PASADENA VOLTA A ASSOMBRAR DILMA

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“Pegadinha”

Quando o ex-ministro José Jorge, do Tribunal de Contas da União, responsabilizou os diretores da Petrobras pela compra da refinaria de Pasadena, deixando de fora o Conselho de Administração (leia-se a presidente Dilma Rousseff) todos pensaram que ela estaria completamente livre de responder sobre aquela operação. Ocorre que não é bem assim. Os diretores da empresa à época, muitos dos quais com os bens indisponíveis, têm dito que fizeram tudo com aprovação do conselho. Assim, a situação do conselho voltará à baila no Tribunal.

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Significa que a presidente Dilma Rousseff poderá responder por essa compra, ainda que ela tenha dito há mais de um ano que o conselho havia aprovado o negócio porque confiara nos documentos da diretoria. Diante de um novo cenário, em que a Petrobras declara prejuízos assumidos por corrupção, Pasadena é um fantasma que ressurge para assombrar Dilma Rousseff. Amanhã, por exemplo, o ex-ministro José Jorge falará sobre esse tema na Associação Comercial de São Paulo.

Renan versus Eduardo, 2º round

A amigos que lhe perguntam como vai ser esse duelo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o comandante do Senado, Renan Calheiros, responde assim: “Essa fase de querer se afirmar como liderança eu já passei. Eduardo está nessa fase. Não vou bater boca com ele”. 

Pano de fundo 

A ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Supremo Tribunal Federal sobre doações de empresas a campanhas políticas, aquela que está com pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, começa a ser vista como uma forma de auxiliar o PT a impor o financiamento público e, ao mesmo tempo, dar um ar de “anistia” ao petrolão. Diante desse novo contorno, não será surpresa se algum ministro mudar o voto quando o processo voltar ao plenário.

Em nome dos governadores

O PSB decidiu dar uma freada em seu viés oposicionista. Isso porque, avaliam alguns, a hora é de tentar ajudar os governadores Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal, e Paulo Câmara, de Pernambuco, e Ricardo Coutinho, da Paraíba.

Furnas na mira

O mundo político prestará atenção na reunião do conselho de Furnas nesta quarta-feira. Tudo porque circula entre os partidos que o ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco está cotado para uma vaga ali. O PMDB, entretanto, não pretende mexer com isso agora. Com o vice-presidente Michel Temer na coordenação política e Henrique Eduardo Alves recém-nomeado ministro do Turismo, a ordem entre os peemedebistas é esperar algum tempo antes de investir pesado sobre outros cargos de ponta para o partido. Primeiro, é preciso resolver os cargos nos estados. 

[FOTO2]

Slogan pronto/ Os parlamentares observam com um quê de curiosidade as ações do juiz Sérgio Moro (foto). Há quem diga que, no vazio político, ele pode repetir o ex-presidente Fernando Collor em 1989. Naquela época da redemocratização, com a população saturada dos políticos tradicionais, Collor ganhou fôlego com o “caçador de marajás”. Há quem diga que Moro pode fazer o mesmo como o “caçador de corruptos”.

Valor agregado/ Sérgio Moro tem acompanhado todos os depoimentos da CPI da Petrobras e confrontado com os que havia colhido anteriormente dentro do processo da Lava-Jato. Para quem achava que a CPI seria mais do mesmo, a atenção do juiz mostra que o colegiado tem sua utilidade.

Melhor de três/ Aqueles que têm algum poder para tentar baixar a poeira da guerra entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o da Câmara, Eduardo Cunha, são: José Sarney, Michel Temer e Valdir Raupp. Todos os demais personagens já estão nas torcidas de um ou de outro. 

Por falar em Eduardo Cunha…/ O presidente da Câmara não pretende mudar nem um milímetro o ritmo que estabeleceu na Casa. Ele sabe que colocará o prestígio na Casa em risco, se sair do script da independência em relação ao Planalto e ao Senado.

Ficha Limpa a perigo

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A esperança dos fichas sujas

Na conversa dos deputados com o juiz Sérgio Moro, em Curitiba, veio à tona a disposição de parte dos congressistas em acabar com o foro privilegiado. O juiz e as excelências visitantes são contra. A conclusão da conversa foi a de que mandar os processos de parlamentares para a primeira instância seria um prato cheio de ações sem-fim, ampliando infinitamente a possibilidade de recursos. Especialmente, se fosse para a comarca na qual o político processado fosse votado.

