Marun ataca ativismo político do Judiciário

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No “café com autoridade”, promovido pela Abrig, a associação dos profissionais de relações institucionais e governamentais do país, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que hoje ainda não tem os votos para aprovar a reforma da Previdência e conclamou a “torcida” pró-reforma a entrar em campo para que a votação ocorra ainda em fevereiro. Em seguida, desabafou a falar do “ativismo político” do Judiciário como reflexo dessa reforma. “Setores do Judiciário têm tomado decisões que nada têm a ver com a Constituição Federal. OAB joga para a torcida. Não se trata de defender se A ou B estará no Ministério. Trata-se do respeito à Constituição”, diz o ministro, referindo-se ao caso da deputada Cristiane Brasil, indicada ao cargo de ministra do Trabalho e impedida de tomar posse por decisão judicial.

Marun emendou com um desabafo sobre Lula, sem citar o ex-presidente: “Será que esse ativismo não começa a tirar credibilidade do Judiciário? No espírito da legalidade, um condenado em 1a e 2a instâncias é líder em todas as pesquisas. Será que é só s política que está sem credibilidade? Se condena há 12 anos de prisão e é o líder, será que é só a política que está sem credibilidade ou a Judiciário começa a perder a sua?”, provoca.

Marun citou ainda o episódio dos bois em Santos:”Se eu fosse bilionário e dono daquele navio, soltava 27 mil bois em Santos. Seria uma demonstração de que a racionalidade começa a não ser pré-requisito das decisões judiciais. Isso é grave”, disse ele.

A plateia tentou saber de Marun sobre outras pautas, além da reforma previdenciária. Marun não avançou, mas deixou o recado: “Se não votar em fevereiro, não vamos insistir. Vamos ver o que será possível fazer”, comentou.

Nem só de polêmica vive Gilmar

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, será homenageado por juristas e colegas de tribunal daqui a pouco na Trattoria da Rosário. O jantar por adesão foi organizado por seus amigos e assessores, para marcar a despedida do ministro do comando da Justiça Eleitoral. Amanhã, 19h, ele entrega a presidência do TSE ao ministro Luiz Fux.

A campanha mais importante

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Os presidentes dos partidos médios decidiram colocar a eleição de governadores e presidente da República em segundo plano. A prioridade de partidos como o PP, o PR, o PTB e o PRB é a eleição de deputados federais. São os congressistas que vão ditar o jogo na disputa de poder em quase todos os níveis, seja na correlação de forças para composição de governo no futuro, seja na quantidade de recursos que cada partido terá à disposição para se financiar, quando saírem de cena as coligações partidárias.

Nas últimas campanhas eleitorais, esse período de janeiro e fevereiro era usado basicamente no sentido de contactar as maiores empresas para cobrar as promessas de doações capazes de financiar os candidatos a presidente e governador. Agora, buscam quem possa puxar votos e garantir um plantel de deputados. O processo se inverteu e o jogo do poder, também. Quanto ao financiamento das campanhas, o dinheiro está definido. É o fundo eleitoral, aprovado pelos congressistas. Quanto ao jogo dos poderosos, os dois presidentes que não negociaram com o Congresso no passado caíram, Fernando Collor e Dilma Rousseff. Por isso, é no Congresso e, em especial, na Câmara, que todos os partidos estão de olho.

A conta chegou

A pauta da segunda turma do Tribunal de Contas da União para a semana que vem traz uma penca de tomadas de contas especiais em municípios do Nordeste, em especial, Pernambuco. São recursos do Ministério do Turismo destinados a promoção de festas. Os valores gastos variam de R$ 100 mil a R$ 350 mil por município e os prefeitos simplesmente não prestaram contas.

Quando o tarde…

… vira nunca. Alguns desses processos tratam de liberações entre 2008 e 2009, ou seja, há quase dez anos. Técnicos que conhecem o traçado dizem que esses recursos pulverizados, desviados nas prefeituras, são os mais difíceis de recuperar.

Por falar em
processos antigos…

Também está na pauta o julgamento das contas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de 2004, quando Lula era presidente da República e Haroldo Lima comandava a agência.

