No coração do Estado

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Comitiva que participou da cerimônia de celebração da posse de Dilma Rousseff como presidente do Banco dos Brics. Foto: Divulgação

 

         Depois de anunciar o calendário de invasões, dentro do que chamou de Abril Vermelho, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Pedro Stédile, embarcou, junto com os irmãos Batistas da JBS e outros famosos, na enorme comitiva e claque que atual governo levou para China, onde foi assinar dezenas de acordos, cujas cláusulas e consequências não são de conhecimento público.

         Com toda essa intimidade com o governo, as invasões e ilegalidades cometidas, cuja lista é grande, não serão sequer notadas pelo Executivo e mesmo pelo Judiciário. Proprietários e produtores vivem momento de angústia e não têm a quem recorrer. A tão declamada reforma agrária, uma pauta ainda do século XIX, não foi resolvida, nem de maneira superficial, durante os três mandatos da esquerda e não será agora do mesmo jeito. A razão é que o governo necessita dessa gente para fazer impor sua ideologia também nas áreas rurais, banindo quaisquer perspectivas de produção em larga escala por empreendimentos privados.

         A ojeriza do atual governo por tudo que tenha o controle da iniciativa privada se estende também ao campo, onde sonha fazer uma espécie de revolução campesina, implantando a miséria nas áreas rurais e deixando essas populações à mercê do Estado.

         Stédile, segundo notícias já publicadas, esconde, a sete chaves dos invasores, a riqueza com propriedades latifundiárias, bem como sua interface, Lula da Silva, são as esfinges calcadas numa mesma moeda, com o mesmo propósito: trazer para o campo um modelo de produção agrícola semelhante ao que existe hoje em Cuba ou mesmo na China.

          Nenhum dos dois entende nada de agricultura e jamais seguraram na prática um cabo de enxada. É esse Brasil do século XIX que querem de volta, custe o que custar. Também há registros de que miram o ódio e a inveja contra o agronegócio, que bem ou mal tem conseguido manter algum superavit na balança comercial, livrando o Brasil de entrar no ralo espiralado da recessão.

         A situação desse Abril vermelho é tão surreal e diz muito sobre esse movimento que até mesmo sete sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), uma entidade que cuida, entre outras coisas, da própria reforma agrária, foram invadidas pelo MST em Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, cuja governadora estava também na comitiva que foi à China, além do Distrito Federal.

         Sob a bandeira denominada Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, o MST invadiu ainda as fazendas e sedes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Pernambuco, onde essa instituição realiza experimentos e multiplicação de material genético de sementes e mudas de plantas, que serão utilizadas no plantio em áreas semiáridas no Nordeste.

         Essa invasão, estrategicamente planejada pelo Movimento, pode ameaçar seriamente pesquisas que vêm sendo feitas por décadas, além de trazer riscos à vida de animais ameaçados de extinção, que são preservados nessas localidades.

         Obviamente que, pela proximidade entre as lideranças do movimento e o próprio governo, é de supor que o Executivo já possuía, de antemão, informações sobre toda a movimentação desses grupos de invasores. Não tomou providências e nem vai tomar, dando ainda mais fôlego para que esse grupo avance sobre outras propriedades, sobretudo aquelas em que o Estado vem, há décadas, investindo bilhões de reais em pesquisas de grande importância para o campo.

         O que estamos assistindo é a destruição do Estado, por uma espécie de quinta coluna oficial, que age a partir do próprio coração do Estado.

A frase que foi pronunciada:

“Sabotagem, dano à propriedade, cárcere privado — afinal, é um grupo terrorista?”

Título de matéria publicada em 15 de abril de 2015 às, 05h56 na revista Exame sobre o MST

 

Musical

Já estão à venda, pelo Sympla, os ingressos para o Musical Os Miseráveis, que será apresentado na Escola de Música, nos dias 24 e 25 de junho, com sessões às 17h e 20h. A produção e direção artística é de Renata Dourado; preparador vocal, Gustavo Rocha; diretor de cena, Vittor Borges; assistente de produção, Érika Kallina; e regente, Rafael de Abreu Ribeiro. A apresentação é da Cia de Cantores Líricos de Brasília e Áquila Records.

Cartaz: Divulgação

Identidade

Quem nasceu e mora em Brasília sabe que o cimento traz a identidade da cidade. Ver a Catedral e outras obras da capital com essa fachada pintada é doloroso. Na N2, o anexo do Ministério da Educação foi pintado com uma cor entre o bege e o amarelo. Tragédia maior!

História de Brasília

Está, assim, funcionando, o pombal da praça dos Três Podêres, que consistia na grande inspiração de d. Eloá Quadros. (Publicada em 18.03.1962)

Metrópole colonial

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Foto: Ricardo Stuckert/Governo Federal/Reprodução

 

         Fossem seguidas, à risca, o que ordena os princípios fundamentais do que vem a ser uma República, nenhum dos males que assistimos desde 1889, quando um movimento militar desorganizado e pouco ético instaurou a dita cuja, seriam possíveis ou permitidos.

         O afastamento brusco da Monarquia, sem que se criassem, a priori, as condições políticas mínimas para a instalação de uma República, num país continental e com heranças históricas e destino totalmente diferentes dos demais países do continente, levou-nos a implantação de um sistema de governo que nossas elites e dirigentes daquela época não estavam preparados para gerir ou sequer entender seu real significado e, principalmente, suas consequências para o país.

         Foi na base do improviso e de instabilidades políticas frequentes, como acontece até os dias atuais, que a República foi sendo conduzida. Pouquíssimos eram aqueles que, entre nós, entendiam e entendem, até hoje, o significado desse novo sistema. O que foi criado naquela ocasião, com a carantonha e focinho dos tupiniquins, foi um sistema misto que herdaria vícios que até o antigo regime monárquico já não apresentava, como, por exemplo, os privilégios e outras vantagens dadas aos nobres e à Corte em geral.

