Mudanças em gestação

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Embora os assessores de Dilma Rousseff sejam discretíssimos quando o assunto é troca de comando nos ministérios, o diagnóstico está feito: a equipe de governo, montada antes da posse dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, não tem conseguido transformar a ocupação de espaço no Executivo em votos no Congresso, nem sequer ampliado a capacidade de diálogo com os partidos. Nesse quadro, a saída de Pepe Vargas, mencionada há alguns dias como questão de tempo, deverá ser acrescida de outros nomes, uma vez que o time não esta conseguindo marcar gols. É nesse embalo que os palacianos encerram a semana em que a lista da Lava-Jato chegou ao Supremo Tribunal Federal.

Uma coisa e outra coisa

Ao longo da semana, muitos acharam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, havia “dilmado”, por causa de seu jeito mais afável com o governo. Nada disso. Ele, enquanto economista, tem dito a amigos que o pais precisa do ajuste fiscal.

Por falar em Cunha…

O gesto dele, de comparecer à CPI e se dizer pronto a prestar esclarecimentos, deixou todos os que vierem a ser enroscados nessa história com a obrigação de fazer o mesmo.

Tem aviso

Discretamente, alguns deputados e senadores são avisados da inclusão na Lava-Jato. Tudo para não saber pela imprensa.

Cid, o político

O alvo dos ataques especulativos de ontem e dos próximos dias é o ministro da Educação, Cid Gomes. Na política, ha quem repita dia e noite que não e possível ter um ministro que fala mal do Congresso e do partido do vice-presidente da Republica.

Cid, o gestor

As reclamações sobre Cid Gomes não se restringem ao universo da política partidária. Os parlamentares coletam informações sobre os problemas de caixa no FNDE, que, pela primeira vez em 15 anos, esta atrasando suas contas. O FNDE é considerado área de orgulho do governo.

Saraiva, o capataz

Os peemedebistas estão ansiosos com a perspectiva de levar o ministro à Comissão de Educação da Câmara. É que o colegiado será presidido por Saraiva Felipe, de Minas Gerais e do… PMDB.

Esqueceram justo dele…/ O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (foto), chegou cedo ao hotel para a reunião do PT com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Com andar firme e aquele ar de quem está sempre ocupado e com pressa, orientou os jornalistas de plantão no local a esperarem o fim do encontro e seguiu direto para o restaurante. Passada quase meia-hora, sai Mercadante, com ares de poucos amigos: “A reunião tinha sido cancelada por causa da votação da PEC da Bengala”.

…E deles/ O pior foi a equipe do ministro Levy. A assessoria só mandou um comunicado aos plantonistas sobre o cancelamento da reunião tempos depois de Mercadante deixar o hotel. Para alegria de bravos repórteres, Mercadante já havia avisado.

Esquentou geral/ A CPI da Petrobras ganhou o apelido de “octógono”, o palco das lutas de MMA. Ontem, o deputado João Gualberto, do PSDB da Bahia, gritava: “O PT só tem ladrão!” Jorge Solla (PT-BA), ex-secretário de Saúde do governo Jaques Wagner, ficou furioso e foi tirar satisfações: “Ladrão é você, que roubou quando era prefeito de Mata de São João!”. Os dois quase se engalfinharam.

CPI & mulheres/ Toda a CPI tem uma sempre uma bela dama. A de Cachoeira apresentou Andressa, a linda mulher do bicheiro. Como a da Petrobras ainda não apresentou nenhuma, os pedidos de convocação para prestar depoimento incluíram a socialite Val Machiori, aquela que voou com Aldemir Bendine, quando ele era presidente do Banco do Brasil. Dificilmente será aprovado.

Enquanto isso, no plenário da Camara…/ O ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, que há duas semanas havia se oferecido para abrir a lista de ministros a serem ouvidos pela comissão geral da Casa, foi tratado com toda a deferência e comparado ao ministro Cid Gomes (e a declaração dos 300 a 400 achacadores). O resultado foi que o Código de Ciência e Tecnologia ganhou urgência para votação.

Poder petista diluído

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A primeira atitude do presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), será criar hoje quatro sub-relatorias para auxiliar o trabalho do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ):

1) Superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil;

2) Constituição de empresas subsidiárias e de propósito específico pela Petrobras a fim de praticar atos ilícitos;

3) Superfaturamento e gestão temerária na construção de plataformas e navios; e

4) Irregularidades na Sete Brasil, venda de ativos da Petrobras na África e recuperação de ativos.

