Silvestre de volta

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O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, acaba de convidar Silvestre Gorgulho para assessor especial. Convite aceito, Gorgulho começa a trabalhar essa semana.  Silvestre tem experiência na área, foi secretário de Cultura do GDF e é tido como um das personalidades mais preocupadas e dedicadas ao patrimônio cultural e histórico da cidade. Amigo de Oscar Niemeyer, foi ainda o “pai” da Torre Digital, um cartão postal de Brasília.

Nas redes, só dá oposição

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Ninguém do núcleo duro do governo federal está entre os 50 parlamentares com mais alcance e engajamento nas redes sociais, segundo estudo inédito feito pelo instituto FSB Pesquisa. O mais bem colocado da tropa de choque temerista é o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), em 87• no ranking do Congresso. O líder do FSB Influência é o senador Lindbergh Faria (PT-RJ) A FSB divulgará os detalhes nesta terça-feira.

 

O estudo dá o tom do que vem por aí na campanha eleitoral de 2018, quando a maioria dos parlamentares estará na disputa, seja pela reeleição, seja em busca de um cargo majoritário.  Há um consenso entre os analistas sobre o aumento da importância das redes no próximo ano eleitoral. Com o dinheiro curto para as campanhas e o período restrito na tevê, é na internet que a mensagem do parlamentar terá mais alcance.

 

Porém, avisam isxespecialistaz, não dá para quem é meio alheio às redes banhar influência do dia para à noite, é preciso construir essa relação com seguidores. Quem demorar muito s ingressar nesse mundo virtual, terá mais dificuldades de levar a mensagem ao eleitor. E, a levar em conta o resultado do estudo da FSB, a base do governo já está em desvantagem na largada dessa corrida.

Pernambuco em suspense

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A decretação hoje da prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine e do empresário André Gustavo Vieira deixa o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) em estado de alerta. André Gustavo Quem conhece André Gustavo garante que o dono da Arcos Propaganda não terá a mesma fleuma de Marcos Valério, que aguentou anos de cadeia e só partiu para a delação anos depois. André Gustavo está mais para João Santana e Mônica Moura, que falaram logo. Se o marqueteiro optar por uma delação e confirmar tudo o que foi dito por Ricardo Saud, da JBS, Fernando Bezerra Coelho será chamado a explicar se recebeu R$ 2 milhões em dinheiro vivo.  Não será o primeiro politico a ter que se explicar por caixa dois. Porém, um politico nessa condição a menos de um ano da abertura da campanha eleitoral é um incômodo para ninguém botar defeito.

Embora tenha sido ministro de Dilma Rousseff, Fernando Bezerra Coelho integra hoje a ala do partido mais próxima do presidente Michel Temer. É pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tem sido muito elogiado pelo setor. Já receberam inclusive para ingressar no DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, caso o clima no PSB fique insustentável. Rodrigo Maia fez questão de ir ao casamento do irmão do ministro em Pernambuco.

Hoje, todo o grupo do senador está com problemas na direção partidária, que já recomendou o voto a favor da denúncia contra o presidente Michel Temer. Fala-se inclusive na criação de um novo partido, que abrigaria no futuro o DEM, os dissidentes do PSB  e, ainda, uma parcela do PSD. Esse movimento só ganhará corpo, entretanto, depois das eleições, uma vez que revolucionar os arranjos partidários a praticamente um ano das eleições não é considerado um caminho seguro, por causa das alianças regionais. Primeiro, cada um cuidará de si onde está para, depois, pensar num projeto partidário com os sobreviventes das urnas.

Vem provocação aí

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Enquanto o deputado Sílvio Costa (PSC-PE) está mais rouco do que é de tanto gravar vídeos pedindo aos deputados que não registrem presença na quarta-feira, o governo faz de tudo para levar os oposicionistas a uma posição inversa. Nesse jogo, a tropa de choque do presidente Michel Temer está decidida a provocar os petistas até que eles não suportem mais e corram aos microfones do plenário. Só tem um probleminha: para falar na sessão é preciso registrar presença. Logo, quem cair à tentação de dar o troco aos governistas vai ajudar no quorum para que o presidente da Casa, Rodrigo Maia, comece  a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer.

