Categoria: coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF
Diretores do Sindifisco percorrem o país em explicações sobre as vantagens da troca da tributação sobre o consumo, hoje a maior do Brasil, pelo imposto sobre movimentação financeira. A exposição dos técnicos aponta que, ao baixar o imposto sobre o consumo, os preços dos produtos caem e se tornam mais acessíveis, de modo que os mais pobres passam a pagar menos impostos.
O aumento das vendas aquece a indústria e favorece a geração de empregos. Falta convencer o governo e o presidente Jair Bolsonaro que, até aqui, não aceita recriar o imposto sobre movimentação financeira. O ministro Paulo Guedes, por sua vez, colocou a reforma tributária em segundo plano.
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O erro é do passado. Lá atrás, o governo criou a CPMF sem mexer no imposto sobre consumo, o que ampliou a carga tributária. Agora, entretanto, a proposta é outra e a troca, na avaliação do Sindifisco, é ganha-ganha.
Todo mundo “pianinho”…
O recuo do procurador-geral, Augusto Aras, no caso do acesso aos dados do Coaf pelo Supremo Tribunal Federal, foi visto como um sinal de que a Procuradoria-Geral não quer abrir um confronto direto com o STF.
… Sem provocar…
Atualmente, com o perigo rondando a Lava-Jato, a ordem é manter o melhor relacionamento possível e não errar na condução dos inquéritos, de forma a não abrir brechas a retrocessos. O momento é visto como muito delicado.
…Mas fazendo seu show
O acesso a dados do Coaf pelo STF, entretanto, será motivo de muitos protestos no Congresso, até por pedidos informais de procuradores. Ainda que Toffoli tenha dito que não usou a senha de acesso que foi fornecida pela UIF, instituição que substituiu o antigo Coaf, a tensão não está superada.
PEC Paralela passa
A aposta dos líderes governistas é a de que eles não terão dificuldades para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que inclui estados e municípios na reforma da Previdência. Como antecipou a coluna, na semana passada, a “taxa de sucesso” dessa proposta está no envio dos créditos orçamentários capazes de dar novo ânimo aos congressistas. Na Câmara, entretanto, o buraco é mais embaixo e não será possível.
CURTIDAS
Menina de ouro / Depois da exposição que fez na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre o projeto social, a deputada Tábata do Amaral (PDT-SP) se consolidou como uma das novas
apostas nessa seara.
Meninos de ouro / A apresentação foi dividida com os deputados Felipe Rigoni e João Campos (PSB-PE), também apontados como boas promessas para o futuro da política nacional no centro esquerda. Ambos são equilibrados e trabalham na linha de projetos estratégicos.
Olho nela / Tem muita gente em Brasília observando atentamente os movimentos da deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF). Há quem diga que a aproximação do marido dela, o advogado Luís Felipe Belmonte, com o novo partido de Jair Bolsonaro será a senha para que ela concorra ao GDF daqui a dois anos.
Olho nela II / O que leva os adversários a olharem mais atentamente é que Paula tem se destacado no Parlamento e mantém boa performance nas redes sociais, apesar de nunca haver exercido um mandato eletivo.
E o Weintraub, hein? / Já tem gente no Congresso pensando em convocar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para explicar a deseducação nas redes sociais. Dia desses, no Twitter, o perfil dele exibia xingamentos à mãe de um internauta. Ministro tem que ter compostura. Especialmente, o da Educação.
Coluna Brasília-DF
Quem viu um Ursinho Pooh gigante inflado na L4 Sul (Avenida das Nações), no gramado próximo à churrascaria Steak Bull, achou que se tratava de alguma promoção infantil. Que nada. Era um protesto nos moldes daqueles que ocorrem em Hong Kong, onde o presidente chinês Xi Jinping sempre é comparado ao simpático ursinho. Manifestantes seguem Jinping por todo o mundo levando o ursinho a tiracolo.
