Autor: Denise Rothenburg
CPI das Fake News terá confronto de apoiadores com antigos aliados de Bolsonaro
É na CPI das Fake News que a oposição armará sua rede, a partir da semana que vem, para servir de arena num confronto entre os aliados do presidente Jair Bolsonaro e os antigos apoiadores, aqueles que agora tentam expulsar Eduardo Bolsonaro do PSL. O mesmo fará com os petistas.
A estratégia é colocar todos os galos de briga no centro do ringue e, se possível, detonar todos no decorrer dos trabalhos. O governo está ciente de que esse é hoje o terreno mais sensível, tanto é que tentou, sem sucesso, indicar o presidente e/ou o relator.
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A avaliação nas conversas mais reservadas é a de que a estratégia pode funcionar, uma vez que a guerra aberta no PSL ainda não encontrou um meio de evitar estragos maiores. O “esquenta” será quarta-feira, com o depoimento de Alexandre Frota (PSDB-SP).
Serventia da casa…
O governo começa a trabalhar para tentar compensar os votos perdidos com a guerra do PSL. A intenção é oferecer os cargos de segundo escalão ocupados por apadrinhados desse grupo a potenciais aliados de outros partidos. A Secretaria de Mobilidade, por exemplo, será discutida com o Podemos e com o PTB.
… Depois de aberta a porta da rua
A dispensa de apadrinhados do presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), e seus aliados, está apenas começando. Já saíram o secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Jamil Meig Júnior, e o secretário de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional, José Lindoso de Albuquerque Filho. Outros seguirão pelo mesmo portal.
Ministério, não!
Bolsonaro não vai entrar no toma lá dá cá de ministérios. Afinal, não pretende quebrar a imagem de que nomeou todos sem lotear entre partidos, um dos pontos ressaltados com aplausos e aprovação em todas as pesquisas qualitativas, até as dos adversários.
Subtrai, divide e, depois, multiplica
Até aqui, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não conseguiu juntar muitos partidos para tentar mais um mandato à frente da Casa. Ninguém entra nesse projeto porque todos querem o cargo. Se ficar muito dividido, entretanto, muitos vão preferir ficar com Rodrigo do que criar uma nova liderança de partido adversário, justamente na segunda metade do governo.
CURTIDAS
Falem bem, falem mal…/ O ministro da Educação, Abraham Weintraub, não vai abrir mão das tiradas de humor nas redes sociais como forma de chamar a atenção para as mudanças que faz na pasta. Cenas como “Cantando na Chuva” e os óculos que usou para anunciar o descontingenciamento das verbas vão continuar.
Dúvidas dissipadas/ Luciano Huck será candidato a presidente. O que deu a certeza a quem ainda duvidava foi a fala do empresário, ontem, em São Paulo, em que alertou para a necessidade de cuidar das pessoas, citando inclusive o interior do Piauí, onde Lula começou o programa Bolsa Família.
Enquanto isso, na China…/ O saldo da visita de Bolsonaro, segundo avaliam integrantes da comitiva, foi o pragmatismo e a certeza de que a ideia do presidente, daqui por diante, é deixar um pouco de lado a pauta ideológica e apostar mais nesse novo estilo. Se essa disposição perdurar, o contribuinte agradece.
Tem algo de podre no reino/ Quando o país vive a menor taxa de juros das últimas décadas, e os bancos aumentam as já exorbitantes taxas do cartão de crédito e do cheque especial, algo está fora da ordem. Para muitos, é sinal de que estão jogando em cima do correntista endividado a busca de uma forma de compensar os juros mais baixos.
“Nem o PT agride tanto o presidente”, dizem bolsonaristas sobre Bivar
O grupo aliado ao presidente Jair Bolsonaro acusa o presidente do partido, Luciano Bivar, de não querer nem abrir a “caixa preta” do PSL nem apurar as denúncias que recaem sobre as contas da legenda.
Em um comunicado, 28 deputados que se definem como “pró-Bolsonaro” afirmam que o PSL tem hoje dois grupos. “O nosso é o grupo leal ao presidente Bolsonaro. Estamos com ele para o quer der e vier – com ou sem dinheiro”, escrevem.
O outro grupo, prosseguem, é ligado a Bivar e se dizia leal ao presidente, mas, passadas as eleições, mudou de lado. “Agora, atacam o presidente e até sua família. Falam todo tipo de bobagem. Nem o PT agride tanto o nosso presidente”, afirmam na nota.
