Tem, mas acabou

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Deputados que vão ao Planalto em busca de cargos de livre provimento nos órgãos federais nos estados têm saído de lá amuados. É que ao longo do governo Dilma, esses cargos foram transferidos para Brasília, levando as regionais a contratarem pessoal via empresas terceirizadas. Não há sequer como promover quem é de carreira com um cargo de direção, porque não há mais essas vagas disponíveis. Até arrumar essa confusão e organizar a bagunça dos contratos, dizem os técnicos, o governo Michel Temer já terá acabado.

Depois de Lula…
Quem conhece o ministro Teori Zavascki garante que as denúncias de Sérgio Machado, sobre a tentativa dos peemedebistas de freiar a Lava Jato, não ficarão na “bacia das almas”. A consequência pode até demorar um pouco, mas não tardará ao ponto de cair no esquecimento.

…e de Palocci
O que está adiantado, mas não nas mãos de Teori Zavaski é o caso do ex-ministro Antonio Palocci e da ex-ministra Erenice Guerra. No STF, vem por aí também a denúncia contra a ex-ministra Gleisi Hoffmann. A Casa Civil durante todo o governo Lula/Dilma parece mesmo ter sido um lugar amaldiçoado.

Questão de foco
Uma das ideias do governo ao lançar agora a reforma do ensino médio foi tentar dar aos congressistas um “assunto do bem”. E nada como uma Medida Provisória para evitar que o Parlamento termine enfurnado na chamada “pauta-bomba”.

Por falar em “pauta-bomba”…
A partir de agora, não tem mais conversa na Câmara: Quem fará a pauta do plenário é o presidente da Casa, Rodrigo Maia. Se houver qualquer “jabuti”, tipo o da anistia ao caixa dois, ele será o responsável.

Juntos chegaremos lá
Em todas as rodas políticas em que se discutem os cenários para 2018, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, é visto como o nome do PMDB para concorrer à Presidência da República. Michel Temer, entretanto, tem cortado toda e qualquer conversa sobre a sucessão presidencial. Diz apenas que, unidos, os aliados terão muito mais força.

Escreveu e leu
Apenas o PSD admite fechar questão para votar o teto gastos. Porém, o Planalto considera que todos os partidos do Centrão, signatários do documento de compromisso com o governo, adotarão a mesma postura. São, por baixo, 255 votos.

CURTIDAS

Bolsa de apostas/ Com 40% dos eleitores do Rio de Janeiro admitindo mudar de candidato, quem arrisca um palpite sobre o segundo turno joga suas fichas em Marcelo Crivela (PRB) e Pedro Paulo (PMDB). Falta combinar com o eleitor.

Acusou o golpe/ O candidato Marcelo Crivella tem dito tanto que a Igreja Universal não participará de seu governo, que tem marqueteiro achando que a verdade é o inverso.

Fica, Temer/ O presidente Michel Temer foi aconselhado por amigos a abandonar a agenda de viagens internacionais e centrar foco no sentido de organizar a base e o discurso do governo. Não vai, entretanto, pular a reunião dos Brics, 15 e 16 de outubro, na Índia. Vale tudo para ficar distante na disputa eleitoral que promete colocar muitos aliados dele em campos opostos no segundo turno.

Deixa que eu chuto/ O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi aconselhado a deixar de bater boca no Twitter. A ideia é que as provocações sejam ignoradas ou respondidas pelo irmão dele, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Quem tem medo de Sérgio Moro?

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Quando tentaram aprovar o projeto que anistiava caixa dois de campanhas passadas, os políticos já sabiam que a tendência do juiz Sérgio Moro era aceitar a denúncia contra o ex-presidente Lula. A voz corrente no Parlamento, desde a semana passada, é a de que, com a iminência de Moro tornar Lula réu em mais um processo, sem pestanejar, os demais políticos que passarem pelas mãos do juiz mais popular do Brasil estão com os dias contados. Daí, a tentativa de aprovar a anistia na surdina e com pai desconhecido.
A manobra deu errado, mas não vai enterrar de vez a pretensão dos políticos em buscar o perdão pelos crimes cometidos no passado. Já existe um movimento na Câmara para discutir o assunto dentro da Comissão Especial encarregada de analisar as dez medidas contra a corrupção. A partir de agora, todo cuidado é pouco, em especial, naquelas sessões vazias de fim de ano. Afinal, todos os enroscados no desvio de recursos estão com medo de Sérgio Moro e não vão esperar a guilhotina paralisados.

