Brasil vê cúpula de mudanças climáticas das Nações Unidas como aquecimento para a Cop 25

Homem encapuzado com espada e escudo
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É assim que muitos diplomatas brasileiros veem a cúpula de mudanças climáticas das Nações Unidas hoje, com destaque para a França e outros países. Há uma pressão para que o Brasil e outras nações em desenvolvimento ampliem a contribuição que cada país se propôs quando do Acordo de Paris.

Só tem um probleminha: O Brasil não o fará porque está já perto de alcançar as metas previstas para 2030. Dados do Ministério de Minas e Energia indicam que o país já cumpriu, por exemplo, o percentual de 45% de energia renovável (45,3% em 2018, a meta para 2030 é 45%) e está a 0,6% de cumprir a meta de biocombustíveis.

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O Brasil, como outros países em desenvolvimento, vai se preparar para cobrar investimentos das nações mais ricas. E, como os Estados Unidos saíram do Acordo de Paris, essa conta vai sobrar para os europeus.

É aí que, dizem os diplomatas, está o nó entre o governo brasileiro e o francês, por exemplo. O próximo palco, depois do quartel general da ONU esta semana,
será no Chile, sede da Cop 25.

Adeus, noruegueses

Se o Brasil conseguir o fundo de bioeconomia da Amazônia discutido em Washington com grandes empresas e o Banco interamericano de Desenvolvimento, poderá prescindir daqueles que hoje fazem doações para a região. O fundo será detalhado num encontro em Belém, de 8 a 10 de novembro.

Corre, Maia, corre

Os parlamentares vão pressionar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para votar, a toque de caixa, um projeto que permita aos partidos saber exatamente quanto do Fundo Eleitoral e partidário deve ser destinado a campanhas de prefeitos e quanto para vereadores. E, ainda, qual o limite de gastos de cada vereador e prefeito e se há diferenças entre prefeitos de capitais e de pequenas cidades.

Lavou as mãos

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, já avisou que não vai legislar sobre esse tema. É um caso do Congresso e os políticos que se resolvam. Se nada for feito até 4 de outubro, um ano antes da eleição, mais uma vez as cúpulas partidárias agirão de acordo com a cara do freguês.

Onde mora o perigo

O receio é de que os recursos sejam destinados apenas àqueles que hoje dominam os partidos e não a candidatos da chamada renovação política. E que os prefeitos das capitais terminem abocanhando os valores deixando o interior à míngua.

CURTIDAS

Leitura ambiental/ O presidente Jair Bolsonaro desembarca em Nova York a tempo de jantar com o presidente Donald Trump na segunda-feira à noite, mas chegará depois da cúpula de mudanças climáticas da ONU. Os ambientalistas não gostaram. Acham que quem poderia jantar com Trump, teria perfeitamente tempo de chegar para a conferência climática.

Leitura médica/ Os médicos, entretanto, não queriam nem que o presidente fosse abrir a 74ª Assembleia Geral da ONU. Precisa ainda de um certo repouso para evitar novas complicações.

Índios de lá e de cá/ A cúpula da Juventude se mostrou um desfile de futuros líderes mundiais em defesa do meio ambiente. Destaque, nos Estados Unidos, para Makassa, descendente dos Sioux, que fez uma cerimônia espiritual logo na abertura.

Saída pela esquerda…/ O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, cruzou com manifestantes parados em frente ao hotel onde ficou hospedado assim que chegou. Para não passar por eles de novo, optou por uma porta lateral. No Twitter, não poupou críticas.

A ONU e Bolsonaro

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Inspirados pela jovem sueca Greta Thunberg, os nova-iorquinos tomaram as ruas da cidade, no Battery Park, ao sul de Manhattan, a fim de chamar a atenção para as mudanças climáticas e cobrar atitudes mais sérias das autoridades na linha do “nosso planeta não pode esperar”. Hoje, a sede das Nações Unidas terá a Youth Summit Climates, o encontro de cúpula da juventude, dedicado a tratar desse tema e propor soluções. É esse clima de “vamos preservar o planeta antes que ele acabe” que toma conta da cidade e que espera o presidente Bolsonaro na próxima terça-feira.

