Autor: Denise Rothenburg
Após operação contra Serra, ordem no PSDB é blindar os tucanos
Coluna Brasília-DF
O PSDB avalia, internamente, a ação da Polícia Federal que atingiu o senador José Serra (SP) como um ponto fora da curva e relacionada à “velha guarda” do partido. Nada a ver com a nova geração que, hoje, representa uma promessa dentro da legenda. Porém, é a primeira grande operação sobre o braço político do PSDB de São Paulo, e há quem diga que outras virão.
Nesse sentido, a ordem é tratar de blindar os tucanos que, agora, chegam à ribalta. A tensão, que fazia parte da agenda dos políticos do Rio de Janeiro, por exemplo, agora se instala entre os paulistas.
Em tempo: a intenção de parte dos tucanos, de debitar o desgaste na “velha guarda” e na briga interna do Ministério Público, não vai vingar. José Serra é um dos principais quadros de gestão do PSDB, recebeu todo o apoio do partido até aqui e não deve ser atirado ao mar.
Da mesma forma, a briga entre a força-tarefa da Lava-Jato e a cúpula da Procuradoria-Geral da República não visa deixar de lado as investigações em curso. Portanto, há quem diga que é melhor o partido se preparar para administrar esses desgaste à porta das eleições municipais.
Pano de fundo…
A dificuldade do presidente Jair Bolsonaro em encontrar um ministro da Educação abriu uma guerra entre seus apoiadores. Os militares procuram convencer o chefe do Executivo a escolher um nome que dê tranquilidade a um setor e faça funcionar. Em plena pandemia, a Educação vive um momento de cada um por si, sem coordenação.
… sem solução
O bolsonarismo mais radical põe o pé na porta e pede um ministro conservador. Até o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) deu palpite. Embora diga que a decisão é exclusiva do presidente, reforça em suas redes sociais que o “escolhido só não deve ser um ideologicamente neutro, tem que ser um conservador de raiz”. Enquanto isso, os mais radicais xingam até os ministros militares. Essa briga vai até o fim do governo.
“Nós, o Brasil, pelos equívocos, principalmente, do presidente da República e de vários governadores, perdemos a guerra para a covid-19”
Do deputado Júlio Delgado (PSB-MG)
Gesto político I
O veto do presidente Jair Bolsonaro ao uso de máscaras em templos e no comércio não terá efeito, porque a legislação está nas mãos dos governadores e prefeitos. Bolsonaro já sabia disso, mas quer manter o seu discurso de não usar o acessório e também fazer um gesto aos pastores.
Gesto político II
Além de mudar o nome do Bolsa Família para Renda Brasil, o governo quer dar uma incrementada no pagamento, para marcar essa transformação. O novo benefício social deve ficar em R$ 100. A aposta dos políticos é de que continuará conhecido no futuro como o “dinheiro do Bolsonaro”.
Flávio no ataque…/ O senador Flávio Bolsonaro partiu para cima de seu suplente no Senado, Paulo Marinho. Sacou perguntas e expressões do tipo “há tiazinha de pulôver” que quer ser “senador no tapetão?” E que “tem imóvel em nome de laranja e paga aluguel para ele mesmo?”, escreveu Flávio em seu Twitter.
… para desespero da família/ Há quem jure que o presidente Jair Bolsonaro não gostou dos ataques de 01 a Marinho. O momento é de tentar manter a calma e apresentar o serviço do governo, e não de buscar confusão nas redes sociais.
Vergonha nacional/ As imagens do “liberou geral” nos bares do Leblon, no Rio de Janeiro, expuseram as diferenças sociais: garçons de máscara, e os jovens de classe média alta sem qualquer cuidado, filhos do triste “mundinho” carioca, que se acha acima do bem e do mal.
Vida nova/ Enquanto essa parte da elite carioca se aglomera sem máscara nos bares do Leblon, uma outra parte deixou a cidade. Uma chácara de orgânicos que, em março, comercializava 30 cestas de hortaliças por semana, agora vende 400. Muitos planejam ficar por lá, distantes das aglomerações.