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Houve inclusive quem dissesse que, se a Ação Penal 470, vulgo mensalão, demorou oito anos no Supremo Tribunal Federal, qualquer outro processo levaria pelo menos 20 se tudo estivesse na primeira instância. Ou seja, se há algum tempo o foro privilegiado protegia, hoje ele é o mecanismo mais ágil para garantir o julgamento num tempo mais curto e, ao mesmo tempo, incluir logo o sujeito na chamada “ficha suja”. 


E os soltos?

Diante da dificuldade de ouvir já na semana que vem os executivos presos pela Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro deu a senha: Júlio Camargo, empresário da japonesa Toyo, e dois executivos da Camargo Corrêa estão soltos e ainda não prestaram depoimento à CPI. Eles têm muito a dizer. Devem ser os próximos  convocados.


Memória & desgaste

Júlio Carmago, para quem não lembra, é aquele que mencionou a interferência de José Dirceu para que a Toyo assinasse contratos com a Petrobras. A oposição gostou e se empolgou com a perspectiva de chamá-lo. É mais PT na roda da CPI. 


Questão de brio

A decisão da bancada do PSDB na Câmara em favor do pedido de impeachment está diretamente relacionada à vontade de mostrar ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que ele teria “extrapolado” ao dizer que não é o momento de mexer com esse tema. Uma boa parte dos deputados, inclusive o líder, Carlos Sampaio, quis mostrar ontem quem detém o controle do processo.


Dos males, o menor

O resultado positivo da criação de empregos em março fez reavivar no governo a vontade de comemorar o 1º de maio mantendo a tradição do pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na tevê. Há uma sensação de que, se houver algum panelaço, será reduzido. Além disso, há quem diga não ser possível uma presidente que já enfrentou a ditadura ficar com medo do barulho da democracia.

CURTIDAS    Virou piada, mas…/ Entre quinta e ontem, Brasília ferveu com as “informações seguras” segundo as quais os investigadores da Lava-Jato colocariam o ex-ministro José Dirceu no xilindró. Indignados, os policiais desmentiram e reclamaram da divulgação das falsas notícias toda sexta-feira. Um deles disse ao repórter Eduardo Militão, do Correio: “Vamos lançar a campanha #quemdevenãodormeemcasanaquinta”, ironizou.

…Onde há fumaça …Há fogo/ Realmente, a PF fez duas operações policiais na sexta-feira. Na primeira, a “Caronte”, prendeu três pessoas acusadas de fraudes em licitações do PAC em Mato Grosso. Na segunda, a “Escudo” combateu contrabando, descaminho e outros crimes de fronteira. Nada de 

Lava-Jato e Dirceu, suspeito de usar suas consultorias para encobrir pagamentos de propinas de empreiteiras fornecedoras da Petrobras. 

Enquanto isso, em Curitiba…/ Os deputados ficaram satisfeitíssimos com a conversa do juiz Sérgio Moro. No fim, todos quiseram tirar fotos com ele. Em termos de sucesso com a população, Moro está para a Lava-Jato como Joaquim Barbosa esteve para o mensalão. No quesito recuperação de dinheiro, entretanto, o juiz paranaense está bem à frente. 

O contribuinte agradece.

E o Pizzolato, hein?/ Como se o desgaste do petrolão não bastasse, a extradição de Henrique Pizzolato trará de volta ao noticiário todas as agruras dos petistas com o processo do mensalão. Em tempos de partidos falando em impeachment, é mais uma colher de farinha para engrossar o pirão.

Terceirização respinga no ajuste fiscal

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Vai sobrar para o ajuste

A guerra entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, em torno da terceirização promete atrapalhar a votação do ajuste fiscal no Congresso. É que a CUT, que é contra a terceirização, vem sendo pressionada pela Força a assumir um discurso cada vez mais aguerrido contra o pacote fiscal do governo. E a Força, que é a favor da terceirização, acusa os cutistas de defenderem o governo Dilma e as

medidas do ajuste.

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Moral da história: para não perder filiados, todos devem terminar contra o pacote fiscal. Pior para o governo.

Antes que o mar vire sertão…

O Rio São Francisco pode secar. Por isso, hoje, por sugestão do senador Otto Alencar (PSD-BA), a presidente Dilma Rousseff vai reunir uma batelada de ministros, incluindo o da Defesa, Jaques Wagner, para discutir a recuperação dos mananciais.