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Para completar, na véspera do discurso do presidente na ONU, a cúpula sobre mudanças climáticas não terá a participação do Brasil. Não que o país tenha sido vetado, conforme se especulou. O evento é para chefes de Estado e de governo. Se os chefes não vão, simplesmente, o país não fala. O governo brasileiro preferiu dar seu recado na abertura oficial da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia seguinte, quando se espera uma presença maciça de chefes de Estado e de governo. Porém, a ausência na cúpula do clima é vista no mundo externo como uma certa falta de prioridade ao tema.

Pega um, pega geral

A operação que envolveu o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), fez voltar os movimentos em prol da derrubada dos vetos à Lei de Abuso de Autoridade, na qual o Senado terá papel decisivo.

Casa complicada

Os senadores foram responsáveis, por exemplo, pelo freio nas mudanças que afrouxaram as regras de financiamento de campanha. E agora, o governo espera contar com a Casa para manutenção dos vetos presidenciais à Lei do Abuso. No entanto, dado o climão da semana, nada está garantido.

“Nossa casa está queimando”

A frase dita pelo presidente francês Emmanuel Macron e que provocou toda a crise entre ele o presidente Jair Bolsonaro foi repetida pela ativista Greta Thunberg, na manifestação em Nova York. Hoje, ela fala nas Nações Unidas.

Enquanto isso, nos bastidores…

A sensação entre diplomatas é de que o Brasil não tem quem o defenda em relação ao meio ambiente nas altas-rodas norte-americanas, como a ONU e importantes fundações nos Estados Unidos, capazes de mobilizar a opinião pública. Sem embaixador nem na ONU nem em Washington, está difícil.

Politics for future/ O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, apoiou a liberação dos alunos de escolas públicas para participar da greve global em favor do clima, a “Friday for future”, que levou milhões às ruas pelo mundo. Embora não esteja mais postulando a vaga de candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, ele continua na política.

Consulado reservado/ Qualquer jornalista que procure o Consulado do Brasil na ONU em busca de informações sobre a viagem do presidente Jair Bolsonaro, ou mesmo a participação na Conferência do Clima, é remetido imediatamente aos integrantes da equipe precursora. Ninguém quer avançar o sinal. No passado, não era assim.

Save the date/ O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), começou a enviar os convites para a sessão em homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas e ao advogado José Gerardo Grossi, em 1 de outubro.

General Ramos em alta no Congresso

General Luiz Eduardo Ramos
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Coluna Brasília-DF/Por Leonardo Cavalcanti

Depois de um início conturbado — com ataques aos parlamentares e à “velha política” —, o presidente Jair Bolsonaro parece ter, finalmente, se convencido de que a guerra aberta com o Congresso só prejudicava a ele mesmo. Assim, o capitão reformado recolheu as armas contra o Parlamento nos últimos dois meses, ao contrário do que ocorreu em relação a setores da sociedade civil e da imprensa.

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A mudança de tom coincide com a atuação mais efetiva do secretário de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos — que substituiu Carlos Alberto dos Santos Cruz e praticamente engoliu Onyx Lorenzoni. A atuação do ministro-militar com líderes partidários tem se mostrado eficiente, pelo menos é este o clima geral dos aliados no Congresso. Tais ações podem explicar um aumento no índice de governabilidade, verificado pela consultoria Prospectiva, que mostra a fidelidade dos parlamentares ao Palácio do Planalto.

Alta fidelidade

Em agosto, o índice de governabilidade chegou a quase 75% das votações. Os melhores resultados apareceram nas pautas econômicas, como liberdade econômica (MP nº 881/19, emenda aglutinativa n° 1); pagamento de peritos do INSS (PL nº 2999/2019); reforma da Previdência (PEC nº 6/2019, segundo turno); e repasse da União à Eletrobras.

Telefonemas

Por falar no general Ramos, ontem pela manhã, ele recebeu uma série de telefonemas estridentes de Bolsonaro sobre a operação da Polícia Federal. Na quarta ligação, o ministro interrompeu a agenda, deixou o gabinete no Planalto e foi se reunir pessoalmente com o presidente.