Ao contrário do Senado, Câmara não tem a menor pressa em analisar uma lei sobre fake news
A prorrogação do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal, até janeiro de 2021, tem, entre seus objetivos, conter o uso indiscriminado desse golpe baixo ao longo do processo eleitoral deste ano. Até aqui, a avaliação geral é a de que as mentiras foram fartamente utilizadas na campanha de 2018 e agora, com o inquérito, muitos vão pensar duas vezes antes de partir para esse tipo de ataque aos adversários.
Paralelamente, na Câmara dos Deputados, não há a mesma pressa que houve no Senado para analisar uma lei a respeito. Entre os deputados, prevalece a ideia de que a opinião não deve ser perseguida, nem tampouco é passível de punição. Porém, montar uma rede para espalhar inverdades a respeito das pessoas, sim. É nesse caminho que a Câmara pretende atuar para corrigir o curso do projeto das fake news, aprovado na semana passada pelo Senado. A avaliação de vários deputados é a de que os senadores jogaram para a plateia e terminaram por ferir as liberdades individuais. Por isso, a ideia, agora, é deixar o tema decantar, sem correria para votação.
Base azeitada, mas…
Os parlamentares foram avisados da liberação de R$ 13,8 bilhões em recursos não só para o combate à covid-19, como também outros benefícios aos municípios. Entretanto, muitos estão uma arara. Em Belo Horizonte, por exemplo, para onde foram R$ 24 milhões, alguns anunciaram como se fosse tudo da sua lavra individual deixando outros a ver navios. O valor, porém, é a soma de várias emendas e tem gente querendo faturar sozinho. A confusão já está criada.
Carona na PGR I
O ex-presidente Lula aproveita o embalo da disputa entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a força-tarefa da Lava-Jato para chamar Deltan Dallagnol e, por tabela, o ex-juiz Sergio Moro, para a briga. “O Dallagnol montou uma quadrilha com a Força Tarefa da Lava-Jato e isso está ficando claro. Espero que, em algum momento, a Justiça leia os autos do meu processo para esclarecer a farsa que promoveram para me tirar do processo eleitoral de 2018”, escreveu Lula, referindo-se ao procurador, autor do famoso Powerpoint que colocava o petista como o chefão de uma quadrilha.
Carona na PGR II
Lula sonha em voltar às ruas e ser ovacionado em comícios no pós-pandemia, sem ouvir acusações. Apostará nesse discurso na campanha de 2020, embora não seja candidato. Quer, no mínimo, retomar o papel de líder máximo da oposição, espaço vago no Brasil.
Te conheço
Enquanto os petistas fazem subir a hashtag #LavaJatoTraiuAPatria, e tentam recuperar a imagem de seu maior líder, os outros partidos veem na estratégia mais um movimento para não ceder espaço a outras legendas de esquerda, agora ou no futuro. A avaliação geral é aquela feita pelo presidente do PDT, Carlos Luppi, no CB.Poder da última terça-feira: em 2022, os partidos devem caminhar separados.
O que está em jogo
Paralelamente à estratégia do PT, está a disputa todo um arsenal de informações sobre anos de investigações a fio. Inclusive com suspeitas de “camuflagem” de nomes de autoridades, como revelado ontem pelo site Poder 360, sobre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.
Se deu bem I/ Em tempos de pandemia, sem as grandes festas de Salvador para comemorar o 2 de Julho –– dia da independência da Bahia ––, o deputado João Roma (Republicanos-BA, foto) aproveitou a exposição da sessão de promulgação da emenda que adiou as eleições deste ano para falar da data, cuja importância histórica é pouco difundida.
Se deu bem II/ Choveram mensagens, ontem, por causa de seu discurso. “Dois de julho de 1823 não é a independência da Bahia, e sim a consolidação da independência do Brasil. Ninguém está pedindo feriado, mas é preciso enaltecer a importância histórica”, disse o deputado, referindo-se à data em que as tropas portuguesas se renderam.
