Moreira Franco ganha abrigo para escapar do furacão carioca

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Diante da tempestade perfeita que se abate sobre o PMDB do Rio de Janeiro __ e que já levou Eduardo Cunha e Sérgio Cabral __, o presidente Michel Temer deslancha uma mudança no Ministério e aproveita essa reformulação para abrigar o secretário executivo do programa de investimentos, Wellington Moreira Franco, e tentar evitar que respingos dessa chuva recaiam sobre um de seus mais próximos colaboradores. Entre aqueles que são mais próximos ao presidente Temer, Moreira era o único sem status de ministro. Agora, ganhará a secretaria-geral da Presidência da República cuidando de toda a administração palaciana.
O temor dos amigos de Moreira Franco é que ele termine exposto a processos na Lava Jato, uma vez que o nome dele foi citado na delação da Odebrecht. Há receio também que ele seja envolvido em alguma citação de Eduardo Cunha a título de vingança. Moreira e Cunha não eram aliados e viviam às turras, numa disputa pelo partido no Rio de Janeiro. Com Moreira abrigado num cargo de primeiro escalão, qualquer citação que envolva o nome dele terá que ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal, onde a fila é grande o tempo tem sido curto para analisar tudo.

Às provas!

Publicado em coluna Brasília-DF

Em meio à discussão sobre as vagas das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, os políticos já ensaiam os discursos de defesa sobre as delações da Lava-Jato. Nos próximos dias, eles vão começar a mostrar que a operação já dura quase três anos e até agora não teria encontrado dinheiro na conta dos 200 nomes citados, salvo aqueles que já estão na cadeia, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

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Os deputados e senadores prometem ainda vociferar nas tribunas das duas Casas para lembrar que doação legal de campanha não pode ser criminalizada, uma vez que foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral. Em suma, os políticos têm sido taxativos: ou a força-tarefa acha dinheiro deles no Brasil ou no exterior, ou terá de dar um atestado de bons moços a quem aparece citado. Isso servirá ainda de salvo-conduto a todos aqueles que, hoje citados, estão indicados para cargos de destaque, tanto na Câmara quanto no Senado.

Voltou duas casas

A advogada-geral da União, Grace Mendonça, foi para o fim da fila de preferências para o Supremo Tribunal Federal depois que a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, decidiu não levantar o sigilo da delação da Odebrecht. A irritação dos políticos é a de que estão todos agora expostos aos vazamentos seletivos, justamente neste momento de escolha da Mesa Diretora e das comissões técnicas da Câmara e do Senado. Grace é considerada a preferida de Cármen Lúcia para o STF. Agora, eles torcem para que Michel Temer não indique a “apadrinhada da ministra”.

O que eles temem

Os políticos, em especial os do PMDB, olham meio desconfiados para a decisão da ministra Cármen Lúcia de colocar na pauta de hoje do Supremo Tribunal Federal o processo sobre se quem é réu pode ou não assumir a Presidência da República. Eles receiam que Cármen Lúcia, hoje com respaldo popular e considerada uma referência nacional, se saia tão bem na Presidência da República que termine por ofuscar ainda mais a classe política, na hipótese de os presidentes da Câmara e do Senado virarem réus em algum processo penal.

Avançou uma

Se depender da torcida da ex-ministra Eliana Calmon, que deu muito o que falar no Conselho Nacional de Justiça, o futuro ministro do STF será Ives Gandra Martins Filho. “Falo em prol da instituição: conheço todos do meio jurídico que estão cotados e se depender das qualidades que entendo necessárias a um magistrado, não há dúvidas em apontar o Ives. É a personalidade que mais se aproxima do Teori. Determinado, técnico e com uma vontade muito grande de trabalho, que é a vida dele. Os demais são muito ligados a políticos. O posicionamento religioso nunca foi óbice. Sou feminista e defendo o Ives, até porque, sendo celibatário, ele faz do trabalho a sua vida”, diz a primeira mulher a ter ocupado uma cadeira no STJ.

Por falar em
Eliana Calmon…

A ex-ministra não pretende concorrer mais a mandatos eletivos. “Embarcamos num sonho, de fazer de Eduardo Campos presidente, justamente para evitarmos o que aí está. Marina Silva se apagou depois da campanha. Aí, conheci a política do continuísmo, dos partidos casas de negócio. Nesse sistema não tem lugar para mim”, comenta.