…Ou o governo acabe

A presença de Wagner transforma o tema em assunto de segurança nacional, porque, do jeito que está a situação, talvez não haja sequer água para transpor mais à frente. Os assessores da presidente consideram que é uma chance de colocar o Planalto longe da crise política. “Finalmente uma pauta do bem. Aqui só entra problema, esse é grave, mas é possível agir e buscar solução”, comentou um palaciano.

Os contras do Pros

Em busca de um grande partido que lhes garanta tempo de televisão, o ex-governador do Ceará Cid Gomes e seu irmão Ciro estão com dificuldades de encontrar um porto. No PDT, está hoje Heitor Férrer, principal adversário do prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, aliado de Cid. No PSB, as portas estão fechadas. A família e os fiéis escudeiros de Eduardo Campos não desejam o retorno dos Ferreira Gomes ao partido.

As loiras

A ideia dos socialistas é filiar a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, nos mesmos moldes em que já está sendo tratado o ingresso da senadora Marta Suplicy em São Paulo. As duas petistas não terão legenda do atual partido para concorrer à prefeitura no ano que vem.

CURTIDAS   

É logo mais/ O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes promete devolver ainda este semestre o processo sobre as doações de empresas para partidos políticos, mas, conforme seus amigos, ele dificilmente será a favor de exterminar esse tipo de doação.

É hoje/ A oposição passou todo o dia esperando o anúncio do balanço da Petrobras para empreender um discurso contra o governo e reforçar a imagem de má gestão de Dilma Rousseff. Na Câmara, ainda havia sessão, mas a carga maior será jogada hoje, na CPI da Petrobras.

Multitemático/ Quem estará hoje no Congresso é o ex-ministro da Defesa e da Justiça Nelson Jobim. Não, ele não vai discutir a reforma política. Falará sobre a revisão do pacto federativo. Plenário 11, às 10h.

A voz da experiência/ Recuperado de uma cirurgia delicada no cérebro, o senador Jader Barbalho conversava ontem animadamente com amigos, quando saiu com esta: “Na atual conjuntura, uma semana é longo prazo”. Faz sentido.

CARGOS LIBERADOS

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Dilma e Temer liberam os cargos
Começa hoje a distribuição dos cargos de segundo escalão do governo Dilma Rousseff. Só que nem tudo será exatamente do jeitinho que deputados e senadores pediram. Em vez de discutir por partido, a partilha dos postos de comando será por estado. Hoje, sairão as nomeações dos cargos para Piauí, Goiás e Sergipe. O critério de escolha, obviamente, é porque ali há menos forças brigando por direções regionais, tais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ou o Departamento Nacional de Produção  Mineral (DNPM).

Vai sobrar…
A produção de cartazes com fotos de parlamentares que votaram a favor da terceirização como “traidores do trabalhador” fará o Planalto perder muitos votos em propostas futuras. A ideia foi da CUT, mas deputados petistas chancelaram a iniciativa, irritando os aliados.

…Pro ajuste
Agora, com o ajuste fiscal mais próximo de entrar em pauta, há grupos se mobilizando para votar contra a proposta, como uma espécie de vingança. Afinal, dizem alguns, se o projeto é do governo, o PT não terá como votar contra. A ordem é expor o PT como um partido que “tira benefícios dos trabalhadores”. Cuide-se, Joaquim Levy!

Simbologia de ontem
O fato de Renan Calheiros nomear Vinícius Lages ontem mesmo como seu chefe de gabinete deixou os peemedebistas com a certeza de que o presidente do Senado não gostou de ver o aliado sair para dar a vaga a Henrique Eduardo Alves. Não há, no momento, nada capaz de satisfazer o senador politicamente.

Simbologia de amanhã
Depois de engavetar as CPIs contra o governo no Senado, o vice-presidente Michel Temer terá que se virar para aprovar o nome de Luiz Fachin para o Supremo Tribunal Federal. Por mais currículo que o jurista tenha, há quem diga que será aí o troco dos senadores do PMDB contra o governo. Querem mostrar que Renan ali comanda mais do que o próprio Temer.

Sintoma & cura
A equipe do Ministério do Turismo aplaudiu muito mais Vinícius Lages do que Henrique Eduardo Alves. Sinal de que o ex-deputado, além do PMDB, terá que conquistar aqueles que ajudaram Lages a consolidar uma boa imagem da pasta.