Temer e o futuro

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Repletos de avaliações de que o “pior já passou” para Michel Temer, os aliados do governo acreditam que o próximo desafio do presidente será escolher entre manter a recessão — com cortes profundos de despesas, sem aumentos salariais e grandes projetos — e uma guinada nos gastos, o que, inevitavelmente trará inflação. Até aqui, as indicações são de que ele pretende se manter firme no papel de presidente das reformas, com ares de que não se incomoda com a impopularidade.

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Temer age, nesse quesito, mais ou menos como fez Fernando Henrique Cardoso, então ministro da Fazenda em 1993, quando o Plano Real engatinhava. FHC repetia diariamente que dizia não a aumentos de gastos expressivos naquele momento para dizer sim mais à frente.

Sem rua, não vai

Por mais que o governo de Michel Temer seja impopular, analistas consideram que está cristalizada uma percepção pragmática do eleitorado que, pelo menos até aqui, não foi às ruas pedir o afastamento do presidente: mudar agora não resolveria nada.

Fase um, fase dois

Para quem conhece a sistemática de
liberação de emendas, o jogo de Temer está definido: no primeiro semestre, empenhos, ou seja, promessa de liberação de recursos. Agora, neste segundo semestre, a liberação efetiva coincidirá com o período em que o governo deseja retomar a votação da
reforma da Previdência.

O eleitor rejeita todo mundo

O Instituto Paraná Pesquisa foi às ruas sondar os eleitores sobre 2018. Descobriu que, a preços de hoje, o eleitor não “comprou” nenhum candidato. A rejeição mais baixa é de João Doria: 42,2%. A de Geraldo Alckmin é de 54,1%; Bolsonaro, 53,9%, Ciro Gomes, 50,2%. Os detalhes
estão na edição da revista IstoÉ, que contratou a pesquisa.

E o Lula?

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva aparece como o mais rejeitado, 55%. Porém, vence em todas as simulações de segundo turno.

Esquerda, volver!

A guinada do PT às origens começa a mexer com as alianças estaduais.
O senador Armando Monteiro Neto (PTB), pré-candidato a governador de Pernambuco, foi praticamente abandonado pelos petistas no estado, que já falam em candidatura própria ao Palácio das Princesas.

A moça da janela

A inspiração de Chico Buarque em seu novo álbum Caravanas tem nome: Carol Proner (foto). Professora titular da UFRJ, doutora em direitos humanos e direito internacional, Carol tem luz própria. Dirige o Instituto Joaquín Herrera Flores, de direitos humanos, ligado à Universidade de Sevilla. Recentemente, tirou uns dias de férias com o compositor em… Paris. Eis que agora surge o novo trabalho de Chico. Uma das poucas fotos em que o casal apareceu junto foi postada, dia desses no Facebook, por Gregorio Duvivier. Foi um frisson no meio artístico para saber quem era a loira da janela.
Aliás, sabe a nova música Tua cantiga, que já tem inclusive um clip oficial no YouTube? Pois é. Adivinha para quem? Ah, o amor! Alguém conhece maior força inspiradora? Carol, os fãs do cantor e compositor agradecem.

Oposição em xeque

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Em suas conversas mais reservadas, os aliados de Michel Temer consideram uma jogada de mestre a estratégia de atribuir à oposição a obrigatoriedade de garantir o quórum para a votação de 2 de agosto sobre a denúncia envolvendo o presidente em investigação de corrupção passiva. Isso significa que todos aqueles interessados em votar a favor do pedido do Ministério Público terão que registrar presença logo, para não deixar dúvidas da posição de que não jogam para postergar a decisão da Câmara, ainda que o placar final não lhes seja favorável.

 

Prata da casa
Cacá Diegues, um ícone do cinema brasileiro, foi para lá de festejado na posse do novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. Ao lado dele, estava sentado um produtor de Brasília Christian de Castro, irmão do cineasta Erik de Castro. Christian está para lá de cotado para comandar a Ancine.

Vem mais
O outro evento no Planalto foi a transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral em agência. O mesmo será feito com a Embratur, de forma a permitir que a instituição possa captar recursos para promoção do Brasil no exterior. Antes, porém, virá a abertura de capital das empresas aéreas.

Por falar em Embratur…

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, aproveitou um rápido encontro com o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, no corredor do Planalto, e foi direto: “Vamos montar um projeto conjunto para o Rio de Janeiro”. Explica-se: o Rio é considerado o cartão-postal do Brasil. Esse problema da violência por lá prejudica não só a cidade, como a imagem do país no exterior. O projeto, dizem as autoridades, “é para ontem!”.

