A soma que diminui na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados

Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Longe de ser uma ciência exata, a política no Congresso entrou na fase de “quem somar, diminui”. O grupo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está no seguinte pé: tem três candidatos, e, ao fechar por um deles, corre o risco de perder os votos dos demais.

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) era melhor para tentar angariar alguns votos no Centrão, mas perde no MDB, que tem Baleia Rossi (SP) como pré-candidato. No caso de Baleia Rossi sair candidato, o PT é que racha. Ainda mais, em se tratando de voto secreto.

Essa divisão colocou novamente Marcos Pereira (Republicanos-SP), atual vice-presidente, na roda como candidato. O movimento é perigoso, porque, embora leve votos dos evangélicos, ele é visto como a tomada de poder por Edir Macedo e a pauta de costumes. Ou seja, nenhum deles levará o grupo todo.

Bolsonaro quer tirar o discurso técnico de Doria

Jair Bolsonaro está convencido de que, ao liberar o dinheiro para compra das vacinas de covid-19, desde que aprovadas pela Anvisa, conseguirá deixar João Doria batendo boca com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, de quebra, ainda tirará do governador paulista o discurso de que está com a ciência.

A ideia do presidente, caso demore a aprovação do imunizante, é dizer que fez sua parte, ao liberar os recursos, e que os técnicos da agência é que devem dizer que vacinas devem ser aprovadas.

A internet mudou as finanças

A mais nova pesquisa da B3 — uma das maiores empresas de infraestrutura do mercado financeiro — sobre o comportamento dos brasileiros em relação à bolsa de valores, deixará os grandes bancos de cabelo em pé.

A pesquisa mostra que os brasileiros estão descobrindo a bolsa, 74% dos investidores são homens, têm em média 32 anos e 60% não têm filhos. E essas pessoas estão ingressando no mundo da bolsa via internet, segundo a pesquisa.

Palavra de especialista I

Marcelo Teixeira, investidor e ex-chefe global da área de seguros do HSBC, analisa detalhadamente a pesquisa da B3 e destaca que os brasileiros querem aprender sobre mercado de capitais e ter autonomia. “A bolsa de valores entrou definitivamente na vida dos brasileiros com poder de poupança, com muito espaço para crescer”, disse.

Palavra de especialista II

Teixeira destaca ainda que canais do YouTube e influenciadores aparecem como principal fonte de conhecimento (73%) versus 7% em ajuda do gerente do banco ou assessor financeiro, o que indica uma “exaustão do modelo tradicional de varejo bancário”. Chama a atenção ainda que 85% dizem saber o que é suitability (adequação do ativo ao apetite de risco/conhecimento do cliente). “Parece alto demais. Os reguladores estão atentos, mas será que é o suficiente?”, indaga.

CURTIDAS

Na solidão da urna…/ A discussão dentro do PSB sobre quem apoiar para presidente da Câmara promete ser acirrada antes mesmo de o grupo de Rodrigo Maia apresentar seu candidato. Tem uma turma que votará em Arthur Lira (PP-AL) e não tem conversa. Afinal, o voto é secreto.

… dá vontade de trair/ O maior medo dos deputados ligados a Maia, hoje, é terminar repetindo o que cenário que elegeu Severino Cavalcanti (foto), em 2005, contra Luiz Eduardo Greenhalgh, o candidato oficial do PT com a chancela do governo Lula. Severino era do PP, partido de Lira. Derrotou José Carlos Aleluia (PFL-BA), Virgílio Guimarães (PT-MG) e… Jair Bolsonaro (PFL-RJ), que obteve… dois votos!

Por falar em Bolsonaro…/ Nada tirou mais o presidente do sério do que a decisão da ministra Cármen Lúcia (STF) de pedir à Abin e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que expliquem a suposta ajuda ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas. E em 24 horas. Ou seja, não dá muito tempo.

Nem tão cedo/ Entre os aliados do presidente, há quem diga que Bolsonaro precisa se preparar para conviver com essa história de Flávio e as rachadinhas por muito tempo. Até aqui, serve de consolo aos bolsonaristas o fato de a população ter separado o presidente dessa investigação. A esperança dos aliados de Bolsonaro é a de que continue assim.

Orçamentos turbinados para a eleição da Mesa Diretora da Câmara

dep. Arthur Lira (PP-AL).
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

A sessão do Congresso Nacional, prevista para a semana que vem, vai reforçar orçamentos e complementar o PLN 30, que, no último esforço concentrado na Casa, aprovou a distribuição de R$ 6 bilhões para vários ministérios, sendo R$ 1 bilhão para o Fundo Nacional de Saúde, para estruturação da rede básica de saúde; R$ 2,8 bilhões para Desenvolvimento Regional; R$ 1,3 bilhão para infraestrutura, mais precisamente para o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que faz a alegria das bases com obras pelo país afora. Agora, serão R$ 48 milhões para algumas pastas, sendo R$ 17 milhões para “infraestrutura turística” em “destinos estratégicos” para o setor, fora recursos para o Incra e para a Sudene.

