Senado começa a se acalmar, mas ventos mudam de direção na Câmara

Senado câmara
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A Câmara termina sua primeira semana com os sinais invertidos em relação ao cenário de 1º de fevereiro. O clima no Senado começa a se acalmar depois do parto que representou a eleição do presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). Na Câmara, os ventos mudaram. Embora o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenha tido uma reeleição pra lá de tranquila e feito tudo certo, a complicada largada do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), fez estremecer a base aliada e serviu de desculpa para que os deputados exigissem a abertura das portas do Planalto, com tratamento vip. Em conversas reservadas, parlamentares afirmam que o presidente Jair Bolsonaro, considerado bom de conversa pelos antigos colegas, só conseguirá organizar a base quando sair do hospital.

Até lá, o conselho dos experientes políticos é saciar a sede de votações dos novos parlamentares com as 22 medidas provisórias que tramitam na Casa. Temas polêmicos, entretanto, só quando o presidente voltar definitivamente à ativa.

Agora vai

O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), ambientalista, apresentou todos os projetos que tenta emplacar desde a tragédia de Mariana, sobre ampliação de punições para crimes ambientais. Aliás, tem gente na casa defendendo que esse deve ser o tema da largada desta legislatura, enquanto a reforma previdenciária não chega ao plenário. É o jeito demonstrar que a Casa mudou e não compactua com a impunidade, seja qual for o tema.

Renan na solitária

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi colocado “de castigo” pelos próprios colegas de partido. Estão todos em busca da sobrevivência política, que, hoje, não passa por ele. A bola está com a ala que não votou no alagoano e com o DEM de Davi Alcolumbre.

Opositores divididos

A segunda condenação do ex-presidente Lula tirou fôlego do PT na semana de estreia do novo Congresso, justamente no dia em que o Senado colocou Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Terceira Secretaria da Mesa Diretora. Há quem diga que o partido de Lula segue para o isolamento na oposição, meio distante de agremiações como o PDT, a Rede e o PSB, que planejam caminhar separados dos petistas.

Pote de mágoas

O PDT de Ciro Gomes, aliás, não engole o fato de os petistas terem negado apoio à sua candidatura no ano passado. Os ciristas têm dito, em conversas reservadas, que o PT terá que se reinventar, se quiser algum sucesso eleitoral mais à frente. Ontem mesmo, Ciro repetia em Salvador a frase que fez sucesso na boca do senador Cid Gomes durante a campanha: “Lula está preso, seu @#&*”

O defensor de Moro/ Um dos primeiros deputados a ocupar a tribuna para defender o pacote de medidas apresentado por Sérgio Moro foi Kim Kataguiri (DEM-SP). De forma direta, disse que “quem criticou a proposta é porque não leu”.

Faça como ele/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tem recebido todos que o procuram e sempre que chega à Casa faz questão de cumprimentar todos os senadores. Dia desses, deu um abraço fraternal na senadora Kátia Abreu (PDT-TO).

Não faça como ele/ O que mais os líderes partidários reclamavam nesta semana era da falta de um convite olho no olho com o líder do governo, Major Vitor Hugo. Ontem mesmo, Vitor Hugo visitou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Não fez o mesmo com cada líder partidário.

Sobreviveu/ O ruído da exoneração do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (foto), provocou manifestações de apoio da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo, da CNC, do presidente do PSL, Luciano Bivar, e até do presidente da República, Jair Bolsonaro, por intermédio do porta-voz, general Otávio do Rêgo Barros. Na avaliação do governo, ele ficou mais forte do que quando assumiu o cargo.

Defesa de Lula tenta acelerar recursos no caso tríplex para conseguir semiaberto ou prisão domiciliar

Lula caso do tríplex
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai jogar em duas velocidades para tentar conseguir o semiaberto ou a prisão domiciliar no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do tríplex, antes de a condenação no processo do sítio ser julgada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A ordem é acelerar no Superior Tribunal Justiça (STJ) e no STF, e apresentar todos os recursos possíveis para postergar a decisão do TRF-4 a respeito do sítio.

O PT espera deixar o ex-presidente pelo menos um tempo em casa e, assim, tentar gravar cenas com Lula para futuro uso eleitoral. A avaliação é a de que Lula, embora duplamente condenado, ainda é o que o partido tem para se contrapor ao governo Bolsonaro a curto prazo. Para 2022, entretanto, a ordem é construir outras lideranças para disputar eleitoralmente com os atuais inquilinos do poder. Afinal, nas conversas mais reservadas, os petistas dizem ter plena consciência de que Lula está fora da disputa política. Porém, não deixou de ser o maior nome que a legenda tem hoje.