Curtidas

Decisão confirmada / O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou integralmente a decisão do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Antônio Souza Prudente, que mandou a Vale pagar um salário mínimo para cada indígena, independentemente de idade, das tribos Xikrim e Kaiapó. Os valores referem-se a danos causados aos ecossistemas sócio-ambientais.

Na pauta / O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse a parlamentares que vai pautar, na próxima semana, um projeto de lei que revoga a Lei Kandir. Representantes de cooperativas entraram em alerta e começaram uma peregrinação no Congresso com o argumento dos riscos para a balança comercial, pois taxar a exportação pode aumentar o preço de determinados produtos no mercado internacional e, com isso, levar à queda de produção.

Vingança / O pé de uma nota do grupo “Muda, Senado”, formado por 21 parlamentares independentes, mostra que a não recondução de dois integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (Lauro Machado Nogueira e Dermeval Farias) não pegou nada bem. “Eles foram aprovados por unanimidade na CCJ, sem qualquer tipo de questionamento. Isso aponta, para uma repetição do passado triste onde o Senado funcionava como instrumento de vingança de investigados”, diz a nota, lida por Alessandro Vieira, do Cidadania.

Briga entre Flávio Bolsonaro e Major Olímpio incomoda o Planalto

Senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) conversa com o senador Major Olimpio (PSL-SP).
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A iminente debandada do PSL na Câmara, tratada anteriormente pela coluna, é motivo de preocupação para o Planalto. Porém, em termos de base parlamentar, nada incomoda mais do que a briga do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (PSL-SP). Eles trocaram insultos e palavrões por telefone antes de Flávio embarcar para a China.

E o reflexo da discussão, por causa da CPI da Lava-Toga, arrisca deixar o PSL com apenas um senador. A senadora Selma Arruda já deixou o partido rumo ao Podemos. Soraya Thronicke é mais ligada, hoje, à bancada do agronegócio do que às discussões internas do partido. Flávio está cada vez mais sozinho. E o PSL, cada dia menor.

Deu água I

Naufragou o movimento do ex-senador Pedro Simon para fazer com que o líder na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), desistisse da candidatura a presidente do MDB. O lançamento oficial ocorreu nesta quarta-feira, numa reunião no Lago Sul em Brasília, que contou com praticamente toda a bancada do MDB na Câmara.

Deu água II

Sem consenso em torno do nome da senadora Simone Tebet (MS), a avaliação geral é a de que ela não será candidata. A eleição está marcada para 6 de outubro. Afinal, Baleia Rossi já recebeu também apoio de senadores como Marcelo Castro (PI) e conta também com o apoio do ministro da Cidadania, Osmar Terra.

Só vai na pressão

A decisão da Câmara de restaurar partes das regras eleitorais retiradas do texto pelos senadores promete mexer ainda mais com o prestígio dos políticos. Os movimentos pela ética na política, que buscam mais transparência no jogo eleitoral, prometem estampar as imagens de quem for favorável à volta de partes do projeto original.

Ajudinha providencial

A Caixa Econômica antecipou o pagamento de dividendos de R$ 7 bilhões para ajudar o governo federal a desbloquear verbas para áreas fundamentais, como educação. Nos próximos dias, o banco deve colaborar novamente com aproximadamente o mesmo valor.

E não tem almoço grátis

A Caixa aproveita essa mudança para ressaltar a importância do banco público, que, aliás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pensa em privatizar. “Isso demonstra a importância do banco público que, além de cumprir uma missão social, na qual está inserido o estímulo do mercado interno e a ajuda no equilíbrio das contas públicas, ainda gera lucros diretos para sociedade”, afirma Anna Cláudia de Vasconcellos, presidente da Associação Nacional dos Advogados da Caixa (Advocef).

CURTIDAS

Botão errado/ O deputado Marcos Feliciano (PR-SP) andou reclamando na Câmara que foi bloqueado no WhatsApp pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos (foto). Vai ver que foi sem querer.

Acomodação / Aos poucos as coisas vão se ajustando na PGR, em especial com a volta do grupo da Lava-Jato às funções. A impressão geral é a de que passou o estremecimento da troca de comando, que pareceu um terremoto a balançar a procuradoria.