No Congresso, os parlamentares aguardam mais as liberações que já foram aprovadas no PLN 30, de forma a garantir emendas normais e as “extras”, que vão atender os mais fiéis. Nas conversas reservadas, há quem diga que essas verbas vão ajudar a irrigar a candidatura de Arthur Lira (PP-AL). Os ministros negam e os parlamentares não vão deixar de votar projetos que podem ajudar os municípios por causa da briga em torno da Presidência da Câmara. Mas, já tem muita gente de olho nas liberações de recursos.

Corra, Maia, corra

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RE), é orientado a não abrir a próxima semana sem um candidato a presidente da Casa. Explica-se: é preciso ter logo um nome para não deixar Arthur Lira sozinho na pista principal.

Melhor de dois

Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os dois candidatos na reta final para definição, e está mais para Rossi. A preferência pessoal de Maia é Aguinaldo, mas Rossi leva 30 votos do MDB.

Onde mora o perigo

Os partidos de oposição estão meio resistentes a apoiar Arthur Lira, com receio da pauta mais ideológica do governo. Ontem mesmo, em sua live, o presidente disse que não iria conversar sobre “armamento” com o PT, tampouco “agenda de costumes” com o PSol.

Não tem almoço grátis

Nem toda a oposição tem esse medo de que, se Bolsonaro ajudar a eleger Arthur Lira, vai cobrar lá na frente a aprovação de seus projetos. O PSB, por exemplo, espera que o governo libere recursos para os prefeitos eleitos, que precisam cumprir suas promessas de campanha.

Vitória da CNC/ O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, por unanimidade, o pedido de anulação das eleições para Diretoria e Conselho Fiscal da Confederação Nacional do Comércio (CNC), ocorridas no segundo semestre de 2018. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, demonstrou, por meio da sua assessoria jurídica, que o papel constitucional do TCU é o de controle externo, voltado à fiscalização da aplicação de recursos federais. Ou seja, “fiscalizar eleições não é objeto de análise do TCU”, conforme definido pelos ministros na decisão.

Derrota de Adelmir/ O recurso ao TCU havia sido apresentado pelo ex-senador Adelmir Santana, que perdeu as eleições da CNC, em 2018, para Tadros, pelo placar de 24 a 4. Santana ingressou, primeiramente, na Justiça do Trabalho, com oito reclamações, entre mandado de segurança, recursos de agravos, recursos ordinários e de revista, tentando barrar a realização das eleições, sem sucesso. O recurso ao TCU foi visto no meio jurídico como uso indevido do tribunal. A Corte não tem como finalidade anular eleições sindicais. O caso deixou uma lição: quem quiser vencer, que seja no voto.

Me inclua fora dessa/ Na live desta semana, o presidente tratou de se afastar das derrotas de candidatos alinhados ao governo, ao dizer que conversou com candidatos e não passou de 20. Como está sem partido, não tinha prefeitos. Logo, “não ganhou, nem perdeu”.

Por falar em ganhar…/ Mesmo quem não gosta do governador de São Paulo, João Doria, no campo da política, tem dito entre quatro paredes que é graças aos movimentos dele que o governo federal acabou entrando na corrida pela vacina e tentando antecipar seu calendário. Esse mérito já está no currículo do governador paulista. Se a vacina der certo, esse gesto não será esquecido.

Empresários pressionam Congresso por Refis igual do DF

Refis
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O setor produtivo está na maior tensão, esperando uma resposta do governo federal sobre a prorrogação da validade das certidões negativas de tributos federais, que vencem este trimestre. Os empresários temem que, diante da recuperação da economia e com o fim do auxílio emergencial, o governo termine deixando esse tema cair no esquecimento.

» » »

Enquanto a resposta não vem, o empresariado pressiona o Congresso para que haja um Refis da pandemia, nos moldes do que tem o Governo do Distrito Federal. Desde novembro, contribuintes em débito com o GDF podem regularizar suas contas. O governo federal ainda não adotou algo semelhante nesta reta final de 2020.

Saia justa para Ibaneis

Se na disputa para presidente da Câmara dos Deputados pintar um segundo turno apertado entre o PP de Arthur Lira e outro partido mais ligado a Rodrigo Maia, o governador do DF, Ibaneis Rocha, será chamado a liberar a secretária de Esportes, Celina Leão (PP-DF), para votar em Lira.

