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Regência é calo no pé. Dúvidas pintam a cada momento. A de agora se refere ao verbo constituir. Ele é direto ou pede a preposição em? Constituir é transitivo direto. Constituir-se também. Ambos têm horror à preposição: Acordar cedo constitui (constitui-se) problema para mim. O Enem constitui (ou constitui-se) preocupação constante de quem quer entrar na universidade. Maria constituiu uma firma comercial. Preciso constituir advogado […]
O vício de Deus? É perdoar. Daí a generosidade do verbo. Ele pode jogar em quatro times: 1.Intransitivo, sem complemento: Perdoa para seres perdoado. 2.Transitivo direto (perdoar alguém ou alguma coisa): Deus perdoa as ofensas. Perdoai os nossos pecados, Senhor. O pai perdoa o filho. 3. Transitivo indireto (perdoar a alguém): A Receita perdoa aos devedores. Deus perdoa aos pecadores. Perdoou aos assassinos do filho. […]
Eta verbinho versátil! Chamar tem diferentes regências: 1. na acepção de mandar vir, é transitivo direto: chamar o médico, chamar o secretário, chamar Maria, chamar os filhos 2. na acepção de dar nome, é transitivo direto ou indireto: chamaram-no salvador ou chamaram-lhe salvador 3. na acepção de invocar, é transitivo indireto com preposição por: Chamou por Deus. Chamou pelo filho antes de desaparecer Álvaro […]
“Quem assistiu o noticiário de hoje entendeu por que há quem simplesmente não possa participar de debates”, tuitou Fernando Haddad. Ops! Tropeçou na regência do verbo assistir. Que tal aprumar-se? Basta descobrir que a preposição faz a diferença. Muda o sentido do recado: Assistir = prestar assistência, ajudar, socorrer: O médico assiste o enfermo. Assistir a = comparecer ou presenciar: Cento e quinze mil pessoas […]
Os moradores de Barcelona estão em pé de guerra. Não querem, nem a pedido de Deus, a visita do primeiro-ministro. Mas, teimoso, o homem foi lá. Resultado: enfrenta multidões nas ruas. E traz às manchetes o verbo protestar e o substantivo protesto. Cuidado, muito cuidado com a preposição. Poderosa, ela muda o sentido da palavra: Protestar contra = insurgir-se: Os moradores de Barcelona protestam contra […]
Fabrício Queiroz vai depor hoje. O Ministério Público do Rio quer que ele explique as movimentações atípicas descobertas pela Operação Furacão da Onça. O fato, claro, virou notícia. E trouxe ao cartaz o verbo depor. Guarde isto: o dissílabo exige a preposição em: Fabrício vai depor no Ministério Público. O acusado depôs na PF. Quem vai depor na CPI?
Ninguém escapa. Fim de ano é época de presentes. A lembrancinha vai acompanhada de cartão. Na hora de escrever a mensagem, a dúvida bate. Aconteceu com a Maria Cláudia. Ela comprou um romance e começou a redigir a dedicatória: “Espero que o livro possa contribuir…” Ops! Para ou com? Contribuir para significa concorrer para chegar a determinado fim: Espero que o livro possa contribuir para […]
“Há 50 anos chegava a Brasília, pela primeira vez, um trem de passageiros”, escreveu o Correio Braziliense. Nota 1000. A gente chega a algum lugar: Cheguei a Santos. Maria chegará ao Rio na sexta. O navio chegou ao porto às 10h. Cheguei ao trabalho atrasada porque perdi o ônibus.
“Uma funcionária recebeu Ana Keyla e pediu à imprensa para não procurar a esposa do médium”, escreveu o Correio Braziliense. Os leitores estranharam a notícia. A razão: o repórter tropeçou na regência do verbo pedir. Queria dizer uma coisa, disse outra. A chave está no pedir que e pedir para. As duas construções parecem irmãzinhas. Mas não são. Quilômetros de distância as separam. Pedir para […]
Olho vivo! Valoriza-se alguém ou alguma coisa, mas alguém ou alguma coisa se valoriza: As medidas valorizaram o dólar. O dólar se valorizou. O chefe valorizou o servidor. O servidor se valorizou.