Sempre sobra para ele…
O presidente da Câmara em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA), não liderou o movimento para votar a anistia do caixa dois. Conforme antecipou o blog na noite de terça-feira, a operação foi atribuída ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Maranhão, porém, telefonou a vários parlamentares para pedir que marcassem presença, a fim de garantir a “discussão e aprovação” da proposta.

Detalhe
Quem reagiu contra a proposta de anistia foram alguns deputados e não, os partidos enquanto instituições avessas ao caixa dois.

Diplomacia necessária
Depois da estreia na ONU, onde discorreu sobre os temas da agenda mundial com um discurso que surpreendeu até mesmo integrantes do governo anterior, o presidente Michel Temer vai se dedicar mais à política externa. E não é nem apenas porque gosta. É, principalmente, por necessidade. Atrair investimentos, dizem seus principais interlocutores, é a única forma de garantir uma recuperação mais rápida da economia. A ordem é buscar parte dos US$ 15 trilhões que o mundo tem para investir num cenário externo de juros negativos.

Distante da eleição
Aliás, os compromissos internacionais são vistos como uma boa desculpa para manter o presidente longe dos palanques aliados nessas eleições municipais. Em 15 e 16 de outubro, bem no meio do segundo turno, Temer estará na Índia para a reunião dos Brics. Este ano, tem ainda, na agenda, Argentina e Paraguai.

CURTIDAS
Corra, Lula, corra!/ A campanha “stand with Lula” lançada pela Confederação Sindical Internacional, estava programada para uma apresentação mais formal, com a presença do ex-presidente. Foi antecipada diante da aceitação da denúncia pelo juiz Sérgio Moro.

O ministério da Saúde adverte…/ … Planalto provoca palpitações e picos de pressão. Em quatro meses de governo dois ministros e um assessor já tiveram algum susto nessa seara. Primeiro, foi o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Depois, um assessor direto do presidente. Ontem, foi a vez do chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que sofreu um pico de pressão, mas passa bem.

…E a bruxa tá solta/ Olha só o tamanho dos urubus (foto) que a repórter Naira Trindade flagrou ontem no Palácio do Planalto! Eu, hein…

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Prioridade

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Nas horas de voo, o presidente Michel Temer, aliados e ministros acertaram que, além das questões econômicas, vão acelerar a reforma política: leia-se cláusula de barreira e fim das coligações para as eleições proporcionais (deputados federais, estaduais e vereadores). A ideia é votar o projeto do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Sem isso, os futuros governos terão dificuldades em administrar qualquer base, seja com viés de direita ou de esquerda.

Melhor impossível I

Integrantes da comitiva de Michel Temer à China avaliam que tudo se encaixou para que a viagem fosse bem positiva tanto sob aspectos internos quanto externos. O bom, sob o aspecto interno, foi ter ficado longe da fogueira acesa com o fatiamento do impeachment.

Melhor impossível II

Sob a ótica internacional, o presidente pôde se apresentar ao mercado externo e mostrar ao mundo que convive bem com a China. No fundo, ficou a imagem de que aquela considerada pelo PT sua maior aliada é, no fundo, uma potência de negócios.

Não foi golpe

A programação de Michel Temer hoje inclui, além do G-20, uma entrevista à imprensa chinesa. A ordem é explicar o processo que fez dele presidente de fato e de direito e, ao mesmo tempo, mostrar que o Brasil é um lugar seguro para investimentos.

Delcídio com a palavra

A propósito da nota publicada ontem, a respeito do comentário de políticos sobre o fato de o ex-senador Delcídio do Amaral abrir a fila de pedidos de fatiamento da cassação, ele responde: “Tenho certeza de que fui protagonista nas mudanças que o povo brasileiro há muito esperava. Sou réu por uma suposta tentativa de obstrução de Justiça. Não tenho conta no exterior, não roubei e não participei de nenhum esquema fraudulento no governo, ao contrário de muitos que hoje posam de ‘éticos’ e ‘cidadãos honestos’. O tempo e a Justiça darão conta deles!”

Inventário

As últimas pesquisas registradas deixaram o PSol feliz da vida com o desempenho dos candidatos em Belém, Porto Alegre e Cuiabá. A avaliação dos líderes é a de que, se as urnas confirmarem as previsões, o PSol surgirá como o grande herdeiro dos descontentes com o PT.

