Autor: Denise Rothenburg
Coluna Brasília-DF
Os parlamentares tentam aprovar uma minirreforma eleitoral para valer nas eleições de 2020. A ideia é pegar o que foi objeto de resolução do Tribunal Superior Eleitoral e votar já na semana que vem. Estão no radar o impulsionamento de internet via fundo partidário, e dar às mulheres candidatas a responsabilidade de gastar os recursos que lhe couberem desse fundo. A ideia é votar tudo na próxima terça-feira.
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Se houver algum espaço para a federação de partidos, o assunto também entrará em pauta, conforme antecipou a coluna Brasília-DF no fim de semana. É uma forma de tentar amenizar a dificuldade de montar uma chapa completa, uma vez que, no ano que vem, não será permitida a coligação para fins eleitorais. A diferença é que, na federação, a união dos
partidos permanece pelo período que a lei determinar e não fica restrita à temporada eleitoral. “Esse é um tema que pode evoluir”, diz o líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento.
Outras mudanças, entretanto, só para a eleição de 2022. Vem aí uma comissão de líderes para debater um projeto mais profundo. A ideia é discutir o voto distrital misto e mudanças no financiamento de campanha.
A queda de braço no governo
Os ministros estão na maior dificuldade para fechar os orçamentos que devem ser encaminhados ao Congresso em 30 de agosto (na verdade, seria 31, que cai num sábado). E os parlamentares não querem saber. No Legislativo, a prioridade são as emendas — e a disposição é usar os sinais de recuperação da arrecadação e a antecipação de dividendos dos bancos federais para cobrir os pedidos de deputados e senadores para liberação em 2020, ano eleitoral.
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Não é para já/ No dia em que foi eleito, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, prometeu acabar com as votações secretas em plenário. Agora, ele responde assim quando perguntado se há chance de mudança no curto prazo: “Nada será feito agora”.
Não é comigo/ Quando alguém pergunta quando será votada essa bandeira de campanha, ele completa: “O relator
é o senador Antonio Anastasia. Pergunta para ele”. O assunto ainda está em discussão.
Apelidos/ Considerado um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro, ao ponto de ser citado como candidato do PSL a prefeito do Rio, o deputado Hélio Lopes (Hélio Bolsonaro) ganhou um apelido entre os colegas: “A Benedita do Bolsonaro”, numa referência à deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e ao ex-presidente Lula. Um gaiato ontem no plenário brincava: “Cada um tem a Benedita que merece”.
Brigas não faltarão/ Quem esteve com o presidente Jair Bolsonaro, nos últimos dias, garante que ele não pretende voltar atrás nas brigas que está comprando, seja na área ambiental com as Ongs, seja na Receita Federal. A amigos, ele tem dito que está no caminho certo.
E o Aécio, hein?/ Nunca foi tão difícil analisar um processo de expulsão dentro de um partido. E o voto do relator, deputado Celso Sabino (PA), contra a expulsão de Aécio Neves, impôs a primeira derrota do governador de São Paulo, João Dória, dentro do PSDB. Vida que segue, cheia de sequelas dentro do ninho tucano.
Em reunião que terminou há pouco, a Comissão Executiva Nacional do MDB rejeitou a mudança imediata no estatuto do partido. Assim, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, está automaticamente fora da disputa para o comando nacional do partido. Isso porque o atual estatuto não permite que governadores no exercício do cargo sejam escolhidos presidentes da legenda. A decisão de não alterar o estatuto agora tira também do páreo os governadores Renan Filho (AL) e Helder Barbalho (PA).
O atual presidente, Romero Jucá, tentou aprovar a mudança no estatuto hoje. Porém, os demais integrantes da Executiva Nacional rejeitaram colocar esse tema em pauta e fecharam o compromisso de que qualquer alteração nas normas internas do MDB deverão ser discutidas por quem for escolhido presidente na convenção prevista para 6 de outubro.
Sem os governadores no páreo, crescem as chances do atual líder da bancada na Câmara, Baleia Rossi, que tenta construir um consenso entre os deputados e angariar apoios entre os senadores. A reunião terminou com a frase do ex-senador Wellington Salgado (MG) ressaltando a capacidade de Jucá em não bater de frente com os demais integrantes da cúpula do partido: “Você, realmente, mostra que sabe ler o jogo”. Nos bastidores, significa que a Executiva Nacional não quis facilitar a vida para entregar a agremiação nas mãos do governador do Distrito Federal e Romero Jucá, que trabalhava por Ibaneis, preferiu não se queimar com os demais.
