O Fenômeno concedeu entrevista à imprensa. Falou da vida e da aposentadoria. Mostrou-se grato pelo muito que recebeu — muito mais do que tinha imaginado ou sonhado. No fim, agradeceu: — Obrigado. Acertou. Ele diz obrigado. Ela, obrigada. Eles, obrigados. Elas, obrigadas. Todos respondem: — Por nada. Time oposto Nem todos acertam o gol ou a língua. O procurador-geral da República serve de […]
IVALDO LEMOS JUNIOR Promotor de Justiça do MPDFT Todas as palavras são naturalmente polissêmicas (têm vários significados possíveis) ou têm, ao menos, alguma ambiguidade. Qualquer dicionário é prova disso. Uma “jaqueira” é sem dúvida uma “árvore”, mas árvore pode ser uma excelente ou uma inadequada maneira de se referir a uma jaqueira. Depende da situação. Falar errado é, de certa forma, necessário. Pode ser um […]
O leitor Flatônio José da Silva escreve: “No título `Salário de babás chega a R$ 3,8 mil´ (pág. 9), aparecem dois cochilos. Um: `A escassez de mão de obra qualificada e a consequente elevação dos salários chegou ao mercado de babás´. Nada feito. O sujeito composto (a escassez de mão de obra + a elevação dos salários) exige o verbo no plural (chegaram). O outro: […]
Quem escreve rápido corre risco de pisar a gramática. Resultado: regras simples, pra lá de conhecidas, são ignoradas. Mas, como diz o outro, não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. A capa do Correio Braziliense de hoje serve de exemplo. Lá estão três fregueses dos maus-tratos, mas… surpresa! Aparecem pra lá de corretos. Oba! Sujeito posposto Quando o sujeito vem […]
O santo é São João, nome próprio. A festa é são-joão, nome comum. Escreve-se com letra minúscula e hífen.
A página do saite do CB ostenta o “bem vindo assinante”, sem hífen sem vírgula. Pode? (Dione Craveiro) Não, não pode. Bem-vindo se escreve assim, com hífen. Assinante, no caso, é o vocativo. Elitista, o trissílabo é marginal da oração. Não pertence aos termos essenciais, integrantes ou acessórios. Por isso, é sempre, sempre mesmo, separado por vírgula: Bem-vindo, assinante. Assinante, bem-vindo. Bom-dia, presidente. João e […]
José Miguel Wisnik O imbróglio da vez é a discussão sobre o manual de ensino da língua portuguesa distribuído pelo MEC, chamado “Para uma vida melhor”, da autoria de Heloisa Ramos. Li na imprensa, vi nos blogs e ouvi no rádio do carro vozes, desde sentenciosas a sardônicas e sarcásticas, dizendo que se tratava de uma descarada proposta de ensino do português pelo […]
Professor e doutor Sou professor e trabalho na Escola Professor Jason Brandão, na cidade do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco. Sempre aprendi que a abreviatura de professor é prof., não profº, como está escrito em cartazes na escola. Gostaria, se possível, que a senhora abordasse esse tema na coluna. É possível? (Antonio Dionísio Marques) Você tem razão, Antonio. A abreviatura de professor joga no time […]
Ferreira Gullar Sei muito bem que, de acordo com a linguística moderna, não não existem o certo e o errado no uso do idioma nacional, ou melhor, não existe o errado, o que significa que tudo está certo e que minha antiga professora de português, que me ensinou a fazer análise lógica e gramatical das proposições em língua portuguesa, era uma louca, uma vez que […]
“Não bastassem os ônibus velhos e as tarifas altíssimas, quem depende do transporte coletivo no DF convive com o caos provocado por paralisações relâmpago”, escrevemos na capa. Ops! Esquecemos que relâmpago joga no time de pirata. Quando vêm depois de substantivo, ambos viram adjetivos. Concordam, então, com o mandachuva: paralisação relâmpago, paralisações relâmpagos, disco pirata, discos piratas.