Governo sem teto

Publicado em coluna Brasília-DF

O presidente Michel Temer bem que tentou coibir aumento de despesas a partir do teto de gastos, mas, pelo que se vê, a medida não surtirá efeito. À exceção de Henrique Meirelles, um dos pais da ideia, a maioria dos candidatos se prepara para rever a regra. É que várias projeções indicam que, em 2021, para cumprir o teto, o país terá de reduzir as despesas abaixo do mínimo considerado necessário para o funcionamento da máquina pública. O Instituto Fiscal Independente (IFI), que divulgou relatório ontem, reforça essa visão e decreta que superavit só mesmo em 2022, ou seja, no último ano de mandato do próximo presidente.

A guerra da hora

Está um pandemônio entre as equipes dos candidatos a presidente da República. É que a Rede TV! planeja deixar um púlpito vazio na próxima sexta-feira para marcar o lugar do ex-presidente Lula. A maioria dos postulantes quer repetir o modelo adotado pela Band, que abriu o ciclo de debates na tevê.

Segundo round

Hoje tem reunião para tratar desse assunto do púlpito. Se prevalecer o lugar vazio no palco, a maioria vai brigar para que não sejam feitas perguntas para Lula.

A estreia de Haddad

O movimento em Brasília, amanhã, é pelo registro da candidatura de Lula, mas o que o mercado vai dar uma olhada mesmo é na fala de Fernando Haddad, hoje, no “Diálogo com os presidenciáveis”, promovido pela União Nacional das Entidades do Comércio e Serviços (Unecs). O mercado já calcula que o ex-prefeito será o candidato.

A mágoa de Ciro

Por mais que Ciro Gomes esteja cuidando da própria campanha, sem ligações com o PT no momento, ele não consegue disfarçar aos amigos a decepção com o ex-presidente Lula. Os mais fiéis escudeiros dele lembram que Lula, preso na carceragem, em Curitiba, recebeu Renan Calheiros, mas não o seu ex-ministro da Integração.

Chapa sem cabeça

A desistência da senadora Simone Tebet (MDB-MS) em concorrer ao governo do estado criou um problemão para o partido no berço político do ministro Carlos Marun. Oficialmente, a senadora não quer disputar porque pretende ter tempo para as filhas. Mas, nos bastidores, há quem diga que Simone não quer ser obrigada a ficar justificando os malfeitos que levaram o ex-governador para a cadeia. O desafio agora é encontrar quem queira assumir essa dura missão.

Mudança radical/ Quem se acostumou com o falante Luiz Fux no comando do Tribunal Superior Eleitoral pode se preparar para novos tempos. Amigos da nova presidente do TSE, ministra Rosa Weber, garantem que ela é adepta da máxima de que juiz só fala nos autos.

Pistas/ Agora, quem acompanha os votos da ministra assegura que os candidatos arriscam levar um pito, se forem reclamar do repasse de 30% de recursos para as mulheres. Rosa, em vários votos, defendeu que são necessárias medidas para fortalecer a participação da mulher na política.

O photoshop de Kátia Abreu/ O PDT planeja mudar a foto que a candidata a vice na chapa de Ciro Gomes, senadora Kátia Abreu (foto), do PDT-TO, publicou no Twitter como se fosse a oficial da campanha e terminou causando o maior alvoroço. Era apenas uma “prova”.

Saldo/ No fim das contas, os pedetistas acreditam que o saldo geral desse mimimi foi positivo. Ajuda a tornar a senadora mais conhecida do eleitorado.

Por falar em saldo…/ A marcha dos sem-terra em direção a Brasília para pressionar pelo registro da candidatura de Lula corre o risco de tirar votos do petista, por causa dos engarrafamentos quilométricos. Para compensar, os sem-terra comemoraram a chegada com um forró ontem à noite. De outra coisa, muitos brasilienses, invariavelmente, reclamam: barulho.

PT versus PT

Publicado em coluna Brasília-DF

Com Fernando Haddad confirmado candidato do PT a presidente da República, o deputado Andres Sanchez (PT-SP) está a um passo de pedir desfiliação do partido. A bronca entre os dois é antiga e vem desde os tempos da Copa do Mundo. É que, quando Gilberto Kassab (PSD), hoje apoiador do tucano Geraldo Alckmin, era prefeito de São Paulo e a arena do Corinthians era promessa para sediar a abertura do Mundial, a prefeitura fechou um acordo com o clube para emissão de títulos (Certificados de Incentivos de Desenvolvimento, Cids). O Corinthians daria os títulos como forma de pagamento para a Odebrecht. A gestão Haddad, que veio logo depois, cumpriu o acordo e emitiu os títulos. O Ministério Público questionou a operação e os valores dos títulos caíram. A direção do clube queria que a prefeitura recomprasse os papéis pelo valor de face. A prefeitura rejeitou e o Corinthians ficou com o “mico” de R$ 420 milhões na mão.

