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB), pré-candidato à reeleição, e o ex-governador José Roberto Arruda (PL), com Flávia Arruda ao Senado, foi o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Com todo apoio do pai.
Recado está dado
O ex-presidente Michel Temer bem que tentou levar o pedido de adiamento da convenção feito pelo MDB lulista, mas o presidente do partido, Baleia Rossi, foi incisivo: não vai mudar a data da reunião que escolherá Simone Tebet candidata.
Sem Simone, implode
Os diretórios do MDB fechados com Lula não têm maioria, hoje, para levar o partido a seguir com o PT no primeiro turno. A candidatura de Simone é que tem segurado a ala do MDB que não fechará com Lula de jeito nenhum.
No aquecimento
Uma das apostas do MDB mais ligado a Temer é que, se essas duas alas ficarem brigando, quem sabe sobre um espaço para o ex-presidente entrar na disputa. Apesar da rejeição, há quem diga que ele tem o discurso da recuperação econômica pós-Dilma e PT, e o da estabilidade política.
Continhas I/ Com o ex-governador Arruda, Bia Kicis e Alberto Fraga puxando os votos para deputado federal dentro do PL, a expectativa é que o partido conquiste, pelo menos, três das oito vagas do Distrito Federal, conforme projeções feitas pela consultoria Action Relações Governamentais, para a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Continhas II/ Consultor da Action, João Henrique Hummel lembra que Arruda e Fraga foram os únicos que já atingiram o coeficiente eleitoral do DF. Há 20 anos, o ex-governador atingiu a marca de 301.165 votos para a Câmara dos Deputados.
Fechada com Damares/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro continuará defendendo Damares Alves para o Senado. Ela e o deputado Júlio César, que teme ficar em segundo lugar no ranking do partido para a Câmara, se Damares for candidata a deputada federal.
Quem diria…/ Nos grupos de WhatsApp do MDB circulava ontem uma notícia de outubro de 2020, que apontava o senador Eduardo Braga (AM) como portador de um convite para se filiar ao MDB. E hoje, como líder da bancada do Senado, Braga é visto como uma espécie de porta-voz do grupo lulista, dividindo a função com Renan Calheiros (AL).
Para caciques do PL, Bolsonaro não irá para a ruptura institucional
Os presidentes do PL, Valdemar da Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, já sabiam que o presidente Jair Bolsonaro criticaria as urnas eletrônicas em encontro com embaixadores. Agora, vão se preparar para as representações judiciais que a oposição levará ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal. E é por aí que vão agir. Até aqui, ambos têm dito, em conversas reservadas, que a missão deles está relacionada a questões partidárias. Aliados de Ciro vão além: dizem que ele já cumpriu o seu papel ao aprovar a emenda constitucional que ampliou o Auxílio Brasil e criou o Auxílio Caminhoneiro.
Isso não significa que irão apoiar qualquer medida que tente comprometer o processo eleitoral. Porém, inicialmente, acreditam que Bolsonaro não irá para a ruptura institucional. Se a aposta deles está correta, o tempo dirá.
Corrida pelo primeiro turno
A reunião de Lula com representantes de diretórios do MDB em 11 estados a poucos dias da temporada de convenções faz parte do jogo do PT para ver se consegue ampliar a distância para Jair Bolsonaro e, assim, tentar vencer no primeiro turno. O PT considera que uma vitória na primeira rodada daria mais estofo para lidar com o presidente Bolsonaro e as ameaças sobre as urnas eletrônicas.
Ela vai assim mesmo
Simone Tebet não vai desistir. Ela continuará viajando pelo país e será candidata, mesmo sem o lastro de todos os diretórios regionais. Alguns desses dirigentes regionais já admitem votar na candidatura dela, embora estejam inclinados a apoiar Lula.
Dois imbróglios
Só Rio de Janeiro e o Distrito Federal são considerados problemas hoje dentro da Federação do PSDB com o Cidadania, a ponto de serem tratados na reunião desta semana. No DF, como já se sabe, é a queda de braço entre a deputada Paula Belmonte e o senador Izalci Lucas, que têm projetos diferentes.