Coluna Brasília-DF
Começa a ganhar corpo no Congresso um movimento para evitar que qualquer pessoa fora das carreiras de Estado possam compor os quadros da nova Unidade de inteligência Financeira (UIF), o novo nome do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A Medida Provisória que cria a UIF abre espaço para cargos em comissão, e a ideia dos congressistas é manter a área restrita a técnicos do Banco Central ou da Receita Federal.
Nesse sentido, foi muito bem-recebida no Parlamento a decisão do presidente do BC, Roberto Campos Neto, de manter os atuais conselheiros do Coaf. A medida ajudou a esfriar um pouco os ânimos. Porém, ainda não está certo que o governo vai conseguir tudo o que pediu na MP.
Auditores em movimento
Jair Bolsonaro acordou uma categoria que andava quieta. Técnicos da Receita Federal passaram um pedaço da tarde de ontem no Congresso e estão em franca mobilização para um ato hoje à tarde no Senado. A ideia é dar um abraço simbólico no Senado. O Sindifisco Nacional, inclusive, chamou todos os senadores e escreveu expressamente no convite enviado por WhatsApp que “o ato reflete o descontentamento da classe com os recentes ataques que buscam enfraquecer a instituição”.
Novas continhas
De 13 senadores que participaram de um jantar fechado nesta semana, 10 votam contra a indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Ainda assim, acreditam que o presidente não terá dificuldade em aprovar o nome do deputado. Afinal, avaliam, a votação é secreta e requer maioria simples, ou seja, metade mais um dos presentes.
Não conte com eles
Prevalece no MDB algo que há muito tempo não se via: o partido simplesmente não quer e não deve ingressar no governo. Nem se for chamado. A ideia é voltar a legenda para aquilo que a fez crescer nos anos de chumbo: a defesa da liberdade e da democracia.
Uma coisa e outra coisa
Há 13 dias, o PT reuniu mais de 100 deputados na ida ao Supremo para evitar a transferência de Lula de Curitiba para o presídio de Tremembé, em São Paulo. Ontem, a ida ao Ministério da Justiça em defesa do “Lula livre” não obteve tanta adesão.
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Dados completos I/ Ainda em abril, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, estabeleceu que as notas fiscais referentes a verbas indenizatórias “seriam amplamente divulgadas”, seguindo os moldes da Câmara dos Deputados. O movimento do parlamentar foi registrado em ata na reunião de líderes no dia 23 daquele mês. Em julho, a determinação foi posta em prática.
Dados completos II/ Até então, as notas fiscais entregues pelos senadores tinham apenas os valores e os CNPJs das empresas. Com a determinação, o teor dos serviços prestados passou a ser divulgado, facilitando o trabalho de consulta, assim como estabelecem as regras de transparência entre os deputados.
A pressão da Zona Franca/ Seis deputados do Amazonas estão na comissão especial da reforma tributária na Câmara. Tudo para evitar que a Zona Franca perca os incentivos fiscais.
Enquanto isso, no PSDB…/ É visível o constrangimento de alguns parlamentares com o pedido de expulsão do deputado Aécio Neves do partido.
Previna-se/ Quem ficou preso no engarrafamento, na semana passada, para tentar alcançar a Esplanada, pode sair cedo de casa hoje. O movimento dos motoristas de transporte alternativo (vans e micro-ônibus) vai reunir 300 veículos e interditar parte da Esplanada.
Coluna Brasília-DF
Os assessores palacianos, ministros e líderes do governo estão aliviados. É que as polêmicas declarações do presidente Jair Bolsonaro perderam o potencial explosivo junto ao mercado financeiro. Porém não dá para comemorar, porque derrete a olhos vistos o apoio desse segmento ao governo. Os expoentes do mercado querem saber é de “entrega”, ou seja, o que o governo fará para ter PIB, isto é, de onde virá a base para o crescimento econômico. Até aqui, eles não sabem.