          Criou-se assim, a partir da virada do século passado, um sistema de governo em que, aos presidentes e aos demais oligarcas políticos próximos, eram mantidos privilégios e outras prerrogativas, só vistas antes da Revolução Francesa de 1789, ou seja, no século anterior. Substituiu-se um monarca por um presidente com roupagens politicamente monárquicas, com concentração de poder, baixa representatividade popular, atrelamento de outros Poderes ao Executivo e, sobretudo, um conjunto de medidas de governo, alijadas e mesmo contrárias aos reclames da população.

         O povo, naquela época, não entendeu a mudança. Os governos que se seguiram não entenderam até hoje. À coisa pública, estão ligados todos os interesses e desejos da população, transformadas agora em cidadãos com plenos direitos, inclusive de mudar o governo e o Parlamento.

         Diante do que foi pincelado resumidamente acima, não se pode entender ou sequer aceitar que, com os impostos cobrados da população, ainda hoje, somos obrigados a assistir inertes, a um conjunto de privilégios de toda a ordem, reservados apenas aos mandatários e à classe política, para os quais até mesmo o senso de Lei e Justiça são diferenciados e até sem efeito prático.

         Como é possível também verificar que brasileiros, em pleno século XXI, sejam ainda surpreendidos com medidas tributárias e fiscais que sequer conhecem o conteúdo ou como foram formulados? É sempre bom lembrar que uma das principais causas que decretariam o fim do absolutismo no velho continente, e mesmo as independências dos Estados Unidos e do Brasil, foi o escorchante nível de tributação e seu uso em benefício das elites políticas. No caso de tratados internacionais, como o que estamos assistindo agora serem celebrados entre Brasil e China, quantos brasileiros conhecem os enunciados desses documentos?

          Desde o reconhecimento afoito da China como economia de mercado, novas parcerias foram fechadas no passado e muitos brasileiros passaram a sentir na pele e conheceram os efeitos negativos sobre a produção aqui no Brasil, bem como as consequências dessa concorrência para nossa indústria como um todo.

         Que acordos são esses que agora são assinados com essa nova metrópole colonial e que podem nos levar para uma posição econômica ainda mais submissa? Silêncio geral. É essa a República que temos e que ainda insistimos em perseguir.

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os fatos têm três versões: a sua, a minha e a verdadeira.”

Provérbio Chinês

 

Labirinto

Impossível elogiar um funcionário do GDF. Bem atendida por Hailton Rodrigues de Souza, a contribuinte teve a primeira dúvida ao buscar o canal para o registro. O agendamento foi feito na Secretaria de Economia, no SRTV Norte. Mas, no portal do GDF, o mais próximo desse título é a Secretaria da Fazenda. Mudou para o registro no site da Ouvidoria, que só não perguntou o tipo de sangue de quem quis elogiar. Até título de eleitor foi preciso informar. Nome, endereço, nome da mãe, telefone. Por que razão? Que uso é feito de tantas informações?

Foto: Francisco Aragão/Agência Brasília

 

Censo

Por falar em dados, nos últimos anos, os domicílios da cidade receberam questionários para o recenseamento da população. Que resultados concretos a população recebe com esse levantamento estatístico? Que políticas públicas foram adotadas com os dados coletados?

Foto: Reprodução

 

Conhecimento

Foi um sucesso a Tarde do Bem-Estar com a Dra. Simone Leite e o Dr. Eugênio Reis, no Brasília Shopping, sobre terapia hormonal, benefícios e rejuvenescimento, e a beleza natural na dermatologia. Com a plateia participativa, muitos esclarecimentos foram dados e mitos desfeitos.

Foto publicada no perfil oficial do Dr. Eugênio Reis, no Instagram

 

História de Brasília

Já saiu da W-3 uma prensa de papel velho, que era responsável pela invasão de ratos nos HC-3. (Publicada em 18.03.1962)

Improviso e surpresas

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Lula. Foto: Ricardo Chicarelli – 19.mar.22/ AFP

 

         Tivesse, como seria lógico, econômico e estratégico, apresentado um plano de governo, consistente e coerente, antes mesmo das eleições, antecipando o que seria ou não possível realizar em quatro anos, o atual chefe do Executivo e sua equipe não estariam, como se vê agora, correndo de um lado para outro, buscando reunir projetos soltos em busca de alguma racionalidade de gestão, ao fim desses cem dias no comando do país. Razões diversas fizeram o governo dispensar um mínimo de projetos, dentre elas creditadas a total descrença de que sua campanha sairia vitoriosa no pleito de outubro. A pouca audiência e a incapacidade visível do candidato andar livremente pelas ruas do país, o que é um dos pré-requisitos para todo e qualquer candidato, levavam todos a acreditar que sua eleição seria um fracasso. A seu favor, além do sistema é claro, estavam apenas boa parte da mídia e sua claque mais radical, movimentada de um canto para outro para fazer número e figuração.

         Diante desse pessimismo interno, a formulação de propostas de alto calibre parecia perda de tempo, resumindo-se, nos bastidores, a reuniões, onde eram formuladas propostas genéricas e requentadas, todas elas já testadas e reprovadas, mas que podiam fazer algum sentido num país que, terminadas as eleições, parecia ter perdido o rumo e o prumo.

         Numa situação como aquela vista depois de outubro, qualquer plano, mesmo aqueles que nada continham de racional, serviriam para dar início ao governo. Pena que a legislação eleitoral não obrigue os candidatos a apresentarem, previamente, planos de governo consistentes e adequados. O mais correto nesse quesito, onde seriam apresentados os projetos executivos de cada candidato, era cada um desses planos serem estudados e aprovados por uma junta de especialistas isentos, que dariam, ou não, o aval para o registro da candidatura.

