A CPI das criptomoedas vem aí

criptomoedas
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O deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) entra hoje com o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as negociações de criptomoedas. “Material não falta e as empresas que lidam com isso precisam explicar. Vamos chamar todo mundo para entender o que está acontecendo nesse mercado”, diz o deputado.

Faz sentido

Empresas desse setor estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas são suspeitas de praticar fraude e de montar esquemas de pirâmide, que ocorrem quando apenas os primeiros é que recebem o prometido retorno fácil e os demais não conseguem.

Oposição consegue o controle da CPI das Fake News

Senador Angelo Coronel (PSD-BA).
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Partidos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro conseguiram controle total sobre a CPI das Fake News, uma investigação que promete chamar a atenção nos próximos meses e colocar em xeque muitas contas que dispararam notícias falsas nas redes sociais. Alexandre Leite (DEM-SP), de primeiro mandato, queria a presidência ou a relatoria, mas, na última hora, ficou sem as duas.

O governo não queria a CPMI e, quando tentou se organizar para controlar a comissão, terminou surpreendido. Os oposicionistas viram na escolha do presidente, Ângelo Coronel (PSD-BA), e da relatora, Lídice de Mata (PSB-BA), sua maior vitória até o momento no Parlamento. É ali que pretendem apostar todas as suas fichas.

O “esquenta” para a ONU

As declarações do presidente Jair Bolsonaro, a respeito da alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, fez crescer o desconforto para a abertura da Assembleia Geral da ONU, em 24 de setembro. A expectativa é de que haja um aumento do número de chefes de Estado críticos ao Brasil em seus discursos.

Pegou pesado

O fato de até o atual presidente do Chile, Sebastián Piñera, criticar as declarações de Bolsonaro mostra que o presidente brasileiro extrapolou e que isso pode trazer mais prejuízos políticos e econômicos ao Brasil nos jogos globais.

Paralela sob risco

Apesar de aprovada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, as apostas em torno da proposta de emenda constitucional (PEC) paralela à reforma previdenciária estão em baixa na Câmara. É que, no ano que vem, próximo da eleição, não dá para discutir um tema tão indigesto.

A CPI das criptomoedas vem aí

O deputado Áureo Ribeiro (SD-RJ) entra hoje com o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as negociações de criptomoedas. “Material não falta e as empresas que lidam com isso precisam explicar. Vamos chamar todo mundo para entender o que está acontecendo nesse mercado”, diz o deputado.

Faz sentido

Empresas desse setor estão sob investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas são suspeitas de praticar fraude e de montar esquemas de pirâmide, que ocorrem quando apenas os primeiros é que recebem o prometido retorno fácil e os demais não conseguem.

CURTIDAS

Apelou, perdeu I/ Causou desconforto a integrantes do Ministério Público a proposta da associação da classe, de recusar nomeações fora da lista tríplice. Forçar a aceitação da lista, dizem alguns, é querer se sobrepor à Constituição.

Apelou, perdeu II/ A lista e a escolha de um entre os três indicados não está prevista na Constituição. E um dos deveres do Ministério Público é zelar pelo cumprimento dos preceitos constitucionais.

Férias do barulho/ A redução de recursos da Justiça (e por tabela da Polícia Federal) e as férias do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, vão manter Sérgio Moro na linha das especulações de mais enfraquecimento, apesar dos elogios que recebeu de Bolsonaro dia desses.

Enquanto isso, na oposição/ Diz o deputado Reginaldo Lopes (PT- MG) que, entre os oposicionistas, segue a máxima da “redução de danos” das reformas. “Como somos minoria, é o que nos cabe nesse momento”, diz.

Portaria de importação de milho dos EUA ameaça cargo de embaixador de Eduardo

Eduardo Bolsonaro
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Como se não bastassem as dificuldades para o governo fechar os votos de que precisa para emplacar Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como embaixador do Brasil em Washington, a nova portaria que permitirá ao Brasil importar ainda mais etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa promete abalar o apoio que o deputado poderia ter no Nordeste.