Nada a ver com o PT…/ …Nem, tampouco, com os republicanos, nos Estados Unidos. A Oracle praticamente trocou a cor de sua marca. Sai a predominância do vermelho. Entra o cinza e cores pastéis. Porém o botão com o “O” em forma de elo de corrente continuará em vermelho.

Por falar em Estados Unidos e Oracle…/ Em Washington, a jovem sueca Greta Thunberg mobiliza corações e mentes em prol de atitudes que reduzam as mudanças climáticas e seus impactos. Em San Francisco, Larry Ellison, da Oracle, encerrou um dos maiores eventos de tecnologia do planeta com anúncio de bases integradas de aplicativos na nuvem que vão facilitar ainda mais a vida de seus clientes e lhes dar mais segurança. No Brasil, a discussão é mais rasa.

18 deputados estão na iminência de deixar o PSL

Pesca do PSL
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Os partidos aliados ao Planalto já armaram suas redes para conquistar parlamentares do PSL. Sim, redes. O cálculo de muitos é o de que pelo menos 18 deputados estão na iminência de deixar a legenda. Só não saíram ainda porque precisam dar um jeito de evitar perder o mandato por infidelidade partidária.

Se os parlamentares conseguirem estender para os deputados estaduais e federais a janela para troca de partido em abril de 2020, quem terá dor de cabeça é o presidente do PSL, Luciano Bivar. Nesse cenário, o PSL encolherá de 53 para 35 deputados, menor que o PT (54), PP (38) e o PSD (36).

O risco é o PSL perder ainda mais posições na Casa. O PSDB, hoje com 32 deputados, o Republicano (antigo PRB), com 31, e o DEM, com 28, não veem a hora de atrair esses 18. Se nada mudar, o partido de Bolsonaro, que já foi comparado ao antigo PRN, de Fernando Collor, não durará nem um mandato como protagonista na Câmara. E pelo menos a curto prazo, nada indica que o partido terá paz.

Brigou com a turma toda

Em meio à discussão do projeto que altera a lei de TV por assinatura (serviço de acesso condicionado), o governo pressiona para incluir uma emenda para que a Agência Nacional de Telecomunicações passe a precificar os canais, ou seja, uma espécie de tabelamento. Nos bastidores, a ideia da emenda é dar a SBT, Record e a quem mais chegar o mesmo valor da Globo.

Brigou com os americanos

Só tem um probleminha: a intenção desse quase “tabelamento” de preço de canais brasileiros contraria as leis de mercado e mexe com todo mundo. Hoje, quem tem mais público e investe milhões em conteúdo acaba conseguindo um preço melhor por seu canal.

Não é à toa que a emenda ao projeto provocou uma corrida ao Congresso esta semana. Canais como os da Time Warner, AT&T, HBO e Disney têm conteúdos mais caros e com mais público. O projeto está hoje na pauta da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado.

Os recuos de Davi

O pé no freio dado ontem na reunião de líderes a respeito do projeto dos partidos mostra que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), não está disposto a se “queimar” para ajudar as legendas. Os parlamentares querem saber se ele fará o mesmo em relação à Lava-Toga.

“Não é possível que não tenhamos 41 senadores enxergando que esse projeto representa um retrocesso”

Da senadora Simone Tebet (MDB-MS), logo pela manhã, sobre a propostas de mudanças na legislação eleitoral e partidária. À noite, teve mais que isso: a casa inteira, em votação simbólica.

Quando eles têm apoio…/ Entre os projetos de estudantes exibidos no stand da Oracle Education Foundation, chama a atenção um videogame para que crianças com câncer aprendam a entender melhor a doença e a fortalecer o próprio organismo. Foi desenvolvido por quatro jovens, de 15 a 18 anos.

E a Dilma, hein?/ A ex-presidente Dilma Rousseff não perdeu a chance de comentar a entrevista do ex-presidente Michel Temer ao Roda Viva esta semana: “Temer cometeu novo ato de sincericídio: admitiu que eu sofri um golpe de Estado e disse que, se Lula tivesse ido para o meu governo, não teria havido o impeachment”.