Enquanto isso, no Alvorada…/ A quantidade de pessoas sem máscara, na live presidencial, chamou a atenção. E o clima de festa, diante de tantas tragédias no país, idem. Primeiro, a sanfona comemorou a inauguração do Eixo Norte da transposição do São Francisco e, depois, o presidente Jair Bolsonaro mencionou que visitará as áreas devastadas pelo ciclone bomba no Sul do país.
… a live continua popular/ Também houve uma cobrança aos governadores sobre a reabertura do comércio, “com responsabilidade”, disse o presidente. Sinal de que o discurso contra o distanciamento social, de vez em quando, é modulado. A população que assistia nas várias plataformas, quase 200 mil, agradece.
Para advogados, operação contra Serra tem relação com disputa interna do MP
O senador José Serra não estava em casa quando os agentes da Polícia Federal chegaram à sua casa. Com problemas de saúde, ele está no litoral, junto com a família, desde o início da pandemia. Os advogados tiveram que correr atrás de uma cópia do processo hoje cedo, para entender o que estava acontecendo. O caso que eles acompanhavam de perto era aquele que chegou a ter uma parte arquivada há alguns anos, com uma outra parte remetida para a Justiça Eleitoral, em São Paulo.
Nos bastidores, advogados atribuem a ação à disputa interna no Ministério Público, uma vez que muitas denúncias já estavam arquivadas. Porém, as pontas que não estavam completamente arquivadas, agora, voltam à ribalta, fruto de investigações que, segundo o MP, envolveram inclusive o rastreamento de offshores e de recursos no exterior no braço da Lava-Jato em São Paulo que, até aqui, não tinha um núcleo político totalmente exposto, enquanto em outras praças as investigações tiveram um desfecho mais célere.
Delação da Odebrecht
A operação é um desdobramento ainda da delação da Odebrecht, na parte relativa às obras do rodoanel de São Paulo. O caso se arrasta há anos, inclusive com o auxílio de agentes na Suíça. Em 18 de janeiro do ano passado, as autoridades suíças liberaram a transferência de extratos bancários relativos a movimentações financeiras que poderiam esclarecer quem pagou e quem recebeu recursos em contas elencadas no processo envolvendo o caso que hoje é objeto de busca e apreensão. À época, os advogados reclamaram que esse processo já estava arquivado no Supremo Tribunal Federal, inclusive com a “extinção de punibilidade” de Serra e do ex-deputado Ronaldo César Coelho, também alvo da operação de hoje. Parte dos autos foi remetida à Justiça Eleitoral de São Paulo, para apuração relacionada às campanhas.
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, soltou uma nota logo cedo, em que reforça a confiança no senador e na Justiça: “O PSDB acredita no sistema judicial do país e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do senador José Serra e no devido esclarecimento dos fatos”.
Atualização: Há pouco, a assessoria do senador soltou a seguinte nota:
“Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira (3) em endereços ligados ao senador José Serra. Em meio à pandemia da Covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação.
É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.
O Senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas.
*Assessoria de Comunicação*
*Senador José Serra (PSDB/SP)*”
A base do presidente Jair Bolsonaro, está azeitada, mas agora a briga é outra. Os parlamentares foram avisados da liberação de R$ 13,8 bilhões em recursos não só para o combate à covid-19, como também outros benefícios aos municípios. Entretanto, muitos estão uma arara. Em Belo Horizonte, por exemplo, para onde foram R$ 24 milhões, alguns anunciaram como se fosse tudo da sua lavra individual deixando outros a ver navios. O valor, porém, é a soma de várias emendas e tem gente querendo faturar sozinho. A confusão já está criada.
A prorrogação do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal, até janeiro de 2021, tem, entre seus objetivos, conter o uso indiscriminado desse golpe baixo ao longo do processo eleitoral deste ano. Até aqui, a avaliação geral é a de que as mentiras foram fartamente utilizadas na campanha de 2018 e agora, com o inquérito, muitos vão pensar duas vezes antes de partir para esse tipo de ataque aos adversários.