Difícil

O senador Hélio José (PMDB-DF) se apresentou para disputar a segunda vice-presidência. Se for a votos, vai enfrentar dois titãs do Senado: Garibaldi Alves e João Alberto Souza. João Alberto, o eterno presidente do Conselho de Ética da Casa, é Sarney e não abre. Garibaldi é considerado o nome mais palatável entre todos os partidos.

CURTIDAS

Eduardo Braga na Infraestrutura/ O ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (foto) caminha para presidir a Comissão de Infraestrutura do Senado, por onde costumam passar os integrantes das agências reguladoras.

Melhor de três/ Até ontem à noite, os senadores ainda não tinham conseguido um acordo sobre a Comissão de Constituição e Justiça. Raimundo Lira, Edison Lobão e Marta Suplicy pleiteiam a vaga.

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados…/O deputado André Figueiredo (PDT-CE) tinha acabado de receber o apoio do PT para concorrer à Presidência da Câmara quando, de repente, surge o presidente Rodrigo Maia no corredor. Foi aquele constrangimento mútuo, seguido de um cumprimento frio e sem graça. Assim que Maia seguiu seu caminho, André se vira para a repórter Natália Lambert e comenta: “Pensei que ele também estava vindo me apoiar!”

Sou da Casa!/ O presidente Michel Temer vai pessoalmente ao Congresso amanhã entregar a mensagem presidencial. Quer mostrar que conhece o parlamento como nenhum dos antecessores recentes, inclusive Lula.

Fachin pede vaga na 2ª turma

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin chegou há pouco em Brasília e se colocou à disposição para assumir a vaga de Teori Zavascki na segunda turma. “Se nenhum outro ministro mais antigo se apresentar, estou à disposição”, diz ele, pronto para assumir.
Desde o velório de Teori Zavascki, ainda em porto Alegre, o nome de Fachin e o do decano, Celso de Mello, são citados como os mais recomendados para relatar o processo da Lava Jato. Resta saber como a ministra Cármen Lúcia procederá o sorteio, se entre todos os ministros do STF, ou apenas os da segunda turma.

A tendência hoje é que Cármen Lúcia opte por sortear entre os integrantes da segunda turma, incluindo o novo ministro, até o momento, Edson Fachin. O fato de Edson Fachin ter se apresentado para compor a Segunda turma pode inclusive inibir os demais a reivindicar a vaga.

Fala Eike!

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A crie politica volta oficialmente esta semana, com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso retomando suas atividades, sob uma saraivada de delações premiadas. Além da Odebrecht, homologada hoje de manhã, vem aí o depoimento do empresário Eike Batista. Nas entrelinhas das declarações de Eike percebe-se que ele tem muito a dizer. A fala inicial deixa claro que ele pagou propina para prospectar seus negócios nas esferas governamentais. Como da primeira vez em que foi chamado a dar esclarecimentos ele contou da missa a metade, agora terá que rezar o terço completo. Ainda não se mencionou, por exemplo, o ex-secretário do governo Cabral Regis Fichtner, advogado que ocupou a suplência de Cabral no Senado. Em seu blog, o ex-governador Anthony Garotinho alertou em dezembro que Fichtner era, por decreto do governador, o “único a autorizar a compensação de dívidas e pagamento de impostos atrás de precatórios”. Nos bastidores há quem diga que isso está sendo investigado.

Geralmente, as pessoas começam o ano cheias de esperanças no futuro. A classe política, entretanto, mudou o discurso de otimismo para frases do tipo, “pior que o hoje, só o amanhã”.