Veja bem/ Entre os petistas, entretanto, o “se” que eles colocam é outro. Dilma não aceitou os conselhos de Lula no início do mandato, tampouco abriu a guarda para que ele pudesse ser candidato em seu lugar, em 2014. “Se” tivesse aceitado, a história teria sido outra. Agora, com o leite derramado, não adianta mais falar de Temer.

Enquanto isso, no governo…/ Secretários de Agricultura do Maranhão e da Bahia, ambos de partidos adversários ao presidente Jair Bolsonaro, parabenizaram a ministra Tereza Cristina, da Agricultura e Pecuária, pela forma como o governo trabalha para evitar que a peste suína entre no Brasil. A peste assola hoje os rebanhos chineses e já foi detectada, inclusive, na Irlanda, em carne enlatada. Por aqui, não há casos registrados. A ministra, aos poucos, vai reduzindo resistências na sua área nos partidos de oposição.

Relatora da CPMI das Fake News investigará eleições em novembro

CPMI das Fake News
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Relatora da CPMI das Fake News, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) vai começar de forma leve, com audição de professores universitários e especialistas em mundo digital. Por uma questão de estratégia, deixou para novembro as exposições sobre o “esquema de financiamento, produção e disseminação de fake news, com o intuito de lesar o processo eleitoral no Brasil”. A ideia de deixar para o fim é ter tempo de coletar todas as informações de bastidores possíveis a respeito desse tema.

Coincidência ou não, é nesse período que o governo começará a tratar de mudanças no Ministério com vistas à formação de uma maioria mais sólida no Parlamento, levando também para o primeiro escalão aquilo que o atual ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, já faz valer para a liberação de emendas. Quem ajuda o governo, tem tratamento melhor do que quem faz corpo mole na hora crucial.

“Desembarque da Normandia”

Com o primeiro ano de governo chegando ao fim, é assim que muita gente ligada ao presidente Jair Bolsonaro define os ministros que participaram ou participam destes 12 meses iniciais. Ou seja, chegaram para trocar tiros na primeira fase, alguns tombaram pelo caminho, mas a missão de ocupar o terreno foi cumprida.

Fim do recreio

A partir de janeiro do ano que vem, a toada será outra. Até porque, com um ano eleitoral a caminho, é preciso garantir a lealdade e mais visibilidade a ações governamentais e
entrega de serviços.

Onde pega

Uma das maiores preocupações do Planalto é evitar ataques no Congresso, em especial, à família do presidente, e também uma melhoria do ambiente econômico. Nesse sentido, conforme a coluna já publicou, Paulo Guedes está hoje em fase quase estágio probatório. E precisa entregar um ambiente mais limpo para o ano eleitoral de 2020.

“Baianidade” fala mais alto/ O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, terá no senador do PT baiano, Jaques Wagner (foto), um cabo eleitoral para ajudar na busca de votos. Nesse ritmo, o novo procurador caminha para ser talvez um recordista de votos no plenário.

Futuro é agora/ A Oracle Open World 2019 apresentou o seu programa de experiências com startups. Chama a atenção a brasileira Jobecam, na área de recursos humanos. A empresa faz a ponte entre aqueles que têm vagas disponíveis e aqueles em busca de um emprego, que, no Brasil, são mais de 12 milhões.

Diversidade em alta/ A Jobecam é uma plataforma de seleção de talentos por meio de vídeos e inteligência artificial, que filtra e ranqueia os perfis dos candidatos. A “menina dos olhos” é o “vídeo cego”, ou seja, a empresa interessada recebe apenas a qualificação da pessoa, sem levar
em conta a aparência física.

Macaco velho…/ Sem dar dica sobre possíveis nomes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai esperar a aprovação do presidente Jair Bolsonaro, que saiu ontem do hospital e voltou a Brasília, para definir o substituto de Marcos Cintra, na Receita Federal.
O anúncio, segundo ele, sairá “possivelmente, em alguns dias”.

Governo prepara mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas

Ministério da Economia cargos em comissão
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Nem só de privatizações vive o projeto do governo de tentar se adequar ao teto de gastos. Vêm por aí mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas. Os estudos sobre as novas tesouradas estão guardados a sete chaves para não alarmar os servidores e, em breve, serão enviados à Casa Civil.