Paralelamente, na Câmara dos Deputados, não há a mesma pressa que houve no Senado para analisar uma lei a respeito. Entre os deputados, prevalece a ideia de que a opinião não deve ser perseguida, nem tampouco é passível de punição. Porém, montar uma rede para espalhar inverdades a respeito das pessoas, sim. É nesse caminho que a Câmara pretende atuar para corrigir o curso do projeto das fake news, aprovado na semana passada pelo Senado. A avaliação de vários deputados é a de que os senadores jogaram para a plateia e terminaram por ferir as liberdades individuais. Por isso, a ideia, agora, é deixar o tema decantar, sem correria para votação.
Carona na PGR I
O ex-presidente Lula aproveita o embalo da disputa entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a força-tarefa da Lava-Jato para chamar Deltan Dallagnol e, por tabela, o ex-juiz Sergio Moro, para a briga. “O Dallagnol montou uma quadrilha com a Força Tarefa da Lava-Jato e isso está ficando claro. Espero que, em algum momento, a Justiça leia os autos do meu processo para esclarecer a farsa que promoveram para me tirar do processo eleitoral de 2018”, escreveu Lula, referindo-se ao procurador, autor do famoso Powerpoint que colocava o petista como o chefão de uma quadrilha.
Carona na PGR II
Lula sonha em voltar às ruas e ser ovacionado em comícios no pós-pandemia, sem ouvir acusações. Apostará nesse discurso na campanha de 2020, embora não seja candidato. Quer, no mínimo, retomar o papel de líder máximo da oposição, espaço vago no Brasil.
Te conheço
Enquanto os petistas fazem subir a hashtag #LavaJatoTraiuAPatria, e tentam recuperar a imagem de seu maior líder, os outros partidos veem na estratégia mais um movimento para não ceder espaço a outras legendas de esquerda, agora ou no futuro. A avaliação geral é aquela feita pelo presidente do PDT, Carlos Luppi, no CB.Poder da última terça-feira: em 2022, os partidos devem caminhar separados.
O que está em jogo
Paralelamente à estratégia do PT, está a disputa todo um arsenal de informações sobre anos de investigações a fio. Inclusive com suspeitas de “camuflagem” de nomes de autoridades, como revelado ontem pelo site Poder 360, sobre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.
Se deu bem I/ Em tempos de pandemia, sem as grandes festas de Salvador para comemorar o 2 de Julho –– dia da independência da Bahia ––, o deputado João Roma (Republicanos-BA, foto) aproveitou a exposição da sessão de promulgação da emenda que adiou as eleições deste ano para falar da data, cuja importância histórica é pouco difundida.
Se deu bem II/ Choveram mensagens, ontem, por causa de seu discurso. “Dois de julho de 1823 não é a independência da Bahia, e sim a consolidação da independência do Brasil. Ninguém está pedindo feriado, mas é preciso enaltecer a importância histórica”, disse o deputado, referindo-se à data em que as tropas portuguesas se renderam.
Enquanto isso, no Alvorada…/ A quantidade de pessoas sem máscara, na live presidencial, chamou a atenção. E o clima de festa, diante de tantas tragédias no país, idem. Primeiro, a sanfona comemorou a inauguração do Eixo Norte da transposição do São Francisco e, depois, o presidente Jair Bolsonaro mencionou que visitará as áreas devastadas pelo ciclone bomba no Sul do país.
… a live continua popular/ Também houve uma cobrança aos governadores sobre a reabertura do comércio, “com responsabilidade”, disse o presidente. Sinal de que o discurso contra o distanciamento social, de vez em quando, é modulado. A população que assistia nas várias plataformas, quase 200 mil, agradece.
Coluna Brasília-DF
O presidente permanece distante dos mais radicais, mas isso não significa que deixará de lado algumas bandeiras caras a esse grupo. Nesse sentido, já planeja inclusive veto ao texto das fake news aprovado no Senado, em tramitação na Câmara.
Tal e qual as redes
Entre os aliados do presidente, prevalece a visão de que o projeto impõe uma censura às redes. Aliás, conforme antecipou a coluna ontem, o DataSenado detectou que a palavra que mais sobressai nas redes sociais sobre o PL 2.630/20, de combate às fakes news, é “censura”. A pesquisa por telefone, porém, mostrou um apoio majoritário à proposta.