Script trocado
O PT está mobilizado para acompanhar hoje o depoimento de João Vaccari Neto dentro da Lava-Jato. A expectativa é de que ele mantenha o mesmo ritmo da CPI da Petrobras. Ocorre que, ao que tudo indica, não será nas doações que os investigadores concentrarão as perguntas e sim nos recursos destinados às gráficas.

CURTIDAS   

Entendeu?/ Na homenagem aos povos indígenas no Senado, a turma da taquigrafia ficou atônita quando José Frederico, líder indígena, começou a falar tupi-guarani na tribuna da Casa. “Fiz questão de falar na minha língua. Mesmo falando grego, dá para o senhor entender, né, presidente?”, afirmou, referindo-se a João Capiberibe (PSB-AP).

Íntimo/ José Frederico, lá pelas tantas em seu discurso, reclamando que a segurança lhe cobrara o uso de gravata, citou o senador Telmário Mota (PDT-RR): “Viu senador, é Mário, né? Pois é, seu Mário, continue assim, humilde, do jeito que o senhor é!”

A fúria/ O líder do PSD, Rogério Rosso, está furioso com a deputada Érika Kokay (PT-DF), que lhe apresentou num cartaz como traidor dos trabalhadores por votar favoravelmente à terceirização. O mesmo vale para Fernando Monteiro e o PT de Pernambuco. Se dois deputados tão cordatos estão assim, imagine, leitor, aqueles mais esquentados.

Por falar em PT…/ Havia pouquíssimos representantes do PT na posse de Henrique Eduardo Alves como ministro do Turismo. Passaram por lá menos de 10 deputados. Sinal de afastamento entre petistas e peemedebistas.    

Difícil passar

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Conversas, votos & processos

Dilma Rousseff pode até ter consultado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre o nome do jurista Luiz Edson Fachin para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mas, ainda assim, não garantiu todos os votos do PMDB para chancelar um advogado com laços na Central Única dos Trabalhadores (CUT) e com o próprio PT.

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Há quem afirme que o coordenador Michel Temer terá todo o trabalho do mundo para fazer valer a indicação entre os peemedebistas, além de Renan. Talvez, o senador tenha apresentado ao governo uma mercadoria que não conseguirá entregar.

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Temer contará, entretanto, com todos aqueles que sentiram um frio na barriga quando da divulgação da lista de políticos enroscados na Lava-Jato. Ninguém que integra a lista se mostra disposto a enfrentar o governo.

Pânico no Texas

Funcionários da Petrobras America Inc. em Houston (Texas) relataram aos superiores no Brasil terem recebido, na quinta-feira, uma “visita” de agentes federais americanos, em que computadores e até telefones celulares teriam sido apreendidos. O tema é tratado no mais absoluto sigilo.

Nem que a vaca tussa

Quem quiser reclamar, como tem feito o prefeito de Canoas (RS), Jairo Jorge (PT), que o faça. Mas o Partido dos Trabalhadores não dispensará o tesoureiro da sigla, João Vaccari Neto. Afastá-lo da função, avaliam alguns, não tiraria o PT da situação de “perseguição” que o partido vive hoje.

Olho no lance!

Os petistas não acreditam que vingue, mas monitoram com lupa a perspectiva de o PSDB apresentar um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se os tucanos seguirem essa linha, muitos políticos, do governo e da oposição, acreditam que correrão o risco de dividir ainda mais o país num momento em que os brasileiros foram às ruas em menor número.

Por falar em impeachment…

Alguns tucanos são diretos ao afirmar que o partido também está dividido em relação ao impeachment por um simples motivo: seria sair da presidente Dilma e cair no colo de uma guerra interna no PMDB, na qual Renan Calheiros e Eduardo Cunha duelam em busca do poder, com Michel Temer no meio desse fogo cruzado. Melhor esperar mais alguns capítulos para ver que rumo tomará essa novela.

Se vale para uns…/ Reconduzido à presidência do PP, o senador Ciro Nogueira (foto) pretende, agora, saber do governo o que será feito dos cargos de segundo escalão na Integração Nacional. Passados quase quatro meses da posse de Dilma, ninguém foi chamado para conversar sobre o tema.

…Tem que valer para todos/ Embora o PP seja o partido com mais parlamentares enroscados no petrolão, os pepistas querem ser tratados da mesma forma que os petistas tratam Joao Vaccari Neto: com presunção de inocência.