Resolvam esse imbróglio

Tem muita gente na atual equipe econômica disposta a dar o seguinte ultimato aos governadores que buscam socorro da União para equilibrar as contas. Primeiro, deem um jeito no “miserê” daqueles que terminam consumindo boa parte dos ajustes. Referiam-se a procuradores, como o de Minas Gerais, que, graças a penduricalhos, chegou a ter contracheques que, em média, representaram R$ 68 mil.

Só tem um probleminha

Governadores que tentaram resolver não conseguiram. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite buscou reajuste zero para todos os Poderes, mas o Judiciário reclamou e conseguiu liminar. Agora, o caso virá para o Supremo Tribunal Federal.

Davi e os leões

A Mesa Diretora do Senado não fez sequer uma reunião este ano. Com isso, estão parados todos os pedidos de informações das excelências aos ministérios e empresas públicas. Há, pelo menos, 60 esperando deliberação, alguns desde o início do ano.

O governo agradece, afinal, ganha tempo e não precisa se preocupar em enviar nada, nem ser cobrado por atrasos. Já os senadores dizem que, se o atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pudesse concorrer à reeleição — não pode, porque é dentro da mesma legislatura —, não teria mais o apoio do grupo que o elegeu.

Parte dessa turma está se sentindo abandonada pelo líder. Não por acaso, Alcolumbre se mostra menos radical quando alguns lhe perguntam sobre a CPI da Lava-Toga. Quem o conhece garante que é uma forma de ganhar tempo a fim de organizar o jogo para as próximas semanas.

Todos por Moro

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) conseguiu chamar a atenção de políticos ligados ao Planalto. Ele é um potencial candidato a presidente da República próximo do ministro da Justiça, Sérgio Moro. E, para completar, vem crescendo o partido. Não por acaso, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de desfilar ao lado ao ministro no 7 de Setembro e a líder Joice Hasselman corre para segurar a CPI da Lava-Jato.

CURTIDAS

Façam como eles/ Dia desses, no Planalto, assessores lembravam que, tanto os ministros Tereza Cristina (Agricultura), quanto Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), não ficam em assuntos periféricos. Nas redes sociais, sempre falam sobre as boas notícias das pastas, diferentemente de outros que passam muito tempo atacando adversários e xingando as pessoas. A ordem é transformá-los em exemplos do que deve ser feito no governo.

Por falar em Tereza…/ Antes de viajar aos países árabes, a ministra conseguiu evitar a derrubada do decreto que ampliou a cota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos. No Egito, a abertura de mercado aos produtos lácteos brasileiros.

Chiquinho versus Santos Cruz I/ Ao ler na revista Crusoé que o ex-ministro da Secretaria de Governo general Santos Cruz teria dito que Bolsonaro estaria disposto a tudo para salvar Flávio Bolsonaro, o ex-senador Chiquinho Escórcio tripudiou: “Eu disse que ele não entendia nada política. Saiu com um ressentimento tão grande que começa a agredir aqueles que confiaram nele, no caso, o presidente Bolsonaro”.

Chiquinho versus Santos Cruz II/ Logo no início do governo, o então ministro Santos Cruz ligou para o ex-senador e avisou que ele estava demitido. Chiquinho, que funcionava como uma espécie de radar para identificar e antecipar possíveis problemas do governo no Congresso, foi direto: “O senhor nem me conhece e já está me mandando embora? Logo se vê que não entende nada de política”.

Vetos à Lei de Abuso de Autoridade estremecem relação entre Bolsonaro e Congresso

Bolsonaro recebendo oração na Câmara dos Deputados
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Os congressistas querem aproveitar a semana que vem para tentar — e tudo indica que vão conseguir — derrubar os vetos à Lei de Abuso de Autoridade. Cumprido esse script, dizem alguns políticos, ficará claro que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não dispõem de uma maioria sólida na Casa para fazer cumprir a visão do governo sobre a proposta.