Entre o aliado e o partido

Só tem um probleminha: se o adversário de Lira for o presidente nacional do MDB e líder da bancada na Câmara, deputado Baleia Rossi, Ibaneis será pressionado pelo próprio partido a jogar no colo de Celina a decisão de se afastar da secretaria, com algo do tipo: se sair, não volta. Afinal, o suplente de Celina é Tadeu Filippelli, do MDB. Como ainda está cedo para saber qual o jeitão desse jogo, o governador não tem de decidir nada agora.

Questão de timing

Amigos de Rodrigo Maia garantem que ele dirá, na hora certa, que não será candidato a presidente da Câmara, ainda que o STF libere.

Vocês vão ter de me engolir

Diante da derrota do PT nas urnas, um grupo começou a vasculhar o estatuto para ver se há alguma brecha para troca de comando do partido. Não há. Gleisi Hoffmann continua no comando até 2023. Ou seja, vai conduzir as conversas para as eleições de 2022.

CURTIDAS

O importante é se exercitar/ O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, aproveitou o sábado para um stand up paddle no Lago Norte. “O Paranoá é incrível”, comentou o ministro à coluna.

Torcida geral/ A turma do governo torce para Josiel Alcolumbre, candidato a prefeito de Macapá, tanto quanto torceu para Carlos Bolsonaro, candidato a vereador no Rio de Janeiro. É que, se a família Alcolumbre sair derrotada, vai sobrar para o Planalto, da mesma forma que, se Carlos perdesse, alguém teria de arrumar uma ocupação para o rebento presidencial.

Por falar em filhos…/ Hoje, a maior preocupação do presidente é com o filho mais velho, o senador Flávio (foto). É que, mesmo com mais seis anos de mandato, a preocupação com o processo da rachadinha não deixa o senador trabalhar em paz.

História resgatada/ No ano comemorativo do centenário do senador Vasconcelos Torres, o Senado Federal lança o livro Vasconcelos Torres — o senador do povo e os desafios do seu tempo. As autoras, as professoras e doutoras Andrea Telo da Corte e Ismênia de Lima Martins, resgataram sua vida pública, sua liderança política no antigo Estado do Rio de Janeiro e seu envolvimento em assuntos que continuam atuais, em especial, meio ambiente, distribuição de renda e educação. Entre outros, destaca-se o Projeto da Criação da Universidade Federal Fluminense. O lançamento será em 9 de dezembro, às 10h, por meio de um debate realizado pela TV Senado e pelo canal do YouTube.

Bolsonaro manterá distância de Lira após notícia sobre “rachadinha”

Bolsonaro
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Diante das notícias que envolvem o deputado Arthur Lira (PP-AL) em rachadinhas (desvio de salários de servidores), na Assembleia estadual de Alagoas, o mínimo que os pepistas vão cobrar do governo é o benefício da dúvida que é dado ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente jair Bolsonaro.

Aliados de Lira dizem que o deputado já andou muito em sua pré-campanha para recuar agora, quando começa o jogo. Se desistir, sairá com cara de derrotado e condenado. A tendência de Bolsonaro, porém, é manter uma distância regulamentar.

Afinal, se Lira perder musculatura por causa das denúncias, o presidente sempre poderá dizer que não se envolveu diretamente na eleição congressual. No entorno dele, há quem diga que, desde que Rodrigo Maia (DEM-RJ) não saia vitorioso, está tudo certo para o governo. Se, no caso de Flávio, que é filho, Bolsonaro tenta manter uma certa distância, imagine com Lira, com quem apenas tem uma relação política.

Um nó para o Planalto

Há quem diga que o governo entrou cedo demais na candidatura de Lira a presidente da Câmara. Assim, se o DEM sacar mesmo a candidatura de Fernando Coelho Filho (PE), Bolsonaro estará numa saia justa. Fernando é filho do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer.

Olha o nível

A forma como os deputados estão conduzindo a disputa para presidente da Câmara indica que será na linha do voto para derrotar o candidato A ou B, ou seus respectivos padrinhos, e não voto em favor de B ou A.

Vacina, o embate da hora

Bolsonaro e João Doria vão entrar no ano pré-eleitoral de 2021 numa guerra em torno da vacina contra covid-19, e as apostas são as de que os dois correm o risco de perder. O presidente, por causa da resistência ao imunizante. O governador, devido aos anúncios de vacinação em massa que ainda não está assegurada do ponto de vista técnico-científico.

Por falar em vacina…

A aprovação dos R$ 2 bilhões para vacinas contra a covid-19 no Congresso deixa deputados e senadores prontos para chamar o governo de incompetente, se a vacinação não funcionar a contento. Afinal, não vai poder dizer que foi por falta de autorização do Parlamento.

“Deputérica” é a &#@*?/ Se a sessão fosse presencial, com casa cheia, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não conseguiria deixar o plenário da Câmara, ontem, depois de chamar as deputadas de “histéricas” e se vangloriar de criar o neologismo “deputéricas”. Algumas esperaram Nunes na saída do plenário, pois não sabiam que o discurso tinha sido feito por videoconferência.