A reforma da Previdência é mais um ajuste fiscal do governo que ajuda, mas não resolve. Enquanto o PIB não der sinais de melhora, o ânimo dos investidores não voltará. São as atitudes que preocupam, e não as palavras. Por exemplo, o mercado, de forma geral, considerou um erro estratégico incluir a indicação de Eduardo Bolsonaro a embaixador nos Estados Unidos no palco em que deve prevalecer a reforma previdenciária e a tributária. O porto governamental, avisam os políticos e os integrantes do mercado, não tem profundidade nem espaço suficiente para abrigar tantas embarcações pesadas.
Renan, o retorno I
No papel de ex-líder do MDB e ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (AL) não está tão convencido a aprovar a reforma previdenciária sem modificações. “O Senado precisa exercer o seu papel e modificar o que precisará ser modificado”, diz ele, que tem dúvidas em relação às mudanças no regime geral.
Renan, o retorno II
Experiente na tramitação de projetos e propostas de emendas constitucionais, ele avisa que, com um texto apenas sobre a Previdência dos Estados, corre o risco de morrer na praia. “Tem que ter ali algum ponto relacionado à reforma em si, se não, não anda”. Em tempo: ele não vê na capitalização um tema com fôlego suficiente para fazer valer a tal PEC paralela.
E o Eduardo, hein?
Renan é primeiro suplente de seu partido na Comissão de Relações Exteriores do Senado e não está disposto a aprovar a indicação de Eduardo Bolsonaro, caso precise votar. Ou seja, se o líder do governo necessitar de algum voto do MDB para substituir Jarbas Vasconcelos, não o terá no suplente.
O nó é na CRE
Aliados de Eduardo Bolsonaro estão em busca de um parecer que possa se contrapor ao solicitado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania -SE) à consultoria da Casa, que qualificou a nomeação de “nepotismo”. O receio dos senadores aliados ao governo é de que os indecisos quanto ao voto usem esse parecer como justificativa para votar contra a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador em Washington.
Caminha para o empate
Quem fez as contas na ponta do lápis considera que Eduardo Bolsonaro corre o risco de ganhar por um voto — o do presidente da Comissão, senador Nelsinho Trad.
Entrou com pé esquerdo/ Alexandre Frota mal chegou ao PSDB e já tem gente querendo vê-lo fora do partido. O ex-presidente do diretório estadual paulista Pedro Tobias e o ex-deputado José Aníbal entraram com um pedido de impugnação da filiação. Frota, no dia em que anunciou seu ingresso no ninho tucano, avisou em entrevista que apoiaria Joice Hasselmann para prefeitura. O atual prefeito, Bruno Covas, é tucano e candidato à reeleição.
O visitante…/ O senador Fernando Collor esteve, dia desses, com o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que entrou na campanha Eduardo embaixador. Collor é um dos integrantes da Comissão de Relações Exteriores que ainda não revelou como votará em relação à indicação de Eduardo Bolsonaro.
…exigente/ Vale lembrar que, quando presidiu a Comissão de Infraestrutura, Collor fez questão de cobrar dos indicados a agências reguladoras currículo e conhecimento na área, uma espécie de prova de títulos. Ou seja, havia, na gestão dele, uma análise de admissibilidade para depois sabatinar os indicados a essas agências.
Bem mineiro/ O senador Antonio Anastasia, que quase seguiu a carreira diplomática, não revelou seu voto, mas os amigos consideram que ele dificilmente votará a favor de Eduardo Bolsonaro.
União condenada a indenizar ex-ministro de FHC em R$ 100 mil
A sentença da juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal do Distrito Federal, é direta: “No mérito, julgo procedente o pedido, na forma do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, pra condenar a União a pagar ao autor compensação por dano moral no valor de R$ 100 mil”. O autor em questão é o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira, que ocupou o cargo no governo Fernando Henrique Cardoso. A ação corria na Justiça há 17 anos e se referia a entrevistas e divulgação de documentos sigilosos por parte dos procuradores do Ministério Público Luiz Francisco e Guilherme Schelb, a respeito do ex-ministro. Na sentença, a juíza diz que “o autor (no caso, Eduardo Jorge) sofreu dano extrapatrimonial”. Porém, na página 27, ela relata: “Se os citados procuradores agiram ou não com dolo, fraude ou culpa, cuide-se de questão a ser examinada em eventual ação regressiva, ajuizada pela União, se for o caso, mas não no presente feito”. Ela afirma que a responsabilidade do Estado é objetiva. Em suma, se a União quiser repassar a conta pra os procuradores, deve entrar com uma nova ação.