O que vem por aí
A unidade do União Brasil em torno de Reguffe deu uma balançada. No partido, há quem esteja pregando que ele só tenha recursos financeiros para a campanha se concorrer à reeleição para o Senado.
CURTIDAS
Leite leva MDB/ A maioria dos prefeitos do MDB gaúcho selou o apoio à candidatura de Eduardo Leite para o governo do Rio Grande do Sul. Foram 52 votos a dez.
A paróquia é o que interessa/ Enquanto Rodrigo Pacheco falava em suas redes sociais sobre o discurso de Bolsonaro aos embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira, postava que o prefeito de Arapiraca (AL) irá apoiar o Rodrigo Cunha (PSDB) e Davi Davino Filho (PP) ao governo estadual.
Um google resolveria/ O power point que o presidente Jair Bolsonaro apresentou em seu discurso contra as urnas eletrônicas trouxe a inscrição “brienfing”, quando a palavra correta é briefing. A contar pelos parcos aplausos, a fala presidencial também não agradou.
Temer cortejado/ O ex-presidente Lula não desistiu de ter um diálogo com o ex-presidente Michel Temer. Hoje tem mais uma tentativa do PT de se aproximar dele.
Foto da promulgação da PEC das Bondades será “santinho” de Bolsonaro
Ao garantir presença na solenidade de promulgação da emenda constitucional que dará R$ 1 mil aos caminhoneiros e elevará o Auxílio Brasil para R$ 600, o presidente Jair Bolsonaro trabalha para colar a sua imagem a benefícios sociais e, assim, tentar buscar o empate com o ex-presidente Lula nas pesquisas de intenção de voto. As fotos da promulgação serão distribuídas em todas as redes sociais e grupos do chefe do Executivo, para passar aos eleitores a ideia de que a proposta foi da lavra presidencial. Os bolsonaristas acreditam que, até início de setembro, o jogo vira.
Os deputados de oposição não votaram massivamente contra a PEC justamente para ver se tiram de Bolsonaro a primazia dos dividendos eleitorais. Os petistas, porém, estão preocupados, porque sabem que quem está no poder terá ônus e bônus dessa proposta quando os recursos
começarem a ser pagos.
Urnas em debate
Na próxima segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro terá o prometido encontro com embaixadores de vários países, a fim de rebater a exposição do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, a diplomatas em maio deste ano. Há quem diga que será mais um capítulo do roteiro para não aceitar uma derrota nas urnas.
O pacificador
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem cobrado tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto do ex-presidente Lula paz no processo eleitoral e permanecerá nessa missão até o pleito. Pacheco é um dos poucos que conversa com os dois polos que dominam o palco de 2022 e o único político em posição de destaque nos Poderes da República que não será candidato a um mandato eletivo este ano. E o partido dele, o PSD, acaba de anunciar a neutralidade na eleição presidencial.
Por falar em Pacheco…
Os integrantes do PSD avaliam que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, marcou pontos com o governo e com a oposição nos últimos dias. Primeiramente, com o governo, ao deixar a CPI do MEC para depois das eleições. Depois, com a oposição, ao receber o ex-presidente Lula.
… quem planta, colhe
Paralelamente ao papel de pacificador no processo eleitoral, Pacheco constrói, ainda, uma ponte para a sua recandidatura à Presidência do Senado, independentemente de quem for o próximo presidente da República.
Agora, ficou difícil/ Ao anunciar a composição de sua chapa à reeleição diante de dirigentes nacionais do PP e do Republicanos, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, inviabilizou uma mudança de planos mais à frente. Agora, se houver uma união entre Reguffe e José Roberto Arruda, Ibaneis terá problemas.