O PT não queria saber das sub-relatorias. Preferia ver Luiz Sérgio como senhor absoluto dos resultados. Agora, terá que compartilhar esse trabalho com o PSDB e com quem mais chegar. Em tempo: PT e PMDB já estão contemplados. Portanto, a tendência é colocar esses quatro cargos à disposição dos outros partidos, seguindo a mesma ordem de blocos usada para compor a Mesa Diretora.

Efeito colateral

Toda a legislação que facilitou a delação premiada usada por Sérgio Moro é resultante do pacote de junho de 2013, quando Renan Calheiros, para sair da pressão das ruas e do “fora Renan”, fez tramitar em tempo recorde o pacote anticorrupção. O plano inicial era analisar os projetos a conta-gotas.

Dilma em reprise…

A retomada do diálogo da presidente Dilma com a base aliada repete o mesmo remédio que ela usou em 2013, depois das manifestações de junho. Deu certo. O problema, avisam alguns líderes, é que a comandante só pensa em fazer política na hora do aperto.

… Renan em avant-première

O presidente do Senado, Renan Calheiros, por sua vez, está mais voltado para si mesmo e não para o conjunto do governo. “Ele vem da terra de Murici, onde fala mais alto o cada um por si. Sabe jogar e vai jogar”, avisam seus amigos.

Barrado no Planalto

O fotógrafo Ueslei Marcelino, da Reuters, teve a credencial de acesso ao Palácio do Planalto suspensa por causa de uma discussão com um dos assessores da Secretaria de Imprensa do Planalto (SIP). Para impedir que ele entrasse no prédio, estamparam uma foto do profissional de todo o tamanho na recepção com a expressão “Proibido”. A última cassação/suspensão de credencial palaciana havia ocorrido no período da ditadura militar.

Recordista/ O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (foto) é quem tem mais pedidos de convocação e quebra de sigilo na CPI. São mais de 60.

Mensalão, o retorno/ O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) colocou Marcos Valério como um personagem a ser chamado a depor na CPI da Petrobras.

Cid na berlinda/ Os deputados deram o troco geral ao ministro da Educação, Cid Gomes,

que se referiu aos parlamentares como “400, 300 achacadores” em entrevista ao jornalista Josias de Souza. Falavam em voz alta para quem quisesse ouvir: “Ele leva a sogra para a Europa de jatinho e os achacadores somos nós?”

Vingança maligna/ Em conversas reservadas, alguns políticos comentavam na noite de terça-feira, a fatídica noite do listão do procurador-geral, Rodrigo Janot: “Qual o troco que vamos dar no Janot?”  

Sinais de Fraqueza

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Sinais de fraqueza

Em menos de uma semana, quatro ações demonstram uma presidente Dilma Rousseff com força limitada. Primeiro, a cobrança pública de ministros do STF sobre a nomeação do integrante que falta para completar o colegiado e a turma que analisará o petrolão. Segundo, as críticas públicas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao governo Dilma, fase 1. As outras duas foram protagonizadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, o maior ex-dilmista do pedaço.

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Da parte de Renan, veio a recusa em comparecer ao jantar que ela ofereceu à cúpula do PMDB. Por último, a devolução da medida provisória que tratava da desoneração da folha de pagamento. Renan quis dar uma aula política ao governo Dilma Rousseff: não dá para a presidente e sua equipe passarem uma semana discutindo a necessidade de debater as medidas antes de enviá-las ao Congresso e, em seguida, baixar uma MP que aumentava impostos sem comunicar nada a ninguém.

Quem tem medo da UTC?

Uma parcela expressiva de políticos da Bahia tem calafrios só de ouvir falar da hipótese de delação premiada dos empreiteiros da UTC, a empresa que virou gigante a ponto de comprar a Constran.

Não precisa explicar…

Enquanto aguardavam o listão de Rodrigo Janot, políticos reclamavam ontem que Renato Duque, o ex-diretor da Petrobras ligado ao PT, ficou pouco tempo na cadeia, enquanto outros diretores e empresários permanecem. Na iminência da divulgação da lista, suspeitavam de proteção aos petistas.

Dos males,

o menor

Petistas estão dispostos a aconselhar o ex-ministro Paulo Bernardo a comparecer logo para depor nos inquéritos da Lava-Jato. Desde que foi arrolado como testemunha de defesa de Ricardo Pessoa, da UTC, o partido teme que ocorra com o paranaense o que houve com João Vaccari, que acabou na tal condução coercitiva.

Pepe, o enquadrador

Pelo menos em duas das inúmeras reuniões sobre as medidas de ajuste fiscal, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, tem dito aos aliados que não se preocupem porque “o PT a gente enquadra” para votar as propostas do governo. Até aqui, o “enquadramento” está bem tortinho.