CPI, só na Câmara/ O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) aproveitou a presença maciça de deputados na sessão de ontem para levar avante o pedido da CPI do BNDES na Casa. “Diante da indisposição do Senado, foi o que me restou”, disse ele, revoltado com a decisão dos senadores do PSB de retirar as assinaturas do pedido de CPI Mista para investigar os empréstimos do banco.

“Não sou investigador!”/ Enquanto Delgado corre atrás da CPI, o senador João Capiberibe (PSB-AP) é direto: “Queriam instalar sete CPIs! Não é possível parar o Senado. O Ministério Público que faça esse trabalho”, afirmou.

Pesos-pesados/ Renan Calheiros diz que não tem pressa para votar a proposta que regulamenta a terceirização. Eduardo Cunha tem. Para bons entendedores, esta é senha: os dois estão em guerra de poder. E Renan está mais aliado ao governo, leia-se Michel Temer, do que Eduardo.

MICHEL EM TESTE

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Prova de fogo

O vice-presidente Michel Temer tem nesta semana sem feriados seu primeiro grande desafio no plenário da Câmara: deixar que o projeto da terceirização seja aprovado sem comprometer a receita da União. O relator, Arthur Maia (BA), não acolheu a proposta da Receita Federal que visava manter a arrecadação de impostos no mesmo nível. Agora, se Michel falhar, caberá ao Poder Executivo dar o velho jeitinho de suprimir artigos que tratam do recolhimento do INSS na fonte, ou seja, pela empresa contratante na hora do pagamento dos serviços prestados. Esse é um dos temas que entrará na conversa de Temer com as bancadas a partir desta semana. A primeira será a do PMDB.

Vem mais

Há na política quem considere que outras empresas de publicidade vão se unir à Borghi/Lowe que surgiu na Lava-Jato como uma das usadas para desviar recursos. Na temporada do mensalão, também foi essa área que terminou enroscada.

Tudo pelo avesso…

A mudança do cenário político tira o sono daqueles que apostaram numa Dilma Rousseff fortalecida e dando as cartas. Agora, dizem alguns, quem dá o tom político é o PMDB. Até onde a vista alcança, 

ou seja, a curto prazo, esse quadro não mudará.

… ,mas nem tudo perdido

No conselho político do governo ontem, todos respiraram meio aliviados com a redução do número de manifestantes nas ruas no último domingo. Acham que amorteceram o eco pró-impeachment, 

mas estão anos-luz de estancar qualquer crise.

A mãozinha de Dilma

Entre os conselhos de aliados para que ficasse longe do projeto de redução da maioridade penal e a insistência do PT em angariar votos nos movimentos sociais, Dilma ajudou seu partido. Ao se manifestar contra a proposta, recebeu elogios de setores da Igreja e dos movimentos eclesiais de base.

Eduardo Cunha na roda

Muitos políticos veem no projeto Câmara Itinerante do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um certo tom de campanha eleitoral. Vai, no mínimo, se tornar conhecido. O primeiro passo para quem porventura deseje concorrer à Presidência da República, o sonho de 10 em cada 10 políticos, embora de cada 10, nove neguem almejar uma candidatura.

CURTIDAS    

Castelinho/ O jornalista Carlos Marchi lança hoje à noite, no Carpe Diem da 104 Sul, o livro Todo aquele imenso mar de liberdade — a dura vida do jornalista Carlos Castello Branco, a biografia de Castelinho. Leitura obrigatória para quem gosta de política.

Uma aula…/ O deputado Adilton Sachetti (PSB-MT) contratou um consultor para ensinar os funcionários a economizar os recursos da verba de gabinete. Os servidores passaram o fim de semana no curso.

…De economia/ Sachetti, em primeiro mandato, estipulou uma meta para os gastos. Não podem ultrapassar R$ 25 mil. A cota é R$ 39 mil. O contribuinte agradece.

Homenagem a Brasília/ A sessão solene para marcar o aniversário da capital do país está marcada para a tarde de sexta-feira 17 de abril. É que, com o feriado na terça-feira, a maioria dos congressistas deve enforcar a segunda. 

A vez dos políticos

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Demorou, mas a Operação Lava-Jato desaguou nos políticos. Com os três ex-parlamentares presos (André Vargas, do PT; Pedro Corrêa, do PP e Luiz Argôlo, do SDD), aqueles que têm mandato começam a ficar mais preocupados. Muitos deles sabem que, mais cedo ou mais tarde, terão o mesmo destino.