Empurrãozinho/ Há quem diga que quem incentivou essa formatação foi a primeira-dama Michelle Bolsonaro, à revelia do marido, que preferia esperar mais um pouco. Afinal, ainda faltam 22 dias para o fim do prazo de convenções partidárias destinadas a escolher os candidatos.
Enquanto isso, no PSDB…/ Não será nada tranquila a reunião local convocada pela vice-presidente da federação regional PSDB-Cidadania, deputada Paula Belmonte, que se prepara para ocupar a vice na chapa de Reguffe ao GDF.
Ficou para novembro/ O Tribunal de Contas da União (TCU) funcionará com um ministro a menos até novembro, quando a Câmara escolherá o nome para ocupar o lugar da ministra Ana Arraes. A bancada feminina está, desde já, em campanha pela deputada Soraya Santos, do PL-RJ. As deputadas têm dito aos colegas que, se Soraya não for eleita, o TCU vai virar um “clube do Bolinha”.
As atitudes do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para garantir a votação e a aprovação da emenda constitucional que amplia o Auxílio Brasil e cria um voucher para caminhoneiros levaram oposicionistas a Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ministro das Cidades do governo Dilma Rousseff. Em tom de desabafo, reclamavam dos atropelos regimentais para aprovar a proposta. No ano passado, Lira foi escolhido candidato do PP ao comando da Casa, deixando Aguinaldo sem lastro para a disputa. Por esses dias de correria para aprovação da PEC, os petistas lhe rendiam homenagens nos bastidores.
Se Aguinaldo se reeleger deputado federal e Lula for eleito para um terceiro mandato de presidente da República, está aí o nome dentro do próprio PP para concorrer contra Lira. Por enquanto, Aguinaldo joga parado.
Vem confusão aí
Na madrugada de ontem, em conversa com alguns deputados, o presidente da Câmara, Arthur Lira, xingava os representantes da Lumen, a operadora que presta serviços de internet à Casa. E a todos os parlamentares avisava: “Isso não vai ficar assim”.
Segure as pontas
Na conversa que manteve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o ex-presidente Lula tratou de pedir que estejam todos preparados para garantir a posse de quem vencer a eleição presidencial deste ano. Líder nas pesquisas, o petista teme que, se as urnas confirmarem as pesquisas, Bolsonaro tente dar um golpe.
Agora, vai ter de comparecer
Com o apoio do PSB de São Paulo a Fernando Haddad, os socialistas vão cobrar uma presença mais forte de Lula em Pernambuco em apoio a Danilo Cabral, pré-candidato ao governo. Se fizer corpo mole, vai ficar difícil.
Por falar em PSB…
O deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) vai insistir na candidatura ao Senado e possui lastro para isso. O presidente do partido, Carlos Siqueira, tem deixado o parlamentar bastante à vontade para seguir com a sua pré-campanha por lá.
Cenários/ Em conversa no cafezinho da Câmara, as deputadas Bia Kicis e Flávia Arruda, ambas do PL do Distrito Federal, comentavam o xadrez político local. Até aqui, Flávia continua como pré-candidata ao Senado, e José Roberto Arruda, marido dela, pré-candidato a deputado federal, para puxar votos e bancada do PL, em parceria com Kicis.
Assim fica difícil/ O formato virtual para a convenção que escolherá Simone Tebet candidata a presidente da República contrasta com os grandes atos marcados para o lançamento de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro; Lula, em São Paulo; e Ciro Gomes, em Brasília. Quem quer ser conhecido tem de mostrar movimento.
Atenção, me recebam/ Presente ao tradicional almoço da bancada do União Brasil das quartas-feiras, o pré-candidato do partido ao Planalto, Luciano Bivar, aproveitou para convocar todos à convenção que fará dele candidato a presidente da República, marcada para 5 de agosto, em São Paulo. “Estou percorrendo o Brasil”, disse, já comunicando aos deputados a sua agenda.