No embalo das redes/ Entre alguns senadores, pegou a onda criada nas redes contra o PL 2.630, de combate às fake news. O senador Márcio Bittar (MDB-AC), por exemplo, escreveu que é contra “a censura nas redes sociais”. Do jeitinho que o DataSenado mostrou.
Pronunciamento no sábado e visitas, a nova onda de Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro não pretende entrar com os dois pés na eleição deste ano, mas vai preparar o caminho para tentar recuperar os eleitores quando o pesadelo da pandemia acabar. No sábado, fará um pronunciamento de rádio e TV para explicar a prorrogação do auxílio emergencial por mais dois meses e falar da inauguração do Eixo Norte da transposição do São Francisco, obra que levou 13 anos para ficar pronta. A ordem no governo, agora, é tocar bumbo para as boas notícias, de forma a deixar todas as crises nos bastidores.
Bolsonaro quer passar aos eleitores a ideia de que, apesar dos percalços, seu governo funciona. Quer reforçar essa visão a fim de tirar fôlego dos opositores e das ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão, que, contrariando as expectativas do Planalto, continuam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A negociadora
Depois de uma conversa por videochamada com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o embaixador da China, Yang Wanming, disse em suas redes sociais que eles trocaram opiniões sobre cooperação agrícola bilateral durante e após a pandemia. “Sobretudo para estabilizar e ampliar as exportações dos produtos agropecuários brasileiros à China”, escreveu.
Alívio geral
O tom foi considerado uma boa notícia para o governo brasileiro. Afinal, depois de tantos problemas, ficou a certeza de que a suspensão da entrada de produtos de diversos países na China é temporária.
Nem tudo está perdido/ O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), saiu animado da conversa presencial com o embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman. Ouviu dele que há mais de 200 empresas americanas interessadas em explorar a base de Alcântara.
Ela enxerga longe/ Aliás, vale lembrar, a Amazon Web Services (AWS) aproveitou sua conferência para o setor público, esta semana, para anunciar o Aerospace & Satellite, que levará os dados em nuvem às missões espaciais.
Promessa é dívida/ Adiadas as eleições, vem agora a fase de combinar os pontos mágicos que permitiram a aprovação, em tempo recorde, da prorrogação dos repasses do fundo de participação dos municípios, algo em torno de R$ 5 bilhões, e a volta da propaganda partidária.
O Banco do Brasil aumentou o valor disponível para financiamento do plano safra 2020/2021. São R$ 11 bilhões acima dos R$ 92 bilhões oferecidos no ano passado. Ali, o agricultor poderá financiar também o maquinário agrícola, ou seja, tratores e colheitadeiras. Os valores serão anunciados ainda hoje. O agronegócio é a principal porta para tentar recuperar a economia nesse período de pandemia. A crise já resultou num aumento da taxa de desemprego para 12,6% e atinge 12,8 milhões de pessoas.
Gilmar Mendes levará caso Flávio Bolsonaro para o plenário do STF em agosto
Coluna Brasília-DF
O ministro Gilmar Mendes só dará seu voto a respeito do processo Flávio Bolsonaro-“Rachadinhas” em agosto. Ele é relator, no Supremo Tribunal Federal, do recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a decisão que levou à segunda instância o caso das “rachadinhas” no gabinete, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, do hoje senador. E não haverá decisão monocrática, ou seja, uma canetada do ministro.
A ideia é julgar no pleno, de forma a evitar o que alguns advogados chamam de “o recurso do recurso”, que só serve para protelar o bom andamento de investigações e julgamentos.
Significa que Flávio tem julho para respirar e organizar seu jogo, seja na Justiça, seja na arena da política. Agosto, quando o Senado planeja retomar as sessões presenciais, a situação volta a ficar tensa para o senador.