  O que mais preocupa alguns personagens, segundo advogados, é a paciência dos procuradores que, aos poucos, vão montando o quebra-cabeça. Vargas surgiu pela primeira vez no noticiário suspeito de envolvimento com o doleiro com Alberto Yousseff em abril do ano passado. Apenas agora, um ano depois, Vargas é preso.O mesmo vale para Luiz Argôlo e Pedro Correa, também citados no ano passado. Quanto ao pepista, um detalhe: Ele deixou de ser réu primário, uma vez que foi condenado no processo do mensalão e cumpre a pena em prisão domiciliar. Aqueles que, como Corrêa, foram condenados em outros processos são os mais preocupados. Não é para menos.

Renan fecha com Michel, Eduardo Cunha ainda não

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Câmara é Cunha, Senado é Michel

Michel Temer mal havia se sentado na cadeira de coordenador político do governo quando os petistas comentavam em conversas reservadas ainda na noite de terça-feira que a Câmara não dará trégua ao Planalto. Leia-se Eduardo Cunha, o mais recente filiado ao grupo de alto comando peemedebista. Ao longo dos próximos dias, Cunha pretende mostrar que o vice-presidente da República é bom, mas não é Deus. A PEC de redução do número de ministérios foi só uma amostra. No Senado, Renan Calheiros, por sua vez, pareceu mais cordato. Deixou, por exemplo, correr frouxa a leitura da CPI do BNDES, dando tempo de que alguns retirassem as assinaturas, conforme divulgado ontem.

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Vem por aí a nova temporada Câmara versus Senado dentro do PMDB. Temer, que de bobo não tem nada, já chamou a bancada da Câmara para uma reunião. Ele sabe que os deputados hoje atendem muito mais ao comando de Eduardo Cunha do que ao do governo ou dos líderes partidários. Esse parece ser hoje o maior desafio de Michel.

E uma das últimas marcas…

Mal o governo acerta um novo coordenador político e já vem ministro irritando a presidente Dilma Rousseff. Ontem, no Senado, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, provocou ira em alguns dilmistas ao mencionar a necessidade de adquirir a coragem de revisitar o sistema de partilha na exploração de petróleo do pré-sal.

…Balança

Há dois dias, Dilma disse com todas as letras que o sistema de partilha da produção (e não o de concessão) é o acertado porque deixa a riqueza na mão do Estado. Para quem já perdeu o discurso dos juros baixos, da conta de luz mais barata e das casas mais mobiliadas, era só o que faltava. No Planalto, há quem assegure que, nesse quesito, não dá para abrir mão, ainda que a Petrobras esteja enfrentando problemas.

“O articulador do governo precisa ser um negociador de sequestro. É sujeito que fala com todo mundo: com o sequestrado, com a polícia, com a mãe do sequestrador, com o sequestrador e ainda leva o dinheiro do resgate”

Magno Malta (PR-ES), senador

E o Vaccari, hein?

Vencida a disputa interna sobre ir ou não à CPI da Petrobras, o tesoureiro petista João Vaccari Neto corre o risco de ouvir poucas e boas se tentar enfrentar os deputados ou constrangê-los citando doações de campanha. O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), por exemplo, está pronto para dizer que denunciado, ali, só Vaccari.

CURTIDAS   

E o salário, ó…/ Mozart Viana vai para o governo, ok, mas há quem diga que terá trabalhar de graça. A aposentadoria que ele recebe do Poder Legislativo não permite a acumulação.

Arquivo morto/ Os peemedebistas se deslocavam da mesa de jantar para a outra sala no Jaburu quando, de repente, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, olha para a imensa arca de madeira encostada na parede e não se contém: “Aqui, Michel vai guardar os currículos”. Foi uma risada geral. Só mesmo um móvel daquele tamanho para Michel Temer guardar as pastas com as qualificações de cada interessado ou indicado aos cargos de segundo escalão.

Queridinho?/ O deputado Fernando Marroni (PT-RS) viveu seus minutos de fama no lançamento do livro de João Paulo Cunha com reflexões sobre a temporada na Papuda por causa da condenação no processo do mensalão. “Pô, o Pepe (Vargas) vai para o lugar da Ideli (Secretaria de Direitos Humanos) só para você não deixar de ser deputado.” Marroni é suplente de Pepe na Câmara.