Vizinhos // As autoridades brasileiras estão no mesmo hotel em que está a cúpula das Nações Unidas. O presidente Michel Temer ficou um andar abaixo do secretário-geral, Ban Ki-moon (foto).

Lá e cá I // Tanto na Rio +20 quanto nas Olimpíadas, muita gente reclamou quando o prefeito da cidade, Eduardo Paes, promoveu um feriadão para aliviar o trânsito. Pois, em Hangzhou, na China, não foi diferente. As férias são raras, mas, desta vez, os moradores tiveram três semanas e incentivos para sair da cidade.

Lá e cá II // Nos caminhos por onde passam os chefes de estado, estão árvores recém-plantadas, algumas, inclusive, escoradas. No Rio de Janeiro, não foram poucas as reclamações por ajustes de última hora.

Enquanto isso, no interior… // No tempo da internet, muitos decretaram a morte dos comícios nas campanhas eleitorais. No interior, porém, onde a campanha é feita de porta em porta, essa modalidade resiste. Dia desses, em Timon (MA), um candidato reuniu 20 mil pessoas. Sinal de que a política ainda guarda os velhos costumes.

A sabedoria de Temer

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O presidente Michel Temer está decidido a não restringir seus encontros políticos aos líderes partidários. Por isso, quando voltar da China, ele vai preparar reuniões com grupos de parlamentares. Os encontros, entretanto, só começarão depois do período eleitoral. A ideia do presidente é saber o que eles pensam sobre as propostas do governo e ouvir sugestões. A avaliação, feita no voo até Xangai, é a de que reunir somente os líderes numa casa tão pulverizada, com 28 partidos, muitas vezes se torna improdutivo.
O presidente pretende, assim, exercitar o velho provérbio chinês, que diz: “Quando dois homens vêm andando pela estrada, cada um com um pão, e, ao se encontrarem, trocarem seus pães, cada um vai embora com um. Se dois homens vêm andando numa estrada, cada um com ideia, e, ao se encontrarem, trocarem as ideias, cada um vai embora com duas”. É por aí.

Aquecimento

O presidente já começou a exercitar esse chamamento aos novos, levando o deputado Altineu Côrtes (PMDB-RJ) e o senador Athaídes (PSDB-TO). Altineu, para quem não se lembra, integrava a CPI do Carf e assinou o requerimento de convocação de Jorge Gerdau Johannpeter. A CPI ficou marcada como um colegiado para constranger empresários.

Meu ódio…

Aliados de Dilma Rousseff estão possessos com a sanção da lei que flexibiliza a edição de decretos para créditos suplementares sem o aval do Congresso. “Dilma foi cassada por isso e agora vão liberar”, comentava um ex-ministro.

…Será sua herança

A lei será mais um tema que vai terminar no Supremo Tribunal Federal. É a política cada vez mais judicializada.

Renan & Romero

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não engoliu a decisão de Romero Jucá (PMDB-RR) de se associar aos tucanos contra o fatiamento da votação do impeachment. Há quem diga que, se Romero não usar 100% de sua elevadíssima capacidade de diálogo, vai dar problema.

Esqueceram-se de mim/ Todo mundo só falou em Eduardo Cunha como possível beneficiário do fatiamento da pena. Mas foi Delcídio do Amaral quem abriu a fila. “Dilma agora poderá compor uma chapa com seu antigo líder: a chave e a cadeia. Se não der, Renan indica os dois para a Petrobras”, ironizava ontem um adversário de ambos numa roda de conversa.

Tudo acaba em samba/ O prefeito de Xangai, Yang Xiong, fez questão de comentar com o presidente Michel Temer sobre a habilidade dos brasileiros no futebol, algo que rendeu o ouro olímpico. “É a carne brasileira e o samba que os deixam fortes”, disse Xiong.

Por falar em ouro olímpico…/ Não foi apenas o prefeito de Xangai que parabenizou Temer pelo sucesso do Brasil no futebol olímpico. Maria Estela Kubitschek, filha de JK, mandou ao presidente e ao “seu fiel escudeiro, Tadeu Filippelli”, uma simpática mensagem pelo sucesso dos jogos no Brasil, em especial, a medalha.