CURTIDAS    Easy rider/ O ministro da Previdência, Carlos Gabas (foto), estava reunido com a bancada do PP para explicar as medidas do ajuste fiscal, quando foi chamado ao Palácio da Alvorada. Prontamente, pediu aos deputados que fossem objetivos nas perguntas para que ele pudesse sair. Um deputado brincou: “Vai logo, ministro, porque lá é dura”. Gabas sorriu: “Pode ficar tranquilo, chegarei rápido, vou de moto”. Foi uma risada geral.

Codinome/ “E aí? Falou com o ‘Sheik’?”, pergunta um deputado ao colega. “Não consegui ainda”, responde o interlocutor. Diante do ar de desentendido de quem ouvia a conversa, eles esclareceram: é assim que os deputados chamam agora o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB). Virou o homem do petróleo.

Cochilo da zaga/ O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) fez um duro discurso contra o governo na Câmara. Era meio da tarde. Não houve um governista para tomar a defesa do Planalto.

Depois da lista…/ Quem viveu os grandes escândalos envolvendo políticos ensina: “Ninguém sai igual de um processo de investigação, seja governo, seja oposição. Sempre tem a ganhar ou a perder”.

Movimentos em série

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Três movimentos

O Congresso volta ao trabalho na segunda-feira com os bastidores fervilhando uma palavra que publicamente poucos pronunciam: impeachment. Essa pulguinha atrás da orelha de muitos congressistas importantes voltou a incomodar diante das chamadas do programa do PMDB Em favor do Brasil que vai ao ar na quinta-feira, com destaque para Michel Temer. Michel, entretanto, tem afastado de forma veemente qualquer conspiração nesse sentido. Tanto é que, na reunião ministerial, fez uma defesa irretocável do mandato presidencial. O problema é que o que Michel diz e repete, repelindo qualquer movimento em sentido contrário, não é o que está nos bastidores dos partidos. Nem que seja para incomodar o governo e ganhar algum espaço, alguns aliados vão levar essa assombração ao Planalto.

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Em conversas reservadas, os políticos começam a dizer que, de tudo o que saiu até agora sobre o escândalo da Petrobras, o que chega mais perto da presidente Dilma Rousseff é a compra da Refinaria de Pasadena (EUA), aprovada quando ela era presidente do conselho. Se houver ali algo que ainda não veio à tona e mine a credibilidade presidencial, o segundo quesito é saber se a população terá a vontade de ver os congressistas dedicados a levar o afastamento da presidente adiante. Se as ruas quiserem, os políticos acreditam que não seja tão inverossímil logo ali na frente. É por aí que muitos aliados tentarão assustar Dilma para conseguir algum lugar ao sol no segundo escalão.

Lava-Jato socializada

A aposta do governo é a de que a lista de políticos envolvidos na Lava-Jato será “positiva” para a presidente Dilma Rousseff. Isso porque haverá uma divisão da crise com o Congresso diluindo o furacão que se abate hoje sobre as empresas e a Petrobras.

Ruim com ele ou pior sem ele — eis a questão

A presidente Dilma nunca esteve tão dividida sobre como estreitar os laços com o PMDB e os interlocutores não têm ajudado a solucionar o dilema. Há quem diga que ela deve abraçar Eduardo Cunha sem medo de ser feliz. Outros, entretanto, consideram que a comandante do país deve manter distância regulamentar do presidente da Câmara. Lula é defensor da primeira opção. Ela ainda não decidiu.

Por onde passa boi…

A regulamentação da profissão de caminhoneiro ajudou a piorar a imagem do Brasil no quesito cumprimento de contratos. O Bank of America enviou um comunicado aos clientes alertando para os riscos regulatórios no país. O alarme do Bank of America considera que houve uma mudança de regulamentação e de “contrato de concessão”.

…Vem tarifaço

O mesmo Bank of America diz acreditar em compensação financeira do governo federal para reparar a perda de receitas. As concessionárias, por sua vez, apostam na possibilidade de vetos a dois artigos, o que permite o passe livre aos caminhões que estiverem com eixos suspensos e o que aumenta de 5% para 10% o excesso de peso tolerado. Se os vetos não vierem, virá um reajuste das tarifas ao consumidor.

CURTIDAS    

Foi ele!/ O surgimento do nome do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) como futuro presidente da CPI da Petrobras levou a ala nordestina do partido a acusar o jovem parlamentar de “traição”. Há quem diga reservadamente que Motta, que tem 25 anos e já foi presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, trocou a vaga na CPI por um voto em favor de Leonardo Picciani para liderar a bancada.