É que a portaria foi publicada logo depois da visita do parlamentar ao presidente norte-americano, Donald Trump, e, em vez de 600 milhões de litros, o total sem imposto poderá ser de 750 milhões. Para não desagradar tanto os produtores nordestinos, estabeleceu-se esse total em três quotas. Porém, ainda não resolveu o problema. Hoje, tem nova reunião sobre o assunto no governo.

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No Senado, espalhou-se a versão de que Eduardo abriu as portas do Brasil aos produtores americanos de milho, prejudicando os nordestinos. Não por acaso, Bolsonaro lança na próxima quinta-feira o Agro Nordeste com direito a solenidade no Planalto. Quer sair para a cirurgia com o discurso pronto para amortecer as críticas do setor sucroalcooleiro nordestino e tirar essa insatisfação do colo do filho.

Déjà-vu I

Embalado depois de uma ode a Baco, o Deus do vinho, um deputado estadual nordestino contava para quem quisesse ouvir que havia “comprado” R$ 30 milhões de emendas extras em seu périplo pelos gabinetes dos congressistas em Brasília. Epa! Ok, talvez a expressão tenha sido exagerada. Mas quem ouviu e estava apenas rendendo homenagens a Tétis, a deusa da água, saiu do convescote certo de que, nessa batida, confusões virão.

Déjà-vu II

Se não foi apenas mais um caso de verbo mal aplicado e discurso mal-entendido, o sujeito comprou. Logo, alguém “vendeu”, e com taxa de “retorno”, um eufemismo para propina. E “venda” de emendas é algo que já deu problema nos anos 90, quando o Congresso viveu a CPI do Orçamento e vários deputados tiveram seus mandatos cassados.

Por falar em emendas…

Os deputados recém-chegados ao Congresso não estavam tão seguros em destinar 30% do valor global das emendas de bancada ao fundo eleitoral. O Partido Novo, por exemplo, é contra. Considera que recursos públicos devem ser destinados a obras em prol da população, e que eleição, especialmente municipal, deve ser feita gastando sola de sapato.

Abuso de autoridade, outro problema

Não são apenas os interesses comerciais de empresas americanas que vão pesar contra Eduardo Bolsonaro. Os vetos à Lei do Abuso de Autoridade também vão entrar nesse bolo, segundo alguns senadores. Pelo visto, o deputado terá que retomar as conversas com cada um a partir de hoje.

Eles têm medo/ A forma como a deputada Renata Abreu (Podemos-SP) vem fazendo crescer a sua legenda fez acender o pisca-alerta nos demais partidos. A ordem, agora, é assegurar que a bancada que vale para distribuição de tempo de
tevê e fundo partidário é a que saiu das urnas.

Ele anda e está organizado/ Os tucanos observam a distância os movimentos de Luciano Huck. O empresário montou grupos de discussão do país e alinhava um projeto de governo. Há quem jure que ele não está a passeio.

Enquanto isso, em São Paulo…/ O governador de São Paulo, João Dória, não pode fazer a mesma coisa. Tem que governar e mostrar, daqui a dois anos e meio, que São Paulo está bombando. Faz sentido.

A volta de Dilma/ Calma, pessoal. Ela irá ao Congresso hoje para o lançamento da Frente Parlamentar da Soberania.

Ações mais diretas e incisivas na economia preocupam Bolsonaro

Bolsonaro economia
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O presidente Jair Bolsonaro nem pestanejou com o resultado da pesquisa Datafolha que indicou queda na popularidade. Afinal, se a economia melhorar, a recuperação virá. O que tira o sono é a falta de ações mais diretas e incisivas na economia.

A pesquisa da XP Investimentos indica que 12% atribuem a atual situação econômica do país ao atual governo. É o percentual mais alto destes oito meses de gestão. Em maio, 5% atribuíam a crise à administração Bolsonaro, 14% à gestão Michel Temer, 20% à ex-presidente Dilma e 34%, ao ex-presidente Lula. Agora, 16% atribuem a Dilma, 30%, a Lula, 13%, a Michel Temer.