…Uma memória/ Maria Estela (foto) se recorda que, em 1958, a primeira Copa do Mundo que o Brasil venceu, “foi de JK e foi um pontapé para grandes conquistas culturais, políticas e econômicas para o Brasil. Como o nosso presidente JK,
o nosso presidente Temer também é pé quente. Com certeza, esse primeiro Ouro Olímpico é o sinal da virada cultural, política e econômica do Brasil”.

O veneno da desconfiança e do ciúme

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No pano de fundo do acordo entre PT e o PMDB de Renan Calheiros para preservar os direitos políticos da presidente Dilma Rousseff destacam-se dois fatores: a vontade de Renan em se reposicionar como o principal interlocutor entre o PMDB e a oposição, deixando o presidente da República na dependência de suas ações; e, de quebra, a tentativa de tirar do PSDB a influência que o partido de Aécio Neves espera ter no novo governo. Ciente do jogo, Temer começou o governo telefonando para Aécio, a fim de esclarecer que não foi responsável pelo acordo. O mesmo fez o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quando entrou no plenário do Senado, comunicando aos parlamentares do próprio partido, que foram surpreendidos pela decisão. Conseguiram uma trégua, mas não o tratado de paz entre a parcela renanzista do PMDB e os demais aliados.

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O presidente viajou preocupado. Agora, o impeachment vai ao Supremo. E o PT às ruas com o que considera o forte argumento político: se os senadores optaram pela manutenção dos direitos políticos de Dilma, seria sinal de que o impeachment “foi uma injustiça contra uma mulher honesta”. Era tudo o que o PT queria, diante da dificuldade de evitar o afastamento definitivo de Dilma. E conseguiu. Temer só se livrará de risco se fizer a economia caminhar a contento. Esse é hoje seu maior desafio.

Dilma na área

A ex-presidente Dilma Rousseff foi convidada a assumir secretarias de estado em dois governos petistas, o de Camilo Santana, no Ceará; e o de Rui Costa, na Bahia. O objetivo é ajudar Dilma a ficar longe do alcance do juiz Sérgio Moro. A tendência, contam aliados, é aceitar o cargo em solo baiano, justamente, em Salvador, reduto do DEM de ACM Neto, prefeito candidato à reeleição. Que ninguém espere dela a aposentadoria.

Mandados cruzados

Enquanto José Eduardo Cardozo prepara ações para reverter o impeachment, Álvaro Dias, do PV, vai propor que seu partido ingresse com um mandado de segurança para que Dilma perca os direitos políticos.

Aí é que mora o perigo

Em seu pronunciamento, o presidente Temer ofereceu aos investidores segurança jurídica e estabilidade política. Quem entende das coisas em seu governo avisa: “Segurança jurídica está mais fácil do que estabilidade política. Depois de hoje, ele ganhou, mas precisará de muito jeito para acalmar a base”.

Ficou mal

O líder do PMDB, Eunício Oliveira, optou pela abstenção na segunda votação de ontem para não perder votos nos grupos favoráveis ao impeachment. A neutralidade, entretanto, soou entre os tucanos como um sinal de que não dá para confiar em quem não avisa que um acordo desses está em curso.

A gladiadora

Articuladora da manutenção dos direitos políticos de Dilma com Renan Calheiros e ex-ministros que votaram a favor do impeachment, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) avisou a seus colegas de bancada que não vai deixar o partido. Prefere ser expulsa e, ainda que sem partido num primeiro momento, liderar a oposição ao governo de Michel Temer.

CURTIDAS

Quem ri por último/ O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha há tempos não se sentia tão feliz. Chegou a comemorar em casa a perspectiva de manter os direitos políticos. Seus aliados consideram que basta reunir 171 deputados em seu favor.

Cassoulet da sorte I/ Quando o avião que leva Temer à China abandonar o espaço aéreo brasileiro, o seu sucessor, Rodrigo Maia, já investido na função de presidente da República, degustará esse prato. A expressão foi usada pelos correligionários de Maia, que assim denominaram a iguaria que ele saboreou no dia em que foi eleito presidente da Câmara.

Cassoulet da sorte II/ O chef napolitano Rosario Tessier, autor da sugestão, foi convocado hoje para repetir a receita num jantar exclusivo (só para 20 pessoas) em homenagem a Maia, que assume pela primeira vez o mais alto posto da nação. Feito de confit de pato, linguiça de javali e bisteca de cordeiro, o prato também leva feijões brancos, que o tornam caldoso e suculento.