Deu ruim/ O presidente Xi Jinping detesta a comparação. Seus diplomatas telefonaram para todas as autoridades pedindo apoio para que o ursinho fosse retirado do caminho do presidente, que pegou rotas alternativas em vários momentos para não cruzar com o boneco gigante. Segundo empresários e autoridades, ele cancelou, inclusive, o almoço na churrascaria, por causa dos manifestantes. Depois da reclamação das autoridades chinesas, a Agefis foi até lá, obrigou os manifestantes a esvaziarem o imenso Pooh e apreendeu o boneco.
Toffoli tem informações capazes de deixar preocupados empresários e políticos
Coluna Brasília-DF
A notícia de que o Supremo Tribunal Federal pediu que a Unidade de Inteligência Financeira informe os relatórios produzidos pelo antigo Coaf nos últimos três anos foi uma “bomba” na política. Há quem diga que, ao querer saber quem estava sendo objeto de análise por ali, com produção de relatórios com ou sem tipificação de crimes (algo que só pode ser feito pela Justiça), o presidente do STF, Dias Toffoli, terá em mãos informações capazes de deixar preocupados empresários, políticos e quem mais chegar. E informação é poder.
Da parte do governo, entretanto, não se ouviu qualquer reclamação desde que o pedido de informações veio a público, na Folha de S.Paulo. Afinal, está prestes a ser julgada pelo plenário a suspensão das investigações que tentam colocar o senador Flávio Bolsonaro no olho do furacão do caso envolvendo a movimentação atípica do ex-funcionário de seu gabinete Fabrício Queiroz e a suspeita de cobrança de parte dos salários dos servidores dos tempos em que Flávio era deputado estadual.
CPI, que CPI?
O fato de Toffoli ter tanta informação em mãos fez crescer o movimento pela CPI da Lava-Toga. Só tem um probleminha: há muita gente que, nas internas, torce para essa investigação não sair. A maioria não quer briga com o Supremo Tribunal Federal.
Ensaios eleitorais
Ainda falta um ano e dois meses para a eleição do sucessor de Davi Alcolumbre na Presidência do Senado, mas os partidos já estão se movimentando. No MDB, o nome que começa a ganhar corpo é o do líder, Eduardo Braga (AM).
E ela?
O grupo Muda Senado olha com simpatia para o nome da atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Simone Tebet. Mas, parte dessa turma já avisou que, se ela quiser comandar a Casa, será mais fácil se deixar o MDB. As portas do Podemos estão escancaradas para recebê-la.
DF bem na fita/ Quem circulou com desenvoltura na agenda do New Development Bank durante esses dias de Brics foi o secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Ruy Coutinho. Como uma das poucas autoridades locais presentes ao evento, ele teve uma boa conversa com o presidente do NDB, Kundapur Vaman Kamath.
E com boas perspectivas/ A conversa girou em torno de crédito a empresas que pretendam investir em Brasília. A propósito, a diretora-geral do NDB no Brasil, Claudia Prates, foi colega de Coutinho no BNDES. Ou seja, porta aberta para receber o Distrito Federal no NDB.
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro pediu aos advogados que criem mecanismos de compliance e transparência para o seu partido desde o primeiro dia, 21 de novembro, data da fundação. A ordem é colocar todos os gastos no site, inclusive, aqueles da primeira convenção que teve o salão alugado por R$ 5 mil. Nas primeiras 26 horas, o Instagram do Aliança registrou 130 mil seguidores. A ordem, agora, entre os aliancistas de Bolsonaro é alertar para um site falso que tenta se passar pelo do presidente e já atraiu 75 mil pessoas.
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O partido terá, ainda, um aplicativo para smartphones e tablets, para obter as 500 mil assinaturas de apoio, um dos requisitos para o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Afinal, a lei estabelece a necessidade do aval desse contingente de eleitores, mas não especifica que as listas de assinaturas devem ser apresentadas em papel. Se hoje já existe assinatura eletrônica em processos judiciais, por que não para formação de partido político?, comentam advogados eleitorais.
Olho neles
O fato de o presidente dizer que pode ter Sérgio Moro como futuro candidato a vice na sua chapa deixou muita gente desconfiada. Se brincar, o atual comandante em chefe das Forças Armadas desiste da empreitada da reeleição e põe o ministro no seu lugar, com Paulo Guedes de vice.