A aposta do governo é de que as pessoas, daqui para frente, tenderão a aumentar a cobrança de cumprimento das promessas de melhoria do cenário econômico. Aliados do Planalto acreditam que, se o PSL quiser ter sucesso eleitoral, terá de apresentar melhoras mais significativas que o 0,4% do PIB.

Quem parte e reparte…

Parlamentares apostam na mudança de eixo do “pires na mão” do Executivo para o Congresso. É que a liberação obrigatória para emendas de bancada fará com que deputados e senadores digam para onde vão os recursos.

 

… fica com a melhor parte

Assim, avisam alguns, estará dinamitada a ponte entre o presidente Jair Bolsonaro e os prefeitos.
E refeita a ligação direta desses administradores municipais com os congressistas.

Nem tanto

A turma do Congresso está comemorando cedo demais esse trunfo das emendas. Não falta muito para o governo começar a colocar no Congresso a culpa pelos cortes. Ontem, foram as bolsas de estudo. Outros bloqueios virão. E estará feito o jogo de empurra entre Legislativo e Executivo.

Por falar em cortes…

Tem muita gente dizendo que hoje é mais fácil o governo parar de pagar as contas do que não aprovar a reforma da Previdência.

Moro, o conformado/ Depois da conversa com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, jantou com um grupo de senadores, na semana passada, e demonstrou tranquilidade quando alguns lhe perguntaram sobre o corte de recursos: “O problema é que o país vive dificuldades, e todos os setores têm cortes. Faz parte”.

Por falar em cortes…/ Vem aí uma grande briga entre os Três Poderes por causa do Orçamento de 2020, nos moldes que ocorreu no Rio Grande do Sul. Lá, o governador Eduardo Leite propôs reajuste zero para todo mundo, por causa da falta de recursos. O Ministério Público e o Tribunal de Justiça não aceitaram.

Direto ao ponto/ Quem tentou pedir audiência ao senador Tasso Jereissati sobre a cobrança de contribuição previdenciária das filantrópicas com capacidade de pagamento, ouviu o seguinte: “Olha, eu te recebo, mas não vou mudar o parecer”.

Ato na Esplanada/ Servidores vão quebrar hoje a palavra “Previdência” em protesto contra a reforma, e entregar os cacos aos senadores. Mal a notícia circulou na internet, a turma do ministro da Economia, Paulo Guedes, ironizava, dizendo que a imagem tem tudo a ver com o que pensa parte da equipe — os supersalários estão quebrando a Previdência. É a tentativa de transformar a manifestação em limonada.

O outro “Centrão”, o raiz, de Bolsonaro

Bolsonaro e o centrão
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Aos poucos, o grupo formado por PP, PL (ex-PR, de Valdemar Costa Neto) e DEM vai colando no governo do presidente Jair Bolsonaro. E não apenas por causa dos cargos que começam a angariar no segundo escalão, com as últimas nomeações da Companhia Desenvolvimento Vale São Francisco (Codevasf) e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). É que, apesar de todos os problemas e tropeços do atual governo, esses partidos, desacostumados a lançar candidatos a presidente da República, não veem futuro próspero longe do Planalto.

Nas conversas mais reservadas, eles têm dito que Bolsonaro continua com seu percentual acima de 25%, a economia teve, na semana passada, um sinal de que pode se recuperar. E, nesse quadro, essas legendas não vão brigar com o presidente. Pelo menos, até que o cenário fique mais claro, a ordem é colar no governo, seguindo o dito popular “seguro morreu de velho”. Dia desses, o presidente Jair Bolsonaro falou que consultaria o “seu centrão” sobre a Lei de Abuso de Autoridade. Agora, tem mais um, o Centrão raiz.

Divórcios e casórios

Os procuradores começam a ficar de olho na vida privada dos personagens envolvidos na Lava- Jato. É que, quando os escândalos vieram à tona, muitos se divorciaram. Ok, em muitos casos, o amor acabou mesmo. Agora, o problema é que, em algumas situações, há a desconfiança de que tudo não passou de uma estratégia para preservar patrimônio.

A conta…

A transposição das águas do São Francisco ajuda o sertão e provoca outro problema: a conta de energia das bombas. São R$ 500 milhões por ano a ser dividida entre os quatro estados — Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.