Por falar em videoconferência…/ A última das excelências é fazer o pronunciamento de dentro do carro. Capitão Wagner (Pros-CE), por exemplo, parou o veículo num acostamento, na hora em que chegou a vez de falar. Um jovem, no banco de trás do carro, tratou de se esconder quando percebeu que aparecia no vídeo.

Etanol, a nova fronteira I/ Com o ESG (sigla em inglês para meio-ambiente, inclusão social e governança) cada vez mais forte no mundo, o etanol surge como uma saída mais prática para a questão energética no país, muito mais do que os carros elétricos europeus.

Etanol, a nova fronteira II/ “Na Europa, os carros elétricos pretendem levar a uma emissão de 62 gramas de CO2 por quilômetro rodado, enquanto o etanol está abaixo de 60 gramas, com 56 por quilômetro rodado” diz Evandro Guzzi, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única), que hoje estará no CB.Agro, 13h15, na TV Brasília e nas redes sociais do Correio.

13º salário do Bolsa Família cai no esquecimento

13º salário do Bolsa Família
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O governo tem feito as contas e, se depender exclusivamente dos técnicos, não haverá 13º salário do Bolsa Família. É que, diante do auxílio emergencial pago, este ano, aos contemplados pelo programa, muita gente no Executivo considera que esse salário extra já está pago com o auxílio de R$ 300 distribuído no último trimestre.

Na seara da política, o ministro Onyx Lorenzoni, por exemplo, sempre que perguntado, desconversa, não diz nem que sim nem que não. Pré-candidato a governador do Rio Grande do Sul, quer distância de notícias ruins.

Coladinho ali

A entrevista do ministro das Comunicações, Fábio Faria, ao Correio Braziliense, foi vista no Congresso como o que faltava para colar definitivamente ao governo a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Câmara. A partir de agora, avaliam alguns, Lira terá dificuldades em buscar votos dos partidos que não desejam ficar totalmente alinhados a Bolsonaro.

A união faz a força

A parceria eleitoral entre PDT e PSB, no Recife, continua rendendo. Agora, os Carlos — Lupi, presidente do PDT, e Siqueira, do PSB — prometem marchar unidos nas negociações em torno da Presidência da Câmara. Até aqui, não prometeram votos para nenhum dos postulantes.

Ainda é cedo

Arthur Lira esteve, recentemente, com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Ouviu que os socialistas não poderiam se comprometer com qualquer candidato a esta altura do campeonato.

O próximo embate

A discussão do Orçamento de 2021 dentro do Congresso Nacional será atropelada pela decisão do Tribunal de Contas da União, de permitir a liberação de restos a pagar de 2020, desde que cumprido o teto de gastos. A medida deixará o governo no seguinte dilema: ou executa a sua programação para 2021 ou o que ficou pendente do Orçamento deste ano.

Vem por aí/ A live de lançamento do livro Governance 4.0 para a covid-19 no Brasil, organizado pelo ministro Gilmar Mendes, pelo economista José Roberto Afonso e pela tributarista Hadassah Santana, sedimentou a necessidade de uma lei de responsabilidade social, nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A lição que ficou/ Na mesma live, o governador Ibaneis Rocha destacou as medidas que precisou adotar para tentar conter a disseminação rápida do vírus no DF. A mensagem geral foi a de que a Federação, sempre de cima para baixo no Brasil, obteve, em 2020, seu primeiro teste de fato. Diante da troca de ministros em meio à pandemia, o que resultou na falta de uma coordenação nacional para lidar com o problema, os governadores tiveram de se organizar, independentemente do governo federal. Se brincar, essa situação corre o risco de se repetir em relação às vacinas.

Climão I/ Os líderes do governo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estão se estranhando, mais uma vez. Esta semana, reclamaram que Maia encerra as sessões sem permitir a prorrogação para votar as medidas provisórias de interesse do governo e nem a BR do mar. Eles têm dito no Planalto que as matérias passam, porém, Maia não pauta. “Quem comanda a sessão é o presidente da Casa”, diz Ricardo Barros (foto), do PP-PR.

Climão II/ Da parte de Maia, seus aliados têm dito que, quando há acordo e pauta fechada, a Casa vota. Cabe ao governo buscar os acordos.

MP, muito além da Lava-Jato/ A revista Consultor Jurídico acaba de lançar o anuário do Ministério Público de 2020 — O Poder dos Poderes. O MP, que ficou famoso depois da Operação Lava-Jato, é considerado uma instituição ainda desconhecida, embora seja uma das mais importantes.

O caso “rachadinha” de Silas Câmara no STF é teste para Flávio Bolsonaro

STF
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Enquanto a maioria dos deputados estava dedicada às eleições municipais, coube ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Kassio Nunes Marques, jogar para escanteio um processo de “rachadinha” contra o coordenador da bancada evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).