Os deputados bolsonaristas, então, dizem que desejam apurar denúncias sobre mau uso dos recursos no PSL, mas vêm sendo impedidos pelos bivaristas. “Queremos apurar essas denúncias. Temos o dever de defender o dinheiro público e o presidente está conosco. Ele não quer e não pode correr o risco de ficar em um partido onde há problemas, para depois ser acusado de descuido e omissão. Por isso, precisamos abrir a caixa-preta do PSL.”
Veja a nota e os 28 deputados do PSL que a assinam:
A VERDADE SOBRE A CRISE NO PSL – Grupo pró-Bolsonaro
Você sabe o que está acontecendo no partido do presidente Bolsonaro???
Este é um esclarecimento público à população brasileira do grupo pró-Bolsonaro.
Nós, deputados e deputadas federais e senador leais ao presidente Jair Bolsonaro, temos a obrigação de explicar para você o que está acontecendo no nosso partido, o PSL.
Você deve ter lido na imprensa ou ouvido por aí que o partido “está em crise”, que existe uma disputa pelo poder, e pior, que essa disputa seria por dinheiro.
Muita coisa foi falada sobre isso, e causou grande confusão. Por isso, resolvemos explicar diretamente para você o que está de fato acontecendo.
Hoje, o PSL tem dois grupos. O nosso é o grupo leal ao presidente Bolsonaro. Estamos com ele para o quer der e vier – com ou sem dinheiro. Estivemos juntos na eleição, estamos juntos agora e estaremos juntos no futuro – com ou sem dinheiro. O presidente Bolsonaro é o nosso líder. Ponto final.
O outro grupo também se dizia leal ao presidente Bolsonaro, mas isso foi só durante a eleição. Depois, mudaram de lado. Agora, atacam o presidente e até sua família. Falam todo tipo de bobagem. Nem o PT agride tanto o nosso presidente. Pois é. Você sabe muito bem de que tipo de gente estamos falando.
Além disso, nós, leais ao presidente Bolsonaro, também temos recebido muitos alertas sobre possíveis problemas nas contas do partido, que são controladas pelo grupo Bivarista.
Por esta razão, pedimos a abertura detalhada das contas. Queremos apurar essas denúncias. Temos o dever de defender o dinheiro público e o presidente está conosco. Ele não quer e não pode correr o risco de ficar em um partido onde há problemas, para depois ser acusado de descuido e omissão. Por isso, precisamos abrir a caixa-preta do PSL.
Para nossa surpresa, a outra turma não quer abrir os dados. Reagiram violentamente contra isso e começaram uma verdadeira guerra quando pedimos simplesmente a abertura nas contas, uma auditoria independente e escolhida pela maioria dos parlamentares, cujos votos trouxeram esses recursos que hoje estão às escuras.
Isso mesmo! Além de atacarem o presidente Bolsonaro e seu grupo de leais, passaram a defender que a caixa-preta do PSL continue secreta. POR ISSO QUEREM NOS CALAR, NOS SUSPENDER, NOS EXPULSAR e tudo mais que puderem fazem para se livrarem do que mais os apavora: ABRIR A CAIXA-PRETA.
Deixamos aqui um compromisso: não desistiremos dessa batalha! Não concordaremos jamais com a falta de transparência sobre as contas do PSL, a CAIXA-PRETA.
Podem expulsar todos nós para fabricar a maioria. Vamos seguir lutando pela moralidade com o dinheiro público e, sobretudo, manteremos nossa lealdade ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e à nação brasileira.
Onde o presidente estiver, estaremos com ele para o bem do Brasil.
Esperamos que agora você tenha entendido um pouco melhor sobre o que está acontecendo no PSL. Se esta mensagem foi útil para você, encaminhe para seus familiares, para os seus amigos e para todos que reconheçam como brasileiros honestos e leais. Todos merecem saber a verdade.
O presidente Bolsonaro costuma citar uma importante passagem da Bíblia: João 8:32, “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.