Essa leitura, feita pelos parlamentares, não prevalece no Planalto. Ali, a visão é a de que o presidente Jair Bolsonaro fez a sua parte ao acolher os vetos sugeridos pelo ministro. Quanto ao mérito da proposta — restrição ao uso de algemas, fim da condução coercitiva, e outros dispositivos vetados —, os parlamentares que respondam perante a população.

O vereador que responda

É assim que aliados do governo se referem às investigações sobre o vereador Carlos Bolsonaro e à suspeita de emprego de funcionários de fachada em seu gabinete. Carlos é maior de idade, não tem cargos no governo, nem poderá, garantem amigos de Jair Bolsonaro, envolver o pai nessa história.

Ceder aqui…

Antes de viajar aos países árabes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi ao Congresso e pediu encarecidamente aos deputados que pensem duas vezes antes de derrubar o decreto presidencial que ampliou a quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa. Conseguiu segurar a votação, pelo menos, por duas semanas.

… para ganhar ali

O discurso de Tereza é música nos ouvidos dos produtores. Os Estados Unidos têm acenado com aumento da importação de açúcar e ajudaram o Brasil no G-7, na questão ambiental. Para completar, a China se mostra interessada no etanol brasileiro.

A guerra de CPIs

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá que usar toda a sua diplomacia para evitar uma guerra entre CPIs da Vaza-Jato. Por causa dos diálogos divulgados pelo site The Intercept, a oposição protocolou um requerimento para apurar a conduta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e dos procuradores. A ala aliada ao ex-juiz Moro quer outra para investigar o vazamento das conversas.

“Sabemos todos que regimes autocráticos, cidadãos corruptos e autoridades impregnadas de vocação tendente à desconstrução da ordem democrática temem o Ministério Público. Longe de se curvar aos desígnios do poder político, econômico ou corporativo, ou ainda religioso, o Ministério Público tem a percepção superior da preservação da ordem democrática, fora da qual não há salvação”
Do decano do STF, Celso de Mello, na última sessão com Raquel Dodge no papel de procuradora-geral da República

CURTIDAS

Ajuda aí, Davi/ Com o novo representante da missão brasileira nas Nações Unidas sabatinado na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o governo coloca como prioridade aprovar logo o nome de Ronaldo Costa Filho em plenário. A ideia é correr para ver se dá tempo de Costa Filho voar para Nova York antes de 24 deste mês, quando o presidente Jair Bolsonaro discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU.

A volta de Fraga/ Inocentado pelo Tribunal de Justiça do DF, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) é considerado peça certa na equipe do presidente Jair Bolsonaro no ano que vem.

Tempo esgotado/ A Câmara correu para tentar aprovar algumas mudanças na lei eleitoral, mas os senadores não parecem tão interessados. Se nada for votado na semana que vem, a avaliação geral é a de que não haverá tempo hábil para aprovar mais nada.

Sig e Grossi/ A Câmara dos Deputados fará uma homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas e ao advogado José Gerardo Grossi em 1º de outubro, terça-feira. A sessão, pedida pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), está marcada para as 9h. Grossi faleceu em maio do ano passado e Sigmaringa Seixas, em dezembro. Ambos foram referência na luta pela redemocratização do Brasil.

Saída de Cintra é sinal de que Bolsonaro não aceitará tudo que vier da equipe econômica

Paulo Guedes cintra
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Dias antes de embarcar para São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro comentou com alguns ministros mais chegados que “quem tem que aparecer” no governo é o presidente da República. Completou dizendo que “não tem nenhum problema em demitir quem quer que seja”. O recado não foi para Paulo Guedes.

No entanto, o ministro anda meio de lado e olhando onde pisa. A saída do secretário da Receita, Marcos Cintra, lastreada na gota d’água da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), foi um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro não aceitará tudo o que vier da equipe econômica. A história de vender toda e qualquer empresa da União, dizem alguns, daqui a pouco entra nessa lista de “alto lá”.