A volta do discurso contra bancos

A ideia de um sistema de capitalização para a aposentadoria, defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, será confrontada com um discurso que pega inclusive parte da base do governo: o de que o ministro é um homem de mercado, que deseja tirar dinheiro dos bancos públicos, no caso as contribuições previdenciárias e o FGTS, e jogar nos bancos privados. Obviamente, não é isso, mas é o que a oposição tentará vender para segurar a proposta.

Capítulos separados

A ideia do PSL de transformar o pacote do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em teste da reforma da Previdência, não poderá ser levada a cabo de forma tão matemática quanto gostaria o partido. É que, pelo andar da carruagem, será mais fácil conseguir consenso no projeto de Moro do que na proposta previdenciária, que sequer chegou ao Parlamento. Especialmente, se a oposição conseguir colar na proposta de reforma a imagem “jogar dinheiro nos bancos”.

A batalha será nas redes

Já tem gente dizendo que a guerra de comunicação da reforma previdenciária corre o risco de ter como palco principal as redes sociais, e não os plenários da Câmara e do Senado. Até aqui, os deputados estão mais preocupados com selfies e lives nas redes do que propriamente com negociações políticas na Casa. Se seguir nesse ritmo, pior para o governo.

Sinais

O que mais preocupa no momento são as decisões por enquetes, como fez o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Ao perguntar a seus seguidores quem deveria ser presidente do Senado, ele distorce a representação estadual, uma vez que tem simpatias em outros estados, não apenas em Goiás.

Antigos desafetos/ Antes mesmo de anunciado o resultado da escolha do presidente do Senado, no último sábado, o ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (foto), comentou no grupo de WhatsApp dos deputados do partido: “Renan vai tirar o MDB da Presidência do Senado”.

Quem ri por último/ Renan passou o último ano falando mal de Marun aos quatro ventos, e muitos senadores concordaram com ele. Ontem, entretanto, depois da balbúrdia dos últimos dias, a avaliação do ex-ministro é praticamente um consenso na bancada do Senado.

Por falar em Marun…/ Não foram poucos os deputados que passaram por ele no Congresso e pararam para uma selfie, recorrendo a frases do tipo “você faz falta”. É que, em relação ao Planalto, continuam as reclamações dos parlamentares de falta de atendimento por parte dos ministros.

Alívio no PSL/ A indicação de Flávio Bolsonaro para o cargo de terceiro secretário da Mesa Diretora do Senado foi vista como uma trégua temporária para o filho do presidente. Porém, já ficou claro que a Rede, de Randolfe Rodrigues, e outros que votaram em Davi Alcolumbre não pretendem dar guarida ao senador carioca. Flávio ganhou uma batalha, mas foi aconselhado a não baixar a guarda, porque a guerra não terminou.

Equipe econômica deve enviar reforma da Previdência rigorosa e deixar para o Congresso atenuá-la

Previdência
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A equipe econômica está decidida a enviar um texto mais implacável, com todas as categorias, para deixar nas mãos do presidente Jair Bolsonaro e do próprio Congresso a missão de aliviar a carga. A idade mínima igual para homens e mulheres é o principal ponto. Assim, se for para atenuar a reforma, será em algo que já está previsto e mantém os demais itens, caso do sistema de capitalização no futuro.

Esse sistema, de jogar um texto mais duro para que o Congresso modifique a proposta, era a estratégia usada pelo governo Fernando Henrique Cardoso, a fim de dividir a vitória com a base e dar discurso aos seus deputados e senadores. Já o governo da presidente Dilma Rousseff, lembram os parlamentares, não aceitava dividir os louros nem era acostumado a cumprir acordos fechados no plenário. Deu no que deu. A reforma da Previdência vai mostrar como o governo de Jair Bolsonaro agirá em relação à base aliada. Se vai deixar que tenha alguma vitória ou se vai querer fazer tudo sozinho.

 

Quem com ferro fere…

O clima no MDB do Senado continua esquisito. A bancada do partido não gostou nada de ver o PSDB “vetar” alguns senadores para a Comissão de Constituição e Justiça. Porém, é o mesmo remédio que Renan Calheiros usou no passado.

… com ferro é ferido

Em 2015, quando Renan foi reeleito presidente da Casa, ele só aceitava dar o lugar à Mesa Diretora para a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). O partido não aceitou. DEM, PSDB e PSB, que apoiaram Luiz Henrique, ficaram fora da Mesa Diretora.

O mundo dá voltas

“Estejam preparados, porque vocês vão experimentar o que nunca viram nesta Casa: uma oposição com conteúdo, com preparo e com capacidade de fazer o bom combate”, disse… Não, não foi Renan Calheiros quem proferiu essa frase, tampouco Jader Barbalho ou Eduardo Braga. A declaração é de Ronaldo Caiado, hoje governador de Goiás. Dita em fevereiro de 2015, quando seu partido foi excluído da Mesa Diretora.