O caso da ação se refere a reportagens publicadas no ano 2000, com ilações do nome do ministro ao ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, condenado no escândalo do TRT de São Paulo. A juíza considerou que os agentes públicos “se excederam no exercício de suas funções, por meio de atos incompatíveis com as funções do cargo ocupado por eles à época dos fatos”. Ela, na sentença, destacada ainda que “mesmo que o autor tivesse de fato cometido crimes e atos ilícitos a ele atribuídos, o que, de acordo com elementos dos autos, não ocorreu, não poderia ter havido a divulgação de informações sigilosas e nem a utilização da imprensa com a finalidade de se obter material para, posteriormente, abrir investigação com base nas publicações jornalísticas e de macular a honra e a imagem do requerente”.
Autonomia do BC deve ser incluída na transferência do Coaf para o banco
Coluna Brasília-DF
A semana será agitada pelas mudanças no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Banco Central, por medida provisória. Será mais um teste para o PSL, o Novo e todos aqueles que chegaram ao Parlamento lastreados pelo discurso de combate à corrupção. Para dourar a pílula, a ideia que prevalecia na sexta-feira era incluir a autonomia do BC no pacote.
Vespeiros abertos
As mudanças no Coaf, a tentativa do presidente de indicar diretamente delegado da Receita Federal no porto de Itaguaí (RJ) e ainda a situação da Polícia Federal no Rio aproximam o governo da parte enrascada do Centrão e o afastam daqueles que esperavam o fim das ingerências políticas. Coaf, Receita e PF, parte importante da estrutura de Estado que combate os malfeitos, prometem se tornar o grande foco de desgaste para o governo dentro e fora do Parlamento.
Coluna Brasília-DF
O debate mal começou e o clima entre os partidos é de chance quase zero para a reforma tributária. A avaliação geral é a de que não há como ter mudança significativa em um cenário de crise econômica. Ninguém vai querer abrir mão de receita: nem os estados nem a União. O governo federal quer cuidar apenas dos seus impostos, para não precisar dividir o seu bolo. Os estados vão na mesma linha. De quebra, está em gestação algo parecido com a antiga CPMF, a antiga contribuição sobre movimentação financeira, popularmente conhecida como o imposto do cheque.
O cenário é mais preocupante do que em 2008, quando houve a quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos. Desta vez, avaliam, há a briga Estados Unidos versus China, risco de recessão na Europa e; por aqui, a Argentina em dificuldades, e o governo brasileiro sem recursos, como lembrou o presidente Jair Bolsonaro. O risco é de cada ente federativo tentar puxar o pouco que resta para o seu bolso e não sair reforma nenhuma.
Nem vem…
Pressionado pelo PT para disputar a Prefeitura de São Paulo, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo já avisou que não será candidato e pretende continuar dedicado à advocacia.
… Que não tem
Em círculos mais reservados, alguns petistas dizem que, se a eleição fosse pule de 10 para o PT em São Paulo, as correntes partidárias não estariam atrás de Cardozo. O clima hoje na capital paulista não está para o partido de Lula.
No colo do Senado
A demora na votação do PLC 79, que reestrutura as telecomunicações, poderá colocar no colo do Senado a responsabilidade da intervenção na Oi. O projeto que dá fôlego às empresas de telefonia está tramitando a passos de tartaruga e a lentidão é atribuída nos bastidores às resistências da Claro à proposta. As demais empresas e o governo são a favor do projeto.
CURTIDAS
Trocou mesmo/ Aliados do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, já perceberam as mudanças na articulação política do governo. As demandas dos parlamentares, assim que chegam, seguem diretamente para a Secretaria de Governo.
Una-se a ele!/ Até o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que, há algum tempo havia dito que manteria a interlocução com Onyx, já se compôs com o novo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O ministro se mostrou aos políticos como um homem do diálogo. Resta saber se entregará os pedidos.
Farinha & bolo/ Enquanto o governador de São Paulo, João Doria, amplia a Invest SP para Xangai e Dubai, a Apex Brasil abre um escritório no Rio Grande do Sul. O governador gaúcho, Eduardo Leite, gostou. Mas os exportadores continuam ansiosos por medidas mais ousadas.