          Candidato sem plano de governo consistente não teria permissão para concorrer. Com isso seria evitada a perda de tempo e de recursos com governos, já em pleno exercício do mandato, e ainda remendando propostas soltas em busca de um plano mínimo de administração. Mas isso é querer demais, ainda mais num país onde nem mesmo o pré-requisito de uma ficha limpa é exigido dos candidatos. O que temos como resultado desse desdém por planos executivos de ação governamental é a comemoração de cem dias de poder, sem que medida alguma de alcance fundamental tenha sido tomada.

         Para piorar uma situação de total improviso e de incertezas, o atual governo tem pela frente ainda um Congresso que, à primeira vista, não parece muito disposto a validar de imediato suas propostas, sendo que, nesse ponto, a abdução de parlamentares em troca de favores, como ocorreu lá atrás no mensalão, está mais difícil e mais complicada. O governo nem tem nem uma base política, nem propostas bem costuradas para apresentar ao parlamento, o que faz prever que todas as suas medidas que sejam enviadas ao Congresso irão sofrer uma intensa revisão, sendo poucas as chances de que seus planos saiam do Legislativo como pretendiam os grupos políticos ligados ao Palácio do Planalto.

         Não fez antes e não fará bem agora à toque de caixa e na undécima hora. O problema com o improviso, em funções como a do Poder Executivo, que exige tempo de maturação de ideias, é que ele vem sendo acompanhado de imprevistos e de surpresas, nem sempre agradáveis.

A frase que foi pronunciada:

“Um bom plano é como um mapa rodoviário: mostra o destino final e geralmente o melhor caminho para chegar lá.”

Stanley Judd

 

Antes

Condomínios, prédios, empresas, todos começam a se mobilizar em campanhas proativas de proteção a roubos e furtos. Até a UnB recomeça as aulas com mais câmeras de monitoramento, botões espalhados pelo campus para acionar a segurança, além de um manual com dicas de proteção contra furtos e protocolos em casos de crimes.

Foto: fd.unb.br

 

Deu Brasil

Recorde mundial na F1 in Schools batido pelo mineiro Pedro Silva da equipe Speed Lions. Trata-se de um projeto mundial apoiado pelos mandachuvas da Formula 1, que estimula a meninada de 9 a 19 anos a implementar o software CAD/CAM para colaborar, projetar, analisar, fabricar, testar e, em seguida, competir em miniaturas de carros movidos a ar comprimido feitos de blocos modelo F1. Os carros são lançados pela rapidez entre a luz verde e o toque do competidor que aciona o motor.

 

Cultura

Na realidade, o gancho para a matéria que informa sobre a reforma da sala Martins Pena não é a geração de empregos. É a geração do conhecimento e exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. É esse o valor dado pelo governador Ibaneis.

Foto: Sergio Amaral/CB/D.A Press

 

História de Brasília

Mas o assunto não é bem êste, e está mais ligado ao dr. Pimenta. É necessário que a captação de águas pluviais seja feita também nas superquadras, mesmo as inacabadas, como o Iapfesp. (Publicada em18.03.1962)

Inocentes úteis

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Foto: ssp.df.gov

         Transformado de maneira vil e exemplarmente como boi de piranha, em meio a uma situação totalmente obscura e que beira a uma novela surrealista e distópica, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso desde janeiro deste ano, virou uma espécie de troféu ou refém, nas mãos daqueles que insistem manter a narrativa fake de tentativa de golpe de Estado perpetrada por cidadãos da terceira idade, acampados por meses em frente ao QG do ex-glorioso Exército Brasileiro.

         É tudo uma chanchada de mal gosto, mas que pode ter seu desfecho inesperado, caso os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada justamente para desmascarar toda essa encenação, vá até o fim. Junto com o ex-ministro, estão também centenas de cidadãos que foram, de forma traiçoeira e erroneamente, entregues pelos militares aos seus algozes, todos eles envolvidos numa trama, que conta ainda com o apoio cego e silente de boa parte da mídia.

         Atraídos para um quebra-quebra, típico dos black blocs, por gente infiltrada, sorrateiramente no movimento dos patriotas, os velhinhos de bengala e muletas iriam, na versão fictícia da novíssima Justiça, empreender um golpe de Estado, quebrando vidros, cadeiras e outros objetos simbólicos, ocupando assim os mausoléus de uma República, que há muito foi privatizada por malfeitores de colarinho branco. Para qualquer jurisconsulto, com direito ao título, toda essa trama não para em pé, tamanha são as incongruências legais, a começar pelo fato de que todo esse processo obscuro tem seus pilares apoiados apenas na quantidade de gente que está presa ou que pode vir a ser, caso refute essas teses absurdas.

         Quem conhece e já acompanhou o trabalho do delegado Anderson Torres e sua gestão frente à pasta da Justiça, reconhece, nesse profissional, a lisura técnica e isenta de máculas, agindo sempre como funcionário público exemplar. Assim como ele, muitos daqueles que estão jogados hoje em celas imundas, não cometeram o crime que lhes são imputados. Essa versão farsesca de golpe serviu como fumaça para encobrir um autêntico golpe de Estado, este sim consumado e que levou, num átimo, da cadeia para a cadeira de presidente, um condenado em três instâncias, inelegível, ficha suja e repudiado pela maioria da população brasileira.