» » »

Sanchez não é o único insatisfeito com a escolha de Haddad. Há uma parcela do próprio partido que vai insistir em Jaques Wagner. Sinal de que, sem Lula, o PT tende a perder a aparente unidade e a expor suas divisões internas. E, reza a lenda, quem começa uma campanha às turras não chega a lugar algum. Haja visto o PSDB nas quatro últimas eleições.

Últimos atos
Ministros do Supremo Tribunal Federal reclamam em conversas reservadas que a presidente, ministra Cármen Lúcia, dividiu a Corte. Mal sabem eles que vem mais por aí. Além da defesa do fim dos penduricalhos salariais dos magistrados, ela prometeu ao filho de Wladimir Herzog que vai cobrar um posicionamento da Corte sobre o assassinato do jornalista nos porões da ditadura militar.

A “tomada de Brasília”
Os petistas querem aproveitar o registro da candidatura de Lula na próxima quarta-feira para testar seu poder de mobilizar multidões. Até aqui, o partido não conseguiu provocar uma comoção nacional pela liberdade de Lula. Se não conseguir agora, não haverá outra grande oportunidade.

Foro adequado
A tendência dos integrantes da Mesa Diretora da Câmara é levar o pedido de cassação de Paulo Maluf para o plenário da Casa. Em ano eleitoral, será a chance de os parlamentares como um todo dizerem que não compactuam com malfeitos. A ordem é sacrificar um para tentar preservar o todo.

Temer é brasileiro…
…Não desiste nunca de tentar melhorar a popularidade. Esse é um dos fatores que levaram o governo a antecipar para setembro os financiamentos de imóveis até R$ 1,5 milhão pelo FGTS. Agrada o segmento da construção civil e a parte do eleitorado considerada formadora de opinião.

CURTIDAS

O ânimo da tropa / Deputados e senadores não têm dúvidas de que Geraldo Alckmin, se chegar ao segundo turno, será presidente da República. Porém, para passar à segunda fase, terá que apresentar um desempenho melhor nas pesquisas para fazer com que as estruturas que o apoiam peçam votos para o candidato tucano. Até aqui, a sensação geral é a de que esse movimento está fraco.

Por falar em Geraldo…/ O candidato do PSDB foi aconselhado a evitar fotos ao lado de enroscados na Lava-Jato. Apoio não se rejeita. Porém, andar abraçadinho, não dá.

…quem está do lado dele, é ela/ Dona Lu Alckmin (foto) comentou com a coluna logo depois do debate que não terá agenda paralela. Circulará pela campanha sempre ao lado do marido. Pelo menos, por enquanto.

Dias dos Pais / Se você ainda tem seu pai por perto, não se esqueça de abraçá-lo hoje. Feliz Dia dos Pais a todos.


CB Online / Correio iPad
Diários Associados
www.correiobraziliense.com.br
Tel.: +55 (61) 3214-1330 / 1334

Reajuste do Judiciário nas mãos do eleito

Publicado em coluna Brasília-DF

Reajuste do Judiciário nas mãos do eleito

Todos os candidatos a presidente, sem exceção, prometem pedir revisão da proposta de Orçamento que o governo do presidente Michel Temer enviará ao Congresso em 20 dias. Nessa revisão, estará uma tentativa de acordo com o Poder Judiciário para baixar os 16% de reajuste salarial incluído na proposta que o Supremo Tribunal Federal mandará ao Congresso.

» » »

Em tempo: presidente eleito, com a expectativa de poder em alta, costuma ter sucesso quando chama qualquer setor para diálogo. Lula fez isso com a classe empresarial e com os servidores públicos. Collor, com confisco da poupança e tudo, obteve uma trégua. Com o eleito e o Judiciário, não será diferente.

Lula e Collor

Em conversas reservadas, petistas consideram que não está tão ruim o fato de o candidato não poder participar dos debates. Há quem considere que, em 1989, Fernando Collor não participou dos debates de primeiro turno, chegou à final e ganhou a eleição. Lula e o vice, Fernando Haddad, ainda têm uma vantagem: não podem ser cobrados ou atacados pela ausência.