Guinada bilateral
A aproximação do governo brasileiro com a China de Xi Jinping é uma demonstração de que o presidente Jair Bolsonaro não vai ficar esperando pela boa vontade dos Estados Unidos de Donald Trump. Afinal, dizem alguns bolsonaristas, depois de mantido o veto à exportação de carne brasileira para os estadunidenses, o Brasil deve ampliar suas apostas no mercado chinês.
Melhor assim
No governo brasileiro, há quem diga que a ausência de convites a líderes de outros países para participação em encontros bilaterais dos Brics não foi feita por causa da instabilidade na vizinhança. Além da Bolívia e do Chile, há problemas no Equador, no Peru, alguma tensão na Colômbia, a Argentina está em fase de transição e, para completar, ainda tem a Venezuela, o “vexame” da invasão da embaixada venezuelana em Brasília.
A suspeita da oposição
O “detox” do vereador Carlos Bolsonaro das redes sociais foi lido como uma tentativa de sair de cena para evitar que posts sejam averiguados. A desconfiança de muitos é de que havia ali algo que hoje 02 não quer que seja revisto sob nova ótica.
A certeza dos apoiadores
Os bolsonaristas, entretanto, acreditam que, com a saída de Carlos Bolsonaro das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro ligou o modo paz e amor. A estratégia é deixar Lula com a imagem de quem aposta no confronto.
Curtidas
O que os une/ O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (foto), circulava entre os parlamentares, no jantar promovido pela Frente Parlamentar dos Brics, comentando com todos que o “Rio está ótimo. Só a Globo que acha que o Rio não vai bem”, dizia. Petistas e bolsonaristas faziam menções com a cabeça, concordando.
Trio internacional/ Entre os parlamentares, três se destacam nos eventos do Brics: os presidentes das Comissões de Relações Exteriores do Senado, Nelsinho Trad; da Câmara, Eduardo Bolsonaro; e da Frente Parlamentar do Brics, Fausto Pinato.
Fundo musical/ O presidente Jair Bolsonaro foi recebido no Brics com a música Like a Prayer, de Madonna, que provocou muita polêmica há 30 anos, quando foi lançada. No clip da música, Madonna beija um santo negro e aparece dançando entre cruzes flamejantes.
Por falar em Lula…/ O petista está dedicado a fazer política desde o dia em que saiu da carceragem da Polícia Federal. Hoje, estará em Salvador para um encontro do PT.
Deputados e senadores recebem “Jumbão” para aprovar PEC Paralela
Coluna Brasília-DF
Enquanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), abria a sessão solene para promulgar a reforma da Previdência, a Comissão Mista de Orçamento recebia R$ 15 bilhões em projetos de crédito suplementar, com uma grande parte destinada a emendas de deputados e senadores para estados e municípios.
Há recursos para saneamento, desenvolvimento regional, estradas e uma penca de projetos que farão a alegria das bases eleitorais nessa reta final de 2019. Cada um desses projetos, que trazem recursos para vários ministérios, é carinhosamente apelidado na Casa de “Jumbão”, numa comparação ao Boeing 747.
Os “Jumbões” que aterrissaram no Congresso, avisam alguns líderes, serão suficientes para aprovar a proposta de emenda constitucional que completa a reforma previdenciária, a PEC Paralela, com votação prevista para a próxima terça-feira.
Jogada de risco I
O maior teste político de Jair Bolsonaro será a formação do novo partido. Se conseguir consolidar a nova legenda e recuperar a economia, terá um poder de atração inclusive sobre os hoje potenciais aliados do governo.
Jogada de risco II
A ideia de fusão entre o PSL de Luciano Bivar e o DEM arrisca levar vários integrantes do DEM a saírem do partido. Intramuros, há quem diga que não é possível aceitar esse casamento. Especialmente, aqueles mais próximos ao presidente Jair Bolsonaro.