Muito além da pandemia
A jogada do governo, de prorrogar o auxílio emergencial por dois meses, a fim de evitar que o tema volte ao Congresso, não vai colar. A pressão política vem no sentido de que a ajuda seja mantida até que a retomada da economia de forma mais segura. E esse movimento tem entre seus apoiadores partidos como o PP, do líder Arthur Lira, hoje um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro. Ou seja, não vai dar para dizer sequer que é coisa da oposição.
Socializar a bondade
Os deputados acreditam que é chegada a hora de o presidente dar um alento para seus aliados perante a população mais carente. Querem ouvir de Bolsonaro algo do tipo: “Os meus aliados pediram, e eu atendi”. Até aqui, ele tem faturado politicamente todas as medidas de seu governo sem dividir o mérito com aqueles que o apoiam.
A batalha das fakes I
Uma pesquisa do DataSenado, feita entre 9 e 11 de junho, mostra que, no mundo real, a população está preocupada com as fake news e considera que deve haver, inclusive, a identificação de robôs que impulsionam mensagens. A preocupação em algum grau atinge 87%, e 75% defendem essa identificação.
A batalha das fakes II
Nas redes sociais, entretanto, a história é outra. Ali, os grupos que não querem a nova lei conseguiram emplacar a sua visão. Entre as palavras mais usadas no Twitter, por exemplo, surgem em destaque a palavra “censura” e a hashtag #pl2630nao.
A hora da nuvem/ Em sua conferência de cúpula para o setor público, a AWS aponta o futuro pós-pandemia atracado na nuvem. “As soluções em desenvolvimento mudam drasticamente a maneira como o setor público lida com TI. Em resumo: não voltaremos aos modelos de antes”, disse a vice-presidente da Amazon Web Services para o setor público, Teresa Carlson.
Até o censo/ Um dos exemplos citados foi o censo dos norte-americanos. Em 2020, pela primeira vez, até o censo dos Estados Unidos é on-line. Com a criação do website 2020census.gov na AWS, o Departamento do Censo dos EUA pôde receber as respostas mesmo com a covid-19.
No embalo de Lindôra/ Cristiano Zanin, advogado de Lula, comentou recentemente o imbroglio entre a subprocuradora Lindôra Mara e a força-tarefa de Curitiba, o que levou ao pedido de demissão de quatro procuradores. “Lava-Jato não é dona de dados que pertencem ao Estado”, disse Zanin, em entrevista ao El País. Pelo menos nesse quesito, a turma de Lula e a PGR estão do mesmo lado.
E o novo ministro, hein?/ Sobrou para todo mundo a confusão em que o governo se meteu por causa do currículo de Carlos Alberto Decotelli, que não resistiu a alguns telefonemas. Agora, a ordem é uma lupa nos indicados. Ah!, e os políticos podem perder as esperanças. Ontem, pelo menos, Bolsonaro não queria saber de nomear um senador para o cargo. Se nada mudar no balanço das horas, não é por ali que o grupo aliado ao governo no Senado terá um ministério para chamar de seu.
Não tem nada que deixe o presidente Jair Bolsonaro do que achar que seus assessores o induziram ao erro. E foi exatamente o que ocorreu no caso da desastrada escolha de Carlos Alberto Decotelli para ministro da Educação. Se fosse só uma questão de “semântica” no currículo, ok, mas a carreira acadêmica de Decotelli derreteu em menos de 24 horas. Ou seja, uma checagem bem feita da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) teria evitado o transtorno. Sobrou bronca para todos os lados. Agora, passou e a forma que o presidente deseja resolver isso é não errar de novo ao escolher seu quarto ministro da Educação em um ano e meio.
O recado que ele deu aos auxiliares vale também para os políticos: Que não venham com indicações. Bolsonaro quer um nome técnico na área de educação, conservador e com capacidade de diálogo. Ele sabe que, desde o inicio do governo, patina nesse setor. Não quer ninguém que venha exclusivamente da ala olavista e nem um político. Quer agora alguém que tenha um currículo que se confirme. Há alguns horas circulou o nome do reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita), Anderson Ribeiro Correia, como futuro ministro. Falta a checagem da Abin.