Pela raiz

O debate da Band, tradicionalmente, serve para dar ao mundo da política um cenário de quem são os candidatos mais promissores. Desta vez, fez crescer a certeza de que, embora Geraldo Alckmin não vá tão bem nas pesquisas quanto muitos esperavam, os adversários acreditam que ele pode chegar à final. A ordem entre os concorrentes é desgastá-lo agora, antes da temporada de propaganda eleitoral, quando o tucano vai prevalecer na telinha.

Limão & limonada

Na seleta plateia de empresários em São Paulo, Geraldo Alckmin explicou a aliança com o Centrão de um jeito que todos os presentes conhecem. “Criticam-me porque fiz aliança com partidos de centro, que todos queriam. Mas, para governar, é preciso ter apoio. É melhor fazer antes, porque é em torno de projeto de governo, do que depois ficar fazendo qualquer tipo de acordo”, disse. “Ainda me deu oportunidade de escolher uma pessoa maravilhosa, a senadora Ana Amélia.” A plateia se desdobrou em aplausos.

Alvaro e Rosso

A turma de Alvaro Dias (Podemos), que está com dificuldades de fortalecer os palanques estaduais, saiu do debate da Band comentando que Rogério Rosso (PSD) é uma das apostas para dar mais visibilidade ao candidato. Falta, porém, combinar com o restante do PSD, que fechou coligação com o tucano Geraldo Alckmin.

A hora deles I/ Fora dos debates, Fernando Haddad, do PT, e João Amoêdo, do Novo, terão a oportunidade de expor suas ideias a uma plateia do mundo real. Eles foram convidados pela União Nacional de Entidades de Comércio e Serviços (Unecs) a participar do diálogo com os presidenciáveis nesta terça-feira, em Brasília.

A hora deles II/ Haddad já confirmou presença, assim como Geraldo Alckmin, do PSDB; Marina Silva, da Rede; Alvaro Dias, do Podemos; e Henrique Meirelles, do MDB. Amoêdo, ainda não. Nem Jair Bolsonaro, do PSL. A Unecs congrega várias associações de comércio, atacadistas, bares, restaurantes, lojistas e por aí vai.

No popular/ Terminado o debate da Band, ficou a certeza de que o candidato do Patriota, Cabo Daciolo, vai animar o desfile dos presidenciáveis no quesito “caricatura” em nome de Jesus. Guilherme Boulos, do PSol, não fica atrás. Saiu dali com o título de melhor frase feita, depois de sacar os “cinquenta tons de Temer”, referindo-se aos adversários cujos partidos apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Por falar em Daciolo…/ Há quem explique a participação dele no debate: é passar a ideia de que Jair Bolsonaro é um sujeito equilibrado e sereno. Faz sentido.

Cirão da massa/ Na plateia do debate, o deputado Beto Mansur (foto), do MDB, retrucou ao ouvir Ciro Gomes dizer que vai tirar todo mundo do SPC. “Vou votar no Ciro para pagar minhas dívidas! Pode escrever!”

Efeito cascata e janela para a Previdência

Publicado em coluna Brasília-DF

Na surdina, deputados e senadores comemoraram o reajuste de 16% aprovado por 6 a 4 pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). É que, com essa decisão, há um grupo que se sentirá mais à vontade para tratar do tema, depois que a eleição passar, propondo inclusive o mesmo percentual.

Há quem diga que, se os deputados seguirem o plano de buscar o mesmo reajuste, o presidente eleito, seja quem for, terá condições de apelar para as dificuldades orçamentárias e, antes mesmo de tomar posse, pedir que eles arrumem receita para não ampliar o deficit de
R$ 139 bilhões que espera o próximo governo. E, nesse sentido, leitor, saiba de antemão que quem vai pagar essa conta são os meus, os seus e os nossos.

É a bancada, estúpido!
A insistência de Lula para fazer do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad candidato está diretamente relacionada à necessidade de o partido eleger de 10 a 14 deputados federais no estado, celeiro dos votos no país. A ideia é que com um candidato paulista à Presidência da República e ao governo estadual fica mais fácil.

Na ponta do lápis
O PT calcula que, se sair com pelo menos 10 deputados de São Paulo e eleger dois em cada um dos demais estados, terá condição de fazer a maior bancada e, com isso, tentar comandar a Câmara no ano que vem.