Decepção tucana

O PSDB de um modo geral está meio frustrado com o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. Inicialmente, achavam que ele faria um debate de projetos partidários, mas, até o momento, Virgílio só fez atacar o adversário interno. Por isso, as apostas são as de que o prefeito ficará cada vez mais isolado.

Na boca do povo/ O governo começa esta semana a campanha “políticos, juízes, empresários, todos aposentando igual a você”. E, abaixo, uma logomarca, “todos pela reforma da Previdência para o Brasil não quebrar”. São várias pessoas do povo, com alertas sobre o risco de acontecer no Brasil o que houve em estados como o Rio de Janeiro.

Na boca do presidente/ No embalo da campanha publicitária, o presidente Michel Temer aproveitará a mensagem de abertura do ano Legislativo. nesta segunda-feira, para convocar os congressistas a aprovarem a reforma. Algo do tipo: chegou a hora, não dá para mais esperar.

“Supimpa”/ Apontado como um ensaio para a campanha presidencial, o discurso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto), não poderá se restringir à gestão em São Paulo. Seus aliados alertam que, se não tomar cuidado, ele corre o risco de reforçar a imagem dos paulistas em detrimento do resto do país.

Sai pra lá/ Há o receio de que Geraldo Alckmin acabe deixando na cabeça do eleitor a mensagem: “lá vem esse paulista dizer que nada aqui presta e só São Paulo que é bom”.

No embalo do auxílio-moradia

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O PT deflagrará, a partir de segunda-feira, uma verdadeira campanha contra a concessão de auxílio-moradia a juízes. A ordem entre os aliados de Lula é buscar simpatia na sociedade civil. Os petistas consideram que, se ajustarem o foco das críticas ao Judiciário nos privilégios daqueles que recebem o benefício e têm casa própria, algo que inclui até mesmo o juiz Sérgio Moro, terão muito espaço para angariar apoios sem necessariamente pregar a desobediência.

Até aqui, pelo que se pode perceber, a jogada do PT pode dar resultado. O portal da Cidadania do Senado, por exemplo, abriu uma consulta para que a população diga se apoia o fim do auxílio-moradia para deputados, senadores e juízes. Já tem mais de um milhão de votos a favor da extinção do benefício e apenas 5 mil contra.

A quem interessar possa
Aqueles que trabalham ao lado da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, asseguram que ela não estava brincando quando citou 2018 como um ano de desconforto. E mais: juram que a referência foi aos investigados da Lava-Jato. Vem coisa aí em breve.

Ninguém se mexe
Lula não pretende viajar ao exterior nos próximos dias, mesmo com o passaporte em mãos. Tudo para não dar margem a especulações de que estaria disposto a seguir os conselhos daqueles que defendem uma fuga.

O fator Huck
Vêm do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e de antigos aliados do PSDB os principais insistentes apelos para que o apresentador e empresário Luciano Huck seja candidato a presidente da República. Armínio tem dito a amigos que, em caso de uma candidatura de Huck, caberia a um grupo dos economistas da Casa das Garças a elaboração do plano econômico, sem interferência política. Aí é que a coisa empaca.

Esperança tucana
Os aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, têm dito que, passada a prévia do PSDB entre ele e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, os números das pesquisas devem mudar. É que, a partir daí, terá mais espaço para se locomover. Isso significa que, até 4 de março, seus apoiadores terão que se contentar com a preferência de um dígito.

Aqui e lá
Na mesma hora em que o governo anunciava o bloqueio de R$ 16 bilhões do Orçamento da União, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, comunicava aos prefeitos de 170 municípios do Ceará que, em breve, serão aprovados os R$ 2 bilhões para as prefeituras que dependem do FPM. De quebra, recebeu o aviso de que o ministro Edson Fachin enviou as perguntas da procuradora Raquel Dodge sobre doações da campanha de 2014.

Santo de casa I/ Enquanto o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (foto), roda o país (e às vezes a baiana) em busca de votos favoráveis à reforma da Previdência, o suplente dele, Fábio Trad, elenca no Facebook as razões pelas quais não votará a proposta.

Santo de casa II/ Fábio Trad tem dito que a reforma beneficiará os mais ricos, tais como bancos e seguradoras privadas, em detrimento dos mais pobres. O discurso é diametralmente oposto ao do ministro.