O caso é visto com muita preocupação por uma parcela expressiva dos parlamentares, em especial por causa do senador Flávio Bolsonaro (RJ), do mesmo partido de Silas e suspeito de desvio de salário de servidores quando era deputado estadual.

Para quem não acompanhou o julgamento no STF, Nunes Marques pediu vistas e tirou o processo do plenário virtual, aquele em que os ministros vão colocando seus votos, para que o julgamento ocorra em sessão plenária, seja presencial ou por videoconferência.

Vale lembrar que o relator, Luiz Roberto Barroso, e o ministro Edson Fachin votaram pela condenação de Silas, por desvio de recursos de salários de servidores de gabinete, a cumprimento de pena cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, além de multa de R$ 110 mil e devolução de R$ 248 mil. Se o caso servir de jurisprudência, pode demorar, mas outros correm o risco de seguir pelo mesmo caminho.

PSB chega dividido

O PSB vai desembarcar em Brasília dividido para tratar da sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na presidência da Câmara. Uma parte deseja formação de bloco com os partidos de esquerda.

Outra, conforme adiantou a coluna no fim de semana, defenderá o apoio a Arthur Lira (PP-AL). Gratidão, informam os aliados de JHC, prefeito eleito de Maceió, é o maior dos sentimentos. Arthur foi muito importante para a vitória na
capital alagoana.

Coerente com o discurso

A intenção do governo de não prorrogar o auxílio emergencial tem sintonia com o desejo do governo. A ideia é de que as pessoas precisam seguir em frente, ainda que o vírus
esteja por aí.

Incoerente com a política

Até aqui, porém, os políticos aliados ao governo pressionam para que o presidente Jair Bolsonaro tente, ao menos, encontrar um meio termo. Querem uma forma de não deixar os eleitores que recebem esse auxílio suscetíveis ao discurso da oposição. Já basta a conta de luz mais cara.

A vida é feita de escolhas

O presidente, porém, não tem muita saída diante da falta de recursos. A não votação do Orçamento dará um alívio no início de 2021, uma vez que não terá ainda emendas parlamentares. Mas é só. Com falta de recursos, pressão inflacionária e o desemprego alto, o governo não pode arriscar piorar ainda mais as contas públicas.

Falha geral

O assalto que levou pânico a Criciúma (SC), a maior cidade do Sul de Santa Catarina, acendeu o pisca-alerta das forças de segurança no país. Faltou inteligência para prevenir esse tipo de crime, o segundo com as características de bandidos fortemente armados, e com tiroteios em vários pontos de uma mesma cidade. O primeiro foi em Ourinhos (SP).

Professor Paes I/ Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes promete se tornar um coordenador informal do grupo nas capitais. Ontem, por exemplo, falou com o prefeito eleito de Maceió, JHC, a quem dará alguns conselhos.

Professor Paes II/ Paes é considerado um construtor de pontes políticas e, da mesma forma que procurou Bolsonaro, vai contatar os novos prefeitos.

É LDO e recesso/ O anúncio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), de que a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias está pautada para 16 de dezembro, no plenário do Congresso, foi visto como uma senha de que o parlamento entre em recesso dia 18.

Briga até nisso/ O recesso é defendido pelos aliados de Arthur Lira, que não querem dar palanque para Rodrigo Maia em janeiro. A turma de Maia, porém, prefere o plenário funcionando em janeiro. A maior parte do tempo, porém, será dedicado aos acordos de bastidores. Afinal, com eleição do comando da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2021, e posse de prefeitos na virada do ano, a política continuarfá a pleno vapor.

PSDB, DEM e MDB encaminham união para Presidência da Câmara e de olho em 2022

de olho presidência 2022
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

Conhecido o resultado de hoje, a política passa à próxima fase do jogo rumo a 2022, a pré-campanha para presidente da Câmara. Vitoriosos nas urnas, PSDB, DEM e MDB caminham para uma união nessa próxima disputa e a construção é vista com um ensaio para projetos futuros.

Obviamente, a um ano e oito meses da abertura oficial da campanha presidencial, ninguém fala em nomes e nem é o caso agora. O objetivo é reunir forças e deixar o diálogo aberto a outros, como o Cidadania, PSB, PDT e Rede, por exemplo.

Afinal, quanto mais partidos estiverem juntos, melhor para evitar o sucesso eleitoral dos extremos em 2022 — leiam-se como extremos Jair Bolsonaro, à direita; e o Psol/PT, à esquerda.

Essa construção na Câmara, portanto, tem problemas, porque PSDB, DEM e MDB, juntos, não conseguem. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou que os partidos de centro escolhessem um candidato e ele apoiaria. A esquerda tem a mesma expectativa. Nesse caso, não será difícil Maia terminar como o único capaz de conseguir unir todos os grupos.