Assinam:
BOLSONARISTAS
1. Ale Silva
2. Aline Sleutjes
3. Bia Kicis
4. Bibo Nunes
5. Carla Zambelli
6. Carlos Jordy
7. Chris Tonietto
8. Coronel Armando
9. Coronel Chrisóstomo
10. Daniel Silveira
11. Dr Luiz Ovando
12. Eduardo Bolsonaro
13. Filipe Barros
14. General Girão
15. Guiga Peixoto
16. Hélio Lopes
17. Junio Amaral
18. Luiz Philippe de Orleans e Bragança
19. Marcio Labre
20. Sanderson
21. Vitor Hugo
22. Luiz Lima
23. Leo Motta
24. Major Fabiana
25. Carolina De Toni
26. Daniel Freitas
27. General Peternelli
28. Flávio Bolsonaro
Com indicio de que STF vetará prisão após 2ª instância, aumenta pressão sobre o Congresso
Coluna Brasília-DF
Com a perspectiva de o Supremo Tribunal Federal decidir contra a prisão em segunda instância, caberá aos interessados numa posição diferente pressionar o Congresso para que seja feita a vontade da sociedade. A ideia é fazer valer que as divergências de interpretação dos ministros em casos de votações apertadas — como deve ser essa, em que se aposta num placar final de seis a cinco — devem ser esclarecidas no texto constitucional. É lá — e não no STF — que a Constituição é redigida e emendada.
A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge já deu a senha ao dizer que o Congresso pode retomar para prisão em segunda instância. Falta combinar com os políticos que resistem ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro.
Em tempo: Em julho, a Comissão Especial que trata dessas medidas retirou a prisão em segunda instância do projeto, porque a maioria considerou necessária uma emenda constitucional. Agora, a pressão pela emenda virá.
Aposta nacional
A visita do presidente Davi Alcolumbre a Sergipe e Alagoas, cercado pelos seus principais adversários na campanha para a Presidência do Senado — inclusive o PT e Renan Calheiros (MDB-AL) — foi vista como uma tentativa de empatar o jogo do poder com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Maia tem o título de maior articulador político do Congresso.
Fé estadual
Nesta curta interinidade, Alcolumbre joga também para seus eleitores. Hoje, assina em Macapá um decreto para, mais uma vez, tentar regularizar a questão das terras no Amapá, onde a maioria ainda pertence à União.
Pancada do PSL
Ali, o processo de divórcio não se resolverá a curto prazo, porque todas as soluções apontadas, até agora, não dão ao grupo bolsonarista o controle da situação partidária, seja dentro ou fora da legenda. A seguir neste ritmo, será como ocorre com muitos casais por aí que se divorciam, mas continuam dividindo o mesmo teto.
Tecnologia acessível
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) acaba de assinar um acordo de cooperação com a Amazon Web Services (AWS) para que trabalhos de pesquisa selecionados tenham acesso livre aos cursos de ensino a distância da megaempresa norte-americana. “O Brasil tem um grande potencial e vamos investir nisso”, afirma o executivo da AWS para América Latina, Canadá e Caribe, Jeffrey Kratz. Caberá agora ao CNPq definir as pesquisas que serão beneficiadas pelo acordo.
Contrabando no DF
Dados do Ibope registraram recentemente que o comércio ilegal de cigarros no Distrito Federal saltou de 12% para 21% do total do mercado, de 2018 para 2019. Estudo da Fundação Getúlio Vargas para o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) indica que, além de prejudicar a arrecadação e financiar o crime organizado, cerca de 10 mil empregos diretos deixam de ser gerados no país por causa do mercado ilegal de cigarros.
O “furacão” Alcolumbre/ O presidente em exercício Davi Alcolumbre deixou muita gente de orelha em pé ao declarar, numa roda em seu gabinete, que aproveitaria a interinidade para exonerar quem estivesse dando trabalho ao presidente Jair Bolsonaro. Muitos assessores ficaram esperando seu retorno da viagem ao Nordeste, sem saber se ele iria, de fato, fazer o que havia dito ou tinha sido apenas uma brincadeira. Até o início da noite, ele não havia assinado nenhuma exoneração.
Atolado em Atalaia/ A van que conduzia o presidente em exercício, Davi Alcolumbre, e sua comitiva na praia, em Sergipe, ficou presa na areia fofa. Mas o presidente anda tão bem-humorado que tirou de letra. “Ninguém segura o ‘gordinho’”, comentou, no maior bom humor.
Enquanto isso, no Senado…/ Três embaixadores foram aprovados por unanimidade dos presentes na Comissão de Relações Exteriores esta semana, inclusive Pedro Bório, que vai para o Canadá. Ele esteve cotado para a embaixada do Brasil em Washington, antes do vaivém em torno de Eduardo Bolsonaro.