Tudo pelo partido
André Fufuca, do PP do Maranhão, que pediu vistas no processo do STF que pediu a cassação de Paulo Maluf (PP-SP), só deve entregar o caso para avaliação da Mesa Diretora depois da eleição. Espera, assim, ajudar o partido a não ficar em evidência pelos malfeitos de Maluf. O PP sonha em fazer uma grande bancada para mandar na Câmara, e em qualquer um que vencer a eleição. Investirá todo o fundo partidário nesse projeto. Maluf, se fosse cassado agora, seria um incômodo.

E eles conseguiram
O Senado ainda trabalhou ontem, mas, na Câmara, só quem conseguiu emplacar alguma coisa foi a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Foi instalada a comissão especial da MP 843. A medida trata do programa Rota 2030, sobre as regras e incentivos para o setor automotivo.
A votação da MP, porém, é outra história. Vence em 16 de novembro, ou seja, haverá pouco tempo para análise depois da eleição.

Ligações/ À boca pequena, comentava-se ontem que o voto de Cristiane Alkmin pelo arquivamento do processo contra a Rodrimar no Cade está diretamente relacionado ao fato de a conselheira ter trabalhado para o grupo Libra, que também é favorável à taxação da entrega de contêineres aos terminais retroalfandegados.

Ligações II/ Para quem não se lembra, o grupo Libra é aquele de Gonçalo Torrealba, que chegou a ter a prisão decretada pelo ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, na Operação Skala, a mesma que teve como alvo amigos do presidente Michel Temer.

Ligações III/ Torrealba foi muito ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha, e não eram poucas as fotos do casal Cunha com Carina e Gonçalo Torrealba pelo mundo afora nos tempos de bonança, inclusive em Barbados, um paraíso natural e fiscal.

CB.Poder/ O deputado Paulo Teixeira (foto), do PT-SP, disse ao programa CB.Poder que a TV Globo foi culpada da sentença a Lula. Na avaliação dele, assim que “baixar a poeira”, a condenação em segunda instância será revista pelos tribunais superiores. O programa está disponível no Facebook do Correio Braziliense.

O teatro da estrela

Publicado em coluna Brasília-DF

Nas últimas reuniões, os petistas respiraram aliviados quando souberam que Fernando Haddad não poderá representar Lula no debate da TV Bandeirantes, amanhã, que abre a temporada oficial de confronto direto entre os candidatos a presidente da República. Também não vão fazer força para que ele seja incluído. Haddad chegaria para o evento numa condição diferente dos demais e, de quebra, ainda seria obrigado a ficar na defensiva, com todos os titulares das chapas presentes dizendo que Lula está preso, condenado por recebimento de propina, e coisa e tal. Nesse sentido, comentam deputados do partido, o melhor mesmo é ficar longe, insistir na presença de Lula, que eles sabem ser impossível, e, assim, manter o discurso de perseguição ao candidato, dando ao ex-presidente o papel de vítima e não de condenado, o que ficaria claro se ele pudesse participar do debate.

Alerta máximo no PSDB
Os tucanos pra lá de preocupados. Consideram que especulações sobre possíveis delações que ainda não foram fechadas e que poderiam citar Geraldo Alckmin como receptor de caixa dois estão saindo sob encomenda para mexer na Bolsa de Valores. Ontem, por exemplo, a Bolsa caiu depois de publicações em sites de notícias de que Alckmin seria citado numa delação. O PSDB vai estudar como se precaver do que considera “ataques especulativos” contra seu candidato para que alguém ganhe dinheiro no mercado financeiro.

Se correr, o bicho pega…
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, enfrentará hoje o pior dilema deste esforço concentrado. Decidir o que fazer com relação à deliberação do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido de perda de mandato de Paulo Maluf: se a Mesa Diretora concluir pela cassação, sem passar pelo plenário da Casa, Rodrigo perderá votos dos seus pares para a reeleição.

… se ficar, o bicho come
A outra solução, levar para o plenário, também não é a ideal para o presidente da Casa. É que, se não houver quórum para decidir e Maluf não for cassado, soará como uma manobra para preservar o parlamentar.

Enquanto isso, no Planalto…
Por ali, a sensação entre os próprios assessores palacianos é a de que o governo realmente acabou. Até as visitas de deputados e senadores ao presidente Michel Temer reduziram.

Em Minas, primeiro turno
Deputados que apoiavam a candidatura de Márcio Lacerda (PSB) começam a rumar para a candidatura de Antonio Anastasia (PSDB). É que, por lá, a polarização PT versus PSDB está consolidada, sem espaço para uma terceira via. Lacerda (PSB) depende ainda da Justiça e foi vetado pela direção nacional do partido. Rodrigo Pacheco (DEM) será candidato ao Senado na chapa de Anastasia (PSDB). Jô Moraes (PCdoB) será a vice de Pimentel. Assim, a eleição de governador será definida em 7 de outubro.