A quem serve

Com a prisão do hacker em Portugal e as ações no Brasil, a Polícia Federal passa, agora, a mapear as ligações da quadrilha com a política brasileira. Essa novela está apenas começando.

Ponto para Arthur Lira

Se o deputado JHC (PSB-AL) sair vitorioso, hoje, na disputa pela prefeitura de Maceió, o líder do PP, Arthur Lira, pode contar alguns votos em sua campanha para presidir a Câmara dos Deputados. O apoio do terceiro colocado, Davi Davino Filho (PP), a JHC foi considerado crucial para lhe garantir uma boa colocação neste segundo turno contra Alfredo Gaspar, o candidato da família Calheiros.

As contas de Bolsonaro

Fechadas as urnas, hoje, o governo fará uma radiografia dos partidos de centro que podem virar potenciais aliados do presidente mais adiante e tratar de atrair esse grupo. É o jeito de tentar montar um time para 2022, antes mesmo de o presidente Jair Bolsonaro escolher um partido.

Aposta eleitoral

Política não é uma ciência exata e, com base nisso, os governistas calculam que, se Bolsonaro estiver bem daqui a um ano e meio, a maioria dos prefeitos vitoriosos neste pleito, de partidos de centro, apostará na sua reeleição, independentemente de legenda.

Me dê motivo

Uma das razões apontadas pelos deputados para o Congresso não trabalhar em janeiro é a falta de pagamento por sessões extraordinárias. A do Centrão ligado a Arthur Lira é não dar palco para Rodrigo Maia, no último mês do demista como presidente da Câmara.

CURTIDAS

Serviço da hora/ Desde ontem, as equipes dos candidatos que concorrem neste segundo turno estão dedicadas a identificar notícias falsas espalhadas, em especial, por WhatsApp, considerada a rede social mais suscetível a esse tipo de crime.

Em modo avião/ O governo que não espere muito de Davi Alcolumbre (DEM) nesta primeira semana pós-segundo turno Brasil afora. A prioridade do presidente do Senado é a eleição em Macapá, no próximo domingo.

Sambinha de uma nota só/ No debate para prefeito do Rio de Janeiro, as respostas de Marcelo Crivella (Republicanos) ao adversário Eduardo Paes (DEM) foram todas acompanhadas da tentativa de associar Paes ao presidiário Sérgio Cabral. É o que resta ao prefeito/candidato para tentar virar o jogo, depois de uma administração que, se as pesquisas estiverem corretas, será reprovada, hoje, por larga maioria do eleitorado carioca.

O inimigo do meu inimigo…/ O senador Renan Calheiros (MDB-AL) acompanha a eleição em Maceió com um olho na Presidência da Câmara. Se JHC vencer, fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que Arthur Lira conquiste a Presidência da Câmara.

Enquanto isso, no Parlamento…/ O Legislativo está a praticamente três semanas do recesso. E só volta para valer em fevereiro. Para esta reta final, apenas medidas provisórias, como o projeto da BR do Mar e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Governo atuará para o fim do inquérito sobre interferência na PF em fevereiro

Bolsonaro e Moro
Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, de prorrogar por mais 60 dias o inquérito sobre interferência na Polícia Federal, deixa o Planalto sob pressão, mas com prazo para terminar e bem antes da eleição de 2022.

Os cálculos bolsonaristas apontam que, depois de fevereiro, o Brasil será outro e esse caso estará esquecido. Para isso, todos os esforços, agora, serão no sentido de trabalhar para que a investigação termine nesses 60 dias, sem mais delongas. Até lá, porém, a ordem é administrar o desgaste.

Ainda que o presidente Jair Bolsonaro tenha decidido não depor, os aliados dele dão como certo que será chamado novamente e, mesmo que o procurador-geral, Augusto Aras, peça o arquivamento mais à frente, o sossego, nesta seara, só virá quando a investigação for arquivada.

Onde mora o perigo

O caso de prorrogação do inquérito sobre a interferência na PF não está no rol de principais preocupações do Planalto. O que mais incomoda é o desemprego, na faixa de 14,6%, conforme divulgado ontem pelo IBGE, e a eleição para a presidência da Câmara.

Alerta de tsunami

Os setores produtivos já levaram ao Planalto sua preocupação com o fim do auxílio emergencial, em janeiro. Se não houver nada para compensar essa perda de receita dos mais necessitados, que fez a economia girar um pouco mais nesse período de pandemia, a parcela da população que Bolsonaro acredita ter ao seu lado buscará outro rumo.

Dividir para reinar I

Quem enxerga mais à frente os cenários políticos vê, nesse apoio do DEM e de outros partidos a Marília Arraes (PT), uma forma de insuflar ainda mais a divisão da esquerda, para 2022, em Pernambuco. Do jeito que está, ficará desunida até o fim dos tempos em Recife.