 

É matar ou morrer
Dentro da base governista, todos os movimentos para postergar a votação da denúncia foram abandonados. “Foi tudo marcado com 20 dias de antecedência, o país está esperando. Não há justificativa para não votar”, diz o líder do PMDB, Baleia Rossi.

 

Fica esperto, Rodrigo!
Ok, que o DEM do Rio, capitaneado por Rodrigo Maia, espera contar com o apoio do PMDB para concorrer ao governo estadual. Só tem um probleminha. Até aqui, os peemedebistas não admitem abrir mão da disputa. O nome hoje é Eduardo Paes mesmo se “não der praia”. É que o partido precisa se reinventar por lá e tirar a imagem de presidiário e corrupto criada pelo ex-governador Sérgio Cabral.

 

Habeas Corpus preventivo/ Na conversa com Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi logo dizendo: “Prometo que, se eu assumir a presidência da República interinamente, não serei candidato à reeleição”. Eis que Alckmin respondeu: “Claro, claro…”

Ahã…/ Essa parte do diálogo entre Alckmin e Rodrigo Maia foi traduzida assim: “Ok, Maia, você finge que me engana e eu finjo que acredito”.

Na alegria e na tristeza/ Se tem algo que o ex-presidente José Sarney (foto) não faz é abandonar os amigos. Ele fez questão de ligar para Lula a fim de lhe prestar solidariedade pelos problemas com a Justiça.

Namoro ou amizade?/ O ministro da Educação, Mendonça Filho, resumiu assim a conversa do seu partido com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: “O momento atual não é de fazer casamento com ninguém. É só para ficar flertando”.

A escolha de Michel

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Diante das dificuldades no caixa da União, o presidente Michel Temer é pressionado pelos técnicos a fazer uma opção: ou mantém os serviços funcionando ou realiza as obras de infraestrutura que fazem vista na hora da eleição. Nas reuniões mais reservadas, seus conselheiros defendem a manutenção dos serviços. É mais desgastante deixar de atender os cidadãos nas mais diversas áreas do que postergar a inauguração de ponte. O presidente tem até o envio do Orçamento do ano que vem, ou seja, 31 de agosto, para fazer essa escolha. Falta combinar com os parlamentares que, ao votar em Temer no início do mês, esperam as famosas obras da União nos municípios.

No embalo do PDV
O plano de demissão voluntária no Poder Executivo, anunciado pelo governo, fez soarem as trombetas nos movimentos sociais para colocar uma lupa na quantidade de assessores comissionados que circulam pelo Poder Legislativo. E o verbo que usam é esse mesmo: circulam. Vem por aí um novo pente-fino nos cargos do Legislativo.

Sobrou para ele
Ex-ministro de Dilma Rousseff, o senador Eduardo Braga esperava ao menos a neutralidade do ex-presidente Lula na campanha para o governo do estado. A ida de Lula a Manaus será mais um sinal de que o ex-presidente não quer mais conversa com o PMDB. Nem com aquele que era aliado.

Temer e os votos
A maior incógnita para o governo hoje é o PSDB. Os tucanos ainda não deixaram claro quantos votos darão em defesa do presidente Michel Temer em 2 de agosto, na votação da denúncia oferecida pelo procurador-geral, Rodrigo Janot.

Enquanto isso, no PMDB…
“Quem votar a favor dessa ofensa ao presidente não terá ambiente para permanecer no partido”, diz o deputado Carlos Marun.

… As favas estão contadas
A expulsão, entretanto, só se aplicará, inicialmente, a Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), primeiro relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

 

CURTIDAS

Primeiro aviso/ As redes sociais convocaram para hoje o primeiro protesto contra o aumento no preço dos combustíveis. A ideia é não abastecer o carro hoje. Outros protestos virão.

Exemplo/ Sérgio Zveiter (foto) perderá todos os postos nas comissões técnicas da Casa. Será um gesto do

partido em defesa de Michel Temer, com gostinho de vingança do Planalto.

Sem volta/ Quem apostou na fusão entre PSD e DEM pode se preparar para pagar a aposta. Gilberto Kassab não vai perder sua igrejinha, assim como Rodrigo Maia e o prefeito de Salvador, ACM Neto, não planejam conversas a esse respeito.