Aquecimento/ O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (foto), voltou mais cedo para Brasília. Mesmo com o Congresso parado, ele e seu pessoal trabalham no cruzamento de dados das CPIs da Petrobras da legislatura passada. Ou seja, nada de começar do zero, perdendo tempo em pedidos de documentos que já estão à disposição do parlamento.

Fiscal da Dilma/ O ministro da Defesa, Jaques Wagner, vai ao estaleiro de Itaguaí (RJ) na terça-feira fiscalizar a construção dos submarinos. Quer ter a certeza de que os dois primeiros dos quatro submarinos convencionais ficarão prontos ainda no governo da presidente. O submarino de propulsão nuclear, entretanto, só em 2023.

Olha ele ali!!!/ Em silêncio há algum tempo, o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Coelho, saiu em defesa do encontro do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com os advogados bem alinhadinho com o governo. Em tempo: ele é candidato à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), a ser preenchida em breve.

O PACOTE É DO PT

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O pacote é do PT

Na reunião da bancada do PMDB da próxima terça-feira virão algumas bombas estrategicamente colocadas para explodirem no colo dos petistas. A primeira se refere às medidas provisórias 664 e 665, ambas do ajuste fiscal que renderá R$ 18 bilhões. A ideia do PMDB é dispensar as relatorias e repassá-las ao PT, sob o argumento das ligações do partido com as bases sindicais. Nos bastidores, entretanto, é o momento de fazer o partido de Dilma sangrar entre a própria base e a necessidade do ajuste.

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A outra bomba em preparação na bancada será uma posição pela derrubada do veto à correção da tabela do Imposto de Renda. Embora o governo esteja fechando um acordo pela manutenção do veto, ainda não combinou com a raia miúda. Por último, virá a insistência para que o líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) escolha a relatoria da CPI da Petrobras e deixe a presidência para os petistas.

Por falar em Picciani…

A briga pela relatoria da CPI será o teste do novo líder. Se ele não defender o que for fechado por seus liderados e se ater apenas ao que deseja o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ficará difícil unir o colegiado e ainda ganhará a indelével marca de marionete.

Nem adianta

Os assessores palacianos recomendam cautela a deputados e senadores que planejam correr ao Planalto para saber das indicações aos cargos de segundo escalão. Dilma está decidida a só tratar de indicações políticas depois de divulgados os nomes envolvidos na Operação Lava-Jato. Há quem tenha dito a ela que as águas de março vão tirar muitos da lista.

Tempero completo

Como se não bastassem as investigações da Petrobras, vêm aí a lista do HSBC e as suspeitas de contas milionárias do banco usadas para lavagem de dinheiro na Suíça. O deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho, chegou mais cedo do carnaval só para colocar esse tema na avenida da política e pedir oficialmente a listagem dos correntistas. São cerca de 8,7 mil contas. Se ele vai conseguir a lista, não se sabe, mas que vai dar samba, ah, isso vai.

Fila móvel

Diante da polêmica envolvendo o titular da Justiça, José Eduardo Cardozo, e suas audiências com advogados de empresários presos na Lava-Jato, há deputados dispostos a pressionar pela troca de lugar na fila de ministros convidados a falar na Câmara. Em vez de Eduardo Braga, Cardozo encabeçaria a lista. O difícil vai ser “colar”. É que esse assunto vem sendo tratado intramuros como “flor do recesso”, ou seja, aquele tema que, passado o feriadão, termina reduzido a um comentariozinho aqui e outro ali.

Discurso & prática

Está difícil os políticos acreditarem numa mudança de atitude da presidente Dilma Rousseff no quesito diálogo com a classe. Muitos consideram que se ela desejasse de coração se reaproximar do PMDB, poderia ter começado chamando o vice-presidente Michel Temer para as reuniões de coordenação do governo. A primeira pós-carnaval, na quarta-feira de Cinzas, contou com os mesmos de sempre.

Sempre ele/ Se depender de José Dirceu (foto), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não terá muita paz nem tampouco apoio em reuniões com os petistas. Em seu blog, Dirceu colocava ontem em letras garrafais que a política anunciada por Levy vai na contramão do mundo.

Dois a um/ Dos três senadores do Distrito Federal, Cristovam Buarque e José Antonio Reguffe encabeçaram a lista de assinaturas para uma nova CPI Mista da Petrobras. Hélio José, do PSD, não apoiou a CPI. Este ano, a investigação parlamentar será exclusiva dos deputados, que o governo considera mais fácil controlar. Conversa. Ali, até Eduardo Cunha perde de vez em quando.