Deixa quieto/ Deputados do PT comentaram à boca pequena no plenário da Câmara que Lula, fora do debate da Band, está preservado de perguntas, tais como: “O sr. está vindo de onde mesmo? Ah, da cadeia”.

Filhotes da Lava-Jato/ Numa mesma coligação no Rio de Janeiro, estarão, pelo menos, quatro parentes de presidiários: Marco Antonio Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral; Danielle Cunha, filha de Eduardo Cunha; Leonardo Picciani, filho de Jorge Picciani; Franciane Motta, mulher do deputado estadual
Paulo Melo.
Molón é Ciro/ Alessandro Molón (PSB-RJ, foto) fará campanha para Ciro Gomes. “É o único candidato do campo progressista que, se estiver no segundo turno, pode vencer a eleição”, acredita.

Homenagens a Ari Cunha/ Em sua primeira fala após o recesso, o senador Reguffe enalteceu o trabalho do jornalista Ari Cunha, falecido na madrugada do dia 31. “Gentil, cordato, educado, e que sempre dava espaço a novas ideias. Ari Cunha honrou o jornalismo do DF”, disse, mandando ainda um abraço a Circe Cunha, que fazia parceria com o pai na coluna Visto, Lido e Ouvido.

O “suplente” presidencial

Publicado em coluna Brasília-DF

Com Lula preso, Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) combinaram de percorrer o país juntos em campanha, como se a chapa fosse formada pelos dois. Assim, diante de uma campanha curta e com a perspectiva de a Justiça logo ali na frente impugnar a candidatura do ex-presidente, já estará consolidada a parceria. Conforme a coluna divulgou há mais de um mês, os petistas já contam com uma derrota no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas ainda acreditam na possibilidade de o ex-presidente conseguir a candidatura por liminar do Supremo Tribunal Federal, a depender de quem for o relator.
No caso de Lula conseguir uma liminar, Haddad renunciará a vice e Manuela assumirá. Na hipótese de Lula ser impugnado, Haddad passa à cabeça de chapa e Manuela, à vaga de vice. Na prática, Haddad está na chapa para substituir Lula e a vice é Manuela. Como o PT não queria abrir mão da cabeça de chapa de modo algum, Lula inventou a suplência da candidatura presidencial.

O medo do PT e do PCdoB
Nas reuniões mais fechadas do último fim de semana, os petistas avaliaram que o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, ganhou terreno demais nesses últimos dias, embora as pesquisas divulgadas e registradas ainda não tenham detectado. Com muito jeito, aliados de Alckmin uniram forças em estados importantes, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Por isso, a hora é de se preparar para enfrentar o tucano e não mais o ex-capitão Jair Bolsonaro, do PSL.

A volta de Delcídio
Ex-líder do governo Dilma acusado de tramar a fuga de Nestor Cerveró do país e inocentado, depois, pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-senador Delcídio do Amaral será candidato ao Senado pelo PTC de Mato Grosso do Sul.

Sem estresse
Delcídio não terá problemas com seus colegas de partido. O senador Fernando Collor votou a favor da revogação da prisão em novembro de 2015. E o candidato a presidente da República apoiado pelo PTC, Álvaro Dias, não compareceu à sessão.

O pulo de Adalclever
O MDB tem lá seus motivos para insistir na chapa de Márcio Lacerda ao governo de Minas Gerais. É que não existe hoje uma vaga ao Senado à sua disposição, nem no PT, tampouco no PSDB. Além disso, se der errado, terão o ex-prefeito fazendo campanha para Adalclever Lopes na cabeça de chapa. Se brincar, ainda terão a foto de Márcio na urna eletrônica.

Mal-estar na Câmara/ Candidato a presidente da República pelo Patriotas, o deputado Cabo Daciolo (foto) vai ter que se explicar à Mesa Diretora da Câmara. No discurso de lançamento da candidatura, o pastor mandou ver contra o Congresso: “Tem exceções? Poucas. Aquilo ali é uma quadrilha. Não votam pauta nenhuma para o povo, só medida provisória e para banqueiros, maiores vilões e bandidos da Nação”.

Foi ele!/ Muitos, ontem, atribuíam a José Dirceu as dificuldades de fechar a chapa. É que o ex-ministro não queria o ex-prefeito Fernando Haddad no topo da cena política com o nome do PT.