… façam suas apostas/ Há quem diga que Nestor Forster, que também foi cogitado lá atrás, terá menos dificuldades agora do que teria no início do ano. Isso porque, ao contrário de Eduardo, tem carreira diplomática. Mas ninguém coloca suas fichas na unanimidade.
Imperdível/O ministro da Educação, Abraham Weintraub, será o entrevistado de hoje do CB.Poder, às 13h20, na TV Brasília.
Maioria do STF deve votar contra 2ª instância, mas pode haver “modulação”
O voto da ministra Rosa Weber, hoje, contra a prisão em segunda instância levou o mundo jurídico a apostar num novo posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema e num placar de 6 x 5.
Além do presidente da Corte, Dias Toffoli, faltam votar Gilmar Mendes, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Mendes e Celso de Mello têm posição conhecida em favor do transitado em jugado. Cármen Lúcia é vista como o quinto voto em favor da prisão sem segunda instância. Isso deixaria o julgamento empatado.
Aí é que entrará Dias Toffoli. Ele é o último a votar e há quem diga que, nessa posição, aproveitará para fazer a “modulação“, ou seja, o que deve valer para aqueles casos já julgados e que estão cumprindo pena. No passado recente, Toffoli defendeu o cumprimento da pena a partir da deliberação do Superior Tribunal De Justiça (STJ).
É isso que será discutido nos bastidores do STF nos próximos dias. O fato de o STF só retomar o julgamento na primeira semana de novembro é visto como o prazo para que essa modulação seja auscultada nos bastidores, e os ministros se posicionem a respeito.
Pressão sobre o Congresso
A tendência de considerar a prisão em segunda instância inconstitucional certamente deslocará o foco das pressões da sociedade do Supremo para o Congresso, onde as leis são votadas. Afinal, a sociedade de um modo geral concorda com a prisão em segunda instância, e a Constituição precisa refletir os valores da sociedade.
Cabe ao STF ser o guardião da norma constitucional e ao Congresso, ajustar a Constituição quando a sociedade assim o deseja. É por aí que deve seguir o jogo, conforme as apostas à mesa.
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro confidenciou a amigos que não tem pressa em escolher uma legenda, caso o resultado da crise do PSL lhe seja desfavorável. A avaliação dos bolsonaristas hoje é a de que o atual presidente do partido, Luciano Bivar (PE), só perde se quiser. Ele tem o controle da legenda, do conselho de ética e também de outros colegiados decisórios.
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Bivar, aliás, repete o que fez outro pernambucano, quando confrontou filiados. No final de 2013, assim que começou a montar sua pré-campanha a presidente da República, o então governador Eduardo Campos levou vários deputados para o PSB. Depois, com a sua morte, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, encontrou um jeito de tirar os “liberais” da legenda. Quem votasse a favor da reforma trabalhista, por exemplo, seria punido. Foi o caso da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Agora, a história se repete no PSL.
Nada é para já
Bolsonaro considera que só precisa definir um novo partido quando faltar um ano para a eleição. Assim, se o governo estiver bem, terá um leque imenso para escolher.
Tudo é para ontem
O presidente não está contando, entretanto, com as manobras dos partidos médios. Como antecipou ontem esta coluna, tem um grupo interessado em transformar a janela dos vereadores, que estará aberta no ano que vem, na única possibilidade de troca de legenda antes das eleições de 2022.
Isso é urgente
A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) tem dito aos quatro ventos ter provas das declarações que fez a respeito da rede de milícia virtual instalada no bolsonarismo. Vai ser chamada a confirmar o que disse nos fóruns competentes, CPI das Fake News e já tem gente preparando ações na Justiça.
O resultado do STF…
Em conversas reservadas, os aliados do ex-presidente Lula ainda apostam num placar favorável à mudança de posição do Supremo Tribunal Federal, em relação à prisão em segunda instância. Isso, apesar dos três votos favoráveis e um contra registrados ontem.
… e a modulação
Apesar do otimismo em relação ao resultado, estão todos meio descrentes com a perspectiva de liberdade do ex-presidente Lula. A aposta geral é a de que haverá alguma modulação para manter o petista na cadeia.
Depois da Previdência…
O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) aposta em aproveitar o embalo para aprovar o pacto federativo ainda este ano. Falta combinar com os independentes, maioria nas duas Casas.