Só tem um probleminha

O clima de tensão continuará forte. E, nesse ambiente, a Casa vai demorar a engrenar. Afinal, não são poucos os senadores que disseram ter votado em Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado pela necessidade de não eleger Renan Calheiros. E não em apoio ao nome preferido pelo governo. Em outras palavras, a base aliada continua incerta.

A Apex vai mudar

No seminário Desafios da Economia em 2019, realizado pelo Correio Braziliense, o diretor de gestão corporativa da Agência de Promoção do Comércio Exterior (Apex), Marcio Coimbra, levou números que deixaram a plateia estarrecida: o Canadá tem um orçamento de US$ 150 milhões e 148 escritórios pelo mundo. O Brasil tem um orçamento de US$ 212 milhões e nove escritórios. No Canadá, são 659 funcionários, 578 no exterior. No Brasil, 318, sendo 274 no país. E aqui, diz-se nos bastidores, era reserva de mercado aos amigos do governo de plantão.

Liberté, egalité, fraternité/ Jean Paul Prates (PT-RN) traz uma curiosidade no currículo: é o primeiro senador de origem francesa da história da República. Foi ainda o único petista a visitar o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM). “Ele foi eleito e merece o respeito de todos nós”, comenta.

Enquanto isso, na bancada…/A proposta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, de tornar lei a prisão após condenação em segunda instância abriu a brecha para que os deputados do PT passassem a cobrar a liberdade do ex-presidente. A ideia agora é tirá-lo de Curitiba, nem que seja para assegurar a prisão em segunda instância.

Itamaraty em manutenção/ O serviço de e-mail do Itamaraty ficou fora do ar por cinco dias, desde sexta-feira, quando houve a entrevista do chanceler Ernesto Araújo. Mas não se preocupem. Foi só uma coincidência.

Lobby em debate/ A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais promove hoje debate com o ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral, Wagner Rosário . Em pauta, a Agenda da Regulamentação e o Diálogo entre o Público e o Privado. Será às 8h30, no Hotel Kubitschek Plaza.

Bolsonaro avalia usar pacotão de Moro para afirmar que cumpriu promessas de campanha

Bolsonaro
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O pacote de medidas entregue pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao Congresso foi visto no governo e no PSL como a forma de resgatar a pauta que o presidente Jair Bolsonaro levou à campanha. A avaliação é de que será difícil aprovar os temas mais ideológicos elencados pelo então candidato, mas o da segurança, inclusive com a permissão para as ações policiais e a prisão em segunda instância, estará assegurado. Assim, o presidente terá o discurso de que cumpriu suas promessas, além das reformas na economia. Se conseguir avançar nessas duas áreas, terá cumprido seu papel.

Eles sempre dizem sim

É bom o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não tratar a presidência nacional do MDB como favas contadas. Afinal, José Sarney, Romero Jucá e Michel Temer jamais dizem não. A eleição é apenas em setembro e quem conhece as coisas dentro do partido garante que não está nada fechado. Até lá, vai passar muita água sob a ponte.

Toffoli e Guedes

O jantar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi mais um preventivo. O governo teme que as reformas terminem solapadas por ações judiciais. A ordem é abrir o diálogo desde já para não ter problemas lá na frente.

Põe logo no colo

Do Palácio do Planalto vem a mensagem de pacificação do parlamento. Os ministros “da casa” são unânimes em afirmar que os adversários são o PT e o PSol, portanto, a hora é de atrair o MDB. No Senado, a conversa será com o líder da bancada, Eduardo Braga (AM), e com a senadora Simone Tebet (MS). Na Câmara, a relação também será institucional, com o líder Baleia Rossi. Isso não quer dizer que o PSL e o MDB ficarão em paz no Congresso. O primeiro embate será pela Comissão de Finanças e Tributação.

MDB versus PSL

Em entrevista no estúdio do Correio Braziliense (veja abaixo)— disponível no Facebook do jornal —, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi taxativa ao dizer que seu partido ficará com a Comissão de Constituição e Justiça e com a de Finanças e Tributação. Ocorre que, o acordo do MDB para entrar no blocão de Maia incluiu o direito de ser o segundo partido a escolher uma comissão da Casa. E, se o PSL escolher mesmo a de Constituição e Justiça, o MDB pegará Finanças e Tributação. É ali que passará a reforma tributária.

Nosso negócio é poder

O MDB mirou a comissão como forma de garantir um polo de poder. São nesses colegiados que a briga dos congressistas será grande nesse início de legislatura, enquanto não chega a hora de votar a reforma da Previdência.