O livro da moda/ Muitos senadores que ocuparam a tribuna nos últimos dias carregavam um exemplar de “Elementos de Direito Constitucional”, obra do presidente Michel Temer. Até a nova líder da oposição, Kátia Abreu, ostentava um.

Vida real/ Na sala de café da Câmara, a senhora que trabalha na limpeza fez a seguinte pergunta, quando o aparelho de tevê, sintonizado na TV Senado, registrou o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff: “Isso quer dizer que o trânsito voltará ao normal?”. Sua preocupação era o ônibus. Nos últimos dois dias, teve que descer na Rodoviária e caminhar até o Congresso.

Da semana que vem, não pode passar

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Nem o impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, nem a viagem à China. O que tem tirado o sono do presidente em exercício, Michel Temer, é a falta de votações na Câmara dos Deputados. Esse sinal de apoio, de que a vida voltou ao normal na Casa, precisar ser dado, e logo. De preferência, com a aprovação da criação da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos. A avaliação tirada da reunião de ontem é a de que se os deputados não partirem logo para “demonstração inequívoca” de apoio ao governo, vai ficar difícil convencer o mercado de que Temer terá todo o respaldo para as polêmicas reformas que virão.

Área de risco
O governo está mapeando os pedidos do antigo “centrão” com vistas a tirar o poder de ação conjunta do grupo. Não por acaso, partidos como o PSC e o PR ganharam cargos do governo recentemente, conforme noticiou a coluna.

Tá combinado
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fará o papel do turrão, que não aceita mudanças em tudo o que propuser. E Temer, o conciliador, negociará tudo com os congressistas.

Laços de amizade
Quem conhece Leo Pinheiro e o ministro do Supremo Tribunal Federal Antonio Dias Toffoli assegura que os dois não eram próximos e atribui a citação ao nome do magistrado à vingança por não receber ajuda. Eles foram apresentados por Lula e José Dirceu — esses sim, muito amigos do empreiteiro que acaba de fechar delação premiada e citar Toffoli.

“Tenho o maior respeito por ela, não vejo por que constrangê-la ou ser constrangido. A esta altura do campeonato, a questão do impeachment está resolvida por algo entre 60, 61 votos”
Eduardo Braga (PMDB-AM), ex-ministro de Minas e Energia e senador

Curtidas

E lá vem Maranhão!/ Alguém ainda se lembra daquele ex-presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (foto)? Pois é. Na semana que vem, quando, confirmado o placar do impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer embarcar para a China, e o deputado Rodrigo Maia assumir interinamente a Presidência da República, Maranhão retorna ao comando da Casa.

O segredo do sucesso/ Numa campanha curta, os políticos não têm mais dúvidas: nas grandes cidades, quem não tiver um tempo expressivo na tevê não terá fôlego eleitoral. É nisso que os adversários de Celso Russomanno apostam para deixá-lo fora de um segundo turno em São Paulo.

Ibope…/ Depois da delação de Leo Pinheiro, da OAS, e das menções ao ministro Antonio Dias Toffoli, as sessões do Supremo Tribunal Federal prometem atrair muito mais atenção do que o impeachment de Dilma, onde o placar já é considerado definido.

…e Poder/ O fato de Renan Calheiros ter ido a Dilma Rousseff apenas depois da viagem com Michel Temer ao Rio de Janeiro e sair do Alvorada direto para uma nova reunião com o presidente em exercício em São Paulo deixou a todos a certeza de que os dois peemedebistas se acertaram. Inclusive quanto ao Ministério do Turismo.

A conta não vai fechar

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A disposição do governo federal em ajudar o governador Rodrigo Rollemberg a resolver a crise com a Polícia Civil esbarra no risco do efeito cascata: técnicos da Fazenda avisam que, se o presidente fizer qualquer concessão ao Governo do Distrito Federal, ainda que dentro dos valores que o governo local tem a receber, outros governadores farão fila no Planalto com a mesma finalidade. Isso sem contar os 505 deputados de outras unidades da Federação. E tem mais: se continuar esta onda de aumentos, sem reformas estruturais, periga outros estados entrarem na onda do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, de parcelamento de salário e benefícios. O momento é considerado o mais grave desde a redemocratização do país.

Governo refém

O desenho do governo Michel Temer foi concebido para deixar o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, voltado às ações internas e propostas de melhoria na gestão. Porém, a realidade é outra. Com a pulverização da política e as dificuldades do ministro Geddel Vieira Lima em atender a todos os pedidos, a agenda de Padilha está cada dia mais recheada de parlamentares. É o governo rendido ao Congresso Nacional.