Longe da solução
Os partidos de centro jogam em várias frentes para tentar aprovar a prisão em segunda instância. Domingos Sávio (PSDB-MG), conforme adiantou a coluna na semana passada, joga com a aprovação de uma mudança no Código de Processo Penal, enquanto Ricardo Barros (PP-PR) aposta num decreto legislativo para transformar o Congresso eleito em 2022 em Constituinte, nos moldes do que foi feito na década de 80.
Tapete vermelho, apesar de tudo
Fundado no governo Lula, o grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) está longe de ser a turma preferida do presidente Jair Bolsonaro. Especialmente, depois que o russo Vladimir Putin apoiou Evo Morales, o ex-presidente da Bolívia exilado no México. Porém, o presidente promete ser o melhor dos anfitriões e deixar as rusgas de lado.
Aliança no DF/ O nome que desponta como um dos fundadores do novo partido de Jair Bolsonaro no Distrito Federal é o do advogado Luiz Felipe Belmonte, suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e marido da deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF). Ela deve ficar onde está. Bia Kicis segue para a nova legenda.
Desdenhou/ O deputado Delegado Waldir (PSL-GO) passou a tarde dizendo aos colegas no plenário que “Bolsonaro está vendendo terreno na Lua com essa história de novo partido. Leva-se muito tempo para montar uma legenda”.
Botou fé?/ Os bolsonaristas, entretanto, têm certeza de que o prestígio do presidente e as perspectivas de melhora na economia são suficientes para construir a nova agremiação sem problemas.
“CarnaBrics”/ É assim que as excelências se referem ao fechamento da Esplanada hoje por causa da reunião de cúpula do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Sextou” em plena terça-feira, com direito a cinco dias de folga para as repartições públicas dos Poderes da República, incluindo o fim de semana.
Governo tenta entrar em tema mais sensível aos discursos da esquerda
Coluna Brasília-DF
Ao restringir a contratação do pacote do emprego aos mais jovens — entre 18 e 29 anos —, o governo tenta entrar na roda daquela parcela que hoje é mais sensível aos discursos da esquerda. E, de quebra, aposta na camada da população que precisa de qualificação profissional para alçar voos mais altos no futuro.
Assim, qualificados e trabalhando, os jovens, avaliam os governistas, deixarão de ser “massa de manobra” dos partidos. Afinal, Lula, em suas primeiras falas ao sair da cadeia, destacou o alto desemprego no país. E tem razão quando fala nesse tema. Se a medida gerar novos postos de trabalho, o discurso de Lula cairá no vazio.
Tempo contado
Ao anunciar, hoje, sua saída do PSL para um novo partido, o presidente Jair Bolsonaro terá de correr, a fim de que sua nova legenda possa participar das eleições municipais no ano que vem. O PSD de Gilberto Kassab foi fundado em março de 2011, ou seja, com uma folga maior para coletar as 500 mil assinaturas e conseguir o registro em tempo de concorrer às eleições. Os especialistas garantem que o tempo para que o partido seja criado e dispute as próximas eleições é mais do que suficiente.
Pau que dá em Chico…
… Dá em Francisco, reza o dito popular. Bastou o presidente Jair Bolsonaro mencionar, em entrevista a O Antagonista, que a Lei de Segurança Nacional está aí para ser usada, numa referência a Lula, para que muita gente no parlamento fosse averiguar se bolsonaristas podem ser enquadrados na LSN pelas ameaças ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli.
Calma, Lula
O ex-presidente foi aconselhado a medir cada palavra de seu discurso, de forma a não dar margem a que seja enquadrado ou cogitado a enquadramento na Lei de Segurança Nacional. Afinal, Lula está solto, mas ainda tem uma série de processos a responder e, para completar, uma parcela expressiva da população o considera culpado.
Desconforto no clã
A contar pelo tuíte de Eduardo Bolsonaro, ontem, o governador de São Paulo, João Doria, começou a incomodar a família. O deputado desqualifica todos aqueles que estavam com o seu pai e que agora partiram para a oposição, inclusive o general Santos Cruz e Paulo Marinho, cuja casa serviu de QG da campanha bolsonarista.