Ganhou fôlego

A avaliação dos políticos é de que a vitória de Davi Alcolumbre no Senado serviu para dar uma revigorada no poder do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A jogada foi arriscada, mas deu certo. Logo, vai demorar mais um tempinho até os pseudos aliados retomarem os ataques ao ministro.

E o Renan endoidou/ O post do senador Renan Calheiros (MDB-AL) no Twitter com menções nada honrosas ao pai, já falecido, da senadora Simone Tebet, do MDB-MS, terminou por tirar dele apoio de muitos colegas de partido. Até seus aliados ontem comentavam à boca pequena que o senador alagoano parece ter deixado de ser um profissional da política.

 

Muita calma nessa hora/ Os aliados de Renan no partido apostam que ele não terá condições de brigar com o governo. Pelo menos, não neste início de mandato. A hora deve ser de pensar em Renan Filho, governador pra lá de bem avaliado em Alagoas.

Por falar em Simone…/ Ela só não vai representar contra Renan Calheiros por quebra de decoro por causa da família. Mas a convivência com o alagoano não será retomada na bancada com um ramalhete de flores, como fez Kátia Abreu com Davi Alcolumbre no sábado. Depois de pegar a pasta da Mesa Diretora na sexta-feira, ela chegou com flores para Alcolumbre no dia seguinte.

Depois dos grupos de WhatsApp…/ O MDB na Câmara vai substituir o grupo de discussão da bancada por lista. Assim, a resposta vai apenas para o líder do partido, no caso, Baleia Rossi, e não fica aquela discussão interminável. Sabe como é: depois das brigas do PSL se tornarem públicas, ninguém quer arriscar essa sina.

A dor de tratorar

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    O governo que se prepare. A forma como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conduziu a sessão preparatória para escolha do comandante do Senado promete virar um problema para o presidente da República, Jair Bolsonaro. Alcolumbre irritou vários partidos. O PSDB está constrangido em votar nele. Essa encrenca vai parar no colo do DEM e do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que, conforme esta coluna publicou em 13 dezembro, tem a mulher trabalhando no gabinete de Alcolumbre. Dentro do MDB, já há quem diga que se o governo quiser votos para seus projetos, melhor “procurar o DEM”.

   E, vale lembrar, o DEM tem seis senadores, o PSL,4. Os demais não se sentem tão governo assim, ao ponto de ficar ao lado de Bolsonaro para o que der e vier. A construção da base voltará à estaca zero ali.

Ou um ou outro

  Não vai demorar 30 dias para que senadores aliados de fora do DEM e até do PSL pressionem Jair Bolsonaro para substituir Onyx Lorenzoni na Casa Civil, especialmente, se Davi Alcolumbre mantiver a candidatura e for eleito.

O medo de Alcolumbre

  O receio de Davi Alcolumbre ao suspender a sessão para retomar apenas hoje era perder o embalo para ser presidente da Casa. Ainda mais agora que Rodrigo Maia, do mesmo partido, foi eleito com uma vitória estrondosa para presidir a Câmara. Para completar, os demais partidos saíram do plenário direto para se rearticular e tentar encontrar um tertius entre o MDB de Renan e o DEM.

O jeitinho de Alcolumbre

   Davi Alcolumbre, entretanto,  paralisou a sessão sem fechar as inscrições para presidente do Senado para que possa continuar presidindo ainda hoje e registrar a candidatura em seguida. Assim, pretende impedir outras candidaturas da ala governista. O PSL de Jair Bolsonaro não está nada satisfeito com isso, motivo pelo qual Major Olímpio permanece candidato.

Não o subestime

   Dois dias antes da votação para escolha do presidente do Senado, deputados do DEM avisaram que Renan Calheiros (MDB-AL) teria um adversário capaz de ser tão “trator” quanto ele na disputa pela Presidência do Senado. Não estavam mentindo. Alcolumbre tirou o voto aberto na marra.

Rodrigo, o sustentáculo

   Enquanto o Senado pega fogo, o governo se prepara para ter no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o grande articulador das reformas no Parlamento. Não por acaso, tanto o presidente Jair Bolsonaro, quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentaram Rodrigo pela vitória ontem. Diante da bagunça no Senado, a Câmara será o suporte.

CURTIDAS

A força da bancada feminina/ A primeira Secretária eleita, deputada Soraya Santos (PR-RJ), derrotou o deputado Fernando Giacobo (PR_PR) com uma votação tão expressiva quanto a de Rodrigo Maia para presidir a Casa. Foi a maior surpresa na Câmara.

Na mosca!/ Quem ficou na maior alegria com os 50 votos que obteve foi o PSol de Marcelo Freixo (RJ). Minutos antes da abertura do painel, ele disse à coluna que esperava ter 50 votos. “Para um partido de dez deputados, tivemos cinco vezes mais”, disse ele.