Dividir para reinar II

O raciocínio dos partidos de centro-direita em Pernambuco é que, com o PT governando a capital do estado e o PSB, o governo estadual, não haverá unidade nesse campo político. Assim, se as forças conservadoras conseguirem se unir, podem derrotar as forças que, no passado, já estiveram juntas sob a batuta de Miguel Arraes.

Curtidas

Sem embate final/ O cancelamento do último debate em São Paulo por causa do exame positivo de Guilherme Boulos para covid-19 tirou do candidato do PSol um movimento que era considerado crucial para tentar avançar sobre os votos de Bruno Covas (PSDB). Ele só tem chance amanhã se tirar votos do adversário, o que até agora não aconteceu.

A torcida pelo não voto/ Sem o embate e movimentos de rua, Boulos torce, agora, pelo #fiqueemcasa. É a única forma, avaliam seus aliados, de vencer Bruno Covas.

Quem diria…/ O bolsonarismo torce pela esquerda. A turma mais ligada ao presidente cogita votar em Guilherme Boulos para prefeito. Uma forma de tentar evitar que os tucanos continuem mandando na capital paulista e ajudem a fortalecer uma pré-campanha de João Doria. Quem diria.

… ele está se vacinando/ Ao dizer que não chamou a covid-19 de “gripezinha”, o presidente tenta, desde já, amenizar o estrago que isso pode fazer numa campanha. A afirmação da live da última quinta-feira, apostam aliados, já está devidamente arquivada para servir de imunizante eleitoral no futuro.

”Judicialização” de algumas questões continua sendo desafio de Fux à frente do STF

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

A bola desta reta final de 2020 está nos pés do Supremo Tribunal Federal, que decide desde datas de realização de concursos para adventistas do Sétimo Dia até a questão das vacinas, passando ainda pela preservação de restingas e manguezais e, de quebra, a eleição para os comandos da Câmara e do Senado. Isso mostra que o novo presidente do STF, Luiz Fux, não conseguiu colocar em prática o que pregou em sua posse — evitar a judicialização — e nem conseguirá no futuro. O único tema que caminha para que o STF abra mão de meter a sua colher é o da candidatura à reeleição nas duas Casas do Congresso. Como não há candidaturas oficiais, a tendência na Suprema Corte, hoje, é considerar o tema “interna corporis”, ou seja, de decisão pelo próprio Parlamento.

Vale lembrar que, em seu discurso de posse, Fux afirmou que “alguns grupos de poder não desejam arcar com as consequências de suas próprias decisões e acabam por permitir a transferência voluntária e prematura de conflitos de natureza política para o Poder Judiciário”, temas que, na avaliação do presidente do STF, deveriam ser debatidos em outras áreas. Ele alertou que isso leva o STF a um “protagonismo deletério, corroendo a credibilidade dos tribunais quando decidem questões permeadas por desacordos morais que deveriam ter sido decididos no Parlamento”.

Em tempo: antes da Lava-Jato e do mensalão, dizia-se, em Brasília, que tudo acabava “em pizza”. Agora, tudo acaba “em Supremo”.

Custo & benefício

Ao não prestar depoimento presencial aos procuradores no caso da denúncia de interferência na Polícia Federal, Jair Bolsonaro optou por se preservar. Afinal, um depoimento frente a frente com os investigadores poderia ter a presença de Sergio Moro, criando um palanque para um potencial adversário futuro. De quebra, o genioso presidente correria o risco de cair em alguma provocação.

Muito além do Amapá I
O governo federal teme que o apagão prolongado no Amapá fique pequeno perto de outros problemas energéticos que está tentando evitar. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) deve retomar, nas próximas semanas, um julgamento que pode determinar à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) o pagamento de R$ 600 milhões a uma empresa do Rio Grande do Norte que se diz prejudicada pelo atraso na entrega de uma linha de transmissão.

Muito além do Amapá II
A Advocacia-Geral da União (AGU) tem procurado os desembargadores para explicar que o valor é exorbitante, o dobro da concessão que a Chesf ganhou (de R$ 300 milhões em 30 anos) e que a despesa, se efetivada, fará com que toda a região Nordeste corra o risco de sofrer com apagão. A defesa da distribuidora alega que a outra empresa concordou, por escrito, com o atraso da obra e que não sofreu o prejuízo alegado.

Eduardo nas mãos de Maia
Apresentado o pedido para que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) seja afastado da presidência da Comissão de Relações Exteriores, conforme antecipou o Blog da Denise, no site do Correio Braziliense, agora só falta Rodrigo Maia (DEM-RJ) colocar para votar no plenário da Casa. Os autores, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Daniel Almeida (PCdoB-BA) e Fausto Pinato (PP-SP), têm recebido inúmeros telefonemas com pedidos para subscrever o requerimento.