Numerologia/ Os candidatos do PSL ao Senado estão meio constrangidos por causa dos três números da candidatura. Ninguém quer ser o 171, popularmente conhecido como o número dos estelionatários.

Mulheres na campanha/ Depois do impeachment de Dilma, muitos diziam que as mulheres não teriam mais chances numa eleição presidencial. Porém, há duas candidatas, Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU). E cinco vices: Ana Amélia Lemos, de Geraldo Alckmin (PSDB); Kátia Abreu, de Ciro Gomes (PDT); Sônia Guajajara, de Guilherme Boulos (PSol); Suelene Balduíno, de Cabo Daciolo (Patriotas).
A quinta é Manuela D’Ávila,
que será incluída na chapa petista
mais à frente.

Lula quer limpar a área

Publicado em coluna Brasília-DF

Dois movimentos de Lula deixaram os integrantes das legendas mais à esquerda com a certeza de que o ex-presidente não quer apoiar ninguém que não seja de seu partido e, mesmo na condição de detento, quer retirar os adversários do campo do PT “na marra”. Primeiro, foi o torniquete à candidatura de Ciro Gomes, do PDT, com o acordo entre PT e PSB. Agora, vem a proposta para que o PCdoB retire Manuela D’Ávila do páreo, feche aliança com o PT e fique à disposição para quando Lula decidir apresentar a deputada gaúcha como candidata à vice na composição encabeçada por um petista. Pela interpretação do Tribunal Superior Eleitoral, a chapa tem que ser fechada e registrada no sistema do TSE até dia 6, 24 horas depois de encerrado o prazo de convenções. Lula não quer cumprir o prazo.

» » »

Tem gente revoltada no PCdoB, que se reúne hoje em São Paulo para discutir o assunto. Afinal, aos poucos, descobre-se que Lula não quer um vice agora, porque precisa posar como candidato sozinho, sem outro representante, pelo menos, até 15 de agosto, quando, então deverá indicar um outro petista para a própria vaga, sem precisar correr o risco de que um vice de outro partido, no papel de “parceiro de Lula”, acabe caindo nas graças daqueles que hoje votam no ex-presidente. Para muitos, ficou cristalino que Lula e o PT, mais uma vez, querem tudo para si.

As viagens de Lupi

O presidente do PDT, Carlos Lupi, está percorrendo o país e organizando as chapas. Em São Paulo, avisou o PSB, do governador Márcio França, que o partido vai desembarcar como já fez em Pernambuco, em relação a Paulo Câmara. A amigos, Lupi tem dito que não dá para apoiar aqueles que se uniram para tirar espaço do candidato do PDT, Ciro Gomes. “Quem pariu Matheus que o embale. Vou cuidar do meu time”, diz o comandante pedetista.

Águas passadas

As diferenças entre o líder do PSB na Câmara, Júlio Delgado (PSB-MG), e o PT não são mais tão contundentes a ponto de levar o deputado a descartar aliança. Júlio, que fez um parecer pela cassação do mandato de José Dirceu no passado, diz que o partido fará o que for melhor para os socialistas. O que será, ele diz ter até domingo para discutir.

Baixas calorias

O ex-deputado Paulo Delgado, cada vez mais livre depois que se desfiliou do PT, retomou o bom humor com toda força. E já fala até em um segundo turno “diet”. “Para um país que está precisando de dieta equilibrada, nada melhor do que um segundo turno entre as chapas de Marina/Eduardo Jorge e Geraldo Alckmin/Ana Amélia”, diz ele.

Segurança no campo

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, apresenta na semana que vem à Confederação Nacional de Agricultura (CNA) um esboço da proposta governamental para tentar conter o roubo de gado e das lavouras espalhadas pelo país. A reunião de Jungmann com o presidente da CNA, João Martins, é desdobramento dos encontros do semestre passado, quando a confederação apresentou um quadro preocupante da situação no interior do país.

A chapa da língua afiada/ O deputado Sílvio Costa (Avante-PE), que sempre foi bastante eloquente, se mostra pronto para assumir a vaga de vice numa chapa encabeçada por Ciro Gomes. “Ninguém é candidato a vice, mas será um privilégio ser vice de Ciro. Será uma chapa ficha limpa, de um Brasil honesto e decente”, diz ele à coluna, sem, no entanto, citar o temperamento de ambos.

Por falar em ficha limpa…/ Os candidatos tentam, mas a realidade bate à porta. Em busca de tempo de tevê, o Podemos, do candidato a presidente da República, Álvaro Dias, terminou encostado no PTC, de… Fernando Collor.