Função estratégica

Publicado em coluna Brasília-DF

Enquanto os partidos se voltam para a Presidência da Casa e os cargos da Mesa Diretora, o PMDB se preocupa com o Conselho de Ética do Senado. Em reunião ontem na casa do senador Renan Calheiros para tratar dos indicados para compor a Mesa, começou-se a levantar hipóteses a respeito da Presidência do colegiado e sua composição: 15 titulares e 15 suplentes.
Com 12 senadores investigados na Operação Lava-Jato — e de vários partidos —, a intenção dos peemedebistas é conversar sobre esse tema com líderes das outras bancadas, a fim de colocar lá quem não se deixe levar pelo que eles chamam de “pressão da mídia”. Só tem um probleminha: todos os que tentaram controlar os conselhos de ética recentemente no parlamento, caso de Eduardo Cunha, não tiveram sucesso. Nada indica que, mesmo com essa preocupação antecipada, o PMDB conseguirá. Até o momento, está definido que os 12 senadores sob investigação não poderão participar do colegiado.

O que ele quer…
Renan Calheiros aproveita esses encontros para avaliar as chances de retornar a liderança do PMDB, cargo que ocupava antes de assumir a Presidência do Senado. A vaga havia sido prometida ao senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que comandava a Comissão de Constituição e Justiça. Agora, há quem diga que Lira terá de esperar
mais um tempo.

…O cargo fornece
O posto de líder do maior partido da Casa, que é também o do presidente da República, significa acesso direto às reuniões palacianas, distribuição dos espaços de poder dentro da bancada. Assim, sempre terá um senador devendo favor ao líder. De quebra, ainda há uma ampla estrutura
de gabinete.

Era isso
As conversas mais reservadas do governo hoje são sobre o julgamento da campanha da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral e a necessidade de separar as contas. As notícias do TSE indicam que o ministro-relator, Hermann Benjamin, será rigoroso. Vale lembrar que o tribunal é presidido por Gilmar Mendes, o ministro que almoçou com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, no sábado, e encontrou Michel Temer no domingo.

O PSD* vai de…
Eunício Oliveira para presidente do Senado. No PT, os peemedebistas esperam contar com, pelo menos, oito votos.

Agora vai
A decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, de homologar a delação da Odebrecht antes mesmo de definido quem será o novo relator da Lava-Jato na Suprema Corte aumentou a tensão no meio político. Como bem lembrou o ex-senador Pedro Simon, no Correio, nada vai parar a Lava-Jato.

A saída de Rosso
Na segunda semana de janeiro, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) compareceu ao ato que lançou a candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO) à Presidência da Câmara e prometeu apoio. Agora, seu partido segue com Rodrigo Maia (DEM-RJ). Se apoiar Jovair, cumpre a palavra, mas vai contra a própria bancada.

Curtidas

Mulher na área/ O TRF da 5ª Região formou lista tríplice para preencher a vaga do quinto constitucional destinada a advogado. A mais votada no Conselho Federal da OAB e no próprio tribunal foi a candidata pernambucana Silvana Guerra Barretto, que obteve 13 votos, seguida por Luciano Guimarães, de Alagoas, e Leonardo Carvalho, do Ceará, com 8 votos cada.

E sem padrinho/ O TRF da 5ª Região é o único que não tem uma mulher em sua composição e, apesar de sediado em Recife, é composto por três desembargadores alagoanos, três cearenses e apenas dois pernambucanos. As duas últimas nomeações, fruto de escolha da Presidência da República, atenderam aos senadores Renan Calheiros, de Alagoas, e Eunício Oliveira, do Ceará. Ambos agora estão na torcida, cada um, pelo seu conterrâneo.

CB.Poder/ O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso (foto), é o entrevistado de hoje, 13h30, ao vivo, na TV Brasília, canal 6.

D. Marisa/ “Comentários sobre AVC de dona Marisa nas redes mostram que temos mais ódio no ar do que educação, respeito e solidariedade”, do ex-deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). #forçadonamarisa.

*Por um erro meu, na edição impressa saiu PSol em vez de PSD. A coluna pede desculpas aos dois partidos.

Estado de d. Marisa é grave

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Dos exames preliminares, d. Marisa Letícia seguiu para a sala de cirurgia, onde está sendo submetida a uma angiografia cerebral. É um exame neurorradiológico com auxílio de cateteres de diferentes formatos e de um fio guia com o objetivo de avaliar a circulação intracraniana com a visualização dos vasos. Parentes já se reúnem no Sírio Libanês para ficar ao lado do ex-presidente Lula, aguardando mais notícias.