Sempre eles/ Os magistrados abrem a porteira por pedidos de reajustes salariais para compensar a inflação, haja vista a nota da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). A entidade, como bem registrou o Blog do Servidor no site www.correiobraziliense.com.br, foi a primeira a reclamar do Orçamento de 2020 não conter o reajuste. Outras queixas virão.
O governador de São Paulo, João Dória, acaba de confirmar ao blog que irá pessoalmente participar da filiação de Alexandre Frota ao PSDB, hoje 17h30, na sede do partido em São Paulo. A presença do governador, sempre citado como uma as apostas para a Presidência da República em 2022, é mais um sinal de distanciamento entre a principal aposta tucana para o futuro e o presidente Jair Bolsonaro.
Frota foi expulso do PSL por causa das críticas ao governo. O presidente ficou irritado especialmente com o fato de o deputado ter se posicionado contra a indicação de Eduardo Bolsonaro para o cago de embaixador em Washington. A justificativa oficial, no entanto, foi a abstenção em relação à reforma da Previdência.
O ator tem tido uma atuação de destaque na Câmara, justamente por causa das críticas ao governo. Essa críticas ganharam visibilidade por se tratar de alguém que fez campanha ao lado do presidente, no ano passado. Frota foi inclusive citado por Bolsonaro como um possível ministro. A criação, aliás, foi motivo de reclamações de parte da bancada evangélica que tinha restrições ao fato de Frota ter sido ator pornô. A última referecia de Bolsonaro em relação ao deputado foi, “quem é Frota? Não conheço”.
Dória, por sua vez, tem agregado muita gente. Estão em seu governo vários ex-ministros de Michel Temer, inclusive o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que concorreu ao Planalto no ano passado. A filiação de Frota indica que, agora, o governador começará a pescar apoio entre os desencantados com o bolsonarismo. Essa disputa está só no aquecimento.
Lei do Abuso de Autoridade: Assessores devem sugerir vetos a Bolsonaro
Assessores do presidente Jair Bolsonaro estão decididos a sugerir vetos parciais à Lei do Abuso de Autoridade, mas de forma a não desfigurar a proposta. Afinal, prevalece no Planalto a certeza de que Bolsonaro não pode passar a ideia de que concorda em tolher o trabalho dos juízes e promotores. Tudo o que estiver nesse sentido será retirado. No governo, prevalece a visão de que não dá para prender juiz que faz o seu trabalho de botar corrupto na cadeia.
Na área mais política, há quem diga que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, pode receber a senha para deixar o governo, caso o presidente não siga suas sugestões para veto ao projeto. Afinal, Moro, quando juiz, esteve no Parlamento e teceu diversas críticas ao projeto aprovado agora na Câmara.
Tem que ver isso aí, talquei?
Esta semana, o presidente Jair Bolsonaro foi com tudo para cima do ministro da Economia, Paulo Guedes. São necessárias medidas urgentes para aquecer a economia. O presidente sabe que é nessa seara que mora o perigo. E o estoque de distração do governo está acabando.
A forma incomodou…
A Polícia Federal ficou para lá de chateada com o fato de o presidente Jair Bolsonaro, na prática, ter chamado o superintendente da PF no Rio, Ricardo Saadi, de incompetente, ao dizer que o trocaria por “gestão e produtividade”. A PF tentou consertar o estrago divulgando uma nota para dizer que a substituição já estava decidida havia tempos.
… tal e qual a falta de recursos
Policiais dos mais diversos estados têm reclamado que a situação, hoje, está quase como foi num determinado período do governo Fernando Henrique Cardoso, em que não havia dinheiro para diárias e passagens para viagens em operações. Alguns estão sem verba até para abastecer os carros.
Tudo junto
Os senadores estão muito preocupados com o engarrafamento de reformas na Comissão de Constituição e Justiça. O receio é de que a reforma da Previdência termine em segundo plano, por causa das discussões da tributária e do pacto federativo.
Nada mudou/ A Subchefia de Assuntos Jurídicos continua na Casa Civil da Presidência da República. Quando o ministro Jorge Oliveira assumiu a Secretaria-Geral da Presidência, ficou definido que essa estrutura ficaria sob seu guarda-chuva.
Olho nele/ Em maratona de palestras pelo país, muitas devidamente estampadas no noticiário com críticas ao atual governo, o empresário e apresentador Luciano Huck (foto) entrou no radar dos políticos como uma promessa para 2022.