Por falar em Pernambuco…/ A certeza da vitória na convenção nacional do partido é tal que os pernambucanos sequer virão a Brasília para ouvir o discurso daqueles que rejeitam a tal neutralidade, com restrição de alianças a partidos de esquerda. É que a convenção estadual está marcada para o mesmo dia e mesmo horário.

Dê tempo ao tempo/ A aposta é de que a vereadora Marília Arraes vai acabar desistindo da guerra contra o PSB e terminará fazendo uma campanha à deputada federal.

Enquanto isso, no PSDB…/ O candidato Geraldo Alckmin faz hoje a sua convenção com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto). Antes, entretanto, passará nas convenções do PR e do PPS. Aliás, nos últimos dias, ele teve uma maratona de convenções e apoios, ganhando musculatura política. Resta saber se essa grande estrutura defenderá e trabalhará pelo candidato no mundo real e virtual.

Uma vice, dois objetivos

Publicado em coluna Brasília-DF

A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.

Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.

A Mega-Sena petista I

O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.

A Mega-Sena petista II

A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.

Ciro aposta na rebelião

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.

A voz da experiência

O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.

Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.

Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.

Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.

Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.

Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.

Uma vice para dois objetivos

Publicado em coluna Brasília-DF

A escolha da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) para candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin representa uma faca de dois gumes. Em um deles, o candidato aponta para o partido, uma vez que a senadora é considerada um dos melhores quadros do PP e, até por não ser “unha e carne” com Ciro Nogueira, enrolado na Lava-Jato, mostra que Alckmin não pretende compactuar com malfeitos.

Ciro Nogueira, por sua vez, fica mais confortável com essa construção e, como não é ligado a Ana Amélia Lemos, pode largar a candidata à própria sorte, se, na segunda metade de setembro, sentir que Alckmin não terá qualquer chance de passar ao segundo turno. É o PP no modo MDB de decidir as coisas.

A Mega-Sena petista I

O PT aposta que consegue manter Lula candidato, pelo menos até o fim da campanha presidencial em primeiro turno. E tudo graças aos recursos judiciais que apresentará em caso de não homologação da candidatura. Os cálculos de prazos feitos pelo partido, contando embargos, envio ao Ministério Público e tudo o mais, chegam muito próximo à data da eleição. Falta, obviamente, combinar com os ministros do Supremo Tribunal Federal.

A Mega-Sena petista II

A torcida é para que, no Supremo, o recurso em prol da candidatura caia nas mãos de um ministro mais alinhado a Lula. Se conseguir algum bem bonzinho, será melhor que Mega-Sena acumulada. Difícil de ganhar, mas não impossível.

Ciro aposta na rebelião

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, aposta na falência do pouso forçado do PSB ao lado do PT. Em Minas Gerais, Márcio Lacerda promete manter a candidatura e o PSB terá que intervir para demovê-lo. Em Pernambuco, Marília Arraes reuniu mais de 200 delegados. Ou seja, vai dar trabalho.

A voz da experiência

O presidente do PDT, Carlos Lupi, que entende como ninguém o funcionamento da burocracia partidária, vê que a intervenção para retirar candidato próprio é mais difícil.

Manda quem pode…/ …obedece quem tem juízo. O candidato do DEM ao governo do Distrito Federal, Alberto Fraga, tem um motivo a mais para apoiar Geraldo Alckmin na campanha a presidente da República: é que quem vai financiar a campanha é o partido. E ACM Neto não deseja ver o DEM apoiando Jair Bolsonaro.

Derrotado, eu?/ O ex-presidente do Senado Renan Calheiros (foto) chegou à convenção do MDB prometendo um discurso forte. O evento terminou e nada da fala do senador alagoano. Explica-se: não queria ser o “dono” da derrota, depois que apenas 15% dos convencionais presentes optaram pela neutralidade, o que marcou uma vitória estrondosa de Henrique Meirelles no partido.

Repete aí!/ O deputado Efraim Filho (DEM-PB) aproveitou a convenção do partido em Brasília para pedir uma gravação dos colegas para colocar nas redes sociais. O deputado Mandetta (MS), médico, atendeu prontamente o pedido: “Atenção, médicos, estou aqui com Efraim Filho, 2505 …”, e coisa e tal. Eis que depois daquele discurso entre sorrisos com direito a pose para foto, Efraim se vira para o amigo: “Obrigado, mas, 2505 deve ser o seu. O meu é 2511”. Mandetta, muito sem graça, pediu para gravar de novo.