Migração

Aos poucos, os governadores vão acabando com o tal regime estatutário de admissão de funcionários, que não tem FGTS, porém, garante aposentadoria integral e estabilidade no emprego. Em Goiás, por exemplo, a tendência tem sido buscar meios de contratar pelo regime CLT. É o jeito de tentar fazer com que a conta da Previdência feche mais à frente. De quebra, o governo estadual ainda joga para evitar a turma que, por causa da estabilidade, considera desnecessário se dedicar ao trabalho.

Por falar em conta…

Sexta-feira, 20h, Iate Clube de Brasília. Uma mulher de 44 anos, funcionária de um tribunal, comenta com uma amiga numa das lanchonetes do clube mais badalado de Brasília: “Tristeza, se a reforma da Previdência for aprovada, não poderei mais me aposentar aos 47”. Ou essa mentalidade muda, ou daqui alguns anos quem deseja se aposentar jovem assim vai terminar sem receber os proventos.

Melhor de três

2018 ainda está longe, mas os políticos começam a fazer as apostas sobre quem, dentro do PSDB, teria hoje mais empuxo de deixar o ninho para concorrer à Presidência da República. E, ao contrário do que se tornou senso comum, não é José Serra e sim Geraldo Alckmin. Isso porque, no PSB, o governador paulista acredita ser possível abarcar a maioria dos votos de centro-esquerda e centro-direita, deixando os adversários disputando as extremidades.

É o cara

O deputado Max Beltrão ainda é o nome para assumir o Ministério do Turismo. A nomeação, entretanto, só sai depois do impeachment, com a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Sinal de que o presidente em exercício não quer briga com Renan Calheiros (PMDB-AL).

Quem não deve…/ O senador Reguffe (foto), do PDT-DF, avisa que votará contra o reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal. “As pessoas esquecem que alguém vai ter que pagar por isso, e esse alguém é o contribuinte”, diz ele.

Aprovado/ Até os políticos que tachavam o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, de governista estão satisfeitos com a condução dos trabalhos do processo de impeachment. Ele passou no teste ao cortar a palavra tanto de Gleisi Hoffmann quanto de Álvaro Dias.

Por falar em teste…/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não terá vida fácil em 12 de setembro. Se o quórum for baixo, vão dizer que ele atuou para livrar Eduardo Cunha da cassação. A sorte de Rodrigo está lançada.

“Spa” do Luiz/ A ala da Papuda reformada por Luiz Estevão virou sonho de consumo daqueles detidos pela Lava-Jato. Valdemar Costa Neto, por exemplo, considera a de melhor padrão. Não é à toa que muitos tentam transferência para a penitenciária da capital.

Onde mora o perigo, parte II

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Parlamentares que tiveram ajuda de Eduardo Cunha nas últimas eleições ou no período em que o deputado era presidente da Câmara avisaram que não pretendem dar o ar da graça no Congresso na data marcada para votação do processo de cassação do peemedebista: 12 de setembro. O freio do grupo é o doleiro Lúcio Funaro, preso na Papuda. Funaro, apontado como um dos operadores de Eduardo Cunha, era quem fazia a ponte com a turma. E mais: além de rico, é organizado, ou seja, tem registro dos próprios passos e de quem ajudou. Há, no meio político, quem tenha mais medo de Funaro do que de Sérgio Moro.

João Santana,
o retorno I

O marqueteiro João Santana e a mulher, Mônica, voaram no início da noite de quarta-feira de Brasília para Salvador sem serem incomodados pelos demais passageiros. Mais magro e sorridente, cumprimentou a maioria dos parlamentares a bordo. Mônica continua muito abatida.

João Santana,
o retorno II

A passagem do marqueteiro por Brasília e a presença de Lula na cidade esta semana não foram meras coincidências. Santana ajuda a bolar o discurso capaz de tirar o partido das cordas. Afinal, estão todos no mesmo barco.

Por falar
em João…

Os parlamentares que conversaram com ele consideram que o melhor para Dilma Rousseff neste momento seria transformar o documento que pretendia divulgar na última terça-feira, quando da votação da pronúncia em plenário, em carta de renúncia. Dilma, entretanto, resiste.

Duplo castigo

A pena do Almirante Othon Luiz Pinheiro será ainda maior que os 43 anos de cadeia. Ele está a um passo de perder o posto da Marinha.