Previdência só depois/ A segunda-feira começa com uma várias exposições sobre a reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Nesse ritmo, vai ser difícil cumprir os prazos da previdenciária.
Não tem SUS para a família…/… Mas tem helicóptero para ir ao casamento. É esse o discurso que a oposição ensaia retomar para colocar novamente na roda o uso de um helicóptero para levar parentes do presidente ao casamento do deputado Eduardo Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Jair Bolsonaro mencionou a questão do SUS quando perguntado sobre o caso da avó da primeira-dama que ficou três dias internada no corredor de um hospital, em Ceilândia.
Movimentos da oposição são classificados como ‘Os sem-bandeira’
Os movimentos da oposição nos últimos dias foram classificados pelos próprios oposicionistas como erros, tanto na estratégia como na forma. A reclamação do trabalho aos domingos, por exemplo, levantada como bandeira na sessão que analisou a Medida Provisória da Liberdade Econômica, não obteve 75 votos, e é controversa, uma vez que, em viagens internacionais, a maioria desses deputados elogia o fato de tudo funcionar aos domingos em alguns países.
A Marcha das Margaridas, que tinha entre as reclamações a votação da reforma da Previdência, parou Brasília na manhã de quarta-feira, mas chegou na hora errada, uma vez que a reforma previdenciária já foi votada na Câmara e, no Senado, as discussões sequer esquentaram. Logo, houve muito esforço por nada. Nesse ritmo, ganham destaque o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o governo.
Limites legais
Depois da Vaza-Jato, os tribunais redobraram a atenção com pedidos do MP. Em Brasília, um pedido do Ministério Público do Distrito Federal está deixando desembargadores e assessores do Tribunal de Justiça de cabelo em pé. Um dos endereços para busca e apreensão oferecidos pelos procuradores é de uma embaixada, que goza de inviolabilidade em razão da convenção de Viena (1961) e imunidade diplomática. A trapalhada gerou um desconforto geral.
E agora, Alcolumbre?
Quando conquistou a Presidência do Senado na polêmica disputa contra o senador Renan Calheiros, Davi Alcolumbre disse em alto e bom som que aquela seria a última votação secreta da Casa. Vários senadores mostraram seus votos. Agora, entretanto, em relação à escolha de embaixadores, uma parte da turma que defendia o voto aberto emudeceu.
Quem ganha
A avaliação, na ala mais governista do Senado, é a de que o voto secreto ajudará a guindar Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador do Brasil em Washington. O sujeito pode perfeitamente dizer que deveria ser outro nome e coisa e tal, mas votar a favor do deputado, sem soar incoerência.
Enquanto isso, na Saúde…
O ministro Luiz Henrique Mandetta trouxe números alarmantes para o Seminário sobre Alimentação Saudável, no Correio.Debate: 12,9% das crianças de 5 a 9 anos são obesas no Brasil, e 18,9% da população adulta padecem do mesmo mal. Vem por aí uma briga para advertências em alimentos ultraprocessados. Tal e qual foi a de inclusão de advertências nas embalagens de cigarros.
Espiões
Cientes das possibilidades de uma nova onda em prol das advertências nos rótulos, grandes indústrias de ultraprocessados mandaram assessores ao seminário para acompanhar de perto as discussões e sugestões.
E o abuso, hein?
O clima na Câmara, no início da tarde de ontem, para a votação do projeto de abuso de autoridade, conforme antecipou a coluna Brasília-DF de ontem, era do tipo “vamos nos vingar” do Ministério Público.
Em família
Dedicado a cuidar dos votos para conseguir ver seu nome aprovado para embaixador nos Estados Unidos, o deputado Eduardo Bolsonaro passou algumas horas reunido com o irmão, o senador Flávio Bolsonaro (foto): 01 será os olhos e ouvidos de 03
entre os senadores.
Ajuste de foco na economia
Enquanto a população se distrai com as citações polêmicas e escatológicas do presidente Jair Bolsonaro, a economia entra em recessão técnica, com queda da bolsa de valores e alta do dólar.
Maratona
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, desceu do carro no Eixo Monumental, próximo ao Palácio do Buriti, e foi andando até a sede do Correio Braziliense para chegar a tempo de abrir o seminário e, de quebra, seguir
com o presidente Jair Bolsonaro para o Piauí.