Jogo triplo/ O apoio do PSD do Rio de Janeiro à candidatura de Rodrigo Neves (PDT) ao governo do estado põe o PSD carioca no colo de Ciro Gomes. O partido apoia Tarcísio de Freitas em São Paulo, e, em Minas Gerais, tem parceria com o PT. Seja quem for o presidente da República, o PSD terá uma ponte para o governo federal.
Em conversas com emedebistas e empresários durante a passagem por Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que, ao longo do período de campanha oficial, correrá atrás daqueles que resistem à polarização e querem dar chances a outros nomes. O alvo principal é o MDB, de Simone Tebet, e o PSD, que ficará neutro na eleição presidencial — e em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, selou parceria com o ex-ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas, do Republicanos, o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A investida do PT vem calcada em três palavras: “credibilidade”, porque Lula já foi presidente; “estabilidade”, porque ele se mostra disposto ao diálogo com todas as forças políticas; e “previsibilidade”, pois não pretende flertar com tentativas de golpe.
Só tem um probleminha: os empresários que conversaram de forma mais alentada com Lula não receberam do ex-presidente qualquer vislumbre de projeto econômico. E enquanto o petista não apresentar um projeto que garanta menos intervencionismo do Estado na economia, não fecharão com o PT.
O recado da PEC
O placar do primeiro turno da PEC 15, que aumenta o valor do Auxílio Brasil e cria o voucher caminhoneiro, deixou claro que o PP de Arthur Lira (AL) e o próprio Bolsonaro, aos poucos, aprenderam a jogar num campo no qual, até aqui, o PT reinava sozinho: o dos benefícios sociais.
Vai tudo para…
Ao longo do dia, no Plenário, vários discursos contrários. Mas, no painel, 393 votos a favor da concessão dos auxílios foi um sinal de que o governo deixou o PT em xeque no campo onde o partido de Lula sempre reinou praticamente sozinho.
… o horário eleitoral
Os bolsonaristas registraram vários discursos para pinçar as partes em que criticavam a concessão dos benefícios em ano eleitoral.
Com 5G e acontece isso?!
O sistema de votação ficar fora do ar justamente na hora da análise da PEC das Bondades, ou Kamikaze, foi considerado estranho pelos líderes aliados ao governo. Especialmente porque, em Brasília, o 5G já está funcionando. A informação era de que, pelo menos, 60 deputados não conseguiram votar pelo aplicativo. Esta quarta-feira será de pura confusão.
Moraes para contê-los/ Ao manter em aberto o inquérito das milícias digitais por mais 90 dias, a ideia do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é evitar que essa turma ultrapasse os limites no período eleitoral.
Sai daí rapidinho/ Ao fazer chamada de vídeo para parentes de Marcelo Arruda, o petista assassinado no dia do aniversário de 50 anos, em Foz do Iguaçu, Bolsonaro cumpre conselhos daqueles que torcem para vê-lo mais calmo e evitando radicalizações na campanha. Afinal, se quiser vencer em outubro, terá que conquistar votos ao centro.
Tá vendo aí/ Na abertura do Fórum do Leite, uma voz rouca tentou ecoar um “Bolsonaro 2022”. Ouviu poucas palmas no auditório lotado do Sebrae, em Brasília. A surpresa, porém veio no segundo painel, quando o mestre de cerimônia chamou o presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, de “presidente do Brasil”. Foram tantos aplausos e assobios, que Ribeiro não descartou “um dia”, quem sabe, concorrer ao Planalto.
Assim não dá/ A deputada Celina Leão (PP-DF) ficou tão estarrecida que colocou em suas redes sociais o aumento do número de seguidores do “tarado da sala cirúrgica”, o médico Giovanni Quintella Bezerra, preso depois de ser flagrado estuprando uma mulher durante o parto. “Depois do ocorrido, o anestesista ganhou mais de 10 mil seguidores. São essas pessoas que queremos seguir como exemplo?”, pergunta Celina.
Gilberto Amaral/ Um ícone da cidade se foi, ontem. Ficam aqui nossas condolências à mulher, Mara, e aos filhos, Rodrigo, Bernadete e Marcelo.