Goiás 2018

Em visita ao Correio ontem, o governador Marconi Perillo (foto) não fez mistério em relação ao pré-candidato à sua sucessão: “O vice-governador (José Eliton) é o candidato natural”, diz ele. Hoje, José Eliton é o secretário de Segurança, um teste de fogo para qualquer um que tenha pretensões políticas.

Novo slogan…/ Sabe aquele lema “o Ministério da Saúde adverte…”? Pois é, no palácio onde o presidente em exercício, Michel Temer, despacha, a frase ficou assim: “O Planalto adverte: frases de ministro da Saúde fazem mal ao governo”.

…Velha lição/ Se tem algo que, em política, não se faz, dizem os especialistas em marketing político, é falar mal de mulher. Especialmente, quando o assunto é relacionar trabalho e gênero. Ricardo Barros, o boquirroto, tropeçou nos dois quesitos. Levou um puxão de orelha do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e periga ainda levar um carão
em casa.

Enquanto isso, na agenda presidencial…/ Michel Temer recebe o primeiro chefe de Estado nesse período de interinidade: o presidente da Armênia, Serj Sargsyan. Com direito à subida da rampa e tudo mais. Depois, o ministro de Relações Exteriores, José Serra, lançará a pedra fundamental da embaixada armênia.

Jucá está babando…/ Calma, pessoal, não é de raiva com a Lava-Jato ou com as balas perdidas. Isso, na visão dele, é parte do jogo. O que enlouqueceu o senador Romero Jucá foi o nascimento da primeira neta, Olívia, filha de Rodrigo Jucá. Agora, os senadores só o chamam de “vovô”.

Onde mora o perigo

Publicado em coluna Brasília-DF

O grupo de aliados do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha calcula ser impossível votar a favor dele se o processo de cassação for apreciado em plenário antes das eleições municipais. O motivo, dizem, é que não dá para salvá-lo antes do pleito, sob pena de os deputados se verem atacados pelos adversários nas bases eleitorais e palanques eletrônicos pelo Brasil afora __ redes sociais, especialmente.

O problema maior, partindo-se dessa premissa, é o dia seguinte: Eduardo cassado, ninguém duvida que terminará preso. E preso voltará suas baterias para aqueles que o traíram, puxando boa parte deles para o cadafalso. Por isso, diz-se no Congresso que nesta segunda-feira, quando for lido o parecer contra Cunha no plenário da Casa, os aliados dele, ao trabalhar para adiar a votação, jogarão para salvar a própria pele.

Escombros
A mansão que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra ergue no Lago Sul está praticamente abandonada. Há quem diga que, com tantas operações da PF no calcanhar dos lobistas e operadores, a fonte secou.

Inversão paulista
Quem acompanha com uma lupa os movimentos do ministro José Serra e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, percebeu uma mudança de comportamento de ambos na largada da eleição municipal: Até aqui, Serra era o incisivo e Alckmin apenas reagia às ações do “quase adversário”. Pela primeira vez, Alckmin foi mais rápido. Juntou os partidos em torno de João Dória, deixando ao grupo de Serra a reação, o gesto de Marta Suplicy e Andrea Matarazzo no mesmo palanque.

Lupi versus Ciro
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, ficou uma fúria quando soube que o ex-governador Cid Gomes jogava suas fichas eleitorais em candidatos de outros partidos no interior do Ceará. O recado aos irmnãos Cid e Ciro foi direto: “Se quiser ser candidato a presidente, é bom cuidar dos nossos”. Mais cristalino do que isso, nem o mar do Caribe.

Empurrão olímpico
Com o sucesso da abertura das Olimpíadas, aliados do prefeito Eduardo Paes, do PMDB, comentavam que a largada da campanha de Pedro Paulo está feita. Houve até quem apostasse que o candidato do PMDB à sucessão de Paes ganhou um passe para o segundo turno. E as apostas são as de que disputará contra o senador Marcelo Crivella.

Quem não tem horário na tevê…
Candidato a prefeito do Rio, o deputado Alessandro Molon vai aproveitar os dias de funcionamento da Câmara em Brasília para dar entrevistas e exibir seu rosto na telinha. É que, quando começar a propaganda eleitoral, ele terá menos de um minuto por dia.

CURTIDAS

Vizinhos…/ O deputado suspenso, Eduardo Cunha, foi morar no mesmo prédio do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, sempre muito festejado pela vizinhança por sua simpatia e educação.