Menos, Eduardo, menos
As críticas a Doria por parte do filho do presidente preocupam alguns congressistas aliados ao governo, porque Bolsonaro vai precisar dos tucanos para aprovar as reformas que sugere ao Congresso. O senador José Serra (PSDB-SP) já criticou o pacote de medidas do ajuste fiscal. Até aqui, o PSDB tem sido fiel às reformas. Mas, se o governo continuar provocando os adversários tão cedo, faltarão votos.
Disputa das casas I/ Oito senadores do movimento Muda Senado — Álvaro Dias, Oriovisto, Kajuru, Reguffe, Leila Barros, Eduardo Girão, Styvenson Valentim e Lassier Martins — fizeram uma reunião, ontem, irados por causa do cancelamento da sessão em que defenderiam a aprovação de uma emenda constitucional para fazer valer a prisão em segunda instância.
Disputa das casas II/ Todos querem o protagonismo nesse tema, que tem apoio popular. Na Câmara, logo no início da noite, com a discussão na Comissão de Constituição e Justiça, o tema conseguiu o impossível: reunir os bolsonaristas raiz com os bivaristas.
A porta da rua…/ É a serventia da casa. A contar pelas mensagens que circulam no grupo dos bivaristas dentro do PSL, não haverá luto no partido pela saída de Jair Bolsonaro da legenda.
Informação preciosa/ O economista Paulo Nogueira Batista Jr. lança, hoje, no Carpe Diem, da 104 Sul, às 19h, o livro O Brasil não cabe no quintal de ninguém, em que conta os bastidores das negociações que acompanhou e participou tanto nos Brics quanto no FMI. Está previsto, ainda, debate entre o autor e o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, com mediação do jornalista Luiz Carlos Azedo.
Coluna Brasília-DF
Num período de 10 dias, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi procurado pelo apresentador Luciano Huck; pelo governador de São Paulo, João Doria, e pelo do Rio, Wilson Witzel, lhe oferecendo a vice. Sinal de que o demista aparece bem na fita das pesquisas e é visto como um aliado confiável.
Por falar em Huck…
O fato de Lula chegar a São Paulo no jatinho dele não foi mera coincidência, ainda que o PT tenha alugado o avião. Segundo amigos do empresário, Huck sabia. O apresentador tem feito gestos para todos os lados. E se considera capaz de unir o que há de melhor na esquerda e na direita.
Coluna Brasília-DF
Tudo o que o PT falou ao longo da campanha e no Congresso nos últimos tempos, sem reflexo na sociedade, Lula repetiu nesse fim de semana do alto do palanque no ABC, num ensaio do que pretende espalhar pelo país: ligar os Bolsonaros aos milicianos do Rio de Janeiro e pedir explicações sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz que continua sem esclarecer detalhadamente as transações financeiras. Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, citam o ex-presidente como presidiário, que está condenado em segunda instância. Ou seja, solto, mas não completamente livre.
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O primeiro resultado desse embate é a antecipação da guerra eleitoral entre esses personagens já em 2020, nas eleições municipais. O centro da política ainda tem esperanças de que o eleitor reconheça que é possível fazer uma aposta longe dos dois extremos. Só tem um probleminha: no momento, Lula e Bolsonaro têm mais voz junto ao eleitorado. Os demais ainda não deram o ar da graça nessa seara. O único que aparece com dois dígitos nas pesquisas é Luciano Huck. Não por acaso, Lula e Bolsonaro atacam as organizações Globo, onde o apresentador trabalha. É ele que veem hoje como o maior adversário.
Onde mora o perigo I
As mensagens do presidente Jair Bolsonaro pedindo aos seus seguidores que não caíssem em provocações têm relação direta com o receio de que algum mais afoito (para não dizer maluco mesmo) termine cometendo algum atentado contra Lula nessas andanças pelo país. Afinal, qualquer coisa que aconteça com o petista hoje será atribuída aos bolsonaristas.