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Em tempo: o presidente tem razão quando diz que não tem problemas em demitir ministros. Afinal, todos foram da sua lavra, sem consulta formal aos partidos políticos ou agentes de mercado, algo inédito na formação de um governo que entra agora no modo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

Avisos importantes

A ida do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ao Congresso no dia em que o presidente reafirma o compromisso de não recriar a CPMF foi vista pelos líderes partidários como um sinal de quem entendeu a conversa: não adianta tentar empurrar projetos goela abaixo do parlamento. O mesmo destino terá a tal PEC Paralela que quer aumentar os impostos do agronegócio.

“Talkey, Macron”?

Assim, aliados do presidente Jair Bolsonaro têm se referido ao discurso que ele fará na Organização das Nações Unidas daqui a 12 dias. No que tange ao meio ambiente, focará na capacidade brasileira de cuidar das suas florestas.

O fim da hegemonia

O MDB bem que tentou ampliar a bancada de senadores, mas quem está conseguindo essa façanha é o Podemos, do senador Álvaro Dias (PR). Com Reguffe, o partido vai a 10 senadores e quer chegar a 15. O MDB tem 13.

Curtidas

Simon na área/ Considerado uma das reservas morais do país, o ex-senador Pedro Simon esteve em Brasília para influir na troca de comando do MDB, marcada para 6 de outubro. Seu primeiro movimento foi um encontro com o líder do partido na Câmara, deputado Baleia Rossi, para ver se é possível conseguir um consenso em torno do nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

“Bolsonaro é um alvo para algum fanático, ou para alguma coisa que esteja além da nossa compreensão, é um alvo compensador. E isso sempre nos preocupa muito”

Do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, em entrevista à Rede Vida de Televisão, referindo-se à tarefa primordial que tem hoje, a segurança do presidente. No Planalto, segue a linha de que todo o cuidado é pouco.

E na lida/ Simon topa, desde que seja consenso. Baleia Rossi, idem. Ocorre que o deputado é o preferido da bancada da Câmara. Novamente, o MDB caminha para uma disputa Câmara versus Senado, que persiste desde os tempos de FHC.

Imagens para a campanha/ O pano de fundo do bate-boca entre os deputados Diego Garcia (Podemos-PR) e Boca Aberta (PROS-PR) em pleno Salão Verde da Câmara é a Prefeitura de Londrina. Ambos são pré-candidatos. A intenção é subir o tom nos próximos meses, fazer uma pausa para o Natal e voltar com carga total no ano eleitoral.

Quando o amor termina/ Lembra daquela nota da casa do advogado Roberto Caldas, que foi depredada, e o mistério sobre quem teria feito o estrago? Pois é. A ex-mulher dele, Michella, e duas assistentes foram indiciadas pela depredação. O caso agora seguirá para o Ministério Público para que dê parecer. A triste história de um casal que se separou parece não ter fim.

Denúncias devem complicar situação de Luis Miranda no TSE

Luis Miranda
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Aliados do deputado Luis Miranda (DEM-DF) consideram que o maior problema do parlamentar será a rejeição das contas de campanha pelo TRE, que agora está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A estratégia vem sendo protelar ao máximo para chegar a junho de 2022. Agora, diante das denúncias, vai ficar difícil.

… e para o partido

O DEM vive um drama interno. Se expulsar Miranda, perde a vaga na Câmara, uma vez que o suplente é Laerte Bessa, do PL (antigo PR). Porém, os caciques da legenda não estão confortáveis e já cobraram explicações.

Quanto às denúncias de golpe…

A estratégia é dizer que nada está relacionado ao mandato parlamentar, portanto, não deve ser objeto de análise nem pelo partido nem pela Câmara, afinal, trata-se de um negócio que faliu e de sócios que se sentiram lesados. Falta combinar com os “russos”. No meio do plenário, não param as conversas do tipo, “olha aí a nova política!”

Chama o Mário!!!/ Luis Miranda (DEM-DF) chamou o gerenciador de crises, Mário Rosa, para ajudar na estratégia de recuperação da imagem. O trabalho será árduo. A cada declaração, Miranda parece perder apoios e terreno.

Porta arrombada/ Na semana passada — antes da divulgação da reportagem do Fantástico com as pessoas que se sentiram lesadas em sociedades com Miranda nos Estados Unidos —, o deputado deixou o consultor esperando por duas horas e não foi conversar com ele. Só ontem que Mário entrou no circuito.