         A esse concreto golpe de Estado, não se pode fazer referência, sob pena de seu autor ir também parar detrás das grades. Somente a morte e sepultamento da imprensa investigativa e da Justiça virtuosa e mesmo dos homens públicos destemidos tornaram possível a imposição de tamanha farsa. E pensar que, em toda essa trama, o que se busca não é a verdade para fazer justiça. É tão somente criar um estado de medo e de repressão, capaz, ao mesmo tempo, de manter a verdade distante, acusando inocentes de um crime de golpe que, na realidade, foi tramado e perpetrado por aqueles que estão agora no poder.

 

A frase que foi pronunciada:

“Em 1980, fui condenado à morte pelo regime militar. Durante seis meses na prisão, esperei o dia da execução. Muitas vezes, estremeci de medo da morte. Mas eu encontraria calma no fato da história de que a justiça acaba prevalecendo.” 

– Sul-coreano Kim Dae-jung, no discurso de aceitação do Prêmio Nobel da Paz.

Kim Dae Jung, 2000. Eskinder Debebe/Foto da ONU

 

Antes

Condomínios, prédios, empresas, todos começam a se mobilizar em campanhas proativas de proteção a roubos e furtos. Até a UnB recomeça as aulas com mais câmeras de monitoramento, botões espalhados pelo campus para acionar a segurança, além de um manual com dicas de proteção contra furtos e protocolos em casos de crimes.

Foto: fd.unb.br

 

Deu Brasil

Recorde mundial na F1 in Schools batido pelo mineiro Pedro Silva da equipe Speed Lions. Trata-se de um projeto mundial apoiado pelos mandachuvas da Formula 1, que estimulam a meninada de 9 a 19 anos a implementar o software CAD/CAM para colaborar, projetar, analisar, fabricar, testar e, em seguida, competir em miniaturas de carros movidos a ar comprimido feitos de blocos modelo F1. Os carros são lançados pela rapidez entre a luz verde e o toque do competidor que aciona o motor.

 

Cultura

Na realidade, o gancho para a matéria que informa sobre a reforma da sala Martins Pena não é a geração de empregos. É a geração do conhecimento e exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. É esse o valor dado pelo governador Ibaneis.

Foto: Sergio Amaral/CB/D.A Press

 

História de Brasília

Mas o assunto não é bem êste, e está mais ligado ao dr. Pimenta. É necessário que a captação de águas pluviais seja feita também nas superquadras, mesmo as inacabadas, como o Iapfesp. (Publicada em 18.03.1962)

Novo Ensino Médio em suspense

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Foto: Ed Alves/CB/DA.Press

 

         Na falta de especialistas realmente comprometidos com a grave questão da educação no país, melhor mesmo seria encurtar o caminho e os debates improdutivos e pueris sobre o tal do Novo Ensino Médio e passar a colher, mundo afora, experiências exitosas e, simplesmente, implementá-las por aqui. O que não se pode é deixar ao alvitre aleatório de governos, que vêm e vão, a decisão de mudar e de “reformular reformas” nessa importante etapa do ensino, tornando o que já é instável e precário em algo que jamais se realiza. O pior é atrelar a reforma do ensino médio a diretrizes de cunho político ideológico, forçando o ensino público e privado a tornarem-se escolas de doutrinações partidárias, preparando os alunos não para andarem sobre as próprias pernas, mas para seguirem marchando ao som e ao comando das orquestras desafinadas das legendas partidárias.

         A política, no ensino, deve ser apenas aquela ligada a políticas educacionais, como é feita no resto do mundo civilizado, e não aquela orientada segundo a visão obtusa de partidos políticos. Há que diferenciar, portanto, política educacional de educação política, como pretende agora o governo de plantão. Não bastasse a destruição que tem sido feita nas universidades públicas, com o banimento da pluralidade e de outras discussões, que não aquela que incensa as esquerdas, temos agora o anúncio do governo suspendendo a definição de prazos para que alterações sejam implementadas no ensino médio em todo o país.

         Por meio de portaria, o Ministério da Educação (MEC) atendeu a pressões vindas de entidades estudantis e de associações educacionais, todas elas de orientação esquerdista e, simplesmente, de uma canetada, irá atrasar e, quiçá, alterar as reformas do Novo Ensino Médio, que já vinham sendo desenvolvidas nas escolas de todo o país desde o ano passado. Carece a educação, assim como toda a infraestrutura básica de nosso país, de políticas, no sentido de ação, de longo prazo de permanência e maturação. O que temos são reformas feitas em cima de reformas a cada governo que chega, não importando se essas alterações continuadas terão ou não resultados no que é realmente necessário, que é a elevação na qualidade do ensino.

         Mesmo que o MEC garanta que não haverá mudanças do modelo, a simples decisão em suspender, por noventa dias, os cronogramas de implantação da reforma previstos no Novo Ensino Médio, já provoca reações e alimentam as incertezas de que o novo modelo de ensino pode não ter vida longa nesse governo ou mesmo ser abolido, apenas para atender o que deseja as hostes ligadas à disseminação da ideologização do Estado. É disso que se trata e não de outras pretensas intenções em melhorar um modelo que, sequer, teve tempo de dizer ao que veio.

         Com isso, o Novo Ensino Médio, que tinha como um dos objetivos minorar o grave problema da evasão escolar, dando aos alunos a oportunidade de escolher, entre as opções oferecidas pela grade curricular, aquelas disciplinas que melhor se adaptam à sua realidade imediata, fica suspenso no ar, pendurado no teto apenas pela brocha do pintor em atenção ao que deseja o presidente, que já adiantou que o atual modelo não irá ficar do jeito como está.

         A situação vergonhosa do ensino no país, e que é vista mais claramente nos certames de avaliações internacionais, fica como está, na rabeira do mundo, o que adia também a superação do Brasil da situação de país em eterno desenvolvimento.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É necessário que o professor oriente a criança sem que esta sinta muito a sua presença, de modo que possa estar sempre pronto para prestar a assistência necessária, mas nunca sendo um obstáculo entre a criança e a sua experiência.”