Pela tangente/ Diante do clima de guerra entre o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, e o senador Fernando Bezerra Coelho pelo controle do MDB, o radialista Geraldo Freire perguntou ao presidente Michel Temer: “O que o senhor vai fazer se os dois se atracarem?”. Temer nem titubeou: “Buscarei o entendimento”.

Não vai ter briga/ O clima pesou na solenidade, em Cabrobó, mas os dois desafetos haviam prometido manter a compostura. Raul Henry e Fernando Bezerra não se falam desde que começou a briga pelo controle do partido, no ano passado. Hoje, nem se cumprimentam. Essa guerra política não vai terminar tão cedo.

Justiça reintegra pesquisador da Embrapa

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Demitido da Embrapa depois de publicar um artigo no jornal O Estado de S.Paulo em que apontava as mazelas da empresa, o pesquisador, professor e Ph.D. Zander Navarro acaba de ser reintegrado por uma decisão judicial. Ele voltou a trabalhar hoje, acompanhado de um oficial de Justiça.

Ele havia sido afastado em 8 de janeiro. As críticas que ele fez no artigo já haviam sido repassadas à direcao da própria Embrapa no ano passado. No texto, ele alerta para a necessidade de integração entre a empresa e as universidades. Diz ainda que a empresa não se ajustou às mudanças e às demandas crescentes da agropecuária, Alerta ainda que a Embrapa não tem hoje um foco, nem tampouco um plano estratégico capaz de vencer os desafios do setor. Por isso, foi demitido.

Agora, reintegrado, a questão é saber se a direcao, ao menos ouvirá o que ele tem a dizer, em especial, as sugestões para melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.

Os recados do Judiciário

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A tomar pelos discursos proferidos há pouco na reabertura dos trabalhos do Poder Judiciário, é bom quem etiver culpa no cartório da corrupção ficar de olhos bem abertos, porque 2018 promete. Como dise a procuradora, Raquel Dodge, não será um ano de “conforto”. Todos os discursos, sem exceção, foram permeados pela necessidade do respeito às decisões judiciais. Começaram com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia lembrando que qualquer pessoa pode ser favorável ou desfavorável a uma decisão judicial. “O que é inadmissivel é desacatar a Justiça ou agredi-la”.

O presidente da OAB, Claudio Lamacchia, seguiu na mesma batida, lembrando a todos o início do discurso de Ulysses guimarães ao promulgar o texto constitucional, que completa 30 anos em outubro. O discurso de Ulysses, nada mais atual: “A Nação quer mudar, deve mudar, vai mudar e a Constituição pretende ser a suavoz”.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a última a discursar na rápida cerimônia, fez com que alguns políticos que assistiram a solenidade pela tevê engolirem em seco. “O ano não será de conforto”, disse Raquel, que, como Lamacchia, recorreu a Ulysses, porém de forma ainda mais profunda: “A corrupção é o cupim da República. Não roubar, não deixar roubar e pôr na cadeia quem roube. Eis o primeiro mandamento da moral pública”, citou a discreta procuradora, para, em seguida, dizer com muita tranquilidade que os culpados devem pagar por seus erros.

Pelo visto, se depender, em especial, das duas senhoras da Justiça que discursaram hoje, Cármen Lúcia e Raquel Dodge, a vida de muitos não será fácil nesse 2018. Elas reabriram os trabalhos com vontade e determinação perante as principais autoridades do pais, incluidos o presidente Michel Temer, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira.

Próximos passos

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Dentro da máxima da política que pesquisas de intenções de votos neste momento servem apenas para dar uma luz aos movimentos dos partidos, o PT começará a colocar seus pré-candidatos ao lado de Lula para ver se conseguem deflagrar um processo de “transferência preventiva” de votos. O gesto faz sentido. Afinal, tudo o que os petistas querem, na hipótese de Lula não conseguir concorrer, é que os eleitores de seu maior líder permaneçam com a legenda. E, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada ontem, a tendência é de pulverização desses eleitores entre todos os candidatos. Até Jair Bolsonaro, o oposto do ex-presidente, leva o seu quinhão, ainda que pequeno.