Enquanto isso, no PT…/ Os petistas não estavam tão felizes assim. Afinal, pela segunda vez consecutiva, o partido ficou fora da Mesa Diretora, embora tenha a maior bancada. Culpava o PDT.

Daqui não saio/ Jorge Kajuru já conseguiu se tornar no primeiro dia o senhor simpatia ao dizer que Davi Alcolumbre devia estar “usando um fraldão geriátrico, porque desde 14h30 está na cadeira de presidente da Casa, sem sair sequer para ir ao toalete”. Foi, talvez, o único momento de descontração no plenário do Senado. A novela continua hoje. E ninguém sabe dizer se será o último capítulo.

BNDES faz pressão para GDF privatizar BRB, CEB e Caesb

BNDES
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Em todas as conversas que tem tido com governadores e secretários estaduais, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, pergunta qual é o portfólio de estatais passíveis de privatização. Em Minas Gerais, por exemplo, se colocou à disposição para auxiliar na venda de empresas. Nem o Distrito Federal escapou dessa sina.

No encontro com o secretário de Desenvolvimento Econômico do DF, Ruy Coutinho, por exemplo, o assunto era investimentos para infraestrutura, mas Levy fez questão de perguntar se havia uma lista para privatizações. Coutinho não avançou nesse tema. Mas, dentro do BNDES, há quem diga que estão no radar o BRB, a CEB e a Caesb. Ou seja, as joias da coroa. Mas, segundo técnicos do banco de fomento, isso é tema que será discutido futuramente entre Levy e o governador Ibaneis Rocha.

O teste de Quintão

Assessor especial da Casa Civil, o ex-deputado Leonardo Quintão terá uma prova de fogo esse mês, com a decisão do presidente do Conselho de Administração de Furnas, Wilson Ferreira, de demitir os indicados por políticos. O comandante de Furnas, Ricardo Medeiros, indicado pela bancada do MDB de Minas Gerais, é contra as demissões e discutiu feio com Ferreira ontem. A briga será arbitrada pelo Planalto, onde os afastamentos são bem-vindos. Cabe a Quintão calar ou consentir. Ficará mal nas duas situações.

Exemplar

A ordem no governo federal e na Justiça é não poupar quem mandou construir um refeitório sob a barragem que se rompeu na semana passada, em Brumadinho.

Pior de três

Davi Alcolumbre (DEM-AP) que se prepare: Cresce no Senado a visão de que deixar o DEM com a Presidência das duas Casas Legislativas e, ainda, manter vários ministros no governo, inclusive a Casa Civil, não dá. E, como Rodrigo Maia é tido como um nome consolidado, a tendência dos partidos é sacrificar a candidatura de Alcolumbre.

Hora do funil

Dos oito candidatos a presidente da Câmara, restam seis: Rodrigo Maia (DEM), Fábio Ramalho (MDB), Ricardo Barros (PP), JHC (PSB), Marcelo Freixo(PSol) e Marcel Van Hatten (Novo). Alceu Moreira (MDB-RS) saiu da disputa ontem para ajudar Fabinho Ramalho a tentar levar a eleição a um segundo turno.

Cara & crachá I/ Deputados estão cada dia mais indócis com o Planalto. Ontem, alguns tentaram entrar lá pelos fundos, na área da garagem destinada ao ingresso de ministros, onde é possível chegar ao terceiro andar sem ser muito incomodado. Não deu certo.

Cara & crachá II/ A segurança, cumprindo ordens, orientou os visitantes a usarem a portaria central, na frente do Palácio, onde o nome do sujeito é anotado e o acesso aos andares superiores só é permitido mediante autorização. Um deles saiu de lá irritado e reclamando “saudades de Temer”.

Cara & crachá III/Nos tempos do presidente Michel Temer, todos entravam direto, pelo mesmo espaço dos ministros. Aos habitués era inclusive dispensada a identificação naquela portaria. Agora, a batida é diferente.

Enquete fraudada/ o senador Marco do Val (PPS-ES) fez uma enquete nas suas redes para saber quem seus seguidores gostariam de ver na Presidência do Senado. Teve que tirar do ar. Estavam fraudando a contagem. Triste viver num país onde nem uma simples enquete para de pé.

Ao dizer que dialoga com ‘qualquer um’ no Congresso, Mourão articula melhor que Onyx

Mourão
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No papel de presidente em exercício, o general Hamilton Mourão fez o que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, articulador político do governo não fez: dizer que dialoga com “qualquer um” no Congresso Nacional. No Senado, Onyx trabalha por Davi Alcolumbre (DEM-AP), irrita o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os emedebês de Renan Calheiros e Simone Tebet. Essa irritação toda não vai terminar bem para o principal ministro encarregado de fazer a ponte entre o governo e o parlamento. Mourão, por sua vez, que tem quatro anos de Vice-Presidência assegurados, vai ocupando espaço naturalmente.