Maria Montessori

Maria Montessori. Foto: Wikimedia Commons

 

TCC

Por falar em Educação, soubemos que Juarez José Tuchinski dos Anjos fez um estudo sobre o colunista Ari Cunha e as críticas ao sistema de ensino de Brasília. O material em questão foi publicado nesta coluna entre os anos 1960-1965. Veja a seguir.

30/09/2013 – Foto: Monique Renne/CB/D.A Press.

 

De olho

Um requerimento do senador Confúcio Moura coloca a Política Nacional de Saneamento Básico como assunto a ser monitorado por todo o ano de 2023 pelo colegiado da Comissão de Meio Ambiente.

Senador Confúcio Moura. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

24h

Agora é lei. Todas as Delegacias da Mulher deverão estar prontas para o atendimento 24h por dia, inclusive fim de semana e feriado. O assunto foi publicado no Diário Oficial.

Foto: Hmenon Oliveira

 

História de Brasília

A Escola Classe da superquadra 107, tôda vez que chove, fica completamente ilhada. Algumas telhas de alumínio foram dobradas pela velocidade do vento, e já merecem reparos. (Publicada em 18.03.1962)

 

Fronteiras e realidades

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Charge do Duke

 

          Não se sabe ao certo o que seria, na visão dos atuais protagonistas do poder, o que significaria a utilização do adjetivo “extrema” constantemente acoplado à expressão direita, quando se referem aos seguidores do ex-presidente. Comunicadores seguem o modelo e também apelidam de extremistas quaisquer outros grupos que se posicionem como direita.

         Para aqueles que se deixam embalar pelas cantilenas do populismo, extrema direita ou extrema esquerda são termos utilizados apenas para desqualificar o oponente, lançando-o às bordas e aos limites da razão. Ocorre que nada é mais parecido e próximo um do outro, do que os elementos que se situam nos extremos, confirmando a tese antiga de que os extremos se tocam.

         Soldados que vigiavam as fronteiras entre a Europa Ocidental e Oriental, durante a Guerra Fria, pela proximidade e pelo convívio obrigatório que essa condição exigia, mantinham, nesses locais, trocas de impressões e comentários ou mesmo provocações irônicas sobre o cotidiano de cada lado dessas barreiras. Com o tempo, os mais curiosos começavam a perceber que eram as divisões ordenadas pela ação política e ideológica que induziam as divisões entre as pessoas e não, propriamente, a realidade humana, que parecia manter o mesmo padrão.

         Todos queriam viver, cruzar esses pontos de fronteiras sem problemas e ter uma vida digna. Mas havia ali, naquele ponto extremo, uma diferença que chamava a atenção de todos: eram sempre as populações que habitavam o lado Oriental que tentavam passar para o Ocidente, e não eram poucos. Dificilmente se via algum indivíduo tentando ingressar no lado Oriental. E por que isso ocorria? A resposta era simples e dizia muito sobre essa linha divisória. No lado Oriental, naquele período cominado pela URSS comunista, não havia liberdade. Todos eram controlados pelo Estado onipresente e isso fazia toda a diferença entre um lado e outro.

         Não foram poucos os casos de soldados que, aproveitando a oportunidade de estarem tão perto da fronteira, fugiam para o lado Ocidental, com a ajuda dos seus colegas, de um lado e de outro. Vendo isso, as autoridades da parte Oriental criaram uma espécie de zona neutra ou de transição, afastando esses soldados do convívio com seus colegas do Ocidente. Atletas, embaixadores e outros personagens, quando vinham ao Ocidente, logo providenciavam uma maneira de pedir asilo político, mesmo que isso acarretasse duras repressões aos seus parentes que ficavam do outro lado da fronteira. São inúmeras as histórias que contam as tentativas para se livrar do controle do Grande Irmão e a busca pela liberdade. Muitos pagaram com a vida.

         Por ocasião das notícias, dando conta da queda iminente do Muro de Berlim em novembro de 1989, quilômetros de carros particulares trazendo famílias inteiras e com aquilo que podiam carregar formavam filas junto à fronteira, esperando o momento certo para cruzar para o lado oriental. Nenhuma alma viva fez o caminho inverso naquela data.

          Voltando ao nosso caso particular, onde as nuances entre esquerda e direita se dão mais pelos valores de caráter de cada um, poderíamos facilmente classificar de extremismo, o uso dos recursos do Estado para enriquecimento do partido e de seus líderes. A dilapidação de empresas estatais e outros crimes, que todos vimos ao vivo e a cores, guardam uma certa similaridade com os líderes políticos da antiga Europa Oriental, todos eles donos de grandes fortunas, enquanto, para a população, eram reservados tíquetes para a compra de alimentos escassos e racionados.

         A construção efetiva de uma direita no Brasil, em contraponto aos desastres já conhecidos de outros carnavais, já foi iniciada. É um caminho ainda novo e que precisa ser pavimentado com muito esforço e dedicação, mas que se torna necessário e urgente para que os brasileiros de bem não tenham que se dirigir às fronteiras, em busca da liberdade.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quantas vezes eu já disse para você não acreditar em tudo que ouve? Busque a verdade por si mesmo.“

Isabel Allende

Foto: Divulgação

 

Humanidade

Ariano Suassuna conheceu uma figura que classificava a humanidade em quem já foi a Disney e quem não foi. A novidade é que CEO da Disney, Robert Iger, já escolheu o terreno em Florianópolis para trazer, ao Brasil, o parque de diversões mais conhecido do mundo.

 

Violência

Roubos no Parkway, assaltos em sinais de trânsito de Brasília, furtos nas igrejas. Se houver complacência da polícia e da Justiça nos primeiros casos, é melhor a população ir se preparando.