Só uma escala/ A frente parlamentar por mudanças na política, aquela que contará com a participação de setores do PSD, PSB e PPS, é com vistas à formação de um novo partido em 2019.

Um olho nos votos, outro em Janot

Publicado em coluna Brasília-DF

 

Os estrategistas do governo e aqueles nem tão governo assim consideram que o presidente Michel Temer está trabalhando com uma “zona de segurança e conforto” ainda irreal em relação ao desfecho da crise política. O aumento de imposto, por exemplo, foi visto como um sinal de que Temer age como se a fatura estivesse liquidada, e não está. Enquanto o procurador-geral, Rodrigo Janot, estiver na busca de novas informações para fortalecer uma segunda denúncia contra o presidente, todo o cuidado é pouco.

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A percepção dos parlamentares é de que Temer não tem tantos problemas em relação ao Congresso porque as pessoas não foram às ruas pedir a saída dele, como fizeram no ano passado, quando do impeachment da presidente Dilma. Aumento de imposto, entretanto, pode levar a população de volta às ruas contra o governo. E, nesse caso, a ampla maioria governista na Câmara tende a encolher.

O que ele diz
Todas as vezes em que se refere a delações do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, o presidente Michel Temer responde “risco zero” de o envolverem em algo escuso. Pode sim, surgir uma reunião aqui, outra acolá. Porém, nada de dinheiro para lá e para cá.
O que muitos apostam
Eduardo Cunha não deve ter muito para falar porque, no papel de líder do PMDB e, depois, de presidente da Câmara, não era operador. Para completar, a mulher e a filha estão praticamente livres. Funaro é diferente. Ele mexia com dinheiro e é considerado franco-atirador. É dele que Janot quer tirar suas flechas.
Onde pega I
A ideia de usar as Forças Armadas em operações de surpresa no Rio de Janeiro está diretamente relacionada à reclamação das tropas. Uma das principais é a falta de segurança jurídica para os militares que, por exemplo, ferirem algum civil.
Onde pega II
No Haiti, onde os soldados integram força de paz, há o guarda-chuva da ONU, que protege as Forças de qualquer processo. No Brasil, não há proteção jurídica aos militares em ações de garantia da lei e da ordem. Nos tempos de ocupação da favela do Alemão, um traficante morreu numa troca de tiros, e soldados do Exército responderam criminalmente.

Próximos capítulos/ O presidente Michel Temer considera encerrado o episódio DEM e vai se dedicar, na próxima semana, a cuidar dos outros partidos com problemas, em especial o PSDB, das declarações ácidas, como a de Cássio Cunha Lima. Há 15 dias, Cunha Lima afirmou que, em 15 dias, o país teria um novo presidente. Amigos de Temer brincavam: “Estava certo, afinal, o presidente viajou à Argentina”.

A galera pede/ Pesquisas internas do DEM indicam que 65% dos soteropolitanos apoiam a renúncia de ACM Neto (foto) ao mandato de prefeito de Salvador. Calma, pessoal! É apoio para concorrer ao governo da Bahia em 2018.

Vamos ver/ A todos que perguntam se ACM Neto será mesmo candidato ao governo estadual, ele responde que ainda tem tempo para decidir, leia-se, clarear o cenário. “Não darei um salto numa piscina sem água”, disse o prefeito a um amigo.

Fim das quadrilhas/ No Ministério Público há quem diga que as quadrilhas de São João ficaram para trás, assim como a denúncia que o procurador- geral, Rodrigo Janot, planejava fazer contra Michel Temer. Isso porque, só com Funaro, sem Eduardo Cunha, Rodrigo Rocha Loures e outros, não há como acusar Temer por formação de quadrilha.