O “x” da questão

Ao mencionar um contingenciamento acima dos R$ 10 bilhões no orçamento deste ano, o governo tenta levar os deputados a votarem logo a reforma previdenciária a fim de conseguir dar aquela lufada de ajuste capaz de animar os investidores. Assim, dizem técnicos do poder Executivo, talvez haja um cenário capaz de garantir um descontingenciamento que permita a liberação das emendas de bancada, aquelas que não são de caráter obrigatório.

Moreira na lida

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, foi almoçar no Tribunal de Contas da União. Tudo em prol da política da boa vizinhança, a fim de garantir o bom andamento das concessões.

Dois beques I

Pelo menos dois pontos começam a ter alguma visibilidade neste período de névoa eleitoral. O país caminha para ter um candidato do PT, seja quem for, obrigado a defender Lula e as administrações petistas. Outro nome que estará no cardápio será ligado ao governo do presidente Michel Temer, com a missão de destacar a melhora do cenário econômico e as reformas.

Dois beques II

No momento, as coisas estão no seguinte pé: Geraldo Alckmin ainda não deu demonstrações de que deseja ser o candidato com o apoio do governo Michel Temer. Do outro lado do rio político, nenhum dos postulantes à esquerda com alguma densidade eleitoral se apresentou até agora para defender o legado dos governos petistas.

Se liga, Embrapa!

Demitido da Embrapa depois de publicar um artigo no jornal O Estado de S.Paulo em que apontava as mazelas da empresa, o pesquisador, professor e Ph.D. Zander Navarro será reintegrado por uma decisão judicial. Toda a área científica se uniu em defesa do professor e da liberdade de expressão.

CURTIDAS

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Se liga, Joaquim!/ Primeiro, foi o vice-governador de São Paulo, Márcio França, comunicar via O Antagonista, que Joaquim Barbosa (foto) não tinha garantias no PSB. Ontem, foi a vez de o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, a mencionar aqui na coluna e no CB.Poder, a hipótese de Joaquim Barbosa ingressar no partido apenas como “militante”. Há, nos bastidores, quem diga que a onda do ministro aposentado do STF passou.

Eles estão ligados/ A pesquisa Datafolha demonstrou que Jair Bolsonaro parou de crescer. Porém, muitos se assustaram com os 10% que ele obtém na espontânea, aquela em que o eleitor diz em quem vota sem que lhe seja apresentada uma lista prévia de candidatos. Se consolidar, vai dar trabalho à turma de centro.

Lei Rouanet em debate/ O ministro da Cultura, Sérgio Sá, planeja visitas a vários estados para explicar a Lei Rouanet a empresários. A ordem é evitar mais confusão na hora de apoiar projetos culturais.

Pai Rodrigo e as redes/ Lamentável a reação de certos internautas nas redes sociais, quando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, publicou a foto de seu filho recém-nascido. O que muito escreveram na timeline do deputado nada tem a ver com liberdade de expressão. Foi grosseria mesmo.

À espera de um milagre

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A frase da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, tirando de cena uma revisão imediata da prisão em segunda instância, serviu de senha para que o PT entrasse com o habeas corpus preventivo, prontamente negado pelo ministro Humberto Martins. Aliás, há quem diga que é bom Lula se preparar, porque sem habeas corpus e sem revisão da segunda instância, o ex-presidente fica meio de mãos atadas, a não ser que consiga o HC no STF.

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Mesmo no STF, Lula não terá vida fácil e ele sabe disso. Tanto é que, em 4 de março de 2016, numa conversa dele captada pelos grampos da Polícia Federal, autorizados à época pela Justiça, Lula foi direto: “Temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um parlamento totalmente acovardado, somente nos últimos tempos, o PT e o PC doB começaram a acordar, um presidente da Câmara f…, um presidente do Senado f…, não sei quantos parlamentares ameaçados, e fica todo mundo no compasso, achando que vai acontecer um milagre”. A resposta às frases foram dadas à época por um longo discurso do decano do Supremo, Celso de Mello. Lula, ao que tudo indica, realmente precisa de um milagre.