Dupla dinâmica

Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Major Olímpio (PSL-SP) se reuniram ontem. Discutiram estratégias para o segundo turno na eleição do Senado. Eles não escondem o desconforto com a preferência de Onyx por Alcolumbre.

É para já

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello não vai demorar na análise do caso Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro. A ideia é devolver logo o processo para o Rio de Janeiro.

Enquanto isso, no MDB…

Quem se deu bem ontem foi Renan Calheiros (MDB-AL). Não disse que era candidato e conseguiu o que queria, deixar para quinta-feira a escolha do nome que representará o MDB na disputa pela Presidência do Senado. Com a decisão na véspera da eleição, não vai dar tempo de criar uma grande onda anti-Renan.

… os bastidores fervem

Renan chega para o confronto com Simone Tebet (MDB-MS) sem veto do Planalto, com um leque de apoios externos no PT e no PSD. A senadora, por sua vez, já fora da liderança do partido, tem aliados espalhando aos quatro ventos a versão de que Renan é a “última Geni”.

Jogo de empurra

Petistas estavam irados com a dificuldade dos juízes de conceder a Lula o direito de se despedir do irmão Vavá, que faleceu ontem, vítima de câncer. Ninguém parecia com coragem de conceder o que é dado a muitos presos comuns. O PT esperava a concessão para colocar seu maior líder novamente em evidência, fora das grades. Nem que fosse por algumas horinhas.

Orai e vigiai/ Embora tenha conseguido tirar Arthur Lira (PP-AL) da disputa para presidente da Câmara e detenha a firme posição de favorito, Rodrigo Maia não baixou a guarda. Sabe que, se Fábio Ramalho (MDB-MG) encantar o baixo clero, problemas virão. Ontem, por exemplo, 50 deputados passaram pelo gabinete do emedebista. Fabinho, aliás, corre atrás daqueles 30 que, segundo contas do PP, votariam em Arthur Lira.

Chiquinho, o observador/ Do alto de quem acompanha a política há mais de 40 anos, seja como assessor de Michel Temer, José Sarney, seja no papel de deputado e senador, Francisco Escórcio comenta a situação de Onyx Lorenzoni: “Ele é jovem, inteligente. Aos poucos, vai aprendendo. É com o andar da carruagem que a as abóboras vão se ajeitando”.

Giacobetes versus Soraya/ Quem chama a atenção esses dias na Câmara são as moças que desfilam com camisetas de Giacobo (foto), do PR do Paraná, para a primeira secretaria. Quem deve concorrer contra ele é a deputada Soraya Santos (PR-RJ).

Recorde indigesto/ As contas de autoridades de Minas Gerais indicam que o número de mortos decorrentes da tragédia de Brumadinho vai superar o de outros rompimentos semelhantes. É a barragem “barata” da Vale mostrando o que não tem preço.

Na votação do candidato do MDB à Presidência do Senado, Renan Calheiros e Simone Tebet buscam 7 votos

Renan Calheiros e Simone Tebet
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A votação que escolherá o candidato do MDB à Presidência do Senado não será tranquila, nem para Renan Calheiros nem para Simone Tebet. Quem vencer, será por sete votos dos 13 que devem compor o colegiado (inclui-se aí o senador Eduardo Gomes, que se elegeu pelo PSD, mas vai para o MDB). E isso se o resultado sair ainda hoje. Assim, quem perder estará à vontade para concorrer dentro do plenário na sexta-feira.
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Na guerra dos bastidores em busca dos votos, a sensação é de que a unidade não virá. Enquanto Renan diz de público que Simone tem o apoio de Eduardo Cunha, aliados dela se referem a Renan como “a última Geni”, ou seja, eleger o senador alagoano seria manter a tensão na Casa. É nesse clima que o partido se reúne a partir das 15h.

Só assim

A Vale que se prepare: Há consenso no Judiciário e no Executivo a respeito da forma de fazer com que a empresa seja totalmente rigorosa na prevenção de novos acidentes. Punição exemplar no caso de Brumadinho, algo que não houve em Mariana.

Diferenças

No caso de Mariana, o dano ao meio ambiente foi maior. Desta vez, o drama é o número de mortos. Ninguém engole um refeitório justamente no local por onde a lama escoaria, em caso de rompimento.

Certo & duvidoso

Se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quiser tirar algum concorrente de combate, terá que oferecer algo em troca. Arthur Lira (PP-AL) resiste hoje a deixar a disputa por promessa de apoio futuro. Teme que a conjuntura mude e aí o acordo vá para espaço.