Foto: Material cedido ao Correio

 

História de Brasília

Fugiu, doutor, é o termo. E vai ser duro, reaver o crédito. Seu sucessor soube se portar, com espírito de renúncia e compressão. Desprendeu-se de vaidades, e abriu mão de um direito constitucional para que não fosse sacrificado o povo. O senhor, no caso, faria o mesmo, dr. Jânio? (Publicada em 17.03.1962)

“O imposto que você paga, paga o progresso que você vê”

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

           Tem razão parcial, o leitor Renato Mendes Prestes, quando, em carta à coluna Sr. Redator do Correio Braziliense dessa terça-feira (28), afirma que, a cada eleição, o eleitor brasileiro se vê como um personagem irrelevante para o funcionamento da democracia e que isso vai produzindo, no cidadão, um sentimento de desprezo pelo sistema.

         Na realidade, o que se observa, olhando essa situação com lupa grossa, é uma situação inversa, em que o chamado “sistema”, por razões e ardis que só o tempo revelará, isso é, se vier a revelar, há muito considera o eleitor brasileiro como um personagem totalmente irrelevante em todo esse processo. É o comparecimento obrigatório do eleitor em frente às urnas, que dá esse verniz de democracia que o sistema precisa, para tornar as eleições cristalinas e, como dizem, “absolutamente inexpugnáveis”.

         O eleitor entra em todo esse processo como coadjuvante de uma pantomima, ou como um marido fiel a uma esposa cheia de segredos. O sistema, com a ajuda ou não dos partidos, mas com o braço poderoso e longo do Judiciário, entroniza o candidato sob medida e a vida segue nessa que é considerada a maior, em termos quantitativos, democracia do planeta. O salutar é observar que nem todos os eleitores estão desatentos para essa situação. Quando pesquisas isentas de opinião pública dão conta, como aponta o leitor em sua missiva, de que quase 90% dos entrevistados se declaram não se sentir representados por nenhum partido político, o que ocorre de fato é a explosão coletiva de um sentimento de desilusão, que enxerga toda essa distopia democrática apenas na atuação medíocre das legendas.

         Ocorre que, por trás dos partidos, há todo um trabalho intenso, feito por um complexo sistema que, atuando longe do palco da política, transforma em realidade, não a vontade do eleitor, mas a vontade do próprio sistema. A questão aqui é saber por que os partidos, que integram perifericamente esse sistema, não reagem à essa situação? Para as legendas, em forma de cala a boca, foram oferecidos todos os tipos de benesses. A começar pelos bilhões destinados aos Fundo Partidário e Eleitoral. Ninguém reclama diante de tanto dinheiro. Depois vêm as chamadas emendas secretas, onde os partidos e suas lideranças abocanham fatias grossas do Orçamento da União, tudo com pouca ou nenhuma transparência e controle externo, dinheiro supostamente para ser investido em suas bases eleitorais. Também o grande número de parlamentares enrolados com a Justiça não deixa brechas para que se posicionem contra o que quer o sistema.

         O leitor afirma ainda em sua carta que outras pesquisas indicam que, diante dessa falsa representação, metade dos cidadãos acreditam ser possível no país o funcionamento de uma “democracia” sem a participação dos partidos e do Congresso Nacional. Esquece o digníssimo leitor desse jornal que é exatamente isso que o sistema quer e trabalha, para se apresentar em sua inteireza.

          Pensar que toda essa fantasia democrática poderia ser desfeita, bastando apenas a adição, nas urnas eletrônicas, do voto impresso, como a esmagadora maioria dos países sérios fazem. Mas já foi dito que não há verba para isso.

A frase que foi pronunciada:

“A extensão da caça às bruxas revela o tamanho do medo. O medo revela fragilidade.”

R. Rodrigues

 

Ari Cunha

Nos anos 90, a Câmara Legislativa aprovou um projeto que introduzia o Esperanto como disciplina optativa no ensino médio da rede pública do DF. Ari Cunha criticou a iniciativa. Segundo ele, ninguém falava essa língua e a Câmara devia cuidar de coisas mais sérias. Houve vigorosa reação dos esperantistas. Vieram centenas de correspondências do Brasil e do exterior. Ari reagiu com bom-humor. “Eu me rendo, não precisa mandar mais cartas ou cartões postais.” A revelação veio na carta do leitor Eurípedes Alves Barbosa.

Foto: arquivo pessoal

 

Em falta

Vasco Vasconcelos conta que foi mordido por um cachorro em Águas Claras e encaminhado de hospital para hospital para tomar a vacina antirrábica. Do posto de Saúde local, ao HRT e HRAN, foi informado que não havia a vacina disponível. Que aguardasse o chamado da Vigilância Sanitária.

Foto: tuasaude.com

 

Qual a razão?

Em viagens internacionais, nossas autoridades ficam encantadas com os teatros, parques e bibliotecas. Mas, com os pés no Brasil, não mostram interesse algum em melhorar o lazer dos brasileiros.

Teatro Nacional, em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

História de Brasília

Dr. Jânio Quadros não apresentou em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)

Figurante de segundo plano

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Foto: Reprodução/agenciabrasil

 

Para o espectador, que observa de uma distância razoável e isenta, toda a movimentação política do atual governo, causa, para dizer o mínimo, surpresa e apreensão a indicação da ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco Multilateral de Desenvolvimento dos BRICS (NBD). Não que a atuação desse banco, cuja sede fica na China, possa provocar reflexos diretos para a economia do Brasil. A situação é outra. Conhecedores do potencial duvidoso, e até aquém do esperado, que a ex-presidente demonstrou nos seus dois mandatos, muita gente fica se perguntando, o que teria feito o NBD e mesmo os BRICS para merecer essa indicação.