Curtidas
Joice e Maria do Rosário / Joice Hasselmann (foto) ganhou a solidariedade das deputadas de vários partidos no grupo de WhatsApp da bancada feminina. Segundo relatos, ela disse que está mapeando todos os endereços que lhe atacam e que não vai “dar mole”. Maria do Rosário (PT-RS), que teve confrontos com Bolsonaro e já ouviu poucas e boas da colega de Congresso, sacou uma postagem em que Joice dizia que ia lhe dar “uns tapas” e rebateu: “Nada como um dia depois do outro para que as pessoas amadureçam”.
Foi mal/ A ex-líder do governo tentou consertar, dizendo que era uma “piada”, um programa de humor, e coisa e tal, e que era para rir ou não achar graça, algo simples assim. E, em seguida, conforme comentam deputadas de outras legendas que acompanharam a discussão no grupo, Joice disse que se arrependeu e que não faria de novo, nem por brincadeira.
Bate-rebate/ Rosário não encerrou a conversa ali. Respondeu que não queria polemizar, mas não poderia deixar de fazer o registro. E, para completar, ainda citou uma frase que, em política, é usada desde os tempos em que o então presidente Fernando Collor dava suas corridinhas nos arredores de casa, com recados nas camisetas: “O tempo é o senhor da razão”. Verdade maior, realmente, não há.
Gilmar, Sepúlveda e Sig/ Ao abrir o XXII Congresso Internacional de Direito Constitucional, o ministro Gilmar Mendes e o ex-ministro Sepúlveda Pertence ressaltaram o valor da democracia e de pontes entre governo e oposição, uma das qualidades do ex-deputado Sigmaringa Seixas. Falecido em dezembro passado, Sig foi homenageado com uma placa de prata entregue à viúva, Marina. Gilmar encerrou sua fala com uma mensagem aos jovens: “Quando vejo jovens se dizendo saudosos da ditadura, só me vem o Evangelho: ‘Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem””. Hoje tem nova homenagem na OAB, onde o valor da democracia será mais uma vez reforçado.
Coluna Brasília-DF
Com tanto serviço no PSL, Eduardo Bolsonaro (SP) tem agora o discurso perfeito para, se quiser, desistir da sua indicação para embaixador do Brasil em Washington. Até agora, o 03 não tomou essa decisão, mas, entre os aliados de Eduardo, há quem diga que, enquanto o partido não estiver pacificado, o deputado vai ficando por aqui. Aliás, a crise terminou por tirar o deputado da viagem do presidente à Ásia e ao Oriente Médio.
Sai pra lá
O PSL, apesar de grande, não tira fôlego nem da reforma previdenciária, nem dos outros projetos relacionados à pauta econômica. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já avisou que não quer saber de polêmica de partido nas reuniões para tratar da pauta. Cada um que cuide de sua bancada. Aliás, a do PSL já vem sendo apelidada de “a ‘pancada’ do PSL na Câmara”.
Enquanto isso, no mercado…
A bolsa de valores subiu por causa do cenário externo e a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência. Porém, a guerra no PSL e a tal declaração do ex-líder Delegado Waldir (GO), de que iria “implodir” o presidente se fosse destituído, ajudaram o dólar a seguir o mesmo caminho. É o saldo de um partido de governo oposicionista.
Coluna Brasília-DF
Enquanto o PSL ferve, o PT começa a pressionar para que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decida logo o habeas corpus em que a defesa do ex-presidente Lula pede a suspeição do ministro da Justiça, Sérgio Moro, enquanto juiz da Lava-Jato. Para os petistas, esse seria o melhor dos mundos, porque levaria o caso de volta à fase de denúncia e, de quebra, reforçaria o discurso da inocência do ex-presidente para a campanha eleitoral do ano que vem. É aí que o PT jogará nos próximos meses.
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Até agora, como já é conhecido, só votaram o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia, ambos contra o pedido de Lula. Faltam Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello. Os petistas estão esperançosos nessa suspeição do ministro mais popular do governo Bolsonaro, o único que, a preços de hoje, derrotaria o presidente num segundo turno, conforme mostrou a última pesquisa de intenção de voto divulgada pela revista Veja. Quem conhece os ministros do STF, entretanto, duvida que eles estejam dispostos a mexer nisso agora. Primeiro, a segunda instância, que já é confusão para mais de metro.