A vez da monarquia/ Na hipótese de a Câmara aprovar o pedido dos deputados para que Eduardo Bolsonaro seja afastado da presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, quem assume é o vice-presidente, Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

Preventivo/ Certo de que a vitória de Bruno Covas ou Guilherme Boulos, no domingo, não lhe trará qualquer dividendo eleitoral, Bolsonaro promete não descuidar de São Paulo no próximo ano. Afinal, dizem seus aliados, não dá para descuidar do estado apontado como “celeiro de votos”.

Três vértices/ A avaliação dos bolsonaristas é a de que a velha polarização Bolsonaro x PT, que ganhou corpo em 2018, não servirá para 2022. Agora, há novos atores como Boulos, em São Paulo, que dividirão a ribalta da esquerda com o PT de Lula, o PDT de Ciro Gomes (foto) e, ainda, o PSB.

Por falar em PSB.../ A ida do ex-governador, ex-ministro e ex-deputado Ciro Gomes a Recife, esta semana, em apoio a João Campos, representou mais um lance rumo a 2022. Com PSB e PDT coligados na capital pernambucana, a visita de Ciro é lida como mais um gesto de afastamento do PT.

Briga pela presidência da Câmara compromete agenda

Publicado em coluna Brasília-DF

Coluna Brasília-DF

As promessas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de acelerar as reformas e as privatizações, depois de encerrado o processo eleitoral, não são compartilhadas pelos congressistas. Ali, não há consenso sequer sobre se a tributária deve ser votada antes da administrativa, ou vice-versa. O texto, então, nem se fala. Quanto às privatizações, muitos consideram que é preciso esperar mais um pouco para vender as estatais, em especial, a Eletrobras, porque, em plena pandemia, o preço seria inferior ao que a empresa vale.

E como pano de fundo de tudo isso está a disputa pela Presidência da Câmara, que já ganhou corpo e, se não for bem trabalhada, a abertura do Legislativo de 2021, em fevereiro, será marcada por um mar de mágoas e rusgas entre os partidos com os quais o governo espera contar para aprovar as propostas. Até aqui, o governo não ajudou a arrumar essa confusão. E, se entrar mal nessa onda de disputas, arrisca ver a sua agenda morrer na praia.

“Golpistas” não passarão

O PT resiste a apoiar o presidente do MDB e líder do partido, Baleia Rossi, para presidente da Câmara. Os emedebistas são considerados, entre os petistas, como os principais artífices do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Vale lembrar que, se os votos a favor do impeachment contarem na hora de escolher o candidato a presidente da Casa, Arthur Lira também votou a favor do afastamento da presidente, em 2016.

Cerco a Davi I

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, conseguiu levar o presidente Jair Bolsonaro ao Amapá, no sábado, mas continua dançando numa chapa quente. Além de ter de suar a camisa para reverter a queda de seu irmão Josiel nas pesquisas para a prefeitura de Macapá — a eleição está marcada para 6 de dezembro —, é alvo de pressões de todos os lados, sobretudo para manter a posição contrária à privatização do sistema elétrico.

Cerco a Davi II

No mesmo dia em que Bolsonaro passeava pelo Amapá ao lado de Davi e do ministro Bento Albuquerque, o Coletivo Nacional dos Eletricitários publicou carta aberta de uma página em jornais do estado com duras críticas ao ministro e à direção da Eletrobras, acusando-os de “desleixo e vileza” pelo apagão. O documento cobra do presidente do Senado: “Pedimos seu apoio na luta pela manutenção a Eletrobras estatal. A companhia possui, hoje, R$ 12 bilhões em caixa e está absolutamente pronta para apoiar a retomada do crescimento do país após a superação deste momento tão terrível”.

Quem vai pagar por isso?

A notícia de que o governo tem milhões de testes para detecção em estoque pode resultar em processos por crime de responsabilidade. A dúvida dos oposicionistas, hoje, é se ingressam contra Jair Bolsonaro ou contra o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ou ambos.

Recado I/ A foto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao lado de João Doria, no fim de semana, teve o intuito de mandar uma mensagem ao presidente Jair Bolsonaro. Algo do tipo: olha, você está com Arthur Lira, mas eu não estou sozinho.

Recado II/ Maia costuma se reunir com o governador paulista quase todas as semanas, a diferença é que não tem foto.

Sobrevivente/ O mesmo governo que faz, hoje, uma solenidade no Planalto para comemorar os 20 anos do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) apresentou proposta, no ano passado, para extingui-lo, com outros desse setor. A contar pela festa comandada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, mudou de ideia.

Partidos em baixa/ Na rodada da pesquisa XP/Ipespe, 41% dos entrevistados disseram não se lembrar do partido do prefeito em quem votaram em 15 de novembro. Mais uma demonstração de que o brasileiro continua distante da política.