Intacto/ Na bolsa de apostas para mudanças de segundo escalão, ontem saíram o BNDES e seu presidente, Luciano Coutinho. Sabe como é, em tempos de possíveis CPIs e holofotes no banco, melhor não mexer nesse time que, segundo a presidente, está ganhando.

Primeira troca/ As mudanças anunciadas na TV Câmara começaram antes de o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) voltar do recesso. O jornalista Antonio Vital deixou a direção de jornalismo da Casa.

Por falar em tevê…/ O aumento das tarifas de água e de luz pegou forte no imaginário da população. Não há um programa com a participação de telespectadores em que o tema não seja mencionado em perguntas dos cidadãos.

Pizzaria em construção

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Pizzaria em construção

Decidido a entregar a relatoria da CPI da Petrobras ao PT, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem dito a aliados que a intenção se baseia na seguinte tese: esse assunto é problema e, no caso, se vier desgaste, ficará para o PT. Dentro do PMDB e de outros partidos do blocão que elegeu o peemedebista para comandar a Casa, há, entretanto, apenas uma certeza: dar a relatoria ao PT vai soar como a reabertura da “pizzaria” que foi a CPI da legistura passada, aquela que não deu em nada.

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A aposta geral é a de que a entrega da relatoria ao PT, se confirmada, levará Eduardo Cunha a começar a queimar a popularidade alcançada com as primeiras semanas de trabalho, em que a Câmara funcionou a pleno vapor. E, numa atividade feita de gestos, como é o caso da política, há muita gente com receio de que prevaleça a versão de proteger o PT.

Toma que o filho é teu

Sondados por ministros palacianos sobre quem poderia assumir o cargo de líder do governo no Senado, os integrantes da cúpula do PMDB recusaram a oferta. É que todos preveem tempos sombrios e muito desgaste para quem ficar com a função. No caso, vai sobrar para o PT. A conversação geral é a seguinte: quem tem os ministérios “de ponta”, que dialogam com os prefeitos, é que deve ser a voz governista entre os senadores.

Promessas & dívidas

O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), terá dificuldades em conciliar o cumprimento das promessas de campanha com a perspectiva de união da bancada. Um dos problemas é a Comissão de Seguridade Social, que a bancada do Sul do país estava disposta a entregar a Darcísio Perondi (PMDB-RS) como forma de apaziguar os sulistas que votaram em Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) para líder. Ocorre que o cargo foi prometido aos integrantes do PMDB de Minas Gerais, que tem o ex-ministro da Saúde Saraiva Felipe para ocupar o posto.

Ministérios, só de ponta

Aliados do governo seguem para a reunião de terça-feira no Planalto dispostos a deixar claro que não dá para o Congresso ficar com o ônus político das medidas econômicas propostas pelo governo, a sociedade arcar com o corte econômico, via aumento de impostos, e, nesse quadro, o Poder Executivo continuar intacto, com 39 ministérios. Vem pressão para que Dilma reduza esse festival de cargos no primeiro escalão e redistribua o “filé”, que está, em grande parte, com os petistas.

Lá e cá

A oposição não tem mais dúvidas de que não terá acordão que segure as investigações da Lava-Jato. É que o mensalão foi um caso local, envolvendo agências de publicidade, partidos e políticos com assento no governo. O petrolão é internacional. Envolve a maior empresa estatal e está sob lupa no Brasil, na Suíça, na Holanda e nos Estados Unidos. Não há mais como não investigar. Nem que seja para não passar vexame perante as apurações no exterior.

“Vaccari é o Delúbio revisto e ampliado”

Do deputado Marcus Pestana (foto), do PSDB de Minas, comparando o atual tesoureiro do PT com o antecessor, fisgado no mensalão

Prefeitos turbinados…/ Eduardo Paes (PMDB), no Rio, e ACM Neto (DEM), em Salvador, aproveitaram para testar a popularidade nesse carnaval e obtiveram bons resultados. Neto, por exemplo, apareceu mais do que o Rei Momo. Ambos são apostas para o futuro, seja em que partido estiverem.

 …E em movimento/ A diferença entre eles é o estágio para o próximo passo. Eduardo Paes surge como aposta para o governo estadual em 2018 ou a Presidência da República. ACM Neto, embora ainda se mantenha discretíssimo sobre o tema, concorrerá à reeleição em 2016.