Dilma, para os que não se recordam, deixou o maior passivo econômico de toda a história brasileira, mergulhando o país numa recessão jamais vista, com as contas públicas em frangalhos e um recorde de desemprego. Dificilmente, quaisquer dessas instituições bancárias que operam hoje no Brasil teriam a ousadia de nomeá-la para gerir os negócios da instituição. A imprensa, como um todo, tem feito cara de paisagem para essa nomeação, como de resto faz pouco caso também acerca do presente e do futuro dos BRICS. O que pode explicar essa indicação que, com certeza, teve o dedo indicador do atual presidente da República, é agraciar a ex-presidente com uma espécie de prêmio de consolo, com um bom salário e todas as mordomias que o cargo oferta, para assim mantê-la longe do governo pelos próximos quatro anos.

De fato mandaram-na para a China, do outro lado do mundo. O que causa espanto mesmo é quando se comparam os currículos da ex-presidente com o apresentado pelo presidente que deixa o posto, Marcos Troyjo, que deveria permanecer neste cargo até 2025. Não vale aqui compará-los, até por uma razão de humanidade e para não ferir suscetibilidades dos partidários da ex-presidente. Quem tiver maior interesse nessa questão basta consultá-los. Ainda é cedo também para que se percebam as consequências para os BRICS, como um todo e para o Brasil, em particular, com essa substituição. O certo é que não há muito o que esperar, ainda mais quando se sabe que o Brasil deve aproximadamente U$ 300 milhões ao NBD, por acordos não cumpridos, como aporte de capital.

Apesar da estranheza dessa indicação, que foi ratificada pelos países que integram o bloco, é preciso salientar que mesmo países como a China e a Rússia, não enxergam os BRICS unicamente como uma união de economias complementares, apostando muito mais nos resultados estratégicos, políticos e militares que esse bloco pode render para esses países do Leste. O que demonstra a pouca atenção, tanto da mídia interna como externa a essa mudança e suas consequências futuras para o bloco, é o fato de que o BRICS é ainda e tão somente uma alegoria ou cenário a esconder por detrás as reais intenções de governos que almejam avançar para Oeste e aqui marcar trincheiras. O Brasil e a Dilma, como de resto alguns outros países do bloco, entram nessa encenação toda como figurantes de segundo plano e que não fazem muita falta.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Quando você aponta uma estrela ao tolo, ele olha para a ponta do seu dedo.”
Provérbio chinês

 

 

História de Brasília

Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)

Sem opor e sem posição

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O vice-presidente Geraldo Alckmin (esq.) e o presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (dir.). Foto: poder360.com

 

         Enganam-se, redondamente, aqueles que acreditam que as declarações, cada vez mais destrambelhadas do atual presidente da República, ajudam politicamente as oposições. Não ajudam porque não criam, nessas forças antagônicas, o que mais seria necessário, que é um sentido de coesão ou de um projeto unificado e ordeiro de oposição, capaz de transformar esses grupos numa frente ampla antenada e proativa para exercer o que se espera desses “líderes”.

         A verdade é que boa parte daqueles que se elegeram à sombra de Bolsonaro ainda não demonstraram o que vieram fazer no Parlamento. São poucos os políticos, e sempre os mesmos, que assumem as tribunas da Câmara e do Senado, para discursar contra as insanidades produzidas todos os dias pelo atual governo.

         Há, de fato, um marasmo geral, como se todos estivessem esperando algo extraordinário para se posicionar. Os absurdos que acontecem diariamente só ocorrem porque a oposição ainda não se encontrou. Será que irá se unir ainda nessa legislatura?

         Enquanto nada de significativo acontece no Congresso, o governo vai comendo pelas beiradas, articulando ações, desmotivando, com benesses, parlamentares suscetíveis de serem dobrados ou amolecidos, sabotando a oposição e aparelhando o que pode, ou desarticulando os órgãos de combate à corrupção. Se não são as oposições que ganham relevo com as insanidades do atual governo, quem seriam os beneficiários diretos desse desgoverno?

         Há os que acreditam ser o mercado, que segue junto com o aumento de juros. Outros acreditam ser as mídias oficiais, que estão sendo beneficiadas como nunca, para maquiar uma situação que beira o caos. Outros ainda acreditam que todo esse descompasso do governo beneficia apenas os especuladores e aqueles que apostam no caos na economia. Nem desses angariam tantos benefícios com as ações incautas do atual governo como o próprio vice-presidente, que se mantém afastado de polêmicas, agindo nos bastidores para dar um certo ar de seriedade a tudo o que o titular faz e fala.

         De fato, Alckmin sabe o que está fazendo e a razão do que faz. Pode ser leal ao presidente, mas é bem mais leal a si mesmo e tem propósitos para agir assim. Quanto mais o atual chefe do Executivo deixa escapar suas pérolas colecionáveis, mais e mais sobe a cotação do vice. Na realidade, Alckmin não precisa fazer grande esforço para se manter como a única ilha longe do vulcão. Segue pela lei da inércia, empurrado para o alto apenas pelos ventos da sandice.

         Outro comandante que, com certeza, vai se beneficiando com os tropeços verbais de ação do atual governo é o presidente da Câmara, que vê a cada dia sua posição política reforçada pelo controle que exerce, tanto entre os líderes de bancada como na pauta de votação de emendas.