…porém distantes/ Sempre que Fachin chega, seus seguranças tratam de se informar sobre a presença do deputado nas redondezas, a fim de evitar que ele tente se aproximar do ministro. Afinal, Fachin tem a praxe de não conversar com os réus.

Espelho, espelho meu…/ A vizinhança ficou impressionada com o tamanho do espelho que subiu para o apartamento.do deputado e também o volume do aparelho de ar condicionado instalado na suíte: 22 mil BTUs Na vizinhança, virou piada pronta: “Só assim, ele vai esfriar a cabeça!”

Santinhos/ Ao final de sua visita à Câmara, o juiz Sério Moro quase perdeu o vôo para Curitiba porque deputados fizeram fila para tirar foto com ele numa sala reservada e levaram seus próprios fotógrafos.É a turma da Casa já organizando o material de campanha para a próxima eleição. Antes, porém, o juiz fez a turma esperar para posar ao lado de um dos garçons que lhe serviu a comissão. “Ele pediu primeiro”, disse o juiz.. As excelências, em sua maioria acostumadas à máxima “meu pirão primeiro”, tiveram que se conformar em esperar.


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Publicado em coluna Brasília-DF

O governo fala de previdência, de economia, de programas sociais, mas o que tira o sono mesmo por esses dias é a proximidade da votação do impeachment e os movimentos que possam surgir em favor da presidente Dilma Rousseff. A avaliação ontem era a de que, conforme adiantou alguns dias a coluna, os reajustes salariais concedidos aos servidores e ao Judiciário vão tirar da porta do Congresso boa parte dos manifestantes que faz coro contra o governo Dilma e faria contra qualquer outro que não lhe atendesse as reivindicações. Mas só isso não basta.
O presidente em exercício, Michel Temer, chegou ao ponto em que, além de votos para permanecer no Planalto, precisará mostrar ao mercado que tem maioria para aprovar qualquer coisa, inclusive emendas constitucionais. Neste sentido, a ideia é aproveitar o impeachment para demonstrar que ficará com respaldo para fazer valer o projeto em curso. Antes disso, nada acontece.

Quem não
deve, não teme

A postura do ministro da Educação, Mendonça Filho, que quando acabou citado, foi lá e se explicou, virou um mantra no governo em exercício. Agora, quem estiver que dar qualquer justificativa em relação a doações de campanha ou envolvimento na Lava-Jato, que o faça. Se não tiver como se explicar, que peça o boné. Simples assim.

Enquanto isso, no
Rio Grande do Sul…

A campanha em Porto Alegre promete. Dia desses, o presidente do PSB local, Beto Albuquerque, foi chamado de “golpista” pelo pré-candidato do PT, Raul Pont, e devolveu assim: “E tu aplaude um bando de ladrão”, referindo-se aos tesoureiros petistas enroscados no mensalão e no petrolão.

Metamorfose ambulante…

Confirmada a aliança entre Marta Suplicy e o pré-candidato do PSD, Andrea Matarazzo, a dificuldade será explicar os impropérios trocados entre ela e o ministro de Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab. Há quatro anos, Marta se referia a ele como um “pesadelo”. E, em 2008, a campanha de Kassab mencionava a então petista como “a prefeita das obras paradas”.

…Onde algo não muda

O racha do PSDB, que sempre existiu, agora está exposto: uma parte, a do ministro José Serra, torce por Marta Suplicy e Andrea Matarazzo. A outra, do governador Geraldo Alckmin, trabalha por João Dória.

Recorde em intolerância/ Pesquisa de análise de comportamento nas redes sociais aponta que o Distrito Federal tem proporcionalmente a maior taxa de intolerância do país. A conclusão foi feita a partir de análise de 393.284 menções de internautas no Facebook, no Twitter e no Instagram, entre os meses de abril e junho, e em comentários em blogs e sites.

Recorde em intolerância II/ A amostragem, da agência Nova/sb mostra que a maior intolerância é a política, com 220 mil citações no universo analisado, mais de quatro vezes superior à misoginia, 50 mil menções.

Michelzinho vai à escola/ Começaram as aulas do filho mais novo do presidente em exercício, Michel Temer. No primeiro dia, entretanto, quem foi levar o pequeno à escola foi a mãe, Marcela (foto). O presidente já estava em reuniões de trabalho.