Contabilidade

Deputados acreditam que os candidatos a presidente da Câmara Fábio Ramalho (MDB), Arthur Lira (PP) e JHC (PSB) têm juntos 220 votos. Somados aos de Marcelo Freixo (PSol), Marcel Van Hatten (Novo) e Ricardo Barros são outros 50. Ou seja, Rodrigo Maia ainda não completou os 257 para vitória no primeiro turno.

Regimento & bom senso

O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi aconselhado a não forçar a barra para presidir a sessão de escolha do futuro presidente da Casa, uma vez que será candidato. Já há inclusive questão de ordem para evitar que ele fique no comando da sessão. Se forçar a barra, perderá votos.

Por falar em Alcolumbre…

O apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a Alcolumbre é citado nos bastidores como “miopia política”. Se o senador do DEM vencer ou perder — e a segunda opção é a mais provável — a vingança será em cima do governo.

Água benta/ O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) chamou D. Sérgio para benzer o gabinete que ele ocupará no 11º andar no anexo I. Na legislatura que termina dia 31, o espaço foi ocupado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Área nobre/ Izalci queria o gabinete ocupado por Zezé Perrela (PSDB-MG), estrategicamente posicionado ao lado da sala da Liderança do MDB, próximo ao plenário, porém, o local ficou para a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), portadora de necessidades especiais. Assim, ela poderá dispensar o uso do elevador para se deslocar até o plenário.

Falem bem, falem mal…/ mas falem de mim. É isso que está movendo as candidaturas em série a presidente do Senado. Reguffe, por exemplo, que teve a candidatura antecipada pela coluna, conseguiu o feito de chamar a atenção para toda a economia de recursos que fez ao longo do mandato, algo inédito na Casa. De quebra, ainda obrigou os candidatos a prepararem propostas para apresentar ao longo da semana.

Enquanto isso, em São Paulo…/ O sucesso da cirurgia do presidente Jair Bolsonaro é uma tensão a menos no país. Ele já avisou a amigos que acompanhará a eleição para presidente da Câmara e do Senado, pronto para receber, em breve, os vencedores para tratar da agenda das reformas.

Jarbas Vasconcelos apoiará Simone Tebet para o Senado dentro e fora do MDB

Jarbas
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Eleito senador, Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) interrompe hoje as férias para ingressar na campanha de Simone Tebet pela Presidência do Senado dentro e fora do MDB. “Ela está à altura do momento. É responsável, plural, tem todos os requisitos. Vou me empenhar para que seja eleita”, diz Jarbas, do alto de quem já viu um pouco de tudo na política.

Ainda que não seja indicada como o nome do MDB, Simone pretende se lançar em voo solo no plenário. Ela trabalha para fugir da sina de Luiz Henrique, o candidato avulso que, em 2015, obteve 31 votos contra 49 de Renan Calheiros. Na disputa prevista para daqui a uma semana, no entanto, ela segue mais ou menos o mesmo script: se aproximou do PSDB, que tem vários senadores interessados em apoiá-la. Falta combinar com os demais partidos.

Contabilidade de Renan

Os aliados de Renan acreditam que o senador alagoano tem 44 votos. Se a conta estiver certa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, terá de rever seus conceitos. Pelos números, o candidato do DEM, Davi Alcolumbre, não terá sequer os seis votos do próprio partido.

O teste de Mourão

O decreto do presidente em exercício, Hamilton Mourão, que amplia o número de pessoas com poder de determinar sigilo a documentos oficiais não está livre de ser submetido a uma votação no Parlamento. O deputado Reginaldo Lopes, por exemplo, prepara um projeto para sustar o texto. Será uma prova de fogo para aqueles que chegaram eleitos pelas redes sociais.

Bolsonaro na linha fina

Com Flávio Bolsonaro na mira por causa de sua movimentação financeira e do seu ex-assessor Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro não poderá dar um passo em falso no quesito combate à corrupção. Daqui para a frente, por exemplo, avaliam muitos políticos, terá de ter cuidado redobrado com as medidas nessa seara. Haja vista a nova proposta do Banco Central de suspender a vigilância sobre parentes de políticos.

A escolha de Sérgio Moro

Com as associações da Polícia Federal e de peritos criminais criticando a proposta do Banco Central de suspender a vigilância sobre parentes de políticos, e os magistrados defendendo, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, terá de definir um lado: e, avisam seus amigos, ele ficará ao lado dos policiais.