Sem reforma,
sem ministro

Quem não quiser votar a favor da reforma previdenciária não terá vaga disponível no ministério depois de 7 de abril, data-limite para afastamento dos ministros-candidatos. Essa é a última forma tirada das últimas reuniões governamentais
sobre os próximos passos em busca de votos.

“Eu estou dizendo aqui pro PT que não tem mais trégua, que não tem que ficar acreditando na luta jurídica, ou seja, nós temos que aproveitar a nossa militância e ir pra rua. Eu vou antecipar minha campanha pra 2018, vou acertar de viajar este país a partir da semana que vem e quero ver o que vai acontecer. Lamentavelmente, vai ser isso. Eu não vou ficar em casa parado”

Lula,
em 4 de março de 2016, numa conversa com Dilma Rousseff, captada pelos grampos da PF

Joaquim e o PSB

Se depender do presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa será bem recebido no PSB, mas não com o compromisso de ser candidato a presidente da República.
Outros planos

Casagrande considera que “o PSB não pode deixar de considerar o gesto de Geraldo Alckmin em direção à candidatura de Márcio França em São Paulo. Temos que deixar essa opção à mesa”, disse.

Discretíssima/ A presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, chegou ao restaurante Piantella para o jantar do site Poder 360 num carro quase popular, sem ostentação. Apenas uma assessora e o motorista. Nada de carro preto, com bandeira verde-amarela e dezenas de seguranças.

Por falar em Cármen Lúcia…/ Ela não acredita em desarmonia entre os poderes. “Talvez com as tensões políticas, passe essa impressão, acho que até passa. Mas os poderes conversam normalmente.” E conversaram sobre o caso da quase ministra Cristiane? “Isso está sub judice. Não posso falar sobre isso”.

Por falar em Cristiane/ O ministro Humberto Martins (foto), que negou o pedido de habeas corpus de Lula, foi o mesmo que autorizou a posse de Cristiane Brasil, suspensa por Cármen Lúcia.

Enquanto isso, no Planalto… / O presidente Michel Temer confirmou presença na reabertura dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, marcada para amanhã, às 9h. Por causa do horário, é melhor a presidente Cármen Lúcia não esperar pelo senador José Serra (PSDB-SP). Para Serra, 9h é algo como 3 da matina.

Cármen Lúcia: “Discutir segunda instância agora seria apequenar o Supremo”

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E melhor o PT não contar com a revisão da prisão em segunda instância no curto prazo, de forma a evitar que o ex-presidente Lula vá para a cadeia. Pelo menos, se depender da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia. Ela não colocou em pauta para fevereiro nenhuma ação relativa a esse tema e nem o fará tão cedo. “Discutir isso por causa de um caso específico seria apequenar o Supremo”. Mas isso não impede que algum ministro coloque o tema “em mesa”, conforme o jargão do STF, em algum processo que esteja sob seu julgamento. “É uma hipótese apenas. Não sei de onde tiraram que eu sinalizei que o STF iria rever isso. Queria até entender o que esse “sinalizou” significa. Não falei desse assunto com ninguém e nem estará em pauta de fevereiro. Aliás, a pauta de fevereiro está pronta desde o ano passado”, disse a ministra, que prefere não raciocinar sobre hipóteses.

As declarações foram dadas em jantar promovido pelo site Poder360 na noite dessa segunda-feira., no restaurante Piantella. Cármen Lúcia lembrou ainda que nas duas vezes em que a prisão em segunda instância foi discutida pela Suprema Corte, a ministra votou a favor. “Nas duas vezes votei do mesmo jeito. Na primeira foi voto vencido. Na segunda, vencedor”, afirmou.

A ministra passa a mesma ideia quando se refere à prováveis revisões na Lei da Ficha Limpa, que torna inelegível os condenados em colegiado, ou seja, segunda instância. Mais um motivo para o PT tentar buscar outros candidatos.

Cristiane Brasil

Cármen Lúcia falou sobre o caso da segunda instância, porque se trata de um tema já dicutido no STF. Sobre outros assuntos, como a posse da ministra do Trabalho, Cristiane Brasil, ela prefere manter o suspense. “Não falo sobre um assunto que etá sub-júdice. Ela, entretanto, não considera que houve um invasão do Poder Judiciário na atribuição exclusiva do presidente da República, que é nomear ministros. Ö STF não entra nos assuntos sozinho. É provocado. Talvez o excesso de pautas politicas passe a impressão de desarmonia entre os Poderes. Mas isso não existe. Os Poderes continuam dialogando normalmente”, comentou.