Vão ter que engolir
Ainda sem relatório aprovado, a CPI do BNDES busca a prorrogação por mais 15 dias, pelo menos, para tentar votar o parecer do relator, Altineu Côrtes (PL-RJ). Se não conseguir, a ideia é buscar uma brecha jurídica que permita encaminhar tudo ao Ministério Público. Nem que seja uma denúncia assinada pelos deputados. Há quem diga que os documentos angariados são suficientes para colocar muita gente na cadeia.
Mourão e Moro bem na fita/ O ministro da Justiça, Sérgio Moro, visitou Pernambuco para acompanhar in loco os projetos de segurança. A viagem se dá dias depois de o governador Paulo Câmara ser mencionado de forma deselegante pelo presidente Bolsonaro. Já o presidente em exercício, Hamilton Mourão, anunciou o Exército atuante na limpeza das praias.
Democracia em debate I/ O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o
ex-presidente Sepúlveda Pertence abrem hoje à noite o XXII Congresso de Direito Internacional, no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Os temas deste ano são sistemas de governo e crise da democracia. A moderação da abertura estará a cargo do ministro do STF Gilmar Mendes.
Democracia em debate II/ O programa é bem extenso. Até quinta-feira, serão 10 painéis de discussões dentro do XXII Congresso Internacional, incluindo violação de dados pessoais, desinformação, riscos à democracia, cortes constitucionais e o populismo judicial.
Homenagem/ Hoje, na abertura, às 20h, haverá homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas, defensor incansável da democracia, falecido em 25 de dezembro do ano passado.
O deputado Eduardo Bolsonaro foi confirmado hoje pela manhã o novo líder do PSL na Câmara nos Deputados e não haverá mais guerra de listas para que Delegado Waldir tente reassumir o posto. O próprio Delegado Waldir, pressionado pelas redes sociais, decidiu não continuar mais com essa disputa, faltando dois meses para deixar o cargo. Mas isso não quer dizer que o PSL esteja em paz.
Ali, o cristal quebrou. Ninguém confia em ninguém. Depois das reuniões gravadas, nada será discutido de peito aberto nas reuniões da bancada. A calma é apenas aparente. O próximo movimento é restituição das posições de cada deputado dentro das comissões da Câmara e as especiais, como a comissão que trata da aposentadoria dos militares. Esta tudo bem, até a próxima crise.
Com a redução de despesas obrigatórias, Congresso quer aumentar emendas de bancadas
Coluna Brasília-DF
A nove quartas-feiras do fim do ano legislativo, o Congresso já está com o relatório preliminar do Orçamento de 2020 praticamente fechado, esperando apenas a mensagem retificadora do projeto da Lei Orçamentária, com a redução das despesas obrigatórias, a fim de abrir espaço para investimentos — em especial, emendas de bancada.
A ideia é aproveitar a economia com o fim dos 10% de multa do FGTS — algo que os deputados calculam render uma economia de R$ 5 bilhões. É quase o total das emendas de bancada, R$ 6,6 bilhões, que passam a ser de liberação impositiva, R$ 248 milhões para cada estado e o Distrito Federal.
Muitos estados terão apenas esses recursos para investir e mostrar algum serviço ao eleitor. Daí, enquanto muitos se divertem com a guerra interna do PSL, os pragmáticos vão pressionar para garantir esses recursos.
Visão dos otimistas
Reunião de líderes verifica amanhã quais as chances de se chegar a um acordo para votação da reforma tributária e definir a pauta para essa reta final de 2019. Ninguém bota muita fé na apreciação da tributária, muito menos numa pauta extensa para essa reta final de 2019.
Mergulhado
Ligado ao governador de São Paulo, João Doria, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, não convidou Jair Bolsonaro a ingressar na legenda. A ordem do momento é ficar quieto e ver como é que fica o jogo lá na frente.
Cada um na sua
Kassab está dedicado a fortalecer o partido para as eleições municipais. Em São Paulo, por exemplo, o PSD irá de Andrea Matarazzo. “A lógica das eleições municipais é fortalecer os partidos. Alianças estaduais e nacional vêm depois dessa fase”, diz ele, que considera cedo para que se faça qualquer análise mais acurada sobre o cenário de 2022.
A hora deles
O novo presidente do MDB, Baleia Rossi, quer aproveitar esse fim de ano para tentar chegar a um consenso sobre as propostas de reforma tributária que tramitam na Câmara e no Senado. Nesse trabalho, aproveitará para dar mais visibilidade aos governadores do partido, Ibaneis Rocha, do Distrito Federal; Helder Barbalho, do Pará; e Renan Filho, de Alagoas. Afinal, são os governadores que vão puxar essas discussões, caso o governo federal não consiga se organizar a tempo de entrar nessa discussão.