….que ninguém quer pagar

Os estados vão vender a água bombeada aos seus habitantes e empresas, mas resistem a pagar a conta da energia. O acordo ainda não veio.

Os pragmáticos

Integrantes do Centrão apostam que a falta de recursos orçamentários para investimentos, em especial emendas de bancada, ajudará a aproximar esse grupo do governo. E por um raciocínio muito simples: É que, reza a lenda, em tempos de escassez, os amigos sempre ficam com algum agrado maior.

MP sob tensão…/ Procuradores passaram parte do dia trocando mensagens e procurando entender a declaração do presidente Jair Bolsonaro, sobre a procuradora Raquel Dodge trocar os procuradores regionais. A conclusão é a de que ela está apenas cumprindo a legislação. Nem um milímetro além disso.

…permanente/ Aliás, desde que o presidente disse, numa reunião com parlamentares, que não dá para transformar a Polícia Federal num novo Ministério Público, os procuradores mantêm olhos e ouvidos em alerta para tudo que vem do Planalto.

Falha institucional/ Chamou a atenção a ausência do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, nos testes de bombeamento do Eixo Norte 3, da transposição do São Francisco, em Cabroró (PE) e Salgueiro (PE). O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foi.

Enquanto isso, nos Estados Unidos…/ A boa recepção de Donald Trump ao deputado Eduardo Bolsonaro, inclusive fora da agenda oficial, será um dos pontos que o parlamentar pretende destacar na sabatina, avisam aliados do congressista. Afinal, dizem esses fiéis escudeiros de Eduardo, dificílimo um deputado brasileiro, candidato a embaixador, ter esse acesso direto à Casa Branca.

Gilmar no CB.Poder/ Amanhã, segunda-feira, tem o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, no CB.Poder, 13h15, ao vivo na TV Brasília.

Eduardo só deixará mandato de deputado se for aprovado para embaixador

Eduardo Bolsonaro
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O jantar de Eduardo Bolsonaro com senadores esta semana não rendeu votos, uma vez que a maioria ali era de “convertidos à causa”. Mas serviu para amarrar o discurso que cada um fará em busca dos votos. A linha é a seguinte: o desgaste para o país e o mercado será infinitamente maior se o filho do presidente for derrotado.

O trabalho por Eduardo

Se cada um que estava ali conseguir três votos, serão, pelo menos, 48 pela indicação do deputado como embaixador em Washington. Aliás, a visita desta semana do deputado a Washington é um passo para ajudar a embalar essa conquista.

Seguro morreu de velho

Eduardo já avisou os amigos: só renunciará ao mandato de deputado se for aprovado no Senado. Ou seja, não tem essa de pular nesse projeto da Embaixada nos Estados Unidos no escuro e sem rede.

Um filtro para o STF preservar a Lava-Jato

Lava-Jato STF
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Quem quiser ter a mesma felicidade de Aldemir Bendine, o ex-presidente do Banco do Brasil que teve sua condenação anulada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, é bom analisar passo a passo o processo dele. Em primeiro lugar, Bendine pedira para ser ouvido depois dos delatores na primeira instância, e o então juiz Sérgio Moro negou. Uma das saídas é conceder o mesmo tratamento àqueles que tentaram, mas não tiveram sucesso antes da condenação em primeira instância. Ou seja, quem guardou esse recurso para pedir apenas ao STF, pode perder esperanças.

Fim de festa I

Uma das maiores preocupações do governo com a peça orçamentária enviada ontem ao Congresso se refere às liberação obrigatória das emendas de bancada, conforme mudança constitucional promulgada em junho. É que essas emendas ficam, geralmente, na faixa de R$ 30 bilhões, ou seja, quase a metade do que o governo tem para todas as despesas discricionárias.

Fim de festa II

Ou os parlamentares criam juízo e baixam esses valores, ou o governo dará um calote nas excelências.

CURTIDAS

Correios em litígio/ A coluna cantou a bola: os Correios declinaram da proposta de trégua de 30 dias para tentar chegar a um acordo com os servidores sobre o dissídio coletivo. Agora, será um arrastado processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com greve e prejuízos. Assim, estará aberto o portal para a privatização.