Presidente reclusa/ Em temporada de campanha, a presidente Dilma Rousseff sempre dava o ar da graça no camarote do governador da Bahia, ou mesmo no sambódromo. Em 2010, posou com Madonna e o então governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Desta vez, ficou quietinha. Sinal de que o ano não está para folia.

Lula e a

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Lula e a “República do Galeão”

Atento observador e protagonista da história recente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva percebeu que as placas tectônicas do PMDB estão em movimento e, antes que derrubem os edifícios políticos construídos ao longo dos últimos anos, foi ver de perto o surgimento de um novo continente no Rio de Janeiro. Na conversa que teve há dois dias com o ex-governador do estado Sérgio Cabral e o prefeito da Cidade Maravilhosa, Eduardo Paes, Lula foi sentir “qual é” a banda de ambos e ainda sondar como anda o samba do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do líder do partido na Casa, deputado Leonardo Picciani.

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O petista descobriu que, em princípio, essa poderosa dupla de parlamentares não pretende atropelar Dilma Rousseff com as alegorias no Congresso. E, em conjunto, colocaram à mesa algumas receitas de almoços e jantares no futuro, tais como o apoio do PT do Rio a um peemedebista para suceder Eduardo Paes, em 2016, e de outro para o lugar do governador Luiz Fernando Pezão, em 2018. Em troca, o PMDB do Rio fecharia com uma candidatura de Lula no mesmo ano. Tudo isso foi dito a Dilma Rousseff ontem. O grupo próximo ao ex-presidente está para lá de convencido que qualquer negociação política, neste mandato, passará pelo PMDB do Rio.

A multiplicação dos cargos

O novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu substituir o atual secretário de Comunicação da Casa, o jornalista Sérgio Chacon, pelo deputado Cleber Verde (PRB-MA), que está no primeiro mandato. Além disso, a chefia da TV Câmara ficará com um ocupante de cargo comissionado da Casa, indicado por Cleber. A novidade, anunciada em uma reunião da Mesa Diretora na tarde de quinta-feira, faz parte do acordo firmado com o PRB na campanha, e abre caminho para que pessoas que não são do quadro de servidores assumam cargos de chefia na Casa. “Agora, abriu a porteira”, lamentou um servidor ao repórter André Shalders.

A multiplicação dos insatisfeitos

Se essa mudança vingar, e o avanço dos parlamentares sobre outros setores da administração da Casa se intensificar, Cunha vai gerar insatisfação entre os servidores e os grupos de parlamentares que consideram esses postos exclusivos da administração da Casa, de forma a evitar privilégios de um ou de outro deputado na hora de veicular as notícias do parlamento. Vem briga aí.

Sob encomenda

Os petistas estão convencidos de que os vazamentos da Lava-Jato estão diretamente relacionados aos movimentos de Dilma e de Lula para tentar amortecer a crise política. Bastou o ex-presidente e Dilma sentarem juntos para que o partido estivesse, mais uma vez, colocado no centro do petrolão com as denúncias de que José Dirceu teria recebido propina sob o codinome Bob.

Noves fora…

Os peemedebistas eleitores de Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) fizeram as contas e descobriram que, hoje, o novo líder não tem mais a maioria da bancada. Isso porque três suplentes, dois do Rio e um de Minas Gerais, ficaram no Congresso apenas o tempo suficiente para eleger Leonardo Picciani líder do partido. Considerando o resultado de um voto de diferença, Picciani terá, depois do carnaval, o apoio de 31, enquanto Lúcio conta com 33. Moral da história: ou Picciani trata de unificar a bancada na hora de indicar os presidentes das comissões técnicas, ou poderá ter dor de cabeça para comandar os deputados. Privilégio de poucos/ Ninguém costuma ver o deputado Miro Teixeira (foto) coletando assinaturas para projetos em plenário. Esta semana, entretanto, ele fugiu do padrão. Em menos de uma hora, conquistou 200 assinaturas para a sua proposta de emenda à Constituição (PEC) em favor do distritão, um sistema eleitoral que termina com a história de um deputado bem votado “dar carona” a ilustres desconhecidos.

À distância/ A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) ainda não conseguiu trocar totalmente a Câmara pelo Senado. Na última quinta-feira, em plena reunião da bancada feminina no Senado, ela não largou o celular, acompanhando a escolha do novo líder do PMDB entre os deputados. As novas coleguinhas de Rose não gostaram, e volta e meia soltavam um “desapega, Rose!”.

