Categoria: português
Fez os livros sumir? Sumirem? É o calo do infinitivo flexionado
A capa da revista Época causou alvoroço. Ei-la: “A outra pílula azul — o novo medicamento que está fazendo os gays abandonar a segurança da camisinha”. Os leitores duvidaram dos próprios olhos. O xis da questão: gays é o sujeito de abandonar. É substantivo plural. O verbo não deve concordar com ele? Dose dupla Os zelosos brasileiros estavam diante de uma das mais cabeludas complicações da língua de Camões, […]
“Escrevo porque não tive saúde para estudar engenharia.”
Certas palavras rejeitam o possessivo. Aproximá-los é briga certa. Evite confusões. Não o use com: as partes do corpo: Na batida, quebrou a perna (nunca sua perna). Arranhou o rosto. Fraturou os dedos. os objetos de uso pessoal: Calçou os sapatos (não seus sapatos). Pôs os óculos. Vestiu a saia. as qualidades do espírito: Perdeu a consciência (não sua consciência). Mudou a mentalidade. Alterou o […]
A palavra greve nasceu na França. Em tempos idos e vividos, grève significava cascalho ou praia arenosa. Dava nome também a praça pra lá de popular em Paris. A Place de Grève ficava à beira do Rio Sena e, claro, não conhecia pavimento. Ali funcionava a Bolsa do Trabalho. Desempregados se reuniam lá pra procurar o que fazer ou ficar por conta do nada. Ao […]
“Inauguradas em 2014 e transformadas em cartão-postal, as letras de aço que formam a frase `Eu amo Brasília´, medem 2,8m de altura por 23,4m de comprimento”, escrevemos na pág. 29. Viu? Separamos o sujeito (as letras) do verbo (medem). Cometemos um frasecídio. Melhor ressuscitar o período: Inauguradas em 2014 e transformadas em cartão-postal, as letras de aço que formam a frase `Eu amo Brasília´ medem […]
Estudantes, jornalistas, advogados, todos querem saber por que o porquê tem tantas caras. Ora aparece junto. Ora, separado. Ora com acento. Ora sem o chapeuzinho. Não há quem não hesite na hora de escrever uma forma ou outra. Muitos chutam. Mas, como a língua não é loteria, a Lei de Murphy entra em vigor. O que pode dar errado dá. Melhor não correr riscos. O […]
Seção: parte, divisão: seção de cosméticos, seção de frutas, seção de audiovisual. Sessão: tempo que dura uma reunião: sessão de cinema, sessão do Senado, sessão da tarde, sessão de pancadaria. * Superdica: O todo é maior que a parte. Por isso, sessão tem seis letras. Seção, cinco. * Cessão: substantivo derivado do verbo ceder: O cartório registra a cessão de bens. Conseguir a cessão […]
Como fica o hífen diante do nome próprio? Na linguinha nossa de todos os dias, não existe a possibilidade de escrever letra maiúscula no meio da palavra. Pra manter a integridade do substantivo próprio, o hífen pede passagem: anti-Temer, anti-Lula, além-PSDB.
“…a embaixatriz do Marrocos Siham Belamine recebeu as amigas diplomatas”, escrevemos na pág. 2 de Diversão&Arte. Viu? Esquecemos a vírgula. O Marrocos só tem uma embaixatriz. O nome dela é explicativo. Vem entre vírgulas: …a embaixatriz do Marrocos, Siham Belamine, recebeu as amigas diplomatas.
Aspas e ponto firmaram um pacto. Se as aspas começam o período, o ponto encerra o enunciado. Vai dentro delas. Caso contrário, vai fora. Observe os exemplos: “O amor é infinito enquanto dura.” Vinicius de Moraes escreveu esse verso em Portugal. Vinicius de Moraes escreveu este verso em Portugal: “O amor é infinito enquanto dura”. “O amor”, escreveu Vinicius de Moraes, “é infinito enquanto dura.”