Se é maldade…

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… que seja feita já. O presidente Michel Temer foi aconselhado pela seara política a esperar um pouco, antes de partir para o aumento da Cide (Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico) sobre os combustíveis. O governo, entretanto, concluiu que o melhor é o inverso. Com o Congresso em férias, convém aumentar logo, enquanto a caixa de ressonância das ações governamentais está com volume mais baixo, sem tribuna para a oposição e nem para reclamações da base governista.
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Aliás, a base, em especial o Democratas, já deixou claro a Michel Temer que o partido passou todo o período dos governos Lula e Dilma Rousseff dizendo que não aceitava aumento de imposto. O partido foi ainda considerado ponta de lança da luta contra o antigo imposto do cheque, a tal Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, extinta há quase 10 anos. Portanto, quem fez nome nesse discurso não pode agora retroceder. Senão, dizem os democratas, o DEM ficará mais ou menos como o PT, que prometeu fazer tudo certinho, não admitir desvio de dinheiro público, e deu no que deu.
Desejos & acordos I
O fato de o DEM conter os movimentos para fazer de Rodrigo Maia presidente está diretamente relacionado a ponderações do partido sobre o mercado futuro, ou seja, eleição de 2018. Entre “pegar” uma Presidência da República agora, com pouco tempo e muitos problemas, o DEM prefere apostar no que parece mais sólido. Especialmente, no Rio de Janeiro e na Bahia.
Desejos & acordos II
Tanto na Bahia quanto no Rio de Janeiro, o PMDB está em viés de baixa. Na Bahia, o maior representante, Geddel Vieira Lima, cumpre prisão domiciliar. No Rio, o ex-governador Sérgio Cabral está preso, Jorge Picciani, doente. O ex-prefeito, Eduardo Paes, ainda que seja um nome, tem um futuro incerto. Enquanto isso, o DEM baiano tem o prefeito de Salvador, ACM Neto, apontado como favorito para o governo estadual e o do Rio, tem Rodrigo Maia.
Oi, alguém tem que ceder
A situação da Oi chegou num impasse. Quem tem dinheiro para investir mais de R$ 10 bilhões na empresa só pretende entrar se o controle acionário vier na bagagem. Os atuais controladores fecharam o aumento de capital em R$ 8 bilhões, considerados insuficientes para sanear a empresa. O governo apenas observa. No momento, trabalha com o “deixa estar para ver como é que fica”.
A hora da verdade
Ok, o ministro de Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, na comitiva de Michel Temer à Argentina é normal. Porém, Antonio Imbassahy, da Secretaria de Governo, e Bruno Araújo, das Cidades, foram com a missão de ajudar o presidente a organizar o mapa tucano pós-recesso do Parlamento.
Tamo junto/ Se o presidente Michel Temer tinha alguma dúvida da lealdade do ministro de Cidades, Bruno Araújo (foto), não tem mais. Nas últimas solenidades palacianas, foi Bruno quem puxou os aplausos para o chefe. Ontem, disse que fica até o fim do governo. Vale lembrar que, em 19 de maio, depois do vazamento da conversa de Joesley Batista e Temer, Bruno Araújo foi o primeiro a ensaiar uma saída do governo.
Política de resultados…/ As declarações de Lula ontem ao admitir os erros do PT e dizer que “o PT errou ao aceitar o jogo de fazer campanha nos moldes que os outros políticos faziam” estão diretamente relacionadas a pesquisas internas.
… E de votos/ A estratégia ao adotar esse discurso de que o partido nasceu para fazer diferente é tentar recuperar a confiança daqueles que elegeram Lula presidente da República em 2002.
Coincidência?/ Os petistas consideram que foi proposital o juiz Sérgio Moro determinar o bloqueio de R$ 9 milhões do fundo de aposentadoria de Lula justamente no dia em que o partido e movimentos sociais vinculados ao PT marcaram atos em apoio ao ex-presidente.

Gleisi insultada em voo hoje

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Maíza Santos

 

A senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), foi hostilizada durante o voo 6077, da Avianca, de Brasília para São Paulo. Enquanto os passageiros se preparavam para descer da aeronave, um homem que se disse advogado dirigiu impropérios à senadora. Exaltado, acusou o PT de acabar com o país e xingou Gleisi. A senadora respondeu pedindo respeito.

 

Incomodados, outros passageiros intercederam, dando início a uma discussão acalorada. “Que o PT acabou com o país é verdade, mas não é o momento para isso, o brasileiro não tem educação”, comentou um passageiro. “Eu sou cidadão, advogado, pago meus impostos”, continuou o homem que acusava a senadora.

 

Na saída do avião, Gleisi pediu para falar com o comandante e apontou o responsável pelos insultos. “Eu acho que esse tipo de coisa não pode acontecer”, disse. Os funcionários acalmaram pedindo que
Gleisi é o advogado desembarcassem separadamente, em ônibus diferentes.

 

Gleisi foi a São Paulo cuidar de assuntos partidários e participar do velório de Marco Aurélio Garcia, ex-assessor internacional de Lula e de Dilma Rousseff no Planalto. Marco Aurélio morreu hoje, vítima de  infarto.