Haja assunto/ Numa quinta-feira de véspera do carnaval, os poucos parlamentares que permaneceram em Brasília se esbaldaram da tribuna. Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, e Paes Landim, do PMDB do Piauí, se revezavam nos microfones em longos pronunciamentos transmitidos pela TV Câmara.

E o Pizzolato, hein?/ Há quem diga que é bom Henrique Pizzolato se preparar. Se valer para ele o que ocorreu com os demais envolvidos no mensalão, ele ainda amargará um bom período na cadeia. É que, até aqui, apenas os políticos conseguiram a liberdade.

Dilma recorre a Lula

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Depois de reunir o “sexteto das 9h30” para avaliar os índices de popularidade em queda e as formas de refazer sua base política, a presidente Dilma Rousseff decidiu recorrer a Lula. O relacionamento entre os dois — que, na festa de aniversário do PT, ainda não estava 100% — teve o gelo quebrado por esse chamamento. Sabe como é, na hora em que a coisa “pega” diante do eleitorado, o partido recorre sempre àquele que tem o dom de falar diretamente à população. Lula, entretanto, já avisou: não adianta Dilma chamar, dizer que vai mudar e continuar fazendo tudo igual.

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Para quem se esqueceu, vale lembrar o sexteto: Aloizio Mercadante, Pepe Vargas, Miguel Rossetto, José Eduardo Cardozo, Jaques Wagner e Ricardo Berzoini — os responsáveis pela estratégia de articulação política do governo.

Governo contra Impositivo

A Advocacia-Geral da União (AGU) está pronta para entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a obrigatoriedade de liberar as emendas dos parlamentares, o tal Orçamento Impositivo aprovado no plenário da Câmara. O cálculo dos advogados é de que basta uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Executivo ganhe um tempinho de forma a evitar o cumprimento geral das emendas este ano.

Quem sabe rola uma estatal?

De olho no segundo escalão, o PRB vai sair do megabloco que elegeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ) presidente da Câmara e se juntar aos pequenos partidos PTdoB, PSL, PRTB, PMN, PSDC, PTC, PTN e PRP. Essas legendas acabam de se unir em busca de espaço de governo longe do PMDB, a quem não desejam servir no papel de escada. Quando o PRB chegar, subirão de 18 para 39 deputados.

“Estamos voltando à Republica do Galeão. Resta saber se Dilma Rousseff tem vocação para Getúlio”

Do deputado Danilo Forte (PMDB-CE), comparando a tomada de poder do PMDB do Rio aos oficiais da Aeronáutica que se mobilizaram para derrubar Getúlio Vargas

Não, nunca!

Os petistas avisaram ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que, se ele quiser fazer as pazes com a oposição, que faça, mas nada de oferecer a Comissão de Fiscalização e Controle. Essa tem que ficar com a base aliada, da mesma forma que o Conselho de Ética ficou com João Alberto Souza (PMDB-MA).

Lugar cativo

João Alberto (PMDB-MA) conquistou, pela terceira vez, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado porque, em todas as oportunidades que pôde, “matou no peito” os processos contra senadores. Agora, em tempos de Lava-Jato, a maioria da Casa aposta que não será diferente.

Prestigiada/ A senadora Rose de Freitas (foto), do PMDB-ES, vai presidir a Comissão Mista de Orçamento este ano, cargo que dá visibilidade, mas exige paciência para as votações de propostas que avançam na madrugada.

Olho na urna/ O deputado Julio Lopes (PP-RJ) acompanhou a eleição do novo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), de dentro do plenário. Há quem diga que foi conferir pessoalmente os votos que ajudou a amealhar na bancada em favor de Picciani.

Por falar em juntar…/ Nessa campanha para líder do PMDB, teve deputado que recebeu telefonema dos “piccianistas” por volta de uma da matina.

…Os jovens ficaram com Picciani/ Assim que o novo líder ocupou a cadeira, o deputado Newton Cardoso Junior, de Minas Gerais, posicionou-se estrategicamente atrás de Picciani para aparecer nas fotos. Na parte de trás do plenário, um deputado comentou: “Ali está o representante de quem vai mandar no PMDB: o velho Newtão e o novo Newtinho”.  

Dilma na contramão

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  A presidente Dilma Rousseff entrou tarde na avenida de possíveis soluções para a crise da Petrobras. E, quando entrou, foi pela contramão. A avaliação, feita pelos próprios petistas, é a de que a escolha de Aldemir Bendine, do Banco do Brasil, para o comando da Petrobras foi um atropelo. Há quem diga no partido que Bendine não tem o perfil ideal para o cargo. Se até o PT pensa assim, imagine o mercado. As ações da Petrobras voltaram a cair porque o nome de Bendine sugere que as ingerências políticas vão permanecer na empresa. Pior para o governo. Saiu Graça, uma técnica do setor, para entrar alguém que, além de não pertencer a área do petróleo, tem problemas como a concessão de um empréstimo milionário a uma socialite, sem levar em conta as normas técnicas do Banco. Já tem gente na seara do PT com saudades de Graça Foster.