Dona Marisa teve um princípio de AVC

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Depois de fortes dores de cabeça esta manhã e um pico de pressão. a ex-primeira-dama Marisa Letícia foi atendida em São Bernardo do Campo, onde foi diagnosticada uma suspeita de AVC, o que levou a família a transferi-la para o hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Ela chegou consciente ao Sírio. Nesse momento, ela passa por exames para determinar a extensão do acidente vascular cerebral para saber se será necessário se submeter a uma cirurgia, segundo informou um parente.

Temer, o seu tempo e o funil para o STF

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Com um leque de nomes à disposição para ocupar a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF) e pressões de todos os lados, o presidente Michel Temer vem sendo aconselhado a centrar o foco nos currículos dos ministros de tribunais superiores: Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior do Trabalho e por aí vai. Ao acolher esses conselhos, Temer tira de cena o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

Alguns conselheiros, entretanto, lembram que o presidente tem plena consciência de que o momento é delicado e usará para essa escolha, guardadas as devidas proporções, um pouco do estilo que usou para afastar o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Temer sabia que a permanência de Geddel no governo estava comprometida dias antes de o ministro pedir demissão. No entanto, preferiu esperar para que o próprio Geddel tivesse essa percepção. Com a escolha do ministro do STF e as pressões que sofre de todos os lados, não será diferente. Com a vantagem de que agora, ele tem tempo. E quem tem tempo não tem pressa.

Primeiro, ouvir

Embora não queira demorar para escolher o relator, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, foi aconselhada a usar essa semana para estudar todas as saídas regimentais, inclusive ouvindo os demais ministros. “Ela sabe que não pode errar, nem expor o tribunal a um novo relator que já tenha se pronunciado abertamente sobre as decisões da primeira instância”, dizem seus interlocutores. Daí, os estudos sobre distribuir sem que seja necessariamente por sorteio.

O passageiro

A ministra Cármen Lúcia voou de Porto Alegre para Brasília com o ministro Gilmar Mendes. Ali, dizem alguns, começaram a discutir de forma genérica a substituição do ministro-relator da Lava-Jato.

Contagem regressiva

A classe política se prepara para a volta dos trabalhos do Congresso num clima de tensão pior do que estava quando foi ao recesso. Tudo por causa da lista que a Odebrecht entregará até sexta-feira à força-tarefa da Lava-Jato, como parte do acordo de leniência em curso. É aí que constarão nomes, partidos e valores de todas as doações políticas (leia-se propina e doações eleitorais legais) desde 2000. É por isso que já tem muita gente apostando que o estoque de calmantes das farmácias de Brasília vai baixar.

Enquanto isso, no Congresso…

A lista pode colocar de molho muitos interessados em espaços de poder na Câmara e no Senado, que escolhem seus novos comandantes na semana que vem. “Nada hoje está tão seguro que não possa ser revisto amanhã” é a frase que mais se ouve nos bastidores dessa eleição. E as rodas de conversa sobre essa eleição concluem: “Se não sabemos nem começar o jogo de 2017, quem dirá definir os candidatos de 2018”.

Em nome dos filhos/ As orações que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (foto) tem feito quase que diariamente numa igreja próxima à casa dele, em Fortaleza, surtem efeito. Pelo menos, no que se refere aos filhos. Todos estão praticamente morando fora do país: um em Miami, dois em Nova York e um em Londres.

Por falar em Machado…/ Ele anda com muito medo de represálias do grupo que delatou. Só sai de casa em carro blindado. E parou de caminhar nas redondezas.

…A tensão impera/ Até dentro da igreja os seguranças não tiram os olhos do ex-senador que gravou as conversas mantidas com caciques do PMDB. São pelo menos cinco que passam dia e noite em sua casa. Aliás, alguns vizinhos têm se perguntado de onde está saindo o dinheiro para pagar tanta gente.

Privilégio de poucos/ O eterno senador Pedro Simon não tem sossego. No último domingo, ele tentou descansar no Vale dos Vinhedos, onde participou da festa de 90 anos de um amigo, mas onde chegava era abordado por turistas, que se desdobraram em elogios à atuação dele. Nesses tempos em que xingamentos a políticos viraram rotina nos aeroportos e restaurantes, casos como o de Simon são as exceções que reacendem a esperança.