Tchau, querido

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Passadas as declarações de solidariedade ao ex-presidente Lula, começa a se formar a primeira onda pós-condenação, arrastando para longe do PT os peemedebistas que se preparavam para caminhar com o ex-presidente. Renan Calheiros, em Alagoas; Eunício Oliveira, no Ceará, recolheram os movimentos de aproximação. A ordem agora é esperar até o fim de março para ver como as forças da política se acomodarão.
Aí virá a segunda onda, a de formação de alianças. A tendência é de crescimento das forças de centro, um movimento que já preocupa inclusive os partidos de esquerda. Tanto é que muitos deflagraram conversas sem Lula e sem o PT para tentar construir pontes em busca de futuros acordos capazes de fornecer alguma musculatura eleitoral.

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Embora ainda haja muita água para passar debaixo da ponte antes de o período eleitoral começar de fato, já tem muita gente preocupada com a pulverização em curso, capaz de tirar todos os candidatos com um viés à esquerda de uma batalha final pelo comando do país. A preocupação vem no sentido de não deixar que tudo se concentre no centro e na extrema-direita, hoje representada por Jair Bolsonaro. É o cenário que ronda a cabeça de muitos representantes de partidos que um dia se aliaram ao PT e vai nortear as conversas daqui para frente. Os peemedebistas, habituados a perceber os movimentos e as ondas, antes que provoquem grandes estragos, estão cuidando da própria vida, longe de conversas presidenciais no momento. Como têm força em seus respectivos estados e tempo de tevê, vão se preparar para serem cortejados. Hoje, entretanto, têm uma certeza: PT, sem Lula e pregando desobediência civil, não dá.

Se liga, Geraldo

Em conversas reservadas, peemedebistas têm dito que, se o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tivesse jogado firme para ajudar Michel Temer a se livrar das denúncias do então procurador-geral da República Rodrigo Janot, seria desde já o candidato do partido. Agora, ou põe a bancada para votar a favor da reforma da Previdência, ou o PMDB buscará outro caminho.

Geraldo tá ligado

O governador paulista sabe que são remotas as chances de o PMDB apoiá-lo. Por isso, corre para fechar um acordo com o PSB, na linha de melhor um PSB na mão do que um PMDB, um DEM e um PSD voando.

Por falar em PMDB, DEM e PSD…

Entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), o PMDB fica com Maia. Entre Maia e o presidente Michel Temer, prefere Michel.

E o Bolsonaro, hein?

O deputado comentou com amigos que vai se preparar para receber ataques de todos os demais candidatos. Foi assim com Marina Silva, quando ela apareceu bem nas pesquisas em 2014. Ele considera que, a partir de agora, com Lula condenado, terá de rever o discurso contra o PT e bolar uma estratégia para enfrentar os partidos de centro.

Histórias de Marun // O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, revela-se a cada dia um grande contador de “causos”. Dia desses, houve quem ficasse admirado com a história que ele contou de outro gaúcho, Olívio Dutra: “Certa vez, estava com meu filho no estádio de futebol e disse para o guri: “Cumprimenta esse aqui que é um homem honrado”. Era o ex-governador petista.

Divisão // Uma viagem de ônibus da Viação São José, na sexta-feira pela manhã, quase acaba com uma briga entre os passageiros. Bastou um sujeito comemorar a condenação de Lula para que uma mulher gritasse a plenos pulmões em defesa do petista. O homem se alterou. Ela também. Foram contidos pela turma do “deixa disso”. Menos mau.

E os drones? // Sugestão de uma leitora: Em vez de o governo usar essas engenhocas para multar os motoristas, o governo do Distrito Federal poderia usá-los para ampliar a segurança pública, prevenir assaltos e identificar bandidos em locais movimentados. Faz sentido.

De volta // Joaquim Barbosa (foto) aproveitou a noite de sexta-feira num badalado bar do Lago Sul. Não estava com a menor cara de quem deseja concorrer a presidente da República.