Petrobras em conversa/ Os petroleiros e a Petrobras, conforme adiantou a coluna ontem, seguem na negociação.

E o PSB, hein?/ A expulsão do deputado Átila Lira (PI) foi para servir de exemplo aos demais e, de quebra, segurar o dinheiro do fundo partidário em caixa. Agora, os socialistas estão no seguinte pé: uma infidelidade (voto a favor da Previdência) o partido deixou passar para não perder bancada, nem caixa. Mas duas foi demais. Lira tinha votado a favor da reforma trabalhista.

Baleia em campanha/ O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), já começou a mapear os diretórios estaduais, em discreta campanha para presidir o partido na convenção de outubro. É apontado hoje como favorito.

Governo “intervém” em comissão e provoca pressão por CPI das Queimadas

CPI das Queimadas
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Depois do desgaste internacional por causa dos incêndios na Amazônia, o governo — em especial, a ala mais radical do agronegócio — atuou para assumir o controle da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Parlamento. O comando havia sido prometido ao senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) desde o início da Legislatura pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ao longo dos últimos dias, entretanto, os ventos mudaram. Com o apoio do secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura e ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) venceu por 8 a 7.

A comissão havia sido idealizada para que o Parlamento pudesse servir de contraponto às ações governamentais como, por exemplo, não deixar que haja manipulação a respeito de dados sobre desmatamento e queimadas na Amazônia. Agora, a ala mais independente pressionará Alcolumbre a aprovar já uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as queimadas.

Em tempo: A CPI das Queimadas já tem as 27 assinaturas necessárias no Senado. De quebra, o Movimento Acredito colheu 4 milhões em apoio à investigação por parte dos senadores. A próxima sessão deliberativa promete pegar fogo nesse tema.

Boa notícia

Nem tudo está perdido para o agronegócio brasileiro. A Indonésia acaba de encomendar 25 mil toneladas de carne bovina. A decisão é fruto da viagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, àquele país, no primeiro semestre. A notícia foi comemorada pelo governo.

A vida pós-The Intercept

Passados quase três meses de Vaza-Jato em cena, vem do Supremo Tribunal Federal a ordem de vigilância total aos cumprimentos de todas as normas processuais, quer alguns gostem ou não. Qualquer descuido, como houve no caso do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine, colocará as condenações sob risco. Daí, a decisão de Edson Fachin, de fazer retornar o caso do ex-presidente Lula à fase de alegações finais. Ninguém quer passar pelo vexame de ver outras condenações anuladas.

Mapas tucanos

Quem começou a mapear os votos do diretório nacional do PSDB a respeito do recurso contra o deputado Aécio Neves aposta na manutenção do resultado da Comissão Executiva, favorável ao parlamentar. É que, o artigo 8º do Código de Ética menciona que o cancelamento da filiação partidária, ou seja, a expulsão, só pode ser feita depois de decisão transitada em julgado. Não é o caso de Aécio.

Eleição no MP/ A dupla de procuradores Ronaldo Albo e Marcelo Serra Azul foi eleita para chefiar a Procuradoria Regional da República da 1ª Região. Só falta, agora, a nomeação pela procuradora-geral, Raquel Dodge. Albo, conhecido como o procurador da Operação Caixa de Pandora, será o titular e Serra Azul, seu substituto.

Outro foco/ Nem só de CPI das Queimadas vivem os parlamentares. O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) aproveitou o dia movimentado na Câmara para colher assinaturas em favor de uma CPI para investigar atuação de Ongs e empresas na Amazônia.

Quem quer ser presidente…./ Nessa temporada em que o presidente Jair Bolsonaro frita alguns ministros publicamente, como fez com Gustavo Bebianno, Santos Cruz e, segundo leitura de alguns, faz o mesmo com Sérgio Moro, tucanos estão de orelha em pé com o governador de São Paulo, João Dória.