Por falar em lançamento…/ O PT prestigiou seu ex-parlamentar. Mais de 400 livros foram vendidos na noite de autógrafos em Brasília. Por lá, passaram vários integrantes do partido dos áureos tempos do governo Lula, inclusive Professor Luizinho. Já a turma enroscada no petrolão preferiu ficar distante. Alguns, especialmente de outros partidos, receberam convites em mãos e alegaram outros compromissos.

Dilma e o PMDB

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E o abacaxi vai para…

Os peemedebistas lavam as mãos para o fato de a presidente Dilma Rousseff oferecer a Secretaria de Relações Institucionais ao ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. Primeiro porque, pelo andar da carruagem no parlamento, corre o risco de o ministro da SRI, sendo do PMDB, terminar derrotado pelo próprio partido. A confusão não vai passar colocando a legenda na SRI, especialmente, porque o PMDB continua desconfiado de que Aloizio Mercadante não está totalmente afastado das articulações políticas.

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Dilma, entretanto, quer mais comprometimento do PMDB com o governo. Parte da bancada da Câmara, embora diga que não deseja ministério, garante que Dilma havia acenado com uma vaga no primeiro escalão — especificamente no Turismo, para o ex-deputado Henrique Eduardo Alves. Até agora, a nomeação não saiu e a equação Câmara-Senado está desequilibrada. Os deputados têm duas vagas — Portos e Aviação Civil — enquanto só senadores têm quatro — Agricultura, Minas e Energia, Pesca e Turismo. O que os deputados não esperavam era o abacaxi da SRI, onde não há caneta nem verbas. 

O “X” de Renan

Aliados de Renan Calheiros juram que o problema maior do presidente do Senado não é perder o Ministério do Turismo. É não ter sido chamado a dar seu parecer sobre as pastas entregues ao partido no Senado, leia-se Kátia Abreu, para Agricultura; Eduardo Braga, para Minas e Energia; e Helder Barbalho, para Pesca.

Por falar em segundo escalão…

O PR resiste a indicar outro nome ao Dnit. O do ex-deputado Luciano Castro está há mais de um mês nas mãos do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com todas as certidões negativas. Ou seja, na avaliação do PR, só falta nomear.

Ser ou não ser

João Vaccari Neto está numa saia justa: ele havia comentado para alguns integrantes do partido que não planejava comparecer à CPI. Seu advogado mandou que fosse e se defendesse. Ocorre que, agora, o partido não quer que Vaccari faça marola por ali, às vésperas da manifestação de rua convocada para o dia 12.

Terceirização no STF

A ação que os sindicatos deram entrada corre o risco de ficar que nem a reforma política. Só ser avaliada depois que o Congresso decidir sobre o tema. O projeto estará em pauta na Câmara esta semana e, se for aprovado, é bem provável que os sindicatos tenham problemas em ver passar a ação no STF. 

CURTIDAS    

Melô do PMDB/ O que mais irrita os peemedebistas é se sentirem que nem a música que ficou famosa na voz de Adriana Calcanhoto: “Futebol sem bola, Piu-piu sem Frajola, sou eu assim sem você…” No caso do PMDB, a rima deixa a desejar: “Aviação Civil sem Infraero; Agricultura sem Conab; Minas e Energia sem Eletrobras…” É, pois é.

Dilma e os líderes/ A presidente convidou todos os presidentes de partido e líderes hoje à tarde para discutir o ajuste fiscal e medidas de promoção da competitividade na indústria. É nesses encontros que dá seus recados políticos gerais.

 

Prêmio República/ O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Alexandre Camanho, deu a largada para a terceira edição dessa premiação, voltada para ações de promoção da Justiça, de defesa do estado democrático de direito e dos direitos do cidadão. A premiada ONG Escola de Gente — Comunicação em Inclusão, da jornalista Cláudia Werneck, é parceira da iniciativa. A entrega do prêmio será em 5 de maio em Brasília.

Rollemberg e os 100/ A ordem do governador do Distrito Federal é preparar várias ações na área de saúde para a marca dos 100 dias. Ele planeja ainda ir às ruas praticamente todos os dias para verificar estoques de hospitais, visitar obras, rodoviárias, pontos de ônibus, ou seja conversar com os cidadãos.  