Onde mora o perigo II
A reunião do presidente Jair Bolsonaro com os ministros e comandantes militares está diretamente relacionada à necessidade de acompanhar o que vem acontecendo no país depois da liberação de Lula. O momento é de tentar tranquilizar os bolsonaristas, mantendo a visão de que Lula é culpado e que, terminado o processo, voltará à cadeia.
CURTIDAS
Mistura aí!/ Na festa de sexta à noite em Curitiba, os petistas se referiam à volta de Lula e José Dirceu à cena política como a chance de “limpar” o nome do PT e de tentar colar na população a imagem de que as prisões foram políticas, tal e qual àquelas que ocorreram nos tempos da ditadura militar. Assim, esperam deixar para trás os processos que atribuem a ambos participação nos escândalos de desvio de recursos da Petrobras.
Separa aí/ Os movimentos de rua ontem a favor da prisão em segunda instância, que muitos consideraram pequenos comparados às grandes manifestações de 2013, foram apenas o começo, no sentido de pressionar a mudança da legislação, de forma a prender Lula novamente. Outros virão, bem como milhões de assinaturas a fim de pressionar o Congresso a fazer valer essa possibilidade no texto constitucional. A ideia é usar a mesma tática que resultou na Lei da Ficha Limpa.
O que interessa/ Da parte do governo, há a certeza de que, se a economia melhorar, Lula continuará discursando para os próprios petistas, sem empolgar a maioria da população que elegeu Jair Bolsonaro.
Boa notícia/ Não é só de pacotes amargos que é feito o governo. Para a Cop25, a reunião da ONU sobre Mudanças Climáticas, o Brasil apresentará um elenco de bons resultados na redução de emissões de carbono.
Congresso quer que condenado em 2ª instância tenha recursos julgados em até seis meses
Coluna Brasília-DF
Passada a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a segunda instância, o Congresso quer retomar a discussão do tema. Não são poucos os deputados que estão quebrando a cabeça para tentar chegar a uma fórmula para que todo condenado em segunda instância tenha seus recursos julgados em seis meses, nas instâncias a que recorrer. A ideia do deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), por exemplo, é que os recursos que não forem julgados dentro de um determinado prazo possam passar a trancar a pauta do Supremo Tribunal Federal, da mesma forma que vetos e medidas provisórias trancam a pauta do parlamento.
Segura o DEM aí…
O presidente Jair Bolsonaro termina a semana com mais um gesto de apreço à parcela do DEM que o apoia. O primeiro foi iniciar a tramitação das emendas constitucionais da reforma fiscal pelo Senado, comandado por Davi Alcolumbre, grande aliado do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O segundo é o afago a Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que recebe hoje o presidente Jair Bolsonaro.
…E divide o partido
Caiado foi o único que, na convenção partidária, defendeu o alinhamento automático do partido ao governo do presidente Jair Bolsonaro, algo que até agora não veio, e nem virá. Aliás, a contar pelos encontros em Brasília, o DEM está cada vez mais próximo de Luciano Huck, com quem Rodrigo Maia tem conversado bastante. O encontro mais recente foi ontem.
Vai indo que eu já chego
A ideia do presidente com o novo partido é atrair aliados de outras legendas, além do grupo do PSL que já está a postos para seguir Bolsonaro. Até aqui, entretanto, nenhum desses aliados pretende trocar o certo pelo duvidoso.
Saldo
Os governistas que sondaram muitos parlamentares sobre o pacote da reforma fiscal concluíram que, se o ministro Paulo Guedes sair com a metade das propostas aprovadas, já estará de bom tamanho.
Contramão
O mercado não atribui apenas aos erros de estratégia do governo a ausência das grandes petroleiras nos leilões desta semana. É que a exploração do pré-sal é cara, e os principais mercados do mundo já têm projeto de mudança para energia limpa.
Harari e Huck/ Autor dos best sellers Sapiens, Homo Deus e 21 lições para o Século XXI, o filósofo e professor Yuval Noah Harari tem jantar marcado na casa de Luciano Huck, no Rio de Janeiro. É o apresentador buscando o maior pensador da atualidade rumo a 2022.