Tô, mas falta ensaio/ Na convenção nacional do DEM que selou o apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente da República, só o deputado Alberto Fraga, pré-candidato ao governo do DF, levou militantes e adesivos de campanha. Todas as vezes em que o parlamentar era citado, os apoiadores levantavam bandeiras e se desdobravam em aplausos. Quando chegou a vez de Alckmin ser apresentado, os aplausos foram mínimos e as bandeiras permaneceram enroladas.

Destravou/ Alckmin (PSDB) e Ana Amélia (PP); Marina Silva (Rede) e Eduardo Jorge (PV); Álvaro Dias (Pode) e Paulo Rabello de Castro (PSC); Henrique Meirelles (MDB) com o PHS. Falta praticamente apenas Ciro Gomes e o PT definirem seus vices.

Vice de Alckmin não será do DEM

Publicado em coluna Brasília-DF

Aos poucos, os nove partidos que compõem a aliança do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, vão afunilando a escolha do vice. Ficou definido, por exemplo, que o Democrata não indicará o nome para compor a chapa para dar espaço a outros partidos. É que o DEM ocupa a Presidência da Câmara com Rodrigo Maia que, de acordo com o regimento da Casa, pode disputar a reeleição. E, em relação à distribuição de poder, em caso de vitória de Alckmin, um presidente da Câmara tem muito mais influência do que um vice-presidente da República. Portanto, o DEM está fora.

Até aqui, têm mais chances de emplacar um nome para vice de Alckmin o Solidariedade e o PP de Ciro Nogueira, nesta ordem. Quanto a nomes, de Aldo Rebelo (SD) à senadora Ana Amélia Lemos, há de tudo um pouco.

Isonomia no cárcere
Desde a liminar em que o desembargador Ney Bello autorizou a condução de Luiz Estevão sem algemas, os agentes penitenciários estão com dificuldades. Já teve detento que ameaçou criar problemas, se não tiver os mesmos benefícios do empresário. “Vocês dão muita colher de chá para o Luiz Estevão e nada para nós”. Teve gente que recebeu isso como um aviso.

PT e o funil
O ex-governador Jaques Wagner já foi homologado candidato ao Senado pelo PT da Bahia. Logo, dizem alguns, está fora da lista de potenciais substitutos de Lula se o ex-presidente não conseguir registrar a candidatura.

PT e o tempo
Internamente, muitos têm certeza de que o Tribunal Superior Eleitoral não vai homologar a candidatura do ex-presidente. E há quem diga que, em 20 de setembro, último dia para a troca, de acordo com a lei eleitoral, restará um período muito curto para que o eleitor tenha conhecimento do substituto. O comando partidário, entretanto, não quer discutir isso. A ordem é viver cada dia a sua aflição. E a da hora é conseguir criar um movimento em prol da presença de Lula na eleição.

Resumo da ópera
A tendência do PSB é terminar apenas delimitando o campo das esquerdas para seus filiados, sem fechar o apoio a nenhum dos presidenciáveis. Até domingo, a pressão do PT por essa solução será grande. Os petistas sabem que não terão o apoio fechado do PSB.

Ninguém desistiu de buscar aliados
Candidato a presidente da República pelo Podemos, o senador Álvaro Dias conversará hoje com o PSC, que já homologou a candidatura de Paulo Rabelo de Castro. Se der certo, Paulo Rabelo será candidato a vice na chapa do senador, dando musculatura à campanha do Podemos e mais dor de cabeça para Geraldo Alckmin no centro-sul do país. O tucano até aqui encorpou, mas não decolou. Aliás, tirando Lula e Bolsonaro, ninguém empolgou nesse período de pré-campanha.

Prática costumeira em Brasília/
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, foi para a reunião dos partidos no carro oficial do Senado.
É, pois é.

Compadres/ O ministro das Cidades, Alexandre Baldy (foto), hospedou o deputado Rodrigo Maia, em Miami, no recesso. Explica-se: Maia precisou sair do país porque, se ficasse, teria que assumir a Presidência da República durante a viagem de Michel Temer à África do Sul.

Faz sentido/ Já tem gente pensando em mudar a lei e desobrigar os presidentes da Câmara e do Senado a deixarem o país quando não puderem assumir a Presidência. É que, pela lei eleitoral, se Maia assume o cargo de presidente da República, não pode concorrer a outros postos.

Dia D/ Com todos de volta, o dia será de intensas reuniões, hoje, em Brasília, para a definição de alianças e vices. Está todo mundo conversando com todo mundo. Agosto, o mês da bruxa solta na política, promete.

Ari Cunha/ Admiração e saudade