UM PT COM JEITÃO DE MINORIA

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Nem governo, nem oposição. O maior vencedor das votações que definiram os comandantes do Congresso foi a parcela que negocia tudo individualmente. Significa que, daqui para a frente, Dilma viverá no parlamento, a cada dia, uma aflição, sem um grande grupo fechado com o governo na alegria e na tristeza ou destinada a fazer oposição sistemática. Pior para o governo. No Senado, Dilma está à mercê do grupo de Renan Calheiros. Na Câmara, apesar do discurso conciliador de estreia do presidente Eduardo Cunha, o PT e o governo Dilma colheram a maior derrota da história desde que o partido assumiu o comando do país. E não terão vida fácil, uma vez que dentro do PMDB começam a surgir frases que sugerem a renúncia de Dilma: “Ela deve deixar e entregar logo para o Michel, que vai trocar tudo na Petrobras, na Eletrobras e no BNDES”, afirmava solto o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS).

O passado ensina

Foi a terceira vez em que, apesar da base desunida, o governo escolheu um candidato, influiu diretamente no processo eleitoral do parlamento e perdeu. Na primeira, em 2001, Aécio Neves (PSDB) foi candidato ao comando da Casa sem o apoio do presidente Fernando Henrique Cardoso e derrotou Inocêncio Oliveira, do então PFL, o candidato oficial. Depois, em 2007, o PT jogou as fichas divididas entre Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) e Virgílio Guimarães (MG). O governo fechou com Greenhalgh e levou Severino Cavalcanti (PP-PE) como o troco do plenário num processo eleitoral que varou a madrugada. 

Ontem, não foi diferente. A eleição de Eduardo Cunha veio como resposta ao governo, que cometeu uma sucessão de erros fruto dessa mesma gênese. O Planalto, desatento para a necessidade de segurar a base em torno de um único candidato ainda em 2013, deixou que o PMDB corresse solto.

Festival de tropeços

Quando o PT entrou com Arlindo Chinaglia candidato era tarde demais para reivindicar a posição. Feito isso, o governo jogou o peso em favor do petista, num cenário desfavorável por conta da má condução política na escolha dos ministros. O PP, por exemplo, não se conformou por ter perdido o Ministério das Cidades para o PSD de Gilberto Kassab. Fechou com Cunha. E o PSD, por sua vez, mandou votar em Chinaglia sem sequer reunir a bancada para discutir a escolha. Resultado: muitos insatisfeitos, ao ponto de terminar indicando para a mesa diretora Felipe Bournier, um aliado de Eduardo Cunha.

Como se não bastassem os erros de condução, na última hora, o partido ainda deixou solta a formalização do bloco de apoio, o que terminou por deixar o PT no pior dos mundos dentro do Congresso. Num ano de CPIs pululando, Operação Lava-Jato desaguando na política e dificuldades de toda ordem para o governo, os petistas terão cara de minoria na Casa. Além de ficar fora da mesa diretora, ainda terá reduzido o espaço de comando nas comissões técnicas da Casa. Perdeu a primeira vice-presidência e perderá a Comissão de Constituição e Justiça, por onde tramitam todos os projetos e recursos quando há problemas nas votações em plenário. Ali, mandará um aliado de Cunha.

Moral da história

O governo começou a ter consciência do estrago que seria feito pelo PMDB ainda na noite de sábado. Foi quando Michel Temer procurou Eduardo Cunha em busca de um acordo: Arlindo se retiraria para formar uma candidatura única e o compromisso de que os petistas ficariam com o comando da Câmara no segundo biênio. Cunha recusou. Confiante nos votos e no trabalho de formiguinha que fez desde o ano passado, preparava-se para colher os louros. O PT, portanto, ficará quatro anos fora dos principais espaços da Câmara. Para completar, ao que tudo indica, não poderá sequer recorrer à voz rouca das ruas para compensar os erros e as falhas na política. Diante do cenário econômico difícil e das mazelas na Petrobras, nada leva a crer que o povo clamará por Dilma agora como clamou por Lula nos tempos do mensalão. Por tudo isso, restará ao governo aprender a exercer a política de forma a conviver com um parlamento onde seu partido estreia com ares de minoria.