Harari, Huck e a realidade brasileira/ O empresário e apresentador combinou ainda de levar o professor para conhecer uma favela no Rio. O local, por enquanto, é mantido a sete chaves.
Projeto Modernizar/ Depois do sucesso da palestra de Harari ontem na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia, já recebeu uma sugestão de tema para a próxima palestra do ciclo que o demista pretende fazer para levar deputados e senadores a pensar mais o futuro: Inteligência Artificial.
Nem todos/ Durou pouco a alegria de Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, preso em julho deste ano. Seus defensores chegaram a comemorar quando o caso foi parar nas mãos do ministro Gilmar Mendes, no STF. Porém, comemoraram cedo. O fato de Messer ter passado um tempo foragido foi um dos fatores para que Gilmar negasse o habeas corpus.
Coluna Brasília-DF
O resultado abaixo do esperado na venda dos lotes do pré-sal leva os partidos de centro no Congresso a colocar pé no freio do programa de privatizações defendido pelo governo. Não são poucos os líderes que dizem, em conversas reservadas, que o projeto de privatização da Eletrobras será alterado, repetindo o discurso proferido pelo líder do MDB, Eduardo Braga. Nada será feito de forma apressada, e vem aí a golden share, ou seja, ação de ouro, que dá à União poder de veto se não houver respeito ao interesse público.
De quebra, o pacote de medidas levado pelo próprio presidente ao Congresso é visto como algo que está na direção certa, porém o elenco de senões é de fazer inveja ao dos filmes de Hollywood. Não por acaso, já tem muita gente dizendo que o resultado do megaleilão enfraquece a posição do governo como a kriptonita faz com o Super-Homem nos quadrinhos, telinhas e telonas.
Lá fora, imagem é tudo
Estratégia e imagem distorcida no exterior são apontadas por experientes embaixadores como os principais ingredientes para que o megaleilão do pré-sal ficasse no meio do caminho em termos de expectativas. Uma empresa europeia, por exemplo, precisou mandar nos últimos 10 meses 16 cartas aos acionistas para explicar que todos os seus negócios por aqui estão dentro da legalidade e respeitam acordos internacionais.
A nova “maioria” I
MDB, Podemos e PSD vão formar a principal base potencialmente aliada do presidente Jair Bolsonaro no Senado. É daí que saem os relatores das propostas de emenda à Constituição que chegaram ontem — Márcio Bittar (MDB-MG), Oriovisto Guimarães (Pode-PR) e Otto Alencar (PSD-BA).
A nova “maioria” II
Só tem um detalhe: esses três partidos não respondem pela cartilha do governo e, sim, pela própria. E todos colocam senões à extinção de municípios, corte de 25% nos vencimentos dos servidores e ao não cumprimento de decisões judiciais, caso não haja previsão orçamentária.
“Prefiro ficar com a boa notícia, temos menos R$ 70 bilhões de problemas”
Do líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), sobre o resultado do megaleilão do pré-sal
Enquanto isso, na Câmara…
A ordem é deixar as emendas constitucionais decantarem no Senado e, depois, começar a analisar o pacote quando desembarcar lá, no ano que vem. Embora Rodrigo Maia diga que tem condições de votar até meados do ano que vem, os líderes do centrão não estão com tanta pressa.
CURTIDAS
Guedes virou o “cara”/ Embora tenham restrições às propostas de emendas constitucional, até os parlamentares que não gostam de Paulo Guedes disseram que o ministro da Economia estava muito bem e seguro na apresentação que fez aos senadores.
Desculpa aí, viu?!/ A cada intervenção, ele batia no ombro do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) para dizer que Fernando Henrique Cardoso tem uma série de erros, da ausência de fiscalização ao pacto federativo.
Bolsonaro vai lá/ Bolsonaro abre a próxima segunda-feira com uma visita a Campina Grande (PB), para inaugurar um conjunto habitacional. Pelo visto, decidiu seguir o conselho de que precisa colocar um pé no Nordeste antes que algum aventureiro do seu campo político o faça.