» CURTIDAS
O trunfo de Eduardo/ Do alto de quem já foi primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, cargo conhecido como a “prefeitura da Casa”, Eduardo Gomes sabe perfeitamente onde aperta o calo dos antigos colegas. Ali, construiu uma rede de amigos que lhe abrirá as portas para a articulação política, não só entre os partidos de centro, bem como da oposição.
Novo tique entre os deputados / Quem entra agora em qualquer sala para reuniões no Parlamento olha logo para o colo do sujeito para ver se ele está com o celular equilibrado na perna. Outros chegam a ações extremadas, com olhar sob a mesa para ver se não há um aparelho de escuta. É que essa história de gravações não é de hoje e, agora, confirmado que deputados gravaram seus colegas e até o presidente da República, ninguém se sente tranquilo.
O desafio de Joice I/ Ao deixar o posto de líder do governo, Joice Hasselmann perderá a condição que lhe permitia participar das reuniões de cúpula da Casa e, de quebra, a legião de jornalistas que a seguia Salão Verde afora. A luta agora será para permanecer na ribalta como pré-candidata a prefeita de São Paulo.
O desafio de Joice II/ A primeira tarefa, a que muitos institutos de pesquisa já se dedicam, é saber qual o percentual de votos que ela conseguiu por causa de Jair Bolsonaro e aqueles que conquistou por conta própria.
Ninguém se mexe/ Os profissionais da política entraram em modo observação. Ninguém se mexe até saber onde vai essa guerra no PSL. O saldo, no momento, é pró-Bivar, por causa da composição do diretório e a liderança da bancada na Câmara.
Quem está acostumado a ler pesquisas eleitorais se refere aos números apresentados por Luciano Huck no levantamento da FSB para a revista Veja como a maior surpresa deste momento. Afinal, não é segredo para ninguém do mundo da política que o presidente Jair Bolsonaro lidera (34%), que Fernando Haddad (PT) é o principal adversário na esquerda, com 17%, e que o ministro da Justiça, Sergio Moro, é popular ao ponto de vencer o presidente.
A novidade ali é o Huck aparecer com dois dígitos. Tem 11% no cenário sem Moro, ficando à frente de nomes como Ciro Gomes, do PDT, que aparece 9%; João Amoêdo, do Partido Novo; com 5%; e João Doria, do PSDB, 3%. No quadro com Moro, Bolsonaro lidera com 24%, o ex-juiz está em segundo, com 17%, e Huck sobe para 15%, ficando à frente de Fernando Haddad, 14%. No segundo turno, Bolsonaro só perde hoje para Sérgio Moro, mas Luciano Huck, não faz feio. O presidente ficaria com 43%, e o apresentador com 39%.
Luciano Huck nem sequer disse em alto e bom som que será candidato. Continua lá no seu Caldeirão, com o Lata Velha, o Lar Doce Lar, quadros do seu programa semanal que o aproximaram do eleitor comum por todo o país, ao ponto de ganhar o apelido de “caldeirão da cidadania”, numa referência às antiga caravanas do PT de Lula. A única referência mais contundente sobre isso até aqui veio de Angélica, sua mulher, que disse à revista Marie Claire que se trata de “um chamado”.
Huck anima o aquecimento
Pesquisa a três anos da eleição, como essa divulgada hoje, serve para fazer com que os parlamentares comecem a pensar nas apostas e estudem movimentos. O fato de Huck aparecer tão à frente de Doria serve para afastar ainda mais o DEM do PSDB de Doria. E força, inclusive, parte do próprio PSDB a pressionar o governador paulista a não abandonar completamente a perspectiva de concorrer à reeleição. Afinal, se Huck e Doria saírem candidatos, dividindo o centro, corre o risco de repetir a polarização de 2018, com Bolsonaro à direita e Haddad à esquerda.
Huck, por não ser visto nem como um nome da direita radical nem tampouco um esquerdista, pega votos dos dois pólos. O mesmo não acontece com Doria, pelo menos, não nessa pesquisa. E, além da pesquisa ainda tem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lhe colocando o desafio de deixar de ser celebridade para virar líder. Até aqui, não se sabe se o apresentador fará essa passagem. Mas algo hoje é certo: ele anima o aquecimento.