Autor: Dad Squarisi
“Cada macaco no seu galho”, dizem os conservadores. “Cada macaco no meu galho”, contestam os subversivos. Eles querem mudar a ordem das coisas. Por acreditar que água parada apodrece, vão à luta. Provocam marolas, marolinhas e vagalhões. Com determinação e sorte, chegam lá. Mudar de galho não constitui novidade no português. As palavras passeiam pela frase com desenvoltura. A ordem direta vira inversa num […]
“Na prática, nenhum de seus filiados entregou os cargos que ocupam”, escrevemos na pág. 3. Esquisito, não? A frase diz que os filiados ocupam mais de um cargo. Falso. Melhor fazer as pazes com a verdade: Na prática, nenhum de seus filiados entregou o cargo que ocupa.
“Na boca do mentiroso, o certo se faz duvidoso.”
Na língua vigora a lei do menor esforço. Em outras palavras: na comunicação do dia a dia, a preguiça fala mais alto. A regra vale para os numerais. Os locutores de rádio e TV quase apagaram os ordinais do vocabulário. Em vez deles, empregam os cardinais. Há exemplos. Ao se referirem à colocação do time no campeonato, evitam dizer que ele é o décimo quinto no ranking. […]
Fico sempre na dúvida quanto à flexão verbal em textos como estes: Processos para atrair (ou atraírem) pessoas com as requeridas competências. Políticas e processos para moldar (ou moldarem) comportamentos. Singular ou plural? (Carla patrícia) Trata-se do infinitivo flexionado. O verbo, quando antecedido de preposição, ganha privilégios. Pode ou não flexionar-se. Em ambos os exemplos que você apresenta, aparece a preposição para. Ela lhe dá […]
“E provocação”, disseram parlamentares, juristas e gente como a gente. A razão: um mensaleiro e um economista foram indicados para comandar a análise do Código de Processo Civil (CPC). João Paulo Cunha, réu no processo que tramita no STF, presidiria a comissão. Eduardo Cunha ficaria com a relatoria. Sob pressão, ambos caíram fora. A passagem meteórica deixa uma lição. Nome próprio tem plural. Como os […]
“Os deputados tucanos Jutahy Jr. e Antônio Imbassahy, ambos baianos, já não aguentam ver o líder da bancada à reboque do líder do DEM”, escrevemos na pág. 6. Crase antes de nome masculino? Nem em pesadelo. Xô!
“Escrever é batalha curiosa: as derrotas que a gente sofre não são derrotas. São lições para o futuro.”
Por que câncer se chama câncer? Câncer se chama câncer porque vem do latim cancer. A língua dos Césares buscou a palavra no grego karkinos. O significado: caranguejo. Cláudio Galeno, médico grego, estudou os tumores da mama. Ao descrevê-los, disse que as veias da região afetada lembram patas de caranguejo. Eis a razão.
“Ao contrário, ir para o Velho Continente, tem sido uma roubada”, escrevemos na pág. 8 do Super Esportes. Ops! Separar o sujeito do verbo mata a frase. Cometemos um frasecídio. Melhor corrigir: Ao contrário, ir para o Velho Continente tem sido uma roubada.