         Alckmin e Lira formam hoje os nomes mais fortes da República, ao lado, é claro, de alguns ministros do Supremo. O resto é o resto, dança conforme os que regem os maestros. Essa dupla permanecerá em paz, enquanto for conveniente para ambos. Caso o projeto do semipresidencialismo venha a se tornar uma realidade, como quer e sonha Lira, essa situação pode mudar. Caso prossigam os atropelos e as parlapatices do atual mandatário, revelando, como muitos falam à boca pequena, uma certa decrepitude ou senilidade, a saída poderá ser feita apenas por essas duas passagens estreitas, tendo cada uma delas a figura ou de Lira, ou de Alkmin. É o que dizem: o presente rabisca o futuro, e este é sempre traçado pelo passado.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Privatizar o Porto de Santos é a diferença entre a política internacional e a pobreza na Baixada.”

Governador Tarcísio de Freitas

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: jovempan.com

 

Planejamento

Alguma coisa precisa ser feita nas obras da W3 Sul. O que não pode é o trânsito ficar parado da forma que está, nos horários de pico.

Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

 

Direito

Reclamação constante é que, apesar da facilidade de cartões para o pagamento de passagens de ônibus, muitas vezes, não há troco, com o prejuízo do passageiro. O comércio em geral deve estar preparado para o pagamento em dinheiro, com troco suficiente em reserva no caixa.

Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

 

Acepção de pessoas?

SEDET lança Projeto Transformadas, curso de formação gratuita para bartender, culinária e maquiagem. O que não dá para entender é a disponibilidade de vagas preferencialmente para candidatos da comunidade LGBTQIA+.

 

História de Brasília

Não apresentou, em nenhum momento uma razão plausível para o seu gesto. As dificuldades pelas quais passa o país, são as mesmas, e nem assim se justifica a hora do desespero. (Publicada em 17.03.1962)

Quando a natureza é imutável

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Ilustração: JF 13

         O escorpião, que do sapo havia se valido para atravessar a lagoa, como paga, incutiu, sem piedade, sua peçonha no dorso do pobre anfíbio. Moral da fábula, diz que picar é da natureza do escorpião. Também é da natureza de governos, já testados e reprovados no passado, repetirem seus programas e projetos – se é que os possuem – mesmo que, com isso, venha a cometer os mesmos erros e gerar as mesmas consequências catastróficas diante do silêncio reinante.

         É da natureza, particularmente das esquerdas da América Latina, usar da oportunidade real de administrar um país, para transformar seus governos numa espécie de laboratório, testando teses que funcionariam melhor se aplicadas, por exemplo, na gestão de um diretório acadêmico da universidade.

         Ocorre que um país não é um diretório ou outra instituição, onde estudantes ensaiam suas revoluções idealistas. Do mesmo modo, um país não pode ser resumido numa espécie de central sindical, onde oportunistas de todo o calibre, ensaiam modelos distópicos de quebrar industrias e empresas, ao mesmo tempo em que buscam lucros maiores para si e seus filiados.

         O que ocorreu no ABC paulista, com as indústrias de automóveis abandonando essa região em busca de melhores retornos para seus investimentos, e deixando atrás de si um verdadeiro cinturão da ferrugem, com desemprego e falta de oportunidades, demonstra o resultado dessa prática nefasta e improvisada de querer impor, a qualquer custo, esses ensaios governamentais.

          A Venezuela e agora a Argentina e outros países do continente, formam um laboratório vivo dessas experiências mal sucedidas e que, na maioria das vezes, redundam em centralismo político e, daí, para uma ditadura fechada e opressora. Os métodos são sempre os mesmos. O inimigo é o outro, a quem devemos cancelar e destruir. Alguém no passado já havia ensinado que essas fórmulas não resultam em boa coisa. O inimigo é sempre a ignorância e a prepotência.

         Bem faria se, na entrada do Palácio do Planalto, fosse afixada, de forma bem visível, em placa de bronze, as lições pregadas por Abraham Lincoln (1809-1865), 16º presidente americano: “Não Criarás a Prosperidade se desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos por enfraqueceres os fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aquele que o paga. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás as dificuldades se gastares mais do que ganhas. Não Fortalecerás a dignidade e o anônimo se subtraíres ao homem a iniciativa da liberdade. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.”

          Não por outra razão, é este o país para onde muitos desejam migrar, sobretudo aqueles que viveram sob as ditaduras de esquerda. Não é por outra razão também que certas pessoas de lenço vermelho, toda vez que podem, deixam Havana de lado e vão para Miami.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os norte-americanos não entendem… que nosso país não é só Cuba; nosso país também é humanidade”.

Fidel Castro

Fidel Castro. Foto: Charles Platiau/Reuters

 

Planos planejados

Pobre consumidor que acha estar protegido pelo Plano de Saúde que paga religiosamente. Quando pede os detalhes das consultas ou internações, vem a surpresa. Remédios que nunca foram usados, procedimentos que jamais foram feitos. Tudo devidamente contabilizado. Quem dita as regras e está do lado do paciente precisa agir rápido.

Charge: Bier

 

Dinheiro a rodo

De agora em diante, as prefeituras têm novas obrigações em planos contra situações de risco. Além disso, falta a cobrança e transparência nas verbas de emendas parlamentares recebidas por prefeitos e governadores. Não há prestação de contas onde a população, que paga os impostos, possa acompanhar para elogiar ou denunciar.

Charge: abarraeanoticia.blogspot.com

 

Reação

Segundo a BBC Brasil, uma das principais organizações que comandam o atletismo em todo o mundo, a World Athletics, acaba de vetar a participação, nos esportes femininos, de atletas transgênero. A proibição será válida a partir de 31 de março próximo. Já não era sem tempo.

Foto: Giuseppe CACACE / AFP

 

História de Brasília

A fala do dr. Jânio Quadros disse o que todos esperavam. Foi corajoso e incisivo. Democrata, e livre. Mas mostrou que a hora da renúncia era a hora de se manter no poder e chamar o para acompanhá-lo nas suas decisões. (Publicada em 17.03.1962)