Fabinho na lida I/ Candidato a presidente da Câmara que mais preocupa o favorito Rodrigo Maia, o deputado Fábio Ramalho, do MDB-MG, foi o primeiro a sair em defesa da viagem dos deputados do PSL à China: “Deputados eleitos democraticamente pelo povo brasileiro têm a legitimidade de representar o país em viagens oficiais, assim como em representações extraoficiais. A China tem uma oferta de investimentos de, aproximadamente, R$ 30 bilhões em infraestrutura do Brasil. Ninguém está autorizado a dizer irresponsabilidades na rede com o pretexto ideológico” afirmou.

Fabinho na lida II/ De quebra, ainda se colocou no modo “paz e amor”: “Nada de radicalidades, nem para a direita nem para a esquerda. O Parlamento deve trabalhar em sua pluralidade, de forma a respeitar todas as frentes de pensamento da sociedade brasileira. Da mesma forma e sob os mesmos argumentos, apoio de forma irrestrita a missão do nosso governo em Davos”.

Lua de mel curtinha/ A decisão do presidente Jair Bolsonaro de não tirar uns dias de repouso para se recuperar da cirurgia que fará na segunda-feira levou muitos políticos a considerar que ele e o vice não vivem uma sintonia total e irrestrita.

Por falar no presidente…/ Ele já chegou marcando reunião para hoje cedo com assessores. Não quer perder um só minuto de trabalho antes da cirurgia.

Parte da reforma da Previdência de Temer será aproveitada por Bolsonaro

Reforma da Previdência
Publicado em coluna Brasília-DF

A fim de ganhar tempo na reforma previdenciária, a equipe de Jair Bolsonaro vai pinçar uma parte do texto em tramitação na Câmara e apresentar uma emenda aglutinativa. A ideia não é nova. Foi feita no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e teve como relator o então líder do MDB, Michel Temer. Sinal de que nem tudo na velha política será desprezado pelos novos inquilinos da Esplanada. Caso essa proposta tenha problemas, o texto novo será apenas “apensado” ao que já está tramitando.

E Flávio ficou só…

Entre a defesa intransigente do filho mais velho e o “governar pelo exemplo”, o presidente Jair Bolsonaro ficou com a segunda opção, vista pelo próprio partido e pelas autoridades governamentais como a mais sensata. Tudo para afastar o governo dessa confusão em que Flávio Bolsonaro se meteu.

…na vontade

Dentro do PSL, partido do senador eleito, havia por parte de aliados dele a expectativa de um movimento em seu favor. As declarações de apoio, entretanto, são protocolares. A maioria, como fez a deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) ontem no programa CB.Poder, diz acreditar na inocência, mas é preciso investigar e rapidamente para virar logo essa página.

A lógica do voto

Renan Calheiros chegará para a reunião do MDB com a certeza de que, se for candidato, terá o apoio dos senadores do PT. Para emplacar, Simone Tebet tem que levar aos emedebistas a certeza de que agrega votos fora do partido. Se não, terá dificuldades, apesar da ficha limpa.

Pulverizou geral

Até aqui, são oito candidatos a presidente do Senado, isto é, se Renan Calheiros e Simone Tebet forem concorrer independentemente da decisão da bancada. A conta favorece Renan, que chega com o apoio do PT e votos espalhados em outros partidos.

Com o pé esquerdo

Para quem se diz destro, o governo entrou na eleição para presidente do Senado chutando para fora. Isso porque, para eleger Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, teria de ter quase todos os partidos aliados, isolando MDB e PT. Não é isso que se vê nos bastidores.

CURTIDAS

Bolsonaro e Mourão I/ A divulgação da agenda de 100 dias e a confusão na Venezuela amorteceram o cancelamento da entrevista de Jair Bolsonaro. Porém, entre os analistas estrangeiros ficou a impressão de que o presidente brasileiro perdeu uma boa oportunidade de se apresentar aos europeus como uma pessoa afável, capaz de dialogar e com boas ideias para o país.

Bolsonaro e Mourão II/ Enquanto isso, por aqui, Mourão teve agenda extensa de contatos políticos e diplomáticos. Para completar, aproveitou o Twitter para fazer um afago aos jornalistas que sempre o esperam na porta da Vice-Presidência, no maior bom humor. Já tem político ensaiando a #Mourãoéfofo. Com todo o respeito.

O novo vizinho I/ Foi-se o tempo em que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) deixava o plenário ao lado do colega Marco Maia (PT-RS) e desciam juntos para os gabinetes, situados lado a lado na área próxima aos estúdios da TV Câmara. Agora, quem lhe fará companhia na vizinhança é o deputado eleito Aécio Neves (foto) (PSDB-MG), que, inclusive, está reformando o espaço.

O novo vizinho II/ PT e PSDB não se bicam. Há quem diga que, talvez, diante do governo de Jair Bolsonaro, os dois partidos possam voltar a conversar.