… tem que melhorar o ambiente interno e o externo/ Até aqui, internamente, Dória fritou o ex-presidente do partido Alberto Goldman, isolou Geraldo Alckmin e, agora, puxou Aécio Neves, que estava quieto, cuidando da própria defesa, para o desgaste. Resultado: Vai minando seu poder no ninho e, e de quebra, levando muitos a olhar com ares de esperança para Luciano Huck.

Governo aposta em falta de consenso do Congresso para apresentar a nova CPMF

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O governo aposta, hoje, que as propostas de reforma tributária, em debate no Parlamento, não chegarão a um consenso, uma vez que estados e municípios tendem a não chegar a um acordo sobre o texto final.

E aí, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sacará da cartola a proposta do governo, que inclui a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CSBS) e a Contribuição Social sobre Transações (CST), um nome mais pomposo para a antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Só tem um probleminha: no Congresso, hoje, ninguém quer saber direito da volta da CPMF. O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega chamou o imposto de “excrescência”. Portanto, ao contrário da reforma da Previdência, que caminha para a aprovação no Senado, a reforma tributária é coisa para daqui a um ano. Ou mais.

Em tempo: a ideia em curso no Senado é concluir a análise da reforma tributária em 16 de outubro. Assim, o projeto seguirá para a Câmara, que juntará as duas propostas e… Fará tudo voltar ao Senado novamente. E o governo? Bem, se mandar uma proposta, ela começará pela Câmara. Logo, ainda há muita água para rolar nessa discussão dos tributos.

A “paralela” é mais embaixo

A aposta dos deputados e senadores é de que a PEC paralela da reforma da Previdência, que incluirá os estados e municípios na proposta e outras mudanças, como a cobrança da contribuição previdenciária patronal dos agropecuaristas, terá problemas de apreciação nas duas Casas.

É que, a tendência é essa proposta chegar à Câmara justamente no ano eleitoral. E ninguém vai querer mexer com a Previdência em tempo de ir pedir votos ao eleitor. Especialmente com a bancada ruralista fazendo cara de poucos amigos para o texto.

Estados atônitos

A maioria dos governadores da Amazônia saiu meio decepcionada da reunião com o presidente Jair Bolsonaro. A expectativa do grupo era de que ele anunciaria um pacote de medidas em resposta à pressão internacional.

Porém, nos bastidores, eles reclamam que só ouviram críticas a áreas de preservação, indígenas, ONGs, quilombos e por aí vai. Propostas, só no documento da semana que vem.

E Macron surfa

Aos poucos, Emmanuel Macron vai organizando seu discurso e crescendo em cima das provocações que passou a receber do presidente brasileiro desde a declaração que “a nossa casa queimando”. Bolsonaro caiu na armadilha e agora está difícil sair dela.

Enquanto isso, na Câmara…

A aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça, da proposta de emenda constitucional que permite a exploração agrícola de terras indígenas, é vista por diplomatas como mais um lance que pode dar problema do ponto de vista ambiental.

Ciente disso, Rodrigo Maia pretende esperar a poeira baixar para instalar a Comissão Especial que analisará o tema.

A ordem era… / O quórum na sessão de ontem da Câmara dos Deputados estava diretamente relacionado à tentativa dos deputados federais de aprovar mudanças na legislação eleitoral para 2020.

… cuidar da própria vida/ O receio, entretanto, era de que, diante da crise que atravessa o país, com falta de recursos para a Amazônia, a turma que se elege por voto de opinião aproveitasse para tentar tirar os R$ 3 bilhões do fundo partidário, jogando os recursos no combate às queimadas na Amazônia. Não seria má ideia.

É o que eles querem/ Esse é o desejo da maioria das mensagens que circula pelas redes sociais e, por incrível que pareça, une simpatizantes tanto do PT quanto do PSL.