 

Sem pedido, sem ministério

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Henrique está só
 
Em conversas reservadas, ministros e aliados da presidente Dilma Rousseff afirmam que Henrique Eduardo Alves ainda não virou ministro porque, oficialmente, o que tem chegado aos ouvidos da presidente é que o PMDB não quer cargos. Eduardo Cunha, presidente da Câmara, repete insistentemente que não deseja vagas no governo. O mesmo dizem outros integrantes da bancada na Câmara, onde Henrique passou os últimos 40 anos. Os senadores também não se movimentam.

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No geral, é assim que a banda toca no governo: quem se descola às vezes recebe. Quem pede nem sempre tem preferência. Quando os interessados não se movimentam aí é que não sai nada mesmo. Se ninguém pedir por Henrique, ele não será ministro.

 
Não tem milagre…
 
Os petistas estão convencidos de que a recuperação do partido passa por três pilares: 1) Dilma governar de olho na recuperação da economia e delegar todo o resto; 2) Renovar o discurso partidário com prioridade à proteção do salário e da renda; 3) Evitar que Luiz Inácio Lula da Silva vá para o ralo com aqueles enroscados na Operação Lava-Jato. É por aí.
 
…Nem tucano
 
A aposta geral do partido de Lula, revelada apenas nas rodas mais fechadas, é a de que o PSDB não conseguirá ser o protagonista da eleição de 2018. Eles calculam que virá uma nova força, mais conservadora. Quem será ainda é uma incógnita para os lulistas.
 
BNDES na CPI
 
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, foi convocado para depor na CPI da Petrobras na semana que vem. A Comissão quer ouvi-lo sobre financiamentos a empresas ligadas à Sete Brasil e, ainda, sobre os pagamentos das empreiteiras. Há notícias de que está tudo em atraso.
 
Esquecidos
 
Os integrantes da CPI da Petrobras até agora não marcaram os depoimentos daqueles parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de receber dinheiro desviado pelo esquema da Lava-Jato. A ordem é esperar passar a onda de manifestações em 12 de abril.
 
Lembrados
 
A toada para esta semana será deixar o desgaste maior na conta do governo e do PT, com o depoimento de João Vaccari Neto e as pressões para que Erenice Guerra, ex-assessora de Dilma, seja convocada ao Congresso para explicar seus laços com o escândalo desvendado pela Operação Zelotes no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).
 
Semana nada santa
 
O saldo é estarrecedor: duas crianças vítimas de bala perdida, uma no Rio de Janeiro, outra em Jardim Paulista (PE). Nos arredores de Brasília, menina de 14 anos encontrada morta num matagal, com sinais de violência sexual. Isso para ficar apenas em alguns dos casos registrados. A insegurança está em toda parte. Os governos, não.
 
CURTIDAS   
 
Só?/ O líder do PSD no Senado, Omar Aziz (foto), do Amazonas, arrisca levar o prêmio sinceridade em audiências. Dia desses, ele foi ao ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, relatar a situação de calamidade em municípios afetados pelas cheias em seu estado e diante da disposição de Occhi em visitar as áreas afetadas “o mais breve possível”, Aziz foi direto: “Não, ministro. Visita para tirar fotografia a gente não precisa, não. O que eu quero é dinheiro”.

E no Planalto…/ A franqueza do senador não se limitou às reuniões com ministros e integrantes da bancada da Amazônia. Dia desses, numa reunião de líderes com a presidente Dilma Rousseff, ele se mostrou solidário às vésperas dos protestos de 15 de março: “Eu queria prestar minha solidariedade à senhora porque envolveram a senhora neste roubo na Petrobras, que é o maior roubo da história do Brasil”. Foi aquele silêncio, todos olhando para Dilma, que deu aquela arregalada nos olhos.
 
WhatsApp & decoro/ Desavisados, alguns deputados do PMDB tomaram um susto ao verem o deputado Newton Cardoso Júnior quebrando uma garrafa no braço do colega Laudívio Carvalho, também do PMDB. A garrafa era cenográfica. Os parlamentares estavam no Projac, um dos maiores centros de produção audiovisual do país.
 
Contra fluxo/ O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, passou o feriado em Miami. Alguns aliados dele, do tipo que perdem o amigo, mas jamais uma piada, brincavam: “Sabe como é… Dólar alto… Pelo menos, lá ele escapa das vaias do movimento gay!”
 

Feliz Páscoa a todos!