Colaborou Rosana Hessel
A retirada do dispositivo que pretendia tornar obrigatória a liberação das emendas de relator do Orçamento foi vista nos bastidores do Congresso como a tábua à qual o senador Marcos do Val (Podemos-ES) se agarrou para tentar atenuar as denúncias de ter sido favorecido nessas propostas. Do Val atende a oposição e faz valer o discurso de que essas emendas jamais foram questão prioritária para ele.
Os parlamentares, de um modo geral, também consideram que é preciso dar uma freada de arrumação nessas emendas. Afinal, há uma coleção de denúncias sobre o orçamento secreto. E, agora, com essa retirada, a avaliação de alguns é de que, se houver problema, o Executivo terá sua parcela de culpa, porque liberou recursos sem prestar atenção naquilo em que aplicava os recursos da União.
O fim do diálogo
O Instituto Locomotiva quis saber como está a capacidade de diálogo do brasileiro quando o tema é política. Descobriu que o país desaprendeu a conviver com as diferenças de pensamento. Sete em cada 10 pessoas com opiniões diferentes em geral não dialogam bem no país.
Medo de conversar
Apenas 27% costumam dialogar bem e ter uma conversa construtiva. 73%, não. Quando a pergunta é sobre expor a opinião, 38% nunca expõem o que pensam, enquanto 36% apresentam suas posições políticas e defendem com força seus pontos de vista.
Nem tudo está perdido
O Locomotiva descobriu que 41% dos brasileiros têm alta tolerância política. Mas é preciso ficar atento, porque a elevada intolerância é uma doença que atinge 25% dos cidadãos.
Veja bem
Nos extremos, estão os mais intolerantes. 32% dos esquerdistas se dizem intolerantes, assim como 32% dos direitistas. E é aí que mora o perigo de assassinatos, como o que ocorreu em Foz do Iguaçu. Em tempos de eleição, é preciso estar atento.
Jogo casado/ Ao pedir o adiamento da votação a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o líder do Novo, Marcel Van Hatten (RS), não só segurou a obrigatoriedade das emendas de relator, como ajudou a adiar a análise da PEC das Bondades. A aposta geral é de que a sessão de hoje, marcada para votar a proposta de emenda constitucional, corre riscos, uma vez que com tantos projetos orçamentários e vetos para deliberar, além da própria LDO, torna a sessão desta manhã muito apertada para ajustar tudo.
Chamariz/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, deixou para amanhã uma sessão de análise dos projetos dos parlamentares. É um dos estímulos para que a turma não vá embora e permaneça por Brasília até quinta-feira, para a sanção da PEC das Bondades. A avaliação é de que a PEC tem votos favoráveis de sobra. Falta organizar a hora de votar, para garantir que os deputados não estejam em trânsito.
Lula sai da toca/ Até o mês passado, o ex-presidente estava praticamente restrito a eventos fechados de seus apoiadores. Agora, circula entre públicos não tão favoráveis e, inclusive, com eventos de rua. Hoje, na Confederação Nacional do Comércio (CNC), os diretores torcem para que ele e Geraldo Alckmin finalmente exponham pontos do projeto econômico.
Liberado para concorrer a um mandato eletivo este ano, o ex-governador já começou a se movimentar. Discretamente, conversou com o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas, que confirmou a candidatura tucana ao GDF. Manteve contatos com a cúpula nacional do União Brasil, partido que tem o senador Reguffe no papel de pré-candidato ao governo local. Arruda já foi do DEM, legenda que se juntou ao PSL para formar o União Brasil. Tem muitos amigos na sigla e recorreu a eles para sondar a respeito de uma possível aliança.
Quem tem tempo…
…não tem pressa. Arruda tem até o início de agosto para definir seu futuro político e usará esse prazo. Vale lembrar que, em 2018, Ibaneis Rocha decidiu ser candidato a governador apenas em agosto. E venceu.