Depois das florestas, a disputa pelos rios do Brasil

Macron
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As pressões internacionais sobre o futuro da Amazônia começam a levantar outro debate. Senadores que acompanham de perto as discussões no governo sobre a privatização da Eletrobras temem pela segurança hídrica e controle das principais bacias hidrográficas brasileiras por empresas chinesas. Há o receio de que, num lance, os chineses e empresas de outras grandes potências terminem controlando todos os rios do Brasil. Até na ala governista a preocupação é grande. Porém, hoje, apenas os oposicionistas se posicionam de peito aberto para dizer que é preciso muita atenção quanto ao modelo de privatização a ser adotado e garantir que o Congresso tenha seus próprios estudos a respeito e faça um amplo debate. “O setor energético não pode bancar os delírios de Paulo Guedes e privatizar o controle da Eletrobras. Pode vender ações, mas não o controle”, avisa o senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Em tempo: O que Jean Paul diz abertamente também é objeto de preocupação de senadores e deputados de partidos mais conservadores, que ainda esperam todo detalhamento do modelo para se expor. Há um constrangimento generalizado com o fato de o ministro da Economia, Paulo Guedes, ter feito uma intervenção branca no Ministério de Minas e Energia, deixando ao ministro da área, almirante Bento Albuquerque, como uma espécie de “rainha da Inglaterra”.

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Vem mais: Os conselheiros de administração eleitos pelos empregados das empresas do grupo Eletrobras enviaram uma carta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, em que explicam a situação da empresa e rebatem os argumentos de Guedes. Explicam que, em 10 anos, a Eletrobras entregou ao governo R$ 15 bilhões em dividendos que poderiam ter sido investidos em saúde e educação. Não será tão simples a privatização desse setor tão estratégico.

A crise arrefece…

A temperatura da crise internacional por causa das queimadas na Amazônia está mais baixa, depois do apoio que o Brasil recebeu dos Estados Unidos, do Reino Unido, do Japão. Até as declarações da chanceler alemã, Angela Merkel, foram mais brandas.

…Mas a lição fica

Bolsonaro está ciente que não dá para tratar de temas internacionais com cotoveladas, como faz com a oposição ao governo. Por esses dias, houve até quem, na Esplanada, considerasse que o país Brasil deve repensar sua equipe diplomática, com quadros mais experientes, apesar da boa vontade do atual chanceler, Ernesto Araújo. O problema é que jair Bolsonaro não quer mudança ali.

O que eles temem

No último mundial de queijos e laticínios da França, o Brasil saiu com 56 produtos premiados, a maioria de Minas Gerais. Com o acordo Mercosul-União Europeia, a França, rainha dessas iguarias, terá que conviver com a concorrência no seu território.

Enquanto isso, no Congresso…

Os parlamentares estão cada dia mais indócis por causa da demora do governo em nomear os cargos de segundo escalão. O ano está quase terminando e até agora quase nada foi definido. Para completar, tem senador reclamando a colegas que pediu um cargo e ganhou “o sub, do sub, do sub”. É bom o governo ficar atento.

CURTIDAS

Apelo mundial/ Na abertura do Parapan, em Lima (Peru), o vocalista da banda peruana Bareto fez um apelo ao público, para que rezasse pela Amazônia, por causa do “momento difícil”.

Cada um com o seu incêndio/ Nas rodas de Brasília, políticos são quase que unânimes em afirmar que o presidente da França, Emmanuel Macron, não apagou nem o fogo da catedral de Notre Dame, em Paris, que dirá o da Amazônia.

Semana decisiva/ Presidentes de partidos estão de olho nas sessões da Câmara desta semana. É que, se a Casa não aprovar nenhuma mudança na lei eleitoral, vai ficar tudo a cargo da Justiça Eleitoral. A tentativa de acordo uniu de Elmar Nascimento (DEM) a Renildo Calheiros (PCdoB-PE).

Por falar em legislação eleitoral…/ A pedido da Comissão de Direito Eleitoral da ordem dos Advogados do Brasil, seccional do DF, o TRE do Distrito Federal passará a publicar em seu site prestação de contas dos diretórios estaduais dos partidos. Hoje, só o TSE divulga as contas nacionais dos partidos, o que dificulta o controle dos gastos regionais por parte da população. “Os diretórios regionais têm recursos próprios e prestam contas de forma independente dos diretórios nacionais. Por isso, a importância de que as contas deles também sejam transparentes”, diz o presidente da Comissão da